Melhor lembrar do que fomos, do que insistir no que não existe mais!
Outro dia ouvi essa frase numa cena melodramática de novela na TV, e achei perfeito. Quando e como deixamos de ser? Como de um momento para outro passamos a ser apenas estranhos? Onde foi parar o brilho do olhar? Como ele se apagou? Por onde anda a ansiedade antes dos encontros? O que houve com aquele friozinho na espinha com um mínimo toque? E a secura na boca antes dos beijos, que andava lado a lado com o suor nas mãos geladas?
Partiu, quebrou, acabou o encanto.
Agora a vida anda morna, o coração oco, o olhar perdido, mas não de amores, e sim de desesperança. Um imenso vazio! Tento encontrar um sentido para continuar. Continuar a tentar, porque viver, quero muito e sempre! Sei que vão pensar, "nossa, você tem seu filho", sim, tenho, e afirmo que o amo intensamente, e que é o maior motivo e incentivo de continuar lutando! Mas em breve ele vai ganhar o mundo, viver seus sonhos, seus amores, seus desafios. E eu estarei aqui, talvez na mesma vida morna. Por isso penso em encontrar o tal sentido para continuar, porque acho que em algum lugar deve existir alguém especial, não um "Deus do Amor e da Sabedoria", mas alguém humano, que pense, ame, respeite, partilhe, sonhe e queira ser e ter!
Desculpem-me o desabafo, sou totalmente contra expor minha vida e sentimentos, mas me senti bem, hoje completo quarenta e sete (47) anos, dos quais dezessete (17) caminhando e guerreando sozinha. Foi necessário. E para quem não me conhece, se estranhar, pense que esse texto pode ser mais um trecho de alguma novela, rs.
(Civana)