Tom

Foto de André Lajunza

COMO É LINDA, A NOSSA TERRA

COMO É LINDA, A NOSSA TERRA

QUANDO o Sol vai se escondendo,
Por detrás da imensa serra.
Dentro de mim, eu vou dizendo:
Oh !, como é linda a nossa Terra.

(Ah ! - se todo ser pensante,
Prestasse mais atenção.
E, olhasse só um instante,
Com os olhos do coração !)

Com certeza não fariam,
Mais nenhum tipo de guerra
E, numa só voz diriam:
Como é linda esta Terra !

E então, todo o planeta,
Se cobriria de flor.
E, ao invés de bomba e escopeta;
Haveria Paz e Amor !

E quando à tarde o Sol se fosse,
Esconder-se atrás da serra.
Todos nós, num tom bem doce
Diríamos: Como é linda, a nossa Terra !...

Lajunza

Foto de susceptivel

DELÍRIO

Delírio

Pequenos diamantes cintilam no vasto escuro
a luz da lua pouco nos define,
não impede, incrementa...
As velas acesas e vemos em meio tom o tangível desejo
a escorregar pelas mãos, uma luta.
É como se quiséssemos capturar uma cidade,
reconstruí-la...
Colocar o mar dentro de um copo,
bebê-lo...
Quem sabe deitar sobre nuvens,
dar-lhes novas formas, uns caprichos amorosos...
O vento insiste em nos ninar
até que gostamos e passamos a apreciar seu ritmo suave,
tão encantador que nos distrai.
De repente uma tragédia.
Inconscientes tocamos a luz
a luz cai, materializa-se em fogo, incendeia nosso leito.
O que aconteceu?
A vela caiu?
A vela pulou?
Ou a vela cansou?
Fingimos não saber...
No espalhar do calor nos queimamos – não há dor.
O corpo de beijos tenta apagar o corpo em combustão,
mais aquece, mais instiga
mas quando sem saída nos entregamos ao gozo pleno da satisfação,
os pequenos diamantes caem sobre nós, se dissolvem
nos molham, nos refrescam
o corpo em estado de êxtase se entrega a uma paz sem fim
não pensamos em nada, basta nossa essência
envolvendo o ambiente e se tornando parte dele.
É o amor.
Amamos.
É o que basta...

Foto de Tancredo A. P. Filho

ESPAÇO NO CÉU

Música, notas musicais em harmonia,
Luz... aroma...
E muita cor!
De repente a poesia
Assoma,
Como um rútilo raio
Intérmino de gozos!...
As almas gêmeas ficam extasiadas
Nos momentos de pureza e amor.
A luz do eterno dia
Com pensamentos também puros,
Radiosos, então
Ora à Deus;
Rememora em prece todos sofrimentos,
Evoca muitas lágrimas...
Contempla panoramas de outra vidas,
Vidas de estranha dor
Agora, um raio de nova aurora,
Que em gotas vão formando uma auréola
De brilhos divinos,
Que a ataviam de excelsa luz.
Num tom suave de unção
A pobre alma orando.
Chorando, nessa prece
Reconhece
A alegria da sua redenção!

Foto de Fernanda Queiroz

Fazendo Sonetos

I

Soneto sem nenhum enigma
Basta sabedoria e atenção
Despertando dentro do coração
Buscando tons e sons em rimas

Soltar livre imaginação
Em dois quartetos e dois tercetos
Dando clara segmentação
Que tem tudo para ser perfeito

Para dizer sobre meu coração
Onde habita também alegria
Integrado do mais puro amor

Falo de sonho e recordação
Ou da vida em meu dia a dia
Mesmo que seja um poço de dor.

II

Para fazer o encanto da gente
Posso rimar em tom diferente
Na primeira frase igualada
Com uma métrica bem adotada

Quem sabe ousar diversificar
Em outras palavras ir procurar
E nos cinco tópicos encaixar
Todos meus belos versos a criar

Fazer destas linhas programadas
Meu desaguar de pura emoção
Que transborda em meu coração

Vendo belas obras serem criadas
De todos os poetas sem extinção
Aqui deixo minha integração.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de joão jacinto

Mortais pecados

Olho-me ao espelho, debruado de talha,
luminosamente esculpida, dourada
e pergunto-me ao espanto das respostas,
na assumida personagem de rainha má,
quem sou, para o que dou, quem me dá.
Miro-me na volumetria das imagens,
cobertas de peles enrugadas,
vincadamente marcadas,
por exageros expressivos,
de choros entre risos,
plantados nos ansiosos ritmos do tempo.
Profundos e negros pontos,
poros de milimétricos diâmetros,
sombras cinzentas, castanhos pelos,
brancas perdidas entre cabelos,
perfil de perfeita raiz de gregos,
boca carnuda, gretada de secura,
sedenta de saudosos e sugados beijos
de línguas entrelaçadas,
lambidelas bem salivadas.

Olho fixado no meu próprio olhar,
de cor baça tristeza,
desfocando a máscara, de pálido cansaço
e não resisto ao embaraço de narciso;
sou o Deus que procurei e amei,
em cumprimento do milagre
ou o mal que de tanto me obrigrar, reneguei?
Sou o miraculoso encantador a quem me dei
ou a raposa velha, vaidosa, vestida de egoísta,
com estola de alva ovelha, falsa de altruísta?

No meu lamento, a amargura porque matei;
sangrando a vítima, trucidei-a em ranger de molares,
saboreei nas gustativas variados paladares,
viciadas no prazer da gula do instintivo porco omnívoro.

Rezo baixinho, cantarolando, beatas ladainhas
de pecador que se rouba e se perdoa,
a cem anos de encarceramento.

No aliciamento cobiçante de coxas,
pertença de quem constantemente
me enfrenta, competindo nas mesmas forças,
traindo-me na existência do meu possuir,
viradas as costas, acabamos sempre por fingir.
Entendo velhos e sábios ditados,
não os querendo surdir em consciência.
Penso de mim, a importância de mais,
que outros possam entender,
sendo comuns mortais,
minha é a inteligente
certeza do enganar e vencer.

Sadicamente bofeteio
rechonchunda face de idealista tímido,
de quem acredita e se deixa humilhar,
dá-me a outra, para também a avermelhar.

Vendo-me a infinitas e elegantes riquezas,
de luxúrias terrenas, orgias, bacantes incestuosas,
sedas, glamour, jóias preciosas,
etiquetas de marca,
marcantemente conotadas
que pavoneiam a intensa profundidade da alma.
Salvas rebuscadas, brilhantes de pesada prata,
riscadas de branco e fino pó.
Prostitui-me ao preço da mais valia,
me excita de travesti Madalena,
ter um guru para me defumar, benzer e perdoar,
sem que me caía uma pedra na cauda.

Adoro o teatro espectacular,
encenado e ensaiado em vida,
mas faço sempre de pobre amador,
sendo um resistente actor.
Escancaro a garganta para trautear,
sem saber solfejar.
Gargarejo a seiva da videira,
que me escorre pelo escapismo do meu engano,
querendo audaciosamente brilhar,
descontrolando o encarrilhar,
do instrumento das cordas da glote,
com a do instrumento pulmunar
e desafino o doce e melódico hino.

Sou no vedetismo a mediocridade,
que se desfaz com o tempo,
até ser capaz de timbrar,
sem ser pateado.

Acelero nas viagens
que caminham até mim,
fujo do lento e travo de mais.
Curvas perigosas, apertadas,
que adrenalinam a fronteira do abismo.
Fumo, bebo a mais
e converso temas banais,
por entre ondas móveis,
que me encurtam a pomposa solidão,
nada é em vão.

Tenho na dicção um tom vibrado e estudado,
de dizer bem as palavras que sinto,
mas premeditadamente minto
e digo com propósito sempre errado.
Sou mal educado, demasiado carente,
enfadonho, que ressona e grunha durante o sono.
Tenho sempre o apreçado intuito do saber,
do querer arrogantemente chamar atenção,
por me achar condignamente o melhor, um senhor,
sem noção do que é a razão e o ridículo.
Digo não, quando deveria pronunciar sim.
Teimosamente rancoroso, tolo,
alucinado, perverso, mal humorado,
vejo em tudo a maldade do pecado.
Digo não, quando deveria embelezar a afirmação.

Minto, digo e desfaço-me de propósito em negação.

Mas fiz a gloriosa descoberta do meu crescer,
tenho uma virtuosa e única qualidade;
alguém paciente gosta muito de mim.

Obrigado!

Tenho de descansar.

Foto de Tonybezerra

Um beijo, um minuto...

E pela noite clara, surda, muda, chuvosa,
Pelas ruas escuras, as quais suas calçadas
Sabiam segredos da noite anterior,
Desta vez, era a chuva quem aproximava
Mão da mão, ombro do ombro,
E, dava o tom de romântico ao
Novo cenário, o cenário do pouso,
Pouso do pássaro vermelho de tua boca
No ninho dos lábios meus.

Que silêncio fabuloso! o mesmo que
Denunciava os passos do medo,
O mesmo que rompia o doce mel do beijo
E o cheiro do banho
Tomado com água de encanto.
E como desencanto passava-se
O tempo e encurtava-se o caminho, até a hora
De sonhar mais uma vez em meu próprio ninho.

Foto de xica

à luz do teu olhar

à luz do teu olhar
ouço os gestos
de cada sabor
da música dos meus braços.
agarro-te o corpo
como quem chove
como quem diz as palavras todas

os vazios à nossa volta
crescem de tom.
muralhas secas
e nós
a lama quente

em que hora dirias tu
do teu amor
sagrado
por mim?

que canção entoaria eu
entre os teus dedos
chovidos?
que beijo mordido
te cantaria
mordaz
a minha língua?

esqueçamo-nos de ti e de mim
para nos lembrarmos
de nós

lá fora dos muros
esvoaçam as gaivotas

há tempestade
no mar
dos nossos corpos.

Foto de Zedio Alvarez

Amor calculado

Fiz um calculo exato para conquistar um amor.
Com a coragem e audácia de um condor,
Quando vai ao encontro de suas caças
Para sobreviver, mas sem dar tom de ameaças.

Nunca tive medo de cantar
Queria dedilhar as cordas do teu lindo violão.
Me iludo as vezes com o meu cancioneiro.
Será que ele estar repassando meu amor verdadeiro?

Fico preocupado com o teu futuro
Ele fica se escondendo do meu que vive a agonizar
Esperando um gesto, ou ao menos uma premissa.
Não dê brecha para me desconfiar do meu cantar.

Como professor de matemática que sou,
Calculei milimetradamente todas as suas arestas.
Foi uma conta exata que nada sobrou.
Tua baixa verticalidade se igualou
Com horizontalidade do ninho do amor.

Foto de InSaNnA

Ponto de equílibrio(Lilás)

Toma-me a alma,
Transforma-me em cor,
no silêncio do teu descanso,
na trégua da minha dor..
Sou intensa de desejos,
vermelhos,de tanto calor..
Deixe-me tocar o teu peito
Sentir-te em vida,
como no ventre..
azul,tua alma flor!
Os meus sentidos ,
rubor de principios
se perdeu,sem juízo..
construidos pelo amor,
mergulham nos teu ser azul,
derramado em fontes
secados pelo meu calor
Somos amor,
somos cor..
A cor mais bonita,
a mais intuitiva
Surgida de uma bela fusao
lilás de nascimento,
Temperança!
Encontro sensual,
Entre o vermelho e o azul.
O feminino e o masculino,
Da terra,do céu..
Os sentidos carnais,
da pureza do espirito
De um tom a mais..
Assim sou eu,vermelha
assim é você,azul..
Juntos,um algo a mais..
A cor lilás..

Foto de Zedio Alvarez

Amizade e Paixão

Cheguei a conclusão que a amizade
Anda muito próxima da paixão
Foram muitos anos pra sentir
Como demorei a descobrir

Seu tom de voz mudou
Sua respiração alterou
Seu coração palpitou
Acho que o amor aflorou

Você é muito maluca
Às vezes me funde a cuca
Começou naqueles toques corporais
Eu ainda quero mais

Com a câmera dos meus olhos
Filmei para minha memória
Aquela linda calcinha azul
Com a ajuda da minissaia também azul

Existe muita cumplicidade
O problema é a falta de gravidade
Estou na sua órbita faz tempo
Preparado para o acoplamento

Poxa! Que coxas!
Nossa amizade não é a mesma
Senti no seu olhar
Evitando nos cruzar

Os deuses resolveram contribuir
Estou esperando a porta se abrir
Vamos viver em segredo
Jogaremos sem medo

Abra suas janelas
Para não ficar sequelas
Preta, pretinha
Será que vais ser minha?

Oh! Minha querida
Estamos num beco sem saída
Virarei um rio caudaloso
Para desaguar na sua vida

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