Sombra

Foto de Rosamares da Maia

O Sol e a Lua

O SOL E A LUA

Este amor é como uma longa estrada
De horizontes perdidos, distantes.
Nela teu corpo serpenteia e se espalha,
Exala o cheiro e saboreia o gosto da terra,
Molhada, quente, explodindo fertilidade.
É o território plantado dos meus desejos.

Mas, somos almas rebelde, ciganas.
Não amamos o amor, nos rebelamos.
Nossos corações são dispersos,
Desesperados, sem rumo, sem paradeiro.
Fugimos da imagem refletida no espelho.

Temos princípio que não se conhece,
E fim que ninguém imagina.
— Temos medo dos nossos desejos.
Assim, temos a forma abstrata do tempo,
Que nos tornou infinitos, porém intangíveis.

Por audácia, burlamos as leis universais,
Transcendemos dos nossos destinos,
- morte e vida,
Quando tu te deitas eu me levanto,
Tua sombra e o meu calor se tocam,
Neste breve momento nos entregamos.

Rosamares da Maia

Foto de Carmen Lúcia

O que é morrer?

Morrer é ver truncados os sonhos,
não os deixar fluir, condená-los ao abandono,
é querermos ser diferentes do que somos,
carcereiros do que seremos e do que fomos
aferrando grades pelo corpo inteiro,
afastando o amor, quiçá verdadeiro...

Viver uma vida de ilusão,
querer dizer sim quando se diz não,
privar-nos de fantasias, indiferentes à poesia,
reprimir os sentimentos, dar vazão aos lamentos,
negar um gesto de carinho,
sentir a solidão, mesmo não estando sozinho.

Ser sombra que assombra ou mal assombrada,
ser sapo ou bruxa, nem príncipe ou fada
e no fundo sentir que não é nada...
 
Enfim, morrer é desconhecer o prazer
de envelhecer sem ter envelhecido,
de se apaixonar, embora não correspondido,
de pular o muro e se deparar com o desconhecido.
 
              _Carmen Lúcia_

Foto de Rosamares da Maia

Estradas e Destinos

Estradas e Destinos

Eu amo o serpentear desta estrada solitária.
Tangendo as vidas que passam,
Tal qual eu tangendo a minha mimosa.
Amo cada pé de ipê, rosa, roxo e amarelo,
A espalhar generosidade em sombra e beleza,
Fazendo companhia aos passantes,
Nativos definitivos ou meramente errantes.
Pensando bem, tenho facilidade em amar.
Vejo graça e serventia em quase tudo,
Até mesmo, no capim brabo,
Que nascem às touceiras na beira do caminho.

Nos infinitos desta estrada se levanta e se deita o dia,
As manhãs tem cheiro de novo com sabor de esperança,
As noites são precedidas de uma tarde preguiçosa,
De passos lentos, sem nenhuma pressa de ir,
E exalam perfumes de flores simples,
Que soltam suspiros antes de dormir.

Eu amo esta estrada, por onde serpenteiam destinos,
Misturando histórias e causos estranhos,
De nativos e estrangeiros, todos aventureiros,
Tangendo por instinto os seus destinos.
Mas eu amo com frívola facilidade.
Serpenteio contando as borboletas, suspirando,
Menino de pés descalços, bebendo a vida,
Nos canudos dos mamoeiros,
Por onde se sopram bolinhas de sabão.

Amo o serpentear desta minha vida com felicidade,
Aspirando as manhãs tranquilas, o desabrochar das flores,
No ritmo da flauta que tange a vida,
Sem buscar causas ou nexo, apenas acompanho o ritmo,
Como a criança inocente que espera o destino
E cumpre o desejo da estrada.

Rosamares da Maia
05.10.2011

Foto de Alexandre Montalvan

Saudades !

Palavras que calam
Não podem descrever
Saudade tanta, que me espanta
Tanto sofrer

O teu perfume, a foto tua
Uma simples escova esquecida
no toucador

Tua peça intima que escorrega da minha mão
Feroz tortura
Cativeiro insano, a sombra imensa, a dor intensa
As grades tensas
de uma prisão

Lagrimas rolam
Sorriso amargo
E a amargura de estar vivo
Sem ter você
Amor maldito porque é maldito o meu viver

Se não é certo, o que é certo
em todo meu ser

Alexandre

Foto de von buchman

O PERSEGUIR DOS MEUS ESCARNECEDORES...

O PERSEGUIR DOS MEUS ESCARNECEDORES...

Por que não se fez trevas e pereceu o dia que nasci?
Por que os médicos não disseram infelizmente
ele não veio ao mundo o concebido,
mais um feto morto...

Eu hoje me sinto como uma ovelha que vai ao abatedor
sem reclamar no braço do seu criador feliz sem saber
que em minutos será sacrificada...

Reclamar o bem que eu muito queria e não o ganho,
mais o mal vem a mim com capim na terra fértil pelos
meus perseguidores e escarnecedores...

Me crucificaram sem dó!
Na perversidade da carne e na satisfação
da maldade do horror...

Todos os meus festejam com minha queda
e profetisa o meu terminar de vida na miséria
e na fome, como o meu próprio filho profetizou sobre mim...

. Não quero e nem aceito tamanho mal ou profecia,
pois sou filho de Jeová ele nem imagina,
que tocou em um ungido do SENHOR EMANUEL ...

E bem digo nem só de pão vive o homem
e lastimo que o bem e a satisfação deles
o mundo comera com o ferrugem come o ferro...

Se não fosse meu Deus teria sucumbido no 1 golpe
que foi profundo e fatal no meu peito atingindo
mortalmente meu coração dado pela pessoa que
tanto fui apaixonado e amei intensamente
e vive 32 anos!
E o derradeiro golpe e fatal foi aferido pelo meu filho
que tanto amava, hoje meu inimigo mortal...

Hoje estou com uma ferida que sangra continua
numa hemorragia lenta e letal sem contensão ...

A morte já se anuncia pelos olhares dos abrutes
tem sido aqueles que tanto amei e honrei ..

As hienas do meu cativeiro,
são aqueles que tanto dei-me e cuidei,
e hoje ficam a espera o derradeiro tombo
meu para poderem me dilacerar no frenesi
da ganancia e da carne viva que sangra,
esperando o rasgar das minha migalhas do meu corpo...

O que mais me dói e saberem que ainda
tem vida no meu corpo,
E olho para meu lados e vejo que estou só a mercê
dos carniceiros que querem até vender meus órgãos
para ganhar mais com a minha morte...

Lastimo da minha sorte e agradeço a Deus
que minha alma e minha salvação não pode ser
saqueada ou me retirada...

Bem dito seja meu Deus que me deu a salvação,
mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte
não temerei mal algumas,
por que Senhor estarás comigo...

Olho para traz e vejo a maldades de todo aqueles que
estendi minha mão na hora do sufoco ou da necessidade
e vejo que o fim esta próximo,
seus olhos brilham com meu padecer....

Meu bom Deus já prepara os anjos para levar minha alma
e espirito pois sei que a batalha da carne posso ter perdido
para os malfeitores,
ladrões e escarnecedores...

Para mim tenho o teu consolo meu Deus
mesmo chorando e sofrendo a agonia da morte
que já se anuncia só me resta chorar,
louvar e agradecer ao Senhor pelo seu amor
e misericórdia para comigo...

Em 57 anos de vida achei que já tinha visto de tudo,
mais hoje vejo em mim Jó e as profecias do final do mundo
onde o mal vai assolar tudo e a todos ...

As trevas e o mal tem cantado
e dançado com meu sofrimento
e decepcionar com quem tanto amei
e cuidei de minha família que criei para servir a Jesus
e hoje trabalham para envergonhar
ao Pai celestial me perseguido,
saqueando e o fruto do meu trabalhar ...

E a derradeira maldade saiu da boca de minha mulher
onde disse que eu não sou um homem,
e que não sou casado e sim solteiro
sendo ela é uma mulher só,
entendo que assim meus filhos frutos
deste casamento evangélico na tua presença
meu Deus !
Perdoa meu Deus ela não sabe o que fala...
pois de nada valeu o mesmo
e sim não passou de um caso
ou envolvimento oportuno para satisfação
da carne ( filhos do pecado)...

E muito me parecendo com a mulher de Jó
quando o mandou Jó amaldiçoar
a Deus para morrer
e Jó a chama de louca...

Meu Deus abrevia meu cativeiro,
saciando a minha afrisão e dor...

Honra-me senhor para que os escarnecedores
e malfeitores não fação mais festa
com o que restou de vida no meu corpo...

Deixando-me ter o suspiro derradeiro
e final do bater do meu coração
nos teus braço meu Deus....

Foto de So_fia_So

Homem sem sentido

Quando vais

Nem um rasto deixas.

Levas no olhar

Um futuro fixo

Onde não apareço.

Depois,

Vais deixando pegadas,

Murmúrios já cansados,

Com medo que me esqueça

De Ti.

Para quê?

Onde estás

Eu não existo

E esforças-te

Por te lembrar

Que o tempo tem

Um passado

Onde gostas de te vir

Enroscar no futuro

De planos

Que só sonhas.

Do lado de lá

Não sou nem sombra.

O que dizes

É espuma que

Chega já morta.

Fica na onda,

Enrola e desaparece.

Sou um espectro

Que só volta

Sempre que

Atravessas a ponte

E o cinzento se veste

De cores.

Do lado de cá.

Nesta margem

Que Te divide,

Nem sabes bem

Se existe(s).

Dá-te prazer

Esta viagem.

Nunca saiste do País

Fazes turismo

De norte a sul,

Foges um pouco

Do que sabes de cor.

Mas, na verdade

É na outra margem

Que estás sepultado.

Para quê as flores

Deste lado?

Já perderam a cor,

Secaram.

Foto de nelson de paula

NOITE DOS MORTOS("De Vozes do Aquém")

Não acredite em vida,
depois da morte.

Só há a morte
lá do outro lado.

Viva a vida onde há vida.

Não haverá lembranças e nem sinais,
apenas uma noite contínua e silenciosa.

A alma acaba.

Finda com a vida,
pois a ela é inerente.

O mundo dos mortos
não é como o nosso.

Não é nada,
apenas o que sobrou,
enquanto persiste o eco
daquilo
que eventualmente foi.

Não poderiam caber
todos
no mesmo Paraíso,
por isso já foi tudo criado
como é,
sem nenhuma esperança
de ser diferente.

Ser é um prêmio,
mas perceber, um castigo.

Antecipar o desfecho
pode parecer razoável,
mas também
inútil.

Não resta à Inteligência
senão permanecer
inerte,
ou seja
burra.

Força a consciência
a farsa.

E resulta em uma farpa,
doída.

Saudade não constrói.

Toca.

Pedra tapa,
mas não garante
que escape
o desejo.

Talvez supere a vontade
o limite
e traga
esperança
para quem tenha
ousadia.

Nada garante,
mas vale a pena
plantar
a semente
no solo
que os pés
consagram,
ao marcar com a pegada
onde antes
havia
somente pó.

Evito,
mas também insisto
em chamar.

Não ouço,
mas prefiro
manter as portas abertas.

Confesso
que acho
que não creio,
mas acalento
algo
frágil,
como o movimento
repetido
perto
da minha
sombra.

Foto de Melquizedeque

‎:::: CONSELHEIRO DA MORTE ::::

.
.
.
.
Acordei com o cheiro da criança morta
Que, outrora, sonhara permanecer viva.
Essa morte criminosa e encomendada,
Castiga todos que não lhe reverencia.
Diafragma atrofia quando sente a peçonha;
Não é um sonho lúcido de cinema mudo!
É lúcifer a libertar sua doce e amada filha.

Ser orgânico dos mais ignotos lugares...
- Teu medo atroz é minha bússola guia!
Ser pensante e geográfico nos quatro ventos,
Necessito da tua sombra como alimento;
Tua lágrima humana sara minha melancolia.
A planta dos teus pés destrói a o belo...
Levanta muros invisíveis – Guerra fria!

Tu és sombria, oh morte mensageira!
Já fui catequizado com o medo humano...
Já senti o cheiro do teu hálito dormente.
Hoje penso na vida dos caramujos esmagados,
Vejo as horas no relógio de parede, parado.
Feri meu corpo com a tua minúcia mágica.
Morte! Não quero ser humano – Ser inconsequente.

Filho meu, sinto teu corpo cair no abandono...
Levanta-te de dentro de si e atire a primeira pedra!
Silencie a voz dos que clamam no deserto,
Onde as madres parem carcaças de gente.
Teus dedos será a foice que decapita os reis;
Mastigue a carne do teu corpo, os resíduos da mente...
Seja exegeta vagabundo... Sem trabalho, sem parente.

Charles Von Dorff, 19 de janeiro de 2012.

Foto de Melquizedeque

‎:::: FRAGMENTOS DO BELO ::::

Congelado no espaço e tempo,
a taça de cristão derribada da mesa,
permaneceu suspensa no ar denso.
Apenas um ângulo da métrica quântica,
foi capaz de torna em arte a inteligível cena.
Atônito, senti meus olhos ouvirem,
- Por mais que me doesse a carne – ,
desestabilizado com quarks malditos,
vi uma das faces neutras da física.
Diânoia da ciência oculta – Episteme?!
Tudo parou mediante o impacto do medo.
Senti o gosto dos gritos a sair das partículas
desesperadas por não quererem a separação...
Será mesmo o belo tão tenebroso e inteligível?
As pessoas conversavam sobre as notícias,
sobre seus filhos, imposto de renda.
Eu olhava o copo suspenso no ar da sala,
e contemplei a semântica da tragédia diária.
- Minha sombra gargalhava enquanto eu temia!
Escutei no arrepio dos pelos da pele,
o que parecia ser uma explosão de agonia.
Taquicardia descontrolada; meu respirar diminuía.
Um fragmento de silêncio penetrou tal suplício.
Vi-me estático à beira da dor - Paradoxo restrito!

Charles Von Dorff, 18 de janeiro de 2012.

Foto de Lefurias

Vou te deixar louca!

Na praia ou na sombra do parque
Eu quero sentir o sabor da sua boca.
No escuro, com o clarão da Lua,
Eu quero poder tirar toda a sua roupa...

Louca! Vou te deixar... Louca!
Quando eu fazer encontrar os meus lábios
Com os lábios da sua boca!
Louca! Vou te deixar... Louca!
Quando, com um toque suave,
Eu fazer você tirar toda a sua roupa!

No quarto ou na sala de estar,
Eu quero ficar sempre ao seu lado,
Na Igreja lotada, no altar,
Eu quero estar lá, como o seu amado!

Não vou permitir nada de errado,
Não vou repetir o erro passado!

Louca! Vou te deixar... Louca!
Quando eu fazer encontrar os meus lábios
Com os lábios da sua boca!
Louca! Vou te deixar... Louca!
Quando, com um toque suave,
Eu fazer você tirar toda a sua roupa!

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