Templos

Foto de jessebarbosadeoliveira27

ESTUÁRIO DA ESPERANÇA

A bruma do fracasso sustém e pavimenta a estrada do meu coti-
diano. Contemplo quase inerte o curso da vida fluir bem próxi-
mo de mim, embora nunca consiga de fato embarcar em seu
convés. Não, não que eu tenha a pretensão de intendê-lo, domar
o seu leme ao meu bel-prazer, não! Apenas queria estar presen-
te a todo o roteiro da viagem: do começo ao fim.

Mas o quase, o quase sempre impertinente não me deixa nem se-
quer partir. Então, engendro formas de lográ-lo; mas lá está ele,
toda mão, um passo a frente: a me comediar caudalosamente.

Ele me alimenta a idéia, me faz erigir templos indicativos: caste-
los de certeza. Todavia, toda feita, qual não é a minha surpre-
sa. Descubro-os matéria inerme, insólida, tênue. Não, não são
alcáceres de rocha os meus castelos. O são de areia. Areia,
cujo leve sopro despretensioso faz com que ela se desmanche
inteira.

Sim, depreendo claramente agora.
O meu caminho é água em ebulição:
ele ferve, ferve, ferve até o sonho formar vapores,
que se dispersam para longe, longe do alcance da minha tátil
concreção. E a estrada: a estrada se transmuda plenamente
em vácuos inteiros de asfalto da saudade daquilo
que quase houve. Sim, ela se converte na malha
viária da abortagem: sim, me refiro áquela traiçoeira
das engrenagens da desilusão!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

http://bocamenordapoesia.webnode.com.pt/

• http://twitter.com/jessebarbosa27

Foto de DENISE SEVERGNINI

A VOZ DO TEU SILÊNCIO

A VOZ DO TEU SILÊNCIO

A ausência de sons incendeia meus tímpanos
Como se a implorar fossem pela tua presença

Nem tua sombra aparece revestida em panos
E o aquietamento de teus lábios é descrença

Mesmo distante, ainda, causas incuráveis danos
Rezo outras cartilhas, aparto tuas desavenças

Visto templos de deuses pagãos e tão profanos
Não distingo entre tantos credos, a tua herança

Eu regulo minha exatidão... Teu silêncio me beija!

E os lábios sorvem a saudade, doce-fel mortal

Ainda sou aquela alma açoitada e mui andeja...

Quero festa com acordes musicais em brados

Renúncias, dissabores... Esquecidos em festival

Para que tua foto seja colada em outros quadros.

Denise Severgnini

Foto de Teresa Cordioli

SE EU QUISER FALAR COM DEUS...

SE EU QUISER FALAR COM DEUS
Teresa Cordioli
Julho e 2005

SE EU QUISER FALAR COM DEUS...

Se eu quiser falar com Deus,
Refugiarei-me em meus aposentos
Longe dos grandes templos,
Onde dobrarei os meus joelhos
Para pedir paz ao mundo...

A mim, sabedoria no mais profundo...

Se eu quiser falar com Deus,
Não direi frases feitas, nem palavras perfeitas
Não chorarei pelas dores que passei,
Porque foram sementes que plantei....

Entregarei a Ele, o presente e o futuro
O passado, eu apenas agradecerei...
Para o amanhã, hoje planto a melhor semente
(semente do amor chamada caridade)

Ah!!! Se hoje eu pudesse falar DEUS,
Daria a ELE o mais lindo sorriso meu,
Choraria se necessário fosse...
(Para simplesmente agradecer o Filho SEU)

-------------------------------------------------------------------------------------
Esse tema foi proposto para participação de uma ciranda no ano de 2005.

Foto de Sonia Delsin

JUNTO AS MÃOS

JUNTO AS MÃOS

Eu não sou muito de freqüentar templos.
Não que eu não goste.
Gosto.
Gosto de adentrar nas igrejas e ficar admirando os vitrais.
Sentindo a paz.
Gosto de igrejas silenciosas.
Entro, sento. Fico sentindo o lugar.
Tenho meu jeito de rezar.
Tantas vezes junto as mãos diante de uma rosa.
Admiro a beleza.
Agradeço a natureza.
Ou junto as mãos diante de uma cachoeira.
Agradeço o criador.
Sua obra de amor.
Falo com Deus dentro do coração.
É minha forma de oração.

Foto de Vmabs

Marchante de infinitos

Por uma qualquer manhã, ou qualquer outra distância, saio vagarosamente, lendo a displicência dos momentos. O intrépido, as anémonas, sequelas dispares, como dés-potas raros desta e qualquer outra distancia, sentados, à alquimia dos defuntos e risonhos areais, os subtis arrojos franqueando sentenças deste mar azedo, caldeiras, riscos e bravas distancias cor dum mar qualquer, especulando contactos e comunicações, esmolando a franquia quase minha de vida esta, a que me submeta talvez, sereno dis-cursar, comunicar-me contra intempestivos oratórios que segreguem as ruelas da cidade que deambule em si o fan-tasma de si mesma, a velha e póstuma cinderela diante postais iluminantes na cassandra mesclante de rasgos e diabruras, conversas informais e sentenças animais, riscos na consciência, sob apetências, como se dialogar contigo fosse referendo, referencia para as essências dos destinos postulados no refrão assassino dos tempos, segue, sei que será quezília intemporal, atempada que seja, que seja anti-moral, se restos forem, ou fossem talvez da vida a vida ainda por viver, entendemos a cada recado imaginado o seguimento sincero, demarcado contra cantos a favor do destino, como somos neste depravado resquício, faces robustas e nada serias, vendo por tudo que nos interpele cicatrizando a colorida e resfriada nobreza dos instantes, sereias sem semblante, rosas sem coração, ou dos nós dela mesma, as pernas cálidas da Dona Rita, recados de si enviando vida, restos de futuro, e Dona Rita, apostola deste restante fim que esmera o momento, espera o rico sussurro nesta mesa de café, como instantes contra feitos, a vida escorre como o momento ali cercado, pelas heresias do frio diante calor abusivo, toques e abraços disfarçando a falência da existência, pelos que nos querem, se apostarem como fariam como nós, de vida aqui as ostras são templos, decorando a modéstia do tempo, de rios feridos na alma dum vinho ali sarado, joelhos aprumados num amor ripostado, que te queira, se sentir que possa de ti nada querer, porque daqui nada que aquilo que apenas se saboreou, a vida vista à lupa dos fantásticos nada seres, cêntimos arrumados, postulados, arrufados, amarrotados, algibeiras sorriais num fundo de si mesmas, alojadas à mesa da refeição que se queira, sente, em ti, dizia antes uma tal dona Rita, uma véspera perdida, apostando em ti num calculo seguinte, seria talvez este seguimento sem essências, sem razoes, sem préstimos, por ser aquilo que seria, desapossado, desabrochado, jardim sem lume num cigarro fumado, as esferas contigo numa lua inventada, num riacho embargado entre mãos laçadas, vem lentamente que importa amiga sisuda dos tempos vitimados, das horas verdejantes de beijos colados ao peito dos arrojados, dos amigos que em tempos em ti busquei, Ana ri, Escuto enquanto de si esse sorriso dispersa pela orla da rua o eco da sala, a vitima não fala, o sentimento não escuta e eu sei, espero de ti algo que fosse ao menos qualquer coisa, como a batuta resfria um calor que sentira, um café algemado, um toque inventado, e a musica ali, juntinha a porta onde fumo o ultimo cigarro da noite em que já nada existe, a porta cerrada e a rua calada, girando no vazio, os espectros são vândalos, os animais corroem as essências deste sequíssimo talvez, um arfar natural duma sala sem ninguém, um lugar de desdém a fala de mundos entretidos como quem soube um dia, que aqui sim, o amor nascera e ficara para sempre preso ao ninguém, sempre o desdém que importa Teresa, vem, escuta comigo o refrão da vida, um outro toque nesta alma que mendiga um silencio calculado na esfera antiga, conheci-te nesta resma frágil da existência e senti que contigo a vida renasceria sobre os bancos do ermo, jardim formidável, senta-te aqui comigo Teresa, a tua voz trás magia e a solidão ganha nome, sabes quem me disse que um dia, nesta repelente via, a vida renasceria com a voz do caminho, foras um dia aquele dia aqui, na esfera do nada um total absoluto, bebe café, tranquila e presente, um dia estarás sei, na sala encantada da mais seca verdade daquilo que nunca alguém tocara, se fan-tasma ou funesta, somos restos sim, queres da vida a vida ou a vida deste nada que um dia já somos?
Bom dizer bem. Bem. Outro que fosse, seria na mesma, que importa, o borbulhar exequente ou quiçá, consequen-te, de barbatanas içadas, almagras e fruto, sôfrego destino às causas pudicas de vidas correntes, nesta maré, vi teu olhar, frio de monte, ocultando este sortido navegar, vai lentamente como vida à vila, olhar seria um possível raro que se esmera, acredita assim nisto. Como se os olhos se abrissem na direcção do erro.

Foto de Maria Goreti

ABRE ALAS, PAPAI NOEL, QUE EU QUERO PASSAR... COM A MINHA DOR!

É Natal!

Homens vestem suas fantasias.
Papai Noel, José, Maria, o Menino, anjos e reis...
Estão nos shoppings, parques, praças, templos...
Casas e ruas são enfeitadas com muitas luzes e cores.
Comércio em polvorosa! Pessoas se atropelam nas ruas e avenidas em busca de presentes...
Abraços, beijos, mensagens de otimismo...
Em algumas casas roupas novas, mesas fartas... Em outras, tudo a faltar:
o pão, o brinquedo, a roupa e o Papai Noel que jamais chegará...
Brota o espírito de solidariedade... Mas muita gente anda a criticar!

É Carnaval!

Comissão de frente, bateria, carros alegóricos e seus destaques,
mestres-salas e portas-bandeiras, passistas, baianas... Luxuosas fantasias!
O rufar dos tambores a misturar-se ao movimento das cadeiras rebolantes,
dançantes, esfuziantes de homens e mulheres seminus, incandescentes, sensuais, sexuais...
São as escolas de samba a desfilarem nas avenidas.
Os trios elétricos, as burrinhas, os blocos de sujos...
Cheiros que se misturam no ar: de bebida, suor e sangue.
Gritos deslumbrados de alegria, euforia... Medo e dor.
Medo e dor da violência...
Medo e dor de alguém que sofre a perda de um ente querido...
Mas quem se importa com isso?

É Carnaval... A festa da alegria!

Esquecem-se das dores e até dos seus amores e caem na folia.
Buscam encontrar uma paz que nada mais é que fugir das dores do dia-dia.
Um rio de dinheiro gasto em alegorias...
As máscaras são as mesmas.

E é justamente o Natal... A festa da hipocrisia!?

Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 17/02/07

Foto de madim_shakur

civilizaçao(Alvaro da Horta)

Sou o fuel dos novos tempos,
a luz dos velhos templos.
Sou o amor dos motorizados.
Sou o tudo em todo lado.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"CASA DE DEUS"

CASA DE DEUS

Lugares de aconchego espalhados pelo mundo
Edificações cravejadas de muitas histórias
Com conteúdo rico e profundo
Templos de paz, paradas de glorias.

Refugio de todo aquele que crê
Umbigo da terra, casa do cristão.
Morada daquele que olha e vê
Igrejas, templos, casas de oração.

Não importa o nome
É o propósito que interessa
É a casa de quem criou o homem
Lá ninguém te despreza.

Alimento daquele que é forte
Arma de bravos guerreiros
Nau que singra no mar tranqüilo da sorte
Tesouro para todos nós, seus herdeiros.

Foto de Raiblue

Mil e uma luas...

Se você viesse
Eu lhe daria mil e uma noites
Nossa Bagdá de Ali seria aqui
Jardins suspensos
Babilônias
Templos de amor...
Bombas de açoites
Nossos beijos vermelhos...
Bagdá à beira
Dos rios do desejo...
Sobre o tapete
Voaríamos sem descanso
Em direção aos prazeres
Mais insanos
Sem pressa...
Rezaríamos por todos os cantos
Nosso mantra mais profano
Ritual sagrado
Orgástico...
Descobriríamos divindades
Dionísicas nesse misto
De carne e espírito...
Devassaríamos os caminhos
Dessa viagem sem volta
Apagaríamos todas as portas
Inundados pelo cio
Levados pela correnteza
Dos rios...
Seríamos represas
De águas doces... salgadas
Naturalmente mornas...
Te daria mil e uma luas...
Sempre cheias
Nesse crescente amar...
Que nossa Bagdá resista
Até esse dia chegar...
Que nenhum ataque destrua
A capacidade de sonhar...

(Raiblue)

Foto de noturno_alfa

a mensagem

traço estas linhas sobre a unica das mulheres que me faz delirar de amor.
a mulher mais linda,e a mais delicada das rosas.sempre que fecho os olhos vejo-a linda,a cada dia,a cada noite.
ela e a mais brilhante das estrelas.
o meu amor por ela e tao grande,acho que morreria se deixa-me,a solidao iria
matar-me,porque o amor dela motiva-me a viver,mas a morte seria um consolo,preferia morrer ao sofrer de amor.
sei que tudo terminara um dia e ate a lembrança e a memoria terminariam se eu nao tivesse o poder de traçar estas linhas em uma mensagem.
a perenidade das coisas que no futuro serao somente ruinas esta na escrita.
a majestade dos templos ficara so na palavra,o brilho do ouro ficara so na palavra,o sangue correra so na palavra,o principe ressuscitara so na palavra.o homen volta quando seu nome fica gravado para sempre,mesmo que seu corpo seja somente cinzas.
esta e a primeira de muitas cartas e mensagens sobre esta mulher que tanto amo.

Páginas

Subscrever Templos

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma