Entrei num poema,
e, num gesto só meu
contornei as margens.
Com mãos nuas,
penetrei no centro,
de um sonho escrito.
Toquei as letras,
palpei as palavras,
beijei os versos,
bebi emoções...
Entrei na essência de um poema,
e, na simbologia abstracta,
senti o poeta na emoção suprema.
Respirei os seus sonhos!
Com a polpa dos dedos,
desvendei-lhe os segredos,
soletrei os seus medos.
Devassei-lhe a alma!
Perturbei a minha quietude...
Penetrei nas veias de um poema,
onde, em mística dança,
se cruzavam os versos,
com o sangue do poeta,
em rios de esperança.
Naveguei em territórios proibidos,
percorri-lhe os litorais,
em todos os sentidos...
Encontrei-me na dimensão
do seu ser...
E, agora, num gesto
que não é só meu,
sem explicção,
caminho pela sua mão!...
@Margusta
Publicado no livro " Poemas Sem Fronteiras" do " Ora, vejamos...2008"
Concurso de Poesia 2008