Teima

Foto de Carmen Vervloet

Nua E Gorda

Nua e Gorda

Hoje a lua rasgou seu véu
E flutua nua e gorda lá no céu...
E faz brotar esses versos
Semeados no meu universo...

Traz-me a magia da poesia...
Nessa noite que agora é dia...
Iluminada por tanta beleza...
Prenhe de delicadeza...

E o meu corpo dançando
Vai junto acompanhando
Nessa inspiração sem fim
Que mora dentro de mim
E teima em versar assim...
Esse amor que só diz sim...

Já é madrugada...
E eu acordada
Nos braços teus
Que são tão meus!...
Nua e gorda como a lua!...
Só sua!...

Carmen Vervloet

Foto de Sónia A. Silva

Porquê senhor?

Porquê Senhor?
Esta dolência
Este profuso Amor,
Num coração de benevolência.
Porquê Senhor?
Me condenaste a martir...
Com tão sofocante dor,
Que teima em não partir.
Porquê Senhor?
Cada dia pugnar
Para um épico sentimento...
Nesta alma pueril camuflar.
Porquê Senhor?
Não ouvis meu aleno,
Pra esta beligerância cessar
E a chusma,
Este ditame degredar.
Porquê Senhor?
Esta lonjura
Que dardeja meu pensamento,
Se perdura...
Neste inolvidavel sofrimento.
Porquê Senhor?
Só nos sonhos adejar...
O seu cheiro sentir...
A sua face beijar...
A sua voz ouvir...
Porque Senhor?
Não me podes realizar,
Todos estes sonhos pueris.
Desta escuridão me libertar...
P'ra na luz ser feliz!!

Foto de Carmen Vervloet

Cidade Sem Cor

Cidade Sem Cor

Com seus olhos de progresso
A cidade caminha
Pelas minhas veias
Com seu andar assassino.
Percorre meu corpo
Que resiste
Com seu jeito menino
Que teima em acreditar
No homem... Em Deus...
Na verde esperança
Que se mistura ao cinza
Da poluição...
Ao negro do petróleo... Do minério...
Indício de morte... Cemitério...
Sinto cada pedaço de mim
Arrancado do meu ser...
Num triste padecer
Entre lamentos e dor...
A cidade está sem cor!
E meus olhos vermelhos
De tanto chorar!...
Ruínas... Destruição...
Sinto-me um corpo estranho
No corpo da cidade aniquilada...
Mas não perco a fé!...
Não me rendo!...
Acredito nesta nova geração
Atenta...
Ela nos libertará do caos...
Disseminará o mal...
E embarcará nesta nau
Quase naufragada...
E com a força do seu jovem coração
Segurará com firmeza o timão
Na perspectiva de uma vida futura
Reerguerá com outros ideais
E nova arquitetura, esta cidade...
Com zelo... Respeito... Devoção...
Enquanto resisto... Liberto meus versos...
Estes, a poluição, não pode me arrancar...
Liberto-os devagar!...
Para que ecoem no ar
Num grito de socorro
Enquanto aos poucos... Morro.

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

Irresistível...

O pranto teima em rolar...
Mas vejo a rosa se abrir, sorrindo,
Pedindo-me pra não chorar,
Então deixo a tristeza passar
E devagarinho ela vai se indo...

Não quero ver o amanhecer...
Mas a luz do sol magnetiza meu olhar
Que se perde na beleza que reluz
Que se ilumina com o novo alvorecer
Um novo dia que me faz renascer.

Recuso-me a admirar as estrelas...
Mas impossível evitar, deixar de vê-las,
A bailar na imensidão...Etérea coreografia,
Luzes que se confundem, celestiais sinfonias,
A me enviarem amor por telepatia.

Fecho os olhos e ando por aí...
Sinto meus pés acariciados pela grama,
E um caminho salpicado de flores
Faz meus olhos se abrirem
Diante de um festival de cores!

Ainda assim tento resistir...
E me fecho como concha solitária...
Por uma fresta, olho o céu e um clarão
Reflete o azul de seu olhar, em meu olhar...
De súbito, abraço a esperança e volto a sonhar.

Foto de HELDER-DUARTE

Voltou

Ai meu Deus! Que ela voltou, mas eu não sabia!
Qu'ela em força e em acção de novo voltaria.
Queimou os pecadores e ainda os santos, sofredores.
Eis que ai está. Já se sente, seus horrores e calores.

Oh tribunal de fogo do inferno! Filha de Babel e de Hitler.
Porque voltaste? Mulher de venenoso fogo fatal. Não era mister!
Oh Santos de Cristo! Não pequeis! Pois ela vos mata e queima...
E vós, que pecais! Tendo, bastante cuidado, pois a vós matar teima.

A mim, sem razão me excomungou da minha casa, da casa do trigo, dessa.
Da casa do pão e das mansas, ovelhas. Também da do verde vinho casa;
E ainda da cidade, do meu nascimento, que eu amei e amo tanto, tanto.

Para longes terras, de nome Babilónia, me transportou e deportou...
Depois cai e ela me cobriu de aroeiras. Em vez de me ajudar, fogo atiçou.
Mas Deus, que é total e real, me está dando vida e já novo cântico canto!

HÉLDER DUARTE

Foto de Carmen Lúcia

Não ria...

Não ria de meus poemas...
Nem se desfaça de meus versos,
Deles você é o tema,
Neles estão expressos
Os mais puros sentimentos
Em cada linha, anexos,
Em cada palavra, impressos.

Não ria de meus poemas...
Pois, neles você ainda reina,
E neles você ainda teima
Que eu fale da angústia
Que em meu peito queima...
E voam baixinho sem ter mais porquê,
Já que o amor que os mantinham
Acabou de morrer.

Não ria de meus poemas...
Mantenha-se calado!
De tão debilitados
Lutam por sobreviver,
Já não encontram rimas
Nem amor que os reanimem...
Sobrevivem da saudade...
Eterna e verdadeira,
Amiga e companheira.

Foto de Deoleones

Aos meus doentes...

No meu olhar uniforme,
do amor,
do sacrifício...
renuncio a própria vontade.
chamam-me:
Senhora Coragem
De leito em leito, de casa em casa...
Vigio o sofrer. . .
A dor é menos dor, e é menor a aflição...
Sobre a fronte febril e cheiro a morte
Ponho as minhas mãos.
As palavras não saem mas eu fico mais forte.
Senhora Coragem,
Tenta não chorar.
Na tua pele enrugada
vejo a pessoa que foste.
Hoje!
Apenas um ser,
um corpo.
Tudo desapareceu.
Mas eu aqui estou.
Minha presença é luz,
sombra,
proteção..
À morte que teima chegar.
Senhora Coragem!
De casa em casa de leito em leito
vigio o sofer!!!

Deoleones

Foto de Deoleones

No Teu Olhar

Dentro do teu olhar Há algo de novo…
Paz? Amor?
Não sei!
Apenas sei que nesse encanto,
Revejo-me,
Tão menina tão mulher
Sedenta de amor e desejo atroz,
Como vento que passa levemente por mim Sem deixar rasto.
Com carinho olhas para mim!
Deixo-me ir!
Como onda que se desfaz na areia, Entrego-me a ti!
Na tua voz sinto o desejo do teu corpo, nas tuas maõs o carinho, a ousadia.
Saboreio com a alma, alma repleta de amor.
Amor que não entendo
nem quero; Mas que teima viver dentro de mim.
Olho para ti!
Como que suplicando, aconchego – me em teus braços
Estou aqui! Estou aqui!
Sinto o calor ardente de teu corpo, Trémula deixo-me embalar nos teus braços fortes aproveitando o momento, esqueço o tempo.
Feliz? ...
...Fui embora!
O teu sabor fica dentro de mim,
Amargo?
Doce?
Não sei!
Mas dentro do teu olhar algo de novo
Me fala!...

Deoleones

Foto de Cesare

Rastros na Areia

Deixo pegadas atrás de mim...
Marcas de meus próprios pés descalços,
que vão ficando para trás.
Recuso-me a olhá-los,
são sulcos gravados na areia molhada pelas ondas do mar.
Logo, esses rastros serão apagados.
As pegadas serão levadas pela natureza.
Seria ideal ver minhas dores lavadas pela natureza...

É isso que desejo nesse momento.
Que meu passado seja apagado,
como os sulcos na areia.
Arrastado pelas ondas do mar e se perdesse...
Ficariam apenas rastros de minhas lembranças.
Mas não existem ondas para carregar tais dores,
nem as lembranças onde você teima em aparecer.

Ah... se o mar pudesse lavar as recordações,
como os rastros de meus pés na areia.
Mas não é assim tão simples,
rastros de amor não se apagam dessa maneira.
As ondas do mar não atingem meu coração!
E é lá que você teima em se esconder delas.
Ainda viva e forte na memória...

Rastros na areia são apagados.
Mas em meu peito,
meu coração parece afogar-se...
E rastros de lágrimas molham meu rosto.

LeandroCesar

Foto de Osmar Fernandes

Quem acordou Deus?

Quem acordou Deus?

- Quem acordou Deus?
Foi a rebelião de Lúcifer?
Foi a criação da vida vegetal e animal?
Foi a criação do homem e da mulher?
Foi a descoberta sobre o bem e o mal?
Foi o cerco de querubins ao redor do Jardim do Éden?
Foi o segredo do caminho da árvore da vida?
Ou foi a mordida da maçã – o fruto do pecado?

- Quem acordou Deus?
Foi Caim, o inventor da morte?
Foi o castigado setenta vezes sete?
Foi a idade de Matusalém?
Foi Enoque, que para Si o tomou?
Foi a corrupção dos homens de fama?
Foi o dilúvio – o fim do primeiro mundo?
Ou foi o pacto feito com Noé?

- Quem acordou Deus?
Foi a confusão das línguas na Torre de Babel?
Foi a promessa feita a Abraão?
Foi a destruição de Sodoma e Gomorra?
Foi a mulher convertida em estátua de sal?
Foi o incesto arquitetado pelas filhas de Ló?
Foi o nascimento, vida e morte de Isaque?
Ou foi a fé de Abraão?

- Quem acordou Deus?
Foi Esaú e Jacó?
Foi José – o interpretador de sonhos?
Foi ter ficado face a face com Moisés?
Foi a teima do Faraó do Egito?
Foi o êxodo pelo meio do mar em seco?
Foi o juramento de guerra declarado a Amaleque?
Ou foi a resposta a Moisés: “EU SOU O QUE SOU!”

- Quem acordou Deus?
Foi a lei do dízimo para a obra do Senhor?
Foi a crença do povo em Zeus?
Foi a lei sobre o que deve ou não comer?
Foi a lei acerca da união dos abomináveis?
Foi o reinado do rei Davi e do rei Salomão?
Foi Isaias, o escolhido e consagrado profeta?
Ou foi a virtude, a fé e a paciência de Jó?

- Quem acordou Deus?
Foi a reencarnação de Elias proclamado por Cristo?
Foi a morte horrenda de João, o Batista?
Foi a pregação do Novo Testamento?
Foi a incredulidade de Tomé?
Foi a contagem do tempo segundo Pedro?
Foi a revelação do apocalipse?
Ou foi o apontamento do homem de número 666?

- Quem acordou Deus?
Foi a grande explosão?
Foi a teoria da origem do Universo?
Foi a teoria de que o homem descende do macaco?
Foi o período da fase glacial? O fim dos dinossauros?
Foi a mudança de hábito do homem nômade?
Foi a descoberta do fogo, da roda e da escrita?
Ou foi a relação econômica, política, social e religiosa?

- Quem acordou Deus?
Foi a Revolução Industrial?
Foi o poder do tribunal da Inquisição?
Foi a destruição de Hiroshima e Nagazaki?
Foi a venda de indulgências da Igreja Católica?
Foi a corrida espacial?
Foi a invenção de armas químicas, biológicas e nucleares?
Ou foi o protestantismo de Martinho Lutero?

- Quem acordou Deus?
Foi o holocausto de Hitler?
Foi o misterioso silêncio do Vaticano?
Foi o engano profético de Nostradamus?
Foi a ousadia de Osama Bin Laden?
Foi a guerra Santa do Terceiro Milênio?
Foi o buraco na camada de ozônio?
Ou foi o poder bélico norte-americano?

- Quem acordou Deus?
Foi a miséria espiritual e mental do homem?
Foi a invenção da pílula, da camisinha, do motel?
Foi o bebê de proveta? A barriga de aluguel?
Foi a descoberta do mapa da vida – o genoma?
Foi a invenção cibernética? O implante do coração?
Foi o e-mail, a internet, a transa virtual? A solidão?
Ou foi o clone, essa imitação do “deus” ateu?

- Afinal, quem acordou Deus?

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