Sentidos

Foto de Sandra Ferreira

Desejo...

Desejo
Mergulhar no teu olhar
Dizer amo te, devagar
Desejo
A fragrância,
Natural da tua pele
Misturando se,
Com a minha
Despertando
Os sentidos
Desejo
Nossos corpos
Entrelaçados, transpirados
Num frenesim
Até estarmos saciados
Desejo
Sussurro dos teus gemidos
Notas musicais
Que invadem
Meus ouvidos
Desejo
Dancemos, valsa
Despojados
Sem pudor
Com as estrelas
E a Lua
Abençoando
Nosso amor.

RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS
Obra registada na
SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES

Foto de Raiblue

Uni Versos In sustenidos

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O piano risca o céu
Adágios in color
Estrelas tocam
Faíscas no corpo

Cai a noite
Sobre mim
Sussurra Chopin
Trilhas em segredo...

Sonoras texturas

Clássica
A música
Embriaga sentidos
Agita dedos
Tatua na pele
Versos molhados
De mãos dançarinas

Suor escorrendo
Luas crescendo
No ritmo da respiração
Céu ofegante
Disritmia
Explosão !

Ápice do concerto
In sustenidos
Gemidos
Acesos !!

(Raiblue)

Foto de Senhora Morrison

O Aviso de Clarice

Era manhã de sol, bonita e incentivante, mas não para Clarice que a muito não reparava na beleza dos dias, ainda dormia, na noite anterior havia exagerado nos entorpecentes se encontrava ainda anestesiada, tinha que procurar um novo lugar para ficar estava preocupada até, mas o corpo já não correspondia. O contrato com o apartamento estava vencido e Clarice ainda devia alguns meses do aluguel, tinha uma vida corrida em meio a mentiras, dividas a traficantes e coisas do tipo. Não se preocupava em buscar um trabalho fixo, era jovem e muito bonita pra isso, o que queria trocava por “favores sexuais” e assim caminhava. Ouviu um barulho muito distante franziu a testa e esticou o pescoço tentando distinguir aquele som como se assim ouvisse melhor, identificou o inicialmente indistinguível toque, era o telefone, estendeu o braço deixando o corpo esparramado de bruços em seu colchão atendeu ainda tonta, era o Sr. Abreu, um velho imobiliário pelo qual procurara muito nos últimos dias, Clarice quase se arrastando levantou-se e tentou prestar atenção em tudo que ele disse fazendo caretas despertando a face ainda dormente, fez alguns rabiscos em um pedaço de papel qualquer, cheirou duas carreiras do para ela milagroso pó trocou-se nitidamente com dificuldade por conta dos exageros e com certa esperança foi ao seu encontro. Avistou o Sr. Abreu ao longe, um senhor robusto, cabelos brancos que usava um óculos gigantesco que só não cobria seu rosto inteiro porque este era muito largo, com uma barba mau feita que lhe dava um aspecto de desleixo e mistério ao mesmo tempo, lá vinha ele atravessando a avenida, Clarice era uma menina pequena, tinha traços finos, a pele alva, cabelos negros a altura dos ombros que realçavam ainda mais seus olhos igualmente negros, Sr. Abreu lhe cumprimentou e foi logo adiantando o assunto lhe entregou o molho de chaves da respectiva casa dizendo que não poderia realizar a visita com ela pois, tinha muitos afazeres pr’quele dia e como já estava acostumado com sua presença na imobiliária não via problema algum em deixá-la ir sozinha, ressaltou ainda que havia recebido a ficha daquela casa no final do expediente do dia anterior e que ainda não tinha tido tempo de vê-la pessoalmente, mas que segundo o proprietário ela se enquadrava no que procurava. Clarice agradeceu e seguiu sozinha para conferir a tal casa. Chegando ao destino andando pela rua que designava o papel escrito de forma quase ilegível pelo Sr. Abreu, foi observando tudo que lhe cabia aos olhos, a vizinhança, crianças uniformizadas com mochilas nas costas despedindo-se dos pais e entrando em seus transportes escolares, a rua arborizada que lhe trazia um odor do campo, tantas eram as árvores carregadas de inúmeras flores, as casas em sua maioria muito antigas dando o toque final a rua perfeita, estava entusiasmada, sentia que finalmente encontrara um decente lugar para morar. Agora era só não dar "bandeira" de nada, tinha que manter a descrição antes ignorada, assim não seria facilmente encontrada por seus credores. Entretida com o seu redor percebeu que havia passado do número indicado, voltou alguns metros e deparou-se com uma casa branca simples de muro baixo o que a fez lembrar da casa de seus avós marejando seus olhos, pois a muito não os via, conseqüência de sua escolha de vida. A casa parecia ser pequena, tinha detalhes de azulejo na parte superior da entrada principal como se fosse um enfeite em forma de quadrado, a casa era exatamente do jeito que queria, simples. Abriu o portão destravando uma pequena tranca e adentrou o quintal o qual se mantinha limpo apesar das várias árvores pela rua e em sua possível futura calçada, o que achou ótimo sinal de que o proprietário era zeloso. Na busca da chave certa para abrir a porta o molho caiu de suas mãos, ao se abaixar para apanhá-lo sentiu como se alguém estivesse parado as suas costas, ainda abaixada olhou para trás nada viu, não dando importância nenhuma a este fato, levantou-se e continuou a testar as chaves até encontrar a que servisse enfim, deu dois passos para dentro da casa e se viu numa sala espaçosa, espaçosa demais para quem a vê apenas do lado de fora, franziu a testa, era bem ventilada por uma grande janela que dava vista para a rua a que também pareceu menor do lado de fora. Estava a caminho da próxima dependência quando um forte vento fechou a porta principal as suas costas, voltou-se assustada e quando retornou seus olhos a passagem do outro cômodo deparou-se com um imenso abismo e duas gigantescas escadas uma a sua direita empoeirada, cheia de teias e com degraus de madeira quase toda podre e outra a sua esquerda limpa e iluminada com degraus de madeira vistosa que lhe parecia muito mais segura, ambas tinham o mesmo comprimento e a mesma nivelação, Clarice esfregava os olhos como a querer enxergar ou até mesmo entender o que diabos estava acontecendo, virou a cabeça repetidas vezes querendo encontrar a causa daquilo tudo girou o corpo em seus pés, apavorada segue pela escada da esquerda, mas não suporta a aflição quase a queimar seu corpo por dentro e desmaia.
Clarice recobra os sentidos ainda sonolenta lembra da visão que teve com os olhos ainda fechados, prevê que tudo não passou de um sonho, esfregou os olhos querendo despertar e viu que se encontrava num lugar que decididamente não era o seu quarto.
Inexplicavelmente sem medo algum, Clarice se levanta e olha aquele estranho lugar,observa tudo que lhe cerca sentia o ambiente pesado, soturno, era uma espécie de igreja, templo, com várias fileiras de bancos ordenadas simetricamente, uma arquitetura indescritível medievalmente gótica, iluminações como a de uma aurora austral entrava pelas várias vidraças com imagens horríveis de supostos demônios multicoloridos, todos a apontar para ela, sentiu um arrepio aterrorizar seus poros. Clarice foi andando em direção a um suposto altar por um extenso corredor, encostou sua mão direita em um dos bancos cheios de teia e pó percebeu então que em cada banco havia um cadáver,levou a mão a boca em um repentino e milimetrado susto, os corpos eram de negros escravos, imagens que a deixou enojada afirmando seu ódio por esta raça, não suportava negros abria exceções quando estes ofereciam uma boa quantia em dinheiro para usufruir de seus serviços sexuais, mas mesmo assim tomava um longo banho querendo eliminar qualquer resquício daquele maldito contato, de crianças lindas crianças muito bem vestidas, mas todas imundas e defeituosas de alguma forma o que fez Clarice agradecer todos os abortos que praticou, definitivamente não nascera para procriar, quando chegou ao fim do corredor a frente das fileiras de bancos foi caminhado para o outro extremo desse estranho lugar, viu que os outros bancos estavam ocupados por mulheres muitas mulheres vestidas de noiva. Sem esboçar nenhuma comoção ou medo, apreensão ou curiosidade talvez, dirigiu-se ao centro do lugar ficando de frente a um mezanino de madeira todo trabalhado com vários objetos como castiçais de aparência antiqüíssima e um grande livro visivelmente pesado aberto ao meio, atrás deste mezanino a figura de um animal com chifres enormes em forma de caracol e olhos vermelhos como rubis estampados na parede. Clarice olhava tudo aquilo hipnotizada, reparou então que suas vestes mudaram, estava igualmente vestida de noiva em uma renda branca com rosas negras espalhadas sutilmente por todo o vestido que marcavam muito bem as curvas de seu corpo, deixando-o insinuosamente sexy, sentia-se incrivelmente atraente naqueles trajes e se admirava como se não tivesse nada ao seu redor, em uma volúpia vil de si mesma. Sentiu seus ombros acalentados por calorosos afagos, Clarice rodopiou o seu caloroso corpo a seus pés e deparou-se com o homem mais bonito que havia visto na vida, este era alto, esbelto, cabelos negros e os olhos azuis mais inebriantes que poderiam existir, sorriu, o misterioso homem também lhe sorria um sorriso branco e confiante e olhava-a com um desejo descomunal, entregaram-se a um ardente beijo, Clarice foi tomada por arrepios voluptuosos desta vez, olhou novamente para aquele homem que lhe estendia os braços oferecendo-lhe uma rosa, uma negra rosa. Clarice sentia-se desejada como nunca havia sentido antes, esta sensação lhe trouxe um conforto que jamais experimentara sua pobre alma, não se importava em sentir-se amada não acreditava em tal sentimento tudo o que desejava eram os olhos masculinos devorando-a em pura cobiça. Isso sim era real o prazer carnal, isso sim podia-se sentir. Interrompidos por um estrondoso barulho Clarice volta a si, escutando uma voz que gritava:
_ Ação de despejo, acorde! Sabemos que esta aí!
Clarice remexe-se na cama não querendo permitir que lhe furtem aquele momento tão intenso percebendo então que estava sonhando, e enfurecida pensa: _ Será que nem no inferno eu posso me divertir em paz? Levanta-se para abrir a maldita porta e vê cair uma única pétala da negra rosa que ganhara.
Sorriu!

Senhora Morrison

14/05/2008

Foto de Henrique Fernandes

SORRISO NOBRE

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É uma verdadeira obra de arte
O luxo dos sentimentos
Um cofre repleto de jóias
Um valor que equilibra a paz interior
Jóias nascidas em gestos de carinho
Criadas numa voz que reflecte amor
Amar é escrita arrojada na pele
Destacando a paixão que dá á alma
Um brilho precioso como assinatura
Sublime no rosto que se contempla
Na noção perfeita de um sorriso nobre
Enaltecendo a beleza dos sentidos
Sentir o amor de alguém é voar
Sobre colheitas de alegrias
Por entre sementes de prazer
E saborear arrepios de satisfação
Partilhando a troca de um beijo
Um roçar de lábios original
Testemunhando a vida

Foto de Enise

Eu sei quando te quero

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Eu sei quando te quero
Não um querer sofrido que me cobra planos
Mas quando despe a minh’alma dos meus medos...

Eu sei quando te quero
Não num corpo de massa e forma
Mas quando se apodera de todos os meus sentidos...

Eu sei quando te quero
Não num ato sem barreiras pronto para levitar
Mas quando penetra na minha loucura e me leva para qualquer lugar...

Eu sei quando te quero
Não num gesto corriqueiro, rotineiro, sem pensar
Mas como me conduz para que eu me queira sempre mais...

Eu sei por que te quero
Não da maneira simplificada onde só se despejam palavras
Mas da forma sutil com que me faz apaixonar.

Eu sei para que te quero
Não para ver a minha alma em alerta, de prontidão
Mas sim livre de qualquer sombra ou escuridão...

Eu sei de que forma te quero
Não em saudade, com piedade ou solidão
Mas sem a inércia que me amedronta em vão.

Eu sei como que te quero
Não com tua boca deslizando sobre a minha em sofreguidão
Mas pelo beijo que marca meu corpo na tua criação.

Eu sei quanto te quero
Não no tamanho do abraço que eu possa inventar
Mas na volúpia com que meus braços insistem em te enlaçar.

Eu sei da capacidade que tenho em te querer
Não com a ansiedade que mora em mim sem permissão
Mas na intensidade que vem comigo em ebulição.

Eu sei quanto te amo
Não pelo tempo que teu corpo pousa sobre o meu em explosão
Mas pela força do amor que vive em mim...

E para isso não existe explicação...

Enise

Foto de Dirceu Marcelino

FONTE DE PAIXÃO E DESEJO - DUETO ( Ainda não resolvido, pois é feito por "machos tche..." )

*
* Homenagem ao amigo Jorge Oliveira
*

"PURO DESEJO

Ninguém fica indiferente a um olhar intenso
Ao desejo consumido nos subúrbios da paixão
Às rosas negras que prostituem os sentidos,
Às arrepiantes metamorfoses fecundas do corpo
Às mutantes vibrações dos lábios, seios e púbis
À forma fálica emergindo da concupiscência encoberta
À luxúria da carne que não domina a ardência febril
Ao ofuscar de um aperto lascivo de sensualidade
Aos remorsos da secreta respiração ofegante
Aos sussurros e gritos de um ser em estado ávido
Ao veneno de saliva deixado pela carícia da língua...
Ninguém pode amar o que o coração desmente,
Tudo o que vem e acontece na razão é só puro desejo". (© Jorge Oliveira)

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FONTE DA PAIXÃO E DO DESEJO

A cada dia que passa, acredito amigo,
Ser os olhos o espelho da alma, neste sentido.
Já aconteceu isso comigo e agora consigo,
Embora, muitas vezes passe despercebido.

A paixão é um sentimento que fica retido
No nosso inconsciente – ID – Quando preciso,
Aflora-se em rompantes de nossa libido.
Misturado até aos complexos, tipo Narcísico.

Daí a importância do ser esclarecido,
Daqueles que como eu que agora te sigo
Distinguir conscientemente o sucedido

E com razão diferenciar todo o sobredito,
Reconhecendo no teu EGO a paixão e redigo,
O amor é algo mais sublime. Tenho dito! ( Dirceu Marcelino )

Foto de Mentiroso Compulsivo

PURO DESEJO

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Ninguém fica indiferente a um olhar intenso
Ao desejo consumido nos subúrbios da paixão
Às rosas negras que prostituem os sentidos,
Às arrepiantes metamorfoses fecundas do corpo
Às mutantes vibrações dos lábios, seios e púbis
À forma fálica emergindo da concupiscência encoberta
À luxúria da carne que não domina a ardência febril
Ao ofuscar de um aperto lascivo de sensualidade
Aos remorsos da secreta respiração ofegante
Aos sussurros e gritos de um ser em estado ávido
Ao veneno de saliva deixado pela carícia da língua...
Ninguém pode amar o que o coração desmente,
Tudo o que vem e acontece na razão é só puro desejo.

© Jorge Oliveira

Foto de Raiblue

Liberdade ,ainda que poesia!

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Coágulos de pensamentos
Explodem na noite sanguínea
Derrame de desejos
Inferno no peito
E uma dantesca solidão...
Da janela, aguardo um cometa
Qualquer coisa
Que não me submeta
Que me salve de mim...
Hoje não quero me enfrentar
Quero somente transbordar...esvair...
Consentir todos os delitos
Ser o poeta maldito
Cuspindo as dores
Nos bueiros da carne
Hoje quero me prostituir
Sem cobrar nada
Hoje me dou de graça
Sem medo do gatilho
Da manhã seguinte
Hoje eu atiro na vida
E renasço livre
Do tédio dos dias
Dos remédios e horários
Dos medos diários...
Quero uma overdose de delírio
Tocar o nirvana dos meus sentidos
Num trance ... drum’bass
Ou qualquer ritmo...
Só por hoje, aborto a culpa
Corro o risco da inquisição
Atiro-me na fogueira
E mordo as estrelas
Lambo cada ponta
Meto a língua no meio
E a palavra cadente
Desafia o caos!
Goza o céu...
Gozo eu...
E o universo inteiro!
Partículas de versos
Orvalham a madrugada
Puro néctar...
O último gole de vodka
A última gota de poesia...
Enquanto o dia nascia...

(Raiblue)

Foto de Dirceu Marcelino

DESEJO DE AMOR - VI - RESPOSTAS ÀS ROSAS

*
* Resposta às Rosas
*

Sim amigas! O desejo é força da vida.
Através dele mantemos a sobrevivência,
Direciona-nos a luta de nossa lida,
Tira-nos do escuro e exibe a consciência.

Sim é a chama a queimar a alma sentida.
A tensão a inflar em sonhos de inconsciência.
Libido. Anima para uma vida vivida
E a viver com prazer e êxtase sem ciência.

Sim! “É chama dos sentidos em combustão”,
Elas “ardem em versos de desejo de amor”,
“Intensas e arrebatadoras” de paixão.

Afasta de nós a preocupação e a dor
E “infla nossos sonhos” e enche o coração.
Faz-nos escrever estes versos de amor e ardor.

Foto de Mentiroso Compulsivo

Insustentável Segredo

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Sentei-me ao lado do meu insustentável segredo,
Aprisionado nas raízes profundas da minha mente.
Ébrio demente que se esconde num vazio degredo.
Interrogando-me da razão porque estou inconsciente.

São tantas as noites como esta que discuto com a morte,
Do excesso de querer viver num silêncio sufocado pela dor,
Trazida por ventos insalubres, emergentes do ontem sem sorte.
Singrando sobre o mar de sangue do meu corpo sem amor.

A alegria frágil dos meus sonhos traz de novo a noite imperfeita,
Herdando revoltas do além, do supérstite veneno que resiste.
Procuro, revolto-me, grito… trago os nervos como suspeita,
Do vidro que existe a fazer barreira entre o alegre e o triste.

Esta ainda não é a noite magistral para sucumbir à vida.
Discurso espavento com o sono tentando lograr a paz,
Abrem-se-me as minhas veias desta existência vazia,
Assassinadas pelo incêndio dos sentidos, do corpo que jaz.

Jorge Oliveira 10.MAR.08

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