Delírio
Pequenos diamantes cintilam no vasto escuro
a luz da lua pouco nos define,
não impede, incrementa...
As velas acesas e vemos em meio tom o tangível desejo
a escorregar pelas mãos, uma luta.
É como se quiséssemos capturar uma cidade,
reconstruí-la...
Colocar o mar dentro de um copo,
bebê-lo...
Quem sabe deitar sobre nuvens,
dar-lhes novas formas, uns caprichos amorosos...
O vento insiste em nos ninar
até que gostamos e passamos a apreciar seu ritmo suave,
tão encantador que nos distrai.
De repente uma tragédia.
Inconscientes tocamos a luz
a luz cai, materializa-se em fogo, incendeia nosso leito.
O que aconteceu?
A vela caiu?
A vela pulou?
Ou a vela cansou?
Fingimos não saber...
No espalhar do calor nos queimamos – não há dor.
O corpo de beijos tenta apagar o corpo em combustão,
mais aquece, mais instiga
mas quando sem saída nos entregamos ao gozo pleno da satisfação,
os pequenos diamantes caem sobre nós, se dissolvem
nos molham, nos refrescam
o corpo em estado de êxtase se entrega a uma paz sem fim
não pensamos em nada, basta nossa essência
envolvendo o ambiente e se tornando parte dele.
É o amor.
Amamos.
É o que basta...