.
.
.
.
- Meu tempo é pouco quando te vejo,
meus segredos são sonhos e desejos,
minha vida é doce vinda de teus beijos,
meu amor por ti engrandece e padece,
todos os dias que teu sol me aparece,
minha alma aquece, meu medo arrefece…
- Amor, não sei quem és e onde estás agora,
procuro-te tentando vislumbrar teu trilho,
dia e noite olho o céu e não sinto teu brilho,
envia-me uma estrela e dá-me um sinal,
permite-me que te ame, isenta-me do mal,
sonho por ti, ser sentido como príncipe real,
quero fazer feliz nesta vida sem igual…
- Canta-me de manhã quando te abraço no mar,
quero ser um marinheiro nas tuas ondas queridas,
vagueio sem rumo, sem vela e sem saber pescar,
vem ser minha princesa, das minhas ilhas perdidas,
toda a faina te oferecerei, sendo ela o meu mundo,
meu amor e a minha alma, o meu tesouro profundo…
- As teclas do meu piano, choram sons de espera,
com o meu copo na mão, vejo-te lá fora a toda a hora,
a magia dos anos não me desespera, ela é sincera,
aguarda-me uma esperança…se recusa de ir embora,
sei que vou-te encontrar, nas estradas de sul a norte,
és o meu centro, estou dentro da resistência e do suporte…
- Palavras não te sei dizer nem escrever, só te quero ter,
fala-me do teu sonho, desenha-me a tua luz no ar e no vento,
saberei o que aguento, e por ti, tudo farei, prometo que tento,
são cores que não encontro, os meus pensamentos agora,
diz-me somente, porque está ausente o meu caminho por ora,
pinto na areia a tua imagem que me vagueia como sereia,
traz-me felicidade, nesta minha idade com amor ou amizade…
- Estou só nesta mesa, sem pão, sem ti, sem sobremesa,
acompanha-me tristemente um cão vadio e um gato siamês,
o primeiro me ensina, o que faz todos os dias do mês,
caminhando sempre, procurando e desejando manter-se vivo,
o segundo reflecte-me a maciez do outro lado da vida,
que perdida pode ser vivida pela sorte aqui ou em Goa,
vem minha vindima da terra boa, sê meu vinho e minha broa,
abraça-me neste navegar…bebamos um porto sentados na proa…
Montanha
04-07-2009