Sedução

Foto de Paulo Gondim

Ah... Essas mulheres

Ah... Essas mulheres....
Paulo Gondim
27/03/2008

Ah... Essas mulheres...
Que aparecem como a luz
Brilham, fogem, escapam
Num faz de conta que a tudo seduz

E no redemoinho que me conduz
Vejo-me como folha seca, voando,
Sem saber onde vou parar
E, assim, deixo o vento me levar

A beleza de uma, a sedução
O caminhar leve, fascinante
No balançar suave dos quadris
Em gestos sempre sutis

A alegria de outra, a satisfação
No encontrar furtivo, no olhar altivo
Na coragem de bater com a vida
De frente, sem medo, atrevida

A dependência de outra, a fraqueza
Que antes usou como esperteza
Pra conseguir sucesso e afeto
E me mantém sempre por perto

Outras pacientes, carentes
Esperam sua vez, passivas
Nada reclamam, apenas amam
Aproveitam o que a vida pode dar
Sabem que sua hora vai chegar

Foto de Henrique Fernandes

DECLARAÇÕES DA ALMA

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Tua alma faz-me declarações de amor inesperadas

Argumentos que ultrapassam largamente o excelente
De um sentir assinado por ti na minha pele
Enaltecendo meu ego e meu poder de sedução
Desenvolvendo em mim estabilidade sentimental

Por te amar aproveito todos os momentos

Usufruindo até ao máximo o quanto és importante
O quanto te equivalias á natureza deste amor
Que relaxa duradouro no meu peito destrancado
Pela harmonia agradável da tua voz que abafa
Os meus retrógrados medos de te perder para outro
Compensados por uma carícia fértil de confiança

Invadindo-me com tua entrega de corpo e alma
Livremente pura sem esperar nada de volta
És fundamental ao instinto que dá azo á felicidade
Teu positivismo não deixa esmorecer meus sorrisos
Que são a minha etiqueta atraente para a elegância
Do teu olhar-me diante tuas palavras de amor
Revelando sinceridade nua que veste nossa relação
Como dois pombinhos a arrulhar o verbo amar

Sobre o luar de lua-cheia excitante que nos elogia
E de onde ouvimos conselhos sobrepostos de paixão
Tornando nossos corações o tema dominante
Num bater acelerado por quem amamos, nós

Foto de Sirlei Passolongo

Páscoa! Chocolate!

Tem cheirinho de chocolate no ar
Cheirinho de amizade
Cheirinho de sedução
Ah! Chocolate cheirinho de
conquista
Delícia de emoção!

De todas as formas
Recheado
Bombons, barras
Ou balas
Ocasiões, nem se fala
É chocolate para
Todo instante

Chocolate
de tantos sabores
Doce, amargo e
Crocante
O mais delicioso
O mais saboroso
Tem cheirinho de união
É o chocolate sabor
Família.
Saboreado num lar
Abençoado
Com todos que amam
Ao seu lado
Isso é uma Páscoa bendita
Isso é uma Páscoa radiante!
(Sirlei L. Passolongo)

Feliz Páscoa!

Foto de Henrique Fernandes

MURALHA DE PECADO

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Vem comigo acordar no autêntico da beleza
Agarra-me com toda força e ondularemos
Pelo maravilhoso e deixaremos oscilar
Nossos corpos em vagas de volúpia
Tombando fogosamente uma muralha de pecado
Sobre uma abrupta cortina de prazer espantoso
Que nos faz subir ao céu avolumados de suor
Apinhados de azafama num impulso de luxúria
Fazendo tremer o Sol com a nossa depraves
Amortecendo a gravidade em sedução
Engolidos por excitação no estremecer do corpo
E aspiramos as nuvens com fôlego destravado
Desencadeando maremotos entre os lençóis
Numa memorável visão do extraordinário
Desenfreados por gemidos profundos
Celebrando a extremidade de um orgasmo
Que se proclama Deus dos nossos movimentos
Sem deplorar o tempo gasto nesta calma fugaz

Foto de Henrique Fernandes

FALTA DE AMAR

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Noite dentro de solidão
Fico ao cuidado da luz da lua
Sem sintonia de sedução
A paragem do tempo continua

Pela mão de um suspiro
Sinto que a vida é breve
Filtrando tudo o que aspiro
Toca-me a dor ao de leve

Resisto aos ponteiros
Do relógio que não anda
Com minutos pioneiros
Do tempo que em mim manda

Não há ninguém á minha espera
Ninguém para me olhar
Conviver com o nada desespera
Esta presente falta de amar

Foto de Gideon

A donzela no Arco dos Teles

O Arco dos Teles é mágico. Um corredor de ruas estreitas ladeadas por casas de danças, bares e restaurantes, quase tudo preservado ainda no estilo do tempo do império. Foi ali, que no início do século passado, houve a Revolta da Vacina. Dizem também que Carmem Miranda morou em um destes sobrados. O charme é sentar-se em mesas postas no meio da rua. As pessoas, neste ambiente, despojam-se de seus afazeres do trabalho, e entregam-se ao relax sugerido por este ambiente

Isaque, grande amigo, irmãozão. A saudade sempre aperta o peito quando lembro dele. O conheci em Macaé/RJ. Moisés me apresentou-o. Casou-se com Marina. Linda e delicada menina. Convidaram-me para tocar em seu casamento. Fomos para Belo Horizonte e toquei em um belo sábado pela manhã. Lindo casamento.
Pois bem, Moisés me ligou dizendo que o Isaque estaria hoje aqui no Rio. Saí às 18:45 e corri para encontrá-los no Arco dos Teles, como combinado.

Lugar sedutor. Muita gente e mulheres bonitas. Parece que tem um cheiro carioca no ar. Dá aquela sensação de alegria por estar participando, pisando, andando em lugar carioca tão instigante. Quando cheguei, eles já estavam lá há mais de quarenta minutos.

Sentei-me e logo percebi a dupla ao lado. Uma donzela aparentando uns dezenove anos de idade. Usava uma saia rebaixada, com a barriga à mostra, aliás como é o costume hoje em dia na cidade. Cabelos soltos, rosto lindo e delicado. Segurava um cigarro nos dedos da mão direita. Sentava displicentemente com os pés apoiados nos reforços da cadeira. A saia estava jogada sobre as coxas grossas, que balançava continuamente. Os joelhos abrindo e fechando fazia com que a saia fugisse insistentemente para cima deixando à mostra um par de coxas morenas claras, lisas e torneadas. O corpo estava meio jogado para a frente sobre o copo de cerveja, que estava pela metade. Tragava o cigarro e expulsava a fumaça para o lado com uma ligeira virada de rosto, sem contudo, perder de vista a sua amiga sentada a sua frente. Os jatos de fumaça eram embranquecidos e iluminados pela lâmpada de um poste preservado à séculos.

Eu e os amigos, contagiados com essa sedução displicente, estávamos quase em êxtase. Eu, Mosa e Isaque estávamos assim, relaxados e felizes. Falávamos gesticulando, rindo muito. Para sermos ouvidos um pelo outro fazíamos isto quase aos berros. A donzela continuava ali na mesa ao lado esbanjando sedução e beleza e nos ignorando solenemente. Em dado momento ela levantou-se e, juntamente com a amiga, e foi para dentro de um bar jogar sinuca. Este bar, com as portas em arco, ficava bem á nossa frente. Ficamos, os três, observando-as no desempenho do jogo. Um de nós, logo incentivado pelos demais, resolveu enviar flores para elas. Tivemos este ímpeto ao avistarmos um vendedor de flores, um jovem negro, alto, aparentando ter vinte e cinco anos de idade. Provavelmente um morador das favelas dos morros adjacentes. Um descendente de escravo. Compramos as rosas por três reais e pedimos para o simpático vendedor as entregarem. Ficamos aguardando e observando atentos a reação das donzelas. Nada aconteceu. Elas nem esboçaram um sorriso, pequeno que fosse. Quase ao mesmo tempo avistamos uma menininha também vendendo flores. Compramos outro ramo de flores e a enviamos com um cartão. Nada, elas não deram a mínima. Depois de muito conversarmos e rirmos, fomos embora. Já era nove e meia da noite. Ainda conversamos um pouco mais antes de nos separarmos próximo ao ponto das barcas, na Praça XV. Voltei feliz, mas com saudade de meus amigos. Isaque fora para a casa de Moisés, em Niterói. Saudades, muitas saudades. Momentos mágicos, estes.

Foto de pétala rosa

FANTASIA DOS MEUS OLHOS

FANTASIA DOS MEUS OLHOS

Gostava
de tocar-te, dedilhar-te
como ás cordas duma harpa.

E, na delicadeza
do meu sentir, componho musicas de sedução
nos sons melodiosos
deste tocar.

Vem,
enche a taça do vinho e bebe a fantasia dos meus olhos.
Abraça a loucura deste delirio
e, nas correntes famintas
desta paixão
tu és o poema que baila
em arabescos na fonte do meu orgasmo.

Não há espaços, entre o sol e o prazer...de te ter
e beijar...assim, nesta desordem de colher em ti
as rosas delicadas da ternura...

Ternura suada
num corpo só, esperando-te
em madrugadas
de desejo,
risos e promessas de infinito...

Amália LOPES

Foto de Sirlei Passolongo

Um anjo chamado Mulher

Deus escolheu entre os anjos
Alguém com a força da rocha
Mas a delicadeza da Rosa
Alguém com o brilho do sol
Mas a ternura da lua
Com a beleza do éden
E a sedução das estrelas.

E Deus enviou a terra
Um anjo com nome mulher
Alma gigante, coração forte
Capaz de amar infinitamente,
É ela que tece as manhãs
Com fios de esperança e paz
É ela que regra a vida
Com o amor que só ela é capaz!

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de CarmenCecilia

SIMPLESMENTE MULHER

HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

POESIA: SIMPLESMENTE MULHER

POESIA EM DUO
SOBRE A SENSUALIDADE, BELEZA, SEDUÇÃO E PERFIL DA MULHER

MÚSICA: UM PIANO SUR LA MER

SIMPLESMENTE MULHER

Imagina-me... Retrato da beleza...
Namorada... Amante... Companheira...
Capaz de inúmeras proezas...
Sutil... Mas verdadeira...
Sensível em minhas pétalas...
Feroz nos meus espinhos...
Defendendo a vida com garra e carinho!...
Imagina-me... Criação... Continuação!
A canção, que os sonhos embala...
Nada me abala e me cala...
Utopia... Aquela que te contagia...
Magia... Imagem...
Mas, sobretudo mensagem...
De decisão e coragem...
Imagina-me magnetismo... Encanto...
Olhos falando... Sorrindo...
O meu coração sufocando o pranto
Expurgado em versos
Nas auroras nascituras...
Firmeza... Bravura...
Imagina-me... Candura...
Aquela que sempre perdura...
Que busca no céu as estrelas...
Faz promessas pra lua...
Que me deixa nua...
Mas sabe que ao raiar do sol
Outro dia continua...
[BLUE][B]Imagina-me... Mágica sedução...
Curvas do seu descaminho...
Uma incógnita... Segredos... Paixão...
Beijando sua boca de mansinho...
Um ser multifacetado...
Concubina... Amiga... Mulher...
Nos lábios sorriso endiabrado...
No coração nem uma certeza sequer...
Imagina-me... Poesia... Brilho... Fascínio...
Um baú de eternas surpresas...
Roubando-lhe o rumo...
Tirando-lhe o prumo...
Deixando-o ébrio... Ávido... Sem ação...
Adentrando labirintos por instinto...
Enlouquecendo sua vã matemática...
Tudo pressinto... Sinto!
E navego por mares... Marés...
De bom e mau tempo...
Mas sou seu calmante
Depois de um dia alucinante!
Eis meu auto retrato
Meu perfil que aqui relato...
Mulher simplesmente...
Simplesmente mulher...

Carmen Cecila & Carmen Vervloet

Apenas comemorando a data.
Xará que saudades!

Foto de Salome

Eternamente

*
*
*

No meio de um mundo transbordando de dura ambição,
Me deparei com você, um ser fora do comum, um sonho,
Que soube desvendar-me, dissipar esta minha confusão
E inesperadamente... em meu coração semear a paixão

Pouco a pouco... o homem que você é, semeou em mim
A frágil semente de algo incomparável, que foi crescendo
E germinando num sentimento puro sem começo nem fim,
O mais nobres dos amores que jamais havia conhecido...

Vivemos momentos de encanto nesse nosso próprio infinito,
Sem máscaras, nem preconceitos no intímo do nosso mundo,
Mas bem logo a tua verdade me atingiu e eu quiz te deixar ir
Para evitar sofrer... e teu caminho iniciado, tu poderes seguir

... No templo desse transcendente amor que soubemos criar,
Me preparei para a triste despedida entre lágrimas amargas,
Mas tu entrastes sem mais, prestes a não me deixar escapar
E pela primeira vez, me fizestes provar o sabor do desejo...

Sussurastes meu nome sensualmente contra meu ouvido,
Beijando meu pescoço... despertando chamas de puro ardor,
Tua boca sugando minhas duvidas... e dando início ao fogo
Que aos pouco consumiu meu corpo num desejo arrebatador

Lá fora a chuva não parava de caír sob as ruas desertas...
Como os rios de desejo líquido que deslizávam por meu corpo,
Sob a febre da tua boca atrevida... escravizando-me ao prazer,
E as tuas carícias ousadas que viram de novo meu corpo nascer

Nessa noite despertastes em mim uma feroz e ardente paixão,
Com a audacía da tua arte carnal e essa tua impediosa sedução;
No pleno silêncio que depois envolveu nossos corpos exaustos...
Soube que em mim, teu nome cravastes no eixo do meu coração.

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Salomé

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Poema - Dezembro 2007
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