Tesouro

Foto de alexandrebatista

Rio do Amor

Perdi a minha ninfa
Agora olho para o Tejo
À espera de encontrar
Aquilo que já não vejo

Busquei também no Douro
Aquele olhar tão belo
Procurei esse tesouro
Dentro de um barco rabelo

Subi à Serra da Estrela
Para ter algum sossego
E em busca dessa donzela
Desci todo o Mondego

Seguindo o meu fado
Rumei para Sul
Nadei por todo o Sado
Mas só vi um olho azul

Cheguei ao Guadiana
Ainda com alguma esperança
Rio abaixo, rio acima,
Nada levei na lembrança

Era altura de ter juízo
Decidi voltar então
E procurar esse sorriso
Nas margens do Nabão

Caí na realidade
Procurar no rio, era puro engano
Pois amor tão grande
Só cabe num oceano

Foto de Gabriel Luís

Prometeu

Esse eu fiz há quase dois anos, após a leitura de Michel Foucault - Vigiar e Punir.

Abraço.

A DAMA E O PROMETEU

Prometeu... Prometeu... Onde foi meter-se o brilho teu?
Surrupiar ousaste o fogo sagrado do Olimpo,
Ferrenha ira sobre teus ombros se abateu,
O semblante nunca mais conservarás limpo,

Rompeste do pacto social o lacre através de tua conduta,
Acima do corpo teu ergueu-se espada cortante,
Temerário és: traíste da justiça a mente astuta,
Encontraste dela a lâmina a te infligir suplício aberrante,

Espatifada jaz em meio a teus pés a desalinhada balança,
Sob o frio das mãos tuas aninhada e com a caixa está a bela Pandora,
Esbaforida começa a se retirar do recinto a sempre fiel esperança,
Que horrível destino a ti revela o implacável Cronos nesta hora?

Acaso pensas ser da dignidade bendita luz a invadir teus olhos?
Muitas são as faixas a encobrir no final do arco-íris o pote de ouro,
Tola retina, distante tesouro: a águia recolhe do teu fígado os retalhos,
Se não guardas contigo a luminescência libertária das moedas - mau agouro,

Infeliz larápio... Cercado estás pelo Código-Esfinge,
Saiba: assim como as cabeças da Hidra de Lerna são as leis,
Ao decapitar de uma, segue-se o nascer de outras seis!
Pena: digo a ti jamais cessar a sanção com a qual a dama cega te cinge!

GABRIEL LUÍS DE ALMEIDA SANTOS

Foto de MARTE

SINTONIA DO OLHAR

Sonho com o teu terno olhar,
Que não sai da minha cabeça,
Nas madrugadas de imenso luar,
Fico á espera que no horizonte apareça!
Numa melodia que se houve,
Vou-me sentindo por ele perdido,
Ás vezes pergunto-me o que houve,
Mas num momento tudo fica decidido!
São vezes sem conta,
Que vislumbro a tua silhueta,
Num tempo que me confronta,
Numa dança...demais perfeita!
Musa por mim indespensável,
Na composição de qualquer poema,
O teu olhar é responsável,
Que o amor seja mais que um teorema!
És o meu tesouro encontrado,
Nas madrugadas do meu caminhar,
Poema por mim inacabado,
Reflectido nas ondas do mar!
É numa palavra que invento,
Compondo esta ou outra poesia,
Descrevendo um belo momento,
Vivido em perfeita...sintonia!
(8/12/2006)
http://marteemterra.zip.net/
http://www.luso-poemas.net/modules/news/index.php?storytopic=32
http://martejc.hi5.com/

Foto de Zedio Alvarez

Amor de um velejador

A peleja da minha vida não está perdida
Meu barco ainda veleja por águas vorazes
Ele às vezes balança em contos nervosos
Desde que singrei as águas da partida

Desbravo o mar com suas ondas revoltadas
Sem tirar de mim toda esperança e calma
Não me tornarei refém de cada castigo
Lançado pelas turvas águas passadas

Minha naus não teme tua bravura
Que apesar do meu apelo de perdão
Usas a força para reprimir meu coração.

A minha forma física me faz um timoneiro
A luz que me ilumina vem de um farol
Que seguirei, até achar o teu tesouro primeiro

Foto de Isa Castro

Folhear a memória

Na esperança de um novo clarear,
Desfolho as recordações que latejam,
Na minha memoria, no meu coração, no meu ser…
Revivo a coragem da tua própria impotência
Contra o fascínio do vento que te galopa velozmente.
O teu olhar desatento trilha novos caminhos.
Embalada em inseguranças e incertezas,
Carregas contigo as tuas lembranças
Que se vão lentamente dissipando no ar.
Olhando os teus olhos vejo um raio de sol que brilha.
Acalento no peito o grande tesouro que me doaste:
Um oceano de misericórdia que transborda
Em cada gota uma lágrima de saudade.

Foto de André Lajunza

INTEIRAMENTE TEU

INTEIRAMENTE TEU

SE, de repente tu pensares em mim
E perceberes que a saudade
Está invadindo teu coração.
Não esperes que ela te domine.
Corras ao telefone mais próximo
E, então, me telefonas.
Pois, embora tu não me possas ver,
Ao menos ouvirás o som da voz
Deste alguém que tanto te adora.
E, com certeza, estará dizendo
Ao teu ouvido que te ama muito.
Portanto, minha querida !
Se pensares em mim, não titubeies
Me telefonas no mesmo instante.
O número, sei que tens na memória
E guardas contigo como se fosse
A senha de um precioso cofre,
No qual tu sabes que dentro dele
Mora um tesouro que será para sempre
Inteiramente e exclusivamente teu !........

Lajunza

Foto de Fernando Poeta

Lamentações

Quando me veio a certeza,
Tive o acerto de esperar,
E forte, seguro e distante,
Fiz a expressão de meu semblante.

Não carreguei em minha vida,
Metade de tudo que me pertenceu ,
À ti e a outros, entreguei meu maior tesouro...

Porém usaram-me de todas as formas...

Tão frágil criança, em forma de adulto,
Acusas à quem te faz sofrer,
Sofres por não saber defender-se,
E horrores surgem em muitas formas,
Há fome, miséria, desespero...

Por quê insistes em chorar lágrimas alheias?
Por quê lamentas sofrimentos que não te pertencem?
És tu por acaso pai de todo o mal?
Errastes tanto no que fizestes?

Pois se não te cansas,
De abrir teu interior,
E declaras de imediato, toda sua verdade,
Expondo-se ao risco, de ser consumido,
Mil e uma vezes, e mais e mais...

Pois se não consegues entender,
Que não há quem o entenda,
Que a sorte ou a morte,
Caminham ao teu lado,
Que entre dois pontos, existe distância,
O que há por trás de tamanha ignorância?

Se entregas a tua sorte, ao que te destrói,
E lamentas o que passou,
Não mudas o teu pensar,
Cala, aceita, consente,
Que de ti façam o que desejam...

Não mudas teu coração,
Porém és envenenado por ele,
Caminhas então, para teu fim,
Porém não aceitas que te digam não...

Foto de Soluço

Soneto

Contentamento, graças e louvores;
Estado em que ora me encontro
E no qual ambiciono permanecer
Para alegria da vida igual tesouro...

O desejo de ser abençoada
Pelas mãos da morte impiedosa,
Em meu peito, já não alimento
Em virtude da minha doce companhia...

E tão bela face agora me acompanha,
E tanta alegria invade este coração
E tanta esperança submerge minha alma...

E tudo fica sereno,
Tudo se faz belo,
Faz-se amorífero, faz sentido.

Foto de Nino Ivo

Camponês cavaleiro

Lutei em guerras medievais;
Para defender territórios lutei;
Para defender o tesouro lutei;
Para defender o Rei lutei,

Lutei pelo juramento,
Lutei pela honra,
Lutei pelo gloria,
Lutei pelos fracos,

Eu, simples camponês,
Que no ardente campo de batalha,
Um cavaleiro me torno.
Varias lutas enfrentei,
Mas nem uma como essa que enfrento agora.

Com meu cavalo e espada,
Batalho todos os dias,
Como se fosse o ultimo a batalha;
Diferentes das outras,
Não é preciso força.

Cavalo a galopa,
Em direção à amada vou tomar,
Espada, bainha e escudo eu não utilizarei,
Flor silvestre eu entregarei.

Batalho todos os dias,
Para seu coração sempre conquistar,
Não sou mais um defensor,
Quero ser seu conquistador,

Para defender tu minha nobre Princesa,
Contra tudo e todos lutarei.
Mas agora lutarei com amor,
Para conquistar seu AMOR.

Foto de Dom Quixote - crítico amador

Literaturas Lusófonas

Bem mais que dança, bailado;
que som, melodia;
que voz, sobrecanto;
que canto, acalanto;
que coro, aleluias;
que cânticos, paz.

Bem mais que rubor, saliência;
que encantos, nudez;
que imoral, amoral;
que bosques, fragrâncias;
que outono, jasmins;
que ventos, orvalho;
que castelo, arredores;
que metáforas, rios;
E um pouco além: tsunamis.

Bem mais que naus, sentimento;
que excelsa, nascendo;
que olho, contemplo;
que invade, arrebata;
que vitrais, catedral;
que versos, vertigens;
que espanto, tremor;
que êxtase, pranto;
que apatia, catarse.

Bem mais que contas, rosário;
que prece, amplidão;
que o menino, sua mãe;
que Império, regresso;
que palmas, martírio;
que anúncio, Jesus;
que Ceia, Natal.

Bem mais que alegria, ternura;
que espera, esperança;
que enlevo, paixão;
que adeus, solidão;
que dor, amargura;
que mágoas, perdão;
que ausência, oração;
que abandono, renúncia;
que angústia, saudade.

Bem mais que anciã, joyceana;
que lógica, onírica;
que o Caos, Amadeus;
que ouro, tesouro;
que ode, elegia;
que amiga, inimiga;
que insensível, cruel;
que signos, símbolos;
que análise, síntese;
que partes, conjunto.
E um pouco além: generosa.

Bem mais que efêmera, sândalo;
que afago, empurrão;
que clássica, cínica;
que exceto, inclusive;
que inserta, incerta;
que adubo, arrozal;
que oferta, procura;
que unânime, única.
E um pouco além: tempestade.

Bem mais que ouvida, vivida;
que austera, singela;
que pompa, humildade;
que solta, segredos;
que fim, reinício;
que um dia, mil anos.

Bem mais que reis, majestade;
que jus, reverência;
que casta, princesa;
que moça, menina;
que jóia, homenagem;
que glórias, grandeza;
que ocaso, esplendor;
que espadas, correntes;
que fatos, História;
que Meca, Lisboa.
E um pouco além: messiânica.

Bem mais que pingos, Dilúvio;
que água, Oceano;
que mares, o Mar;
que porto, Viagem;
que cais, caravelas;
que rochedos, neblina;
que vôo, Infinito;
que Abysmo, gaivotas.

Bem mais que a tribo, navios;
que lanças, tristezas;
que campos, senzalas;
que bodas, queixumes;
que soul, sem palavras;
que o tronco, maldades;
que ais, maldições;
que feitor, descorrentes;
que mandinga, orixás;
que samba, kizomba;
que “meu rei”, Ganga Zumba;
que olhos baixos, quilombos;
que discordo, proponho;
que cedo, concedo;
que escravos, Zumbi.

Bem mais que brisas, Luanda;
que ondas, Guiné;
que amarras, Bissau;
que o azul, São Tomé;
que náutica, Príncipe;
que axé, Moçambique;
que opressão, Cabo-Verde;
que fragor, linda ao longe;
que injusta, perversa;
que abutres, pombinhas;
que trevas, pavor;
que rondas, terrores;
que bombas, crianças;
que tágides, ébano;
que o Sol, rumo ao Sol.

Bem mais que luar, nua e crua;
que longínqua, inerente;
que ornamento, plural;
que ira, atitude;
que abstrata, denúncia;
que conceitos, Nações;
que Camões, mamãe África.

Bem mais que ética, ascética;
que pro forma, erga omnes;
que embargo, recurso;
que emoções, decisão;
que rodeios, sentença;
que Direito, Justiça;
que leis, Lei Maior.

Bem mais que flor, Amazonas;
que improviso, jeitinho;
que frágil, incômoda;
que alvor, cisnes negros;
que escrita, esculpida;
que lírios, o campo;
que veredas, suindara;
que denúncia, ira e dor;
que bonita, pungente;
que amena, os sertões.
E um pouco além: condoreira.

Bem mais que lares, veleiros;
que adeuses, partida;
que feitos, missão;
que honras, repouso;
que canto, epopéia;
que mística, fado;
que areias, miragem;
que sonhos, delírio;
que vozes, visões;
que acaso, destino.
E um pouco além: portugais.

Bem mais que errante, farol;
que ânsia, horizonte;
que distância, presença;
que solo, emoção;
que países, Galáxia;
que estresses, estrelas;
que zênite, impacto;
que intensa, profunda;
que letras, magia;
que formas, sentido;
que textos, teoremas;
que idéias, princípios;
que imensa, perfeita;
que graça, milagre;
que arcanjos, fulgor;
que dádiva, Mãe.

Bem mais que luz, primavera;
que audácia, tumulto;
que estética, rústica;
que em paz, desinquieta;
que estática, cíclica;
que cercas, muralha;
que assédio, conquista;
que plantas, concreto;
que escombros, palácio;
que átomos, Deus...

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