Congelado no espaço e tempo,
a taça de cristão derribada da mesa,
permaneceu suspensa no ar denso.
Apenas um ângulo da métrica quântica,
foi capaz de torna em arte a inteligível cena.
Atônito, senti meus olhos ouvirem,
- Por mais que me doesse a carne – ,
desestabilizado com quarks malditos,
vi uma das faces neutras da física.
Diânoia da ciência oculta – Episteme?!
Tudo parou mediante o impacto do medo.
Senti o gosto dos gritos a sair das partículas
desesperadas por não quererem a separação...
Será mesmo o belo tão tenebroso e inteligível?
As pessoas conversavam sobre as notícias,
sobre seus filhos, imposto de renda.
Eu olhava o copo suspenso no ar da sala,
e contemplei a semântica da tragédia diária.
- Minha sombra gargalhava enquanto eu temia!
Escutei no arrepio dos pelos da pele,
o que parecia ser uma explosão de agonia.
Taquicardia descontrolada; meu respirar diminuía.
Um fragmento de silêncio penetrou tal suplício.
Vi-me estático à beira da dor - Paradoxo restrito!
Charles Von Dorff, 18 de janeiro de 2012.