Sombra

Foto de Carmen Lúcia

Errando também se aprende

Despojei-me do amor-próprio, do recato...
Submeti-me! Perdi a compostura!O aparato!
Deixei de olhar para o céu!Que desacato!
De ver estrelas nas alturas...Por desagravo!
Baixei a cabeça, busquei-as no chão...
Só ilusão!Escuridão! Solidão!
Fantasmas...Vítimas da retaliação...
Tornei-me sombra, sombria, alienação...
Ofereci as duas faces...
Pra que esbofeteassem
Ouvi bramidos de compaixão,
Devastação!Humilhação! Indignação!
Comi o pão que o diabo amassou...
Não adiantou!...Nada calou...Findou!

Tentei me reerguer!...Me refazer!
Olhar-me de frente...Novamente!
Encarar-me no mais profundo eu...
Ainda havia resquícios, nesgas...
A serem costuradas, cerzidas, remendadas...
Quem sabe surgiria um novo ser?
Um novo horizonte a resplandecer?
Início de uma nova vida tão sonhada...
Erros apontam caminhos do saber.

Carmen Lúcia

Foto de Gideon

Ter você e nada mais

A urgência de estar com você
Um beijo molhado que tem de logo secar
Um abraço apertado que não pode deixar dor
Um olhar profundo que pouco depois se vai
Uma esperança de ficar que logo se esvai.

A urgência de estar com você
Continuar com você...ter você
Logo se desfaz a esperança frente a realidade
Do seu lar, sua vida, sua sina, talvez,

Hoje já quero ter você sempre
Não um encontro fortuito
Que força uma irresponsabilidade
Que roça, somente roça, meu coração.

Quero acordar com você
Ver você cabelos ao léu.
Olhos pegajosos da noite,
Bochechas marcadas com linhas do sono.

Quero acordar com você
Uma preguiça da noite bem transada.
Dos beijos estalados misturados aos gemidos
Do prazer de ter nós dois.

Quero correr para o banheiro, fazer barba
Você em pé na porta a espreguiçar-se, me observando.
Depois fazendo um café prá nós dois...
Que já embaraçados nos braços mistura creme de barbear
A alegria de nos termos.

Quero correr pro banho pela manhã
Você trazer a toalha e me apressar pro trabalho
Me puxar para a cama pro último amasso
Catar pedaços de linhas presos ao meu corpo.

Quero correr atrasado pro trabalho
Te acenar o último cumprimento e gritar, já na esquina,
Que te amo... te quero sempre.

Vale sonhar, devanear.
Vale quando quase se tem
O que não se tem bem pertinho de si,
Parece que para sentir o gosto de ter você sempre...
Para mim.

Sei que acho que não sei esperar você.
Sei que sei e quero te amar...
Quero contar para os meus próximos o quanto
Vale ser meio louco quando se tem a quem amar.

Quero ver você no luar, fazendo sombra na grama
Que logo nos terá agarrados, espremidos, esmagados,
Prá amar debaixo das estrelas
Como a sua fantasia te faz lembrar.

Quero você hoje, agora e sempre...
Seu amor assustado com um turbilhão
De paixões que parece se aproximar...
Com beijos saudosos que nunca acabam...

Foto de Cecília Santos

ANJO QUE ME CONDUZ

ANJO QUE ME CONDUZ
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Meu anjo de luz, que reluz
Como a estrela mais linda
Que na imensidão do céu habita
Vem até à mim
Quero apenas te abraçar
E num doce aconchego
te enlaçar
Por um momento matar
a saudade de te abraçar.
Meu anjo de luz.
Com suas plumas transparentes
e alvas como o raiar da manhã
Deixa-me tuas penas tocar
Sentir a maciez das plumas
a esvoaçar
Meu anjo de luz.
Que fulguras no céu trás pra mim
um pouco de ti.
E neste pouco que é tanto amor,
carinho, e desejo.
Seja minha áurea iluminada
Seja a sombra que me conduz!!!

Direitos reservados*
Cecília-SP/03/2008*

Foto de pétala rosa

LENTIDÃO NA TARDE

LENTIDÃO NA TARDE

Os dias, as horas, o sol, tudo passa
e eu ansiosa por um sorriso
no meio deste turbilhão de palavras, que não são minhas
nem tuas,são do bosque interior
duma rosa transparente, dum fulgor branco
onde te encontrei.
Beijo quem não conheço, olho levemente a tua boca
que quero beijar, mas
a respiração são águas onde me deito e sonho contigo.
Quem sou?
uma nuvem, um bálsamo,
no meio duma nudez absoluta e ardente,
a seiva, as lágrimas perdidas no vento, um regato,
uma sombra redonda que se perde no vento brando
na perfeição do sol que arde em soluços
atravessando a lentidão desta tarde tão fragil.
Nesta dança
dum corpo que procura um poema que sobrevive sem mim.
Deixarei tocar a valsa da vida
e sentir os teus passos dentro de mim.
Esta futilidade em que vejo o mundo e seus componentes
perturbam-me o gosto pelas palavras.
É uma luta pelo presente, sem ser o meu presente
quanto mais escrevo emoção menos o mundo
me entende.
Navego na solidão procurando as palavras para encontrar
a emoção, a liberdade, a paz o AMOR...

Domingo, Fevº 2008
Amália LOPES

Foto de Enise

Eu sei quando te quero

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Eu sei quando te quero
Não um querer sofrido que me cobra planos
Mas quando despe a minh’alma dos meus medos...

Eu sei quando te quero
Não num corpo de massa e forma
Mas quando se apodera de todos os meus sentidos...

Eu sei quando te quero
Não num ato sem barreiras pronto para levitar
Mas quando penetra na minha loucura e me leva para qualquer lugar...

Eu sei quando te quero
Não num gesto corriqueiro, rotineiro, sem pensar
Mas como me conduz para que eu me queira sempre mais...

Eu sei por que te quero
Não da maneira simplificada onde só se despejam palavras
Mas da forma sutil com que me faz apaixonar.

Eu sei para que te quero
Não para ver a minha alma em alerta, de prontidão
Mas sim livre de qualquer sombra ou escuridão...

Eu sei de que forma te quero
Não em saudade, com piedade ou solidão
Mas sem a inércia que me amedronta em vão.

Eu sei como que te quero
Não com tua boca deslizando sobre a minha em sofreguidão
Mas pelo beijo que marca meu corpo na tua criação.

Eu sei quanto te quero
Não no tamanho do abraço que eu possa inventar
Mas na volúpia com que meus braços insistem em te enlaçar.

Eu sei da capacidade que tenho em te querer
Não com a ansiedade que mora em mim sem permissão
Mas na intensidade que vem comigo em ebulição.

Eu sei quanto te amo
Não pelo tempo que teu corpo pousa sobre o meu em explosão
Mas pela força do amor que vive em mim...

E para isso não existe explicação...

Enise

Foto de Fernanda Queiroz

Mulher de todos os dias

Que talvez hoje, não foi lembrada
E neste infinito universo...
Não recebeu flores...
Nem carinho, nem louvores
Que talvez neste momento,
seja dor ou sofrimento,
em querer ser proteção,
em viver de doação.
Onde um passado ressoa,
em um brado forte,
que tenha mudado tua sorte.
Onde às vezes a morte,
entoa como uma canção.
Vivendo em recordação,
de momentos de ilusão.
De passagem por esta vida,
mais que sombra ou imersão.
Onde a realidade impera,
tua própria versão,
impregnada de omissão.
Fazendo de qualquer uma delas,
de tua vida, a mais bela.
Onde lágrimas esquecidas,
faz conter na lembrança.
Traz a paz , a alegria,
traz momentos de magia.
Faz gerar companhia,
mesmo que seja em fantasia.
Onde não existe abandono.
Onde o tempo não deixou marcas.
Onde o sorriso habita com graça,
e explode em emoção.
Pois o abraço deste dia,
esta nos braços da Virgem Maria.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Henrique Fernandes

COLHEITA DE ESPERANÇA

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Há uma extensa paixão que há muito não habita
Na suprema realidade da minha indomável solidão
Sobrevivendo á seca despontada nos meus vãos
Vigorizados e demasiadamente repetitivos
Desolados em gotas que acumulam nuvens de dor
A solidão deixa de ser triste quando é liberdade
Numa verdadeira terra de ninguém de alguém
Sobre um planalto varrido por ventos de fogo
Onde as sementes esperarão o regresso das chuvas
Adormecidas na erva daninha do esquecimento
Na franja de uma esperança que absorve o amanhã
Desnudando arbustos que dançam sem eco
Deixando apenas uma crosta salgada de lágrimas
Semeando no rosto uma colheita de nada
Num jardim sobre uma lua que não existe
Esvaziando-me de entrega a esperas que não esperam
Afio as garras do rancor sobre o dorso
De um rochedo de ausências nas minhas vontades
Que reclamam poéticas num alarme que soa revolta
A saudade devora o tempo de medo mas saboreia
A esperança encontrada num amor tatuado
No Sol que bronzeia de prazer cada ontem
Do meu chegar hoje a este cálice de emoções
O amanhã é sombra iluminada de luz
De carências que a alma exige do corpo
Que trago ao colo de uma paixão contida
Num subsolo de duvidas confirmado
O ideal toca-me o olhar com a perfeição
Num puzzle que a solidão não completa
Gritando o murmúrio de uma alma gémea

Foto de JGMOREIRA

CARTAS DE AMOR II - O escrevedor

Homens tristes, olhos encovados
Faces macilentas, noites de segredo
Andando pelas ruas atrás de cigarro
Que o acompanhe em seu desterro

Ritual de amor oculto nas trevas
Coração, chaga que não fecha
Passo a passo pelas alamedas
Que nada dizem à alma cega

Cavoucando guardados enterrados
Sob toneladas de papéis envelhecidos
Antiguidades que nada têm de raro
Querendo reviver o há muito esquecido

Depois de cumpridos todos os ritos
Senta-se no quarto em brasa
Convoca deuses esquecidos
Inicia com floreios uma carta

Carta de amor se escreve à noite
No silencio das rodas da lembrança
Erguendo as costas do açoite
Permitindo-se ares de bonança

O coração se acalma da arritmia
As mãos tornam-se rochas milenares
O rosto se abre em repentina alegria
Tendo a sombra amada por companhia

A carta de amor faz bem ao remetente
Mas mais bem faz a quem a remete
Que amor que é amor é amado sempre
Retirando os amados do mundo dos ausentes

Não importa quem a receba, ou quando
O importante é que se a escreva com amor
Mesmo que voltem, voltarão amando
Mesmo que entristeça o escrevedor

Carta de amor, quando o amor é amado
Com muito cuidado, escreve-se à mão
Para que chegue cheia de bordados
Para ser guardada dentro do coração

E um dia, quando for hora de abandono
Será a carta de amor que trará algum sentido
Fará com que uma lembrança seja sonho
Para viver mais um dia pelo amor um dia vivido

Escrevo cartas de amor todos os dias
Mesmo que seja para não serem lidas
Mesmo assim as escrevo todos os dias
Que declarar amor é o que salva a minha vida.

Foto de Mentiroso Compulsivo

GRITO DE SILENCIO

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Uma saudade do tempo
Das horas da vida que passo
De tamanha crueldade
Em forma de lamento…

… É o tempo que perdi…

Ao tempo pedi que parasse
No olhar que deixei em ti
Mas a luz cedeu na tua face
E eu senti que te perdi…

… É o amor que deixei…

A sombra atrasada do passado
Fez-me ver o que não se vê
Num sonho muito apagado
Acordado por tudo o que se crê…

… É a fé que concebi...

A vida que dá sentido
A tudo que muda e renova
Acaso ou destino definido
Em outra manhã nova...

… É a esperança que criei...

Esta grande contradição
Deste poema vão e vazio
Com o verbo sem definição
De uma lágrima caída ao frio…

… É o mistério que descobri…

Um grito de Silêncio
Deixado neste momento…

................É toda a porção medida,
É tudo o que chega na minha vida.

© Jorge Oliveira / 5.MAR.08

Foto de diego_drigo

SE eu Fosse um Anjo

Se fosse um anjo...
Olharia toda a humanidade,
E mudaria todos os pensamentos.

Se eu fosse um anjo...
Acabaria com todas as diferenças existentes no mundo,
Independente de dinheiro, cor, raça, e deficiência.
Pois somos todos iguais, filhos do mesmo pai nascemos para amar, sonhar, ser feliz, ser amado, constituir uma família, enfim, nascemos para viver.

Se eu fosse um anjo...
Protegeria mais os que precisam,
Os que mais sofrem,
Os que têm fome, mas não tem o que comer.
Os que passam frio, mas não tem um agasalho, um cobertor, para se aquecer.
Os que têm sono, e dormem na rua, porque não ter uma cama, ou um colchão para se deitar.
Os que cheiram mal, por não ter um chuveiro para se banhar.

Às vezes reclamamos tanto da vida, e nem paramos pra pensar que á tanta gente que queria ter o que temos sorrir como sorrimos comer como comemos dormir como dormimos, pessoas que não tiveram oportunidade na vida, como nós temos. Tanta gente sem família, tanta gente morta em laboratórios, servindo de objetos de estudos, por não ter alguém que viesse e reconhecesse seu corpo, e nós muitas vezes brigamos e desprezamos nossa família, que nos ajuda, nos da apoio e querem nosso bem.

Se eu fosse um anjo...
Protegeria as pessoas dos marginais,
Protegeria o inocente, julgado como culpado.
Protegeria e ajudaria aquele que todos os dias olha para o céu e pede para Deus o proteger e o ajudar.

Se eu fosse um anjo...
Realizaria sonhos de todas as pessoas que merecem.
Não deixaria que planos, sonhos e desejos se acabem pelo simples fato de que não conseguimos correr atrás deles, ou que a vida não nos proporcionou tal condição.

Se eu fosse um anjo...
Andaria Sempre do seu lado
Seria seu sol na manha de frio
Sua sombra no calor da tarde,
Sua lua no anoitecer
Te protegeria, Cumpriria seus sonhos,

E iluminaria seu viver,
E quando fosse dormir
Cantaria uma canção
Pra ter você sorrir
Sem saber que sempre estive aqui.

Queria eu entender a morte, queria saber se quando partimos, nossa alma vaga por ai, mas nem e ninguém tem essa resposta, só Deus.
De um coisa eu sei, te amarei Eternamente, e quando partir desta quero em um anjo me transformar, em teu coração habitar,
E te trazer felicidade, amor, vida, saúde,paz, e principalmente, realizar seus sonhos.
Mas só conseguirei tudo se eu simplesmente me tornar um anjo.

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