Amo a vida,
Sou andarilha,
sou alada,
quase mágica.
Sou até poetisa!
Caminho com a brisa,
envolta às vezes em neblina.
Rabisco na esquina.
Ao mundo que se apresenta ingrato
declamo poesias.
Minhas lágrimas molham
o solo que fertilizam esperança.
Adormeço em jardins.
Cubro-me com as estrelas,
uso o luar como abajur...
Faço seresta na festa.
Toco até um violão,
como lamento triste de
um poeta perdido na
noite da solidão.
Caminhando vou,
aprendendo aqui,
lecionando lá...
Querendo sugar do universo,
que em tempos remotos
deixei pra lá.
Sou andarilha,
sem rédeas,
desbravando florestas,
para desfalecer na relva,
de um canteiro, onde um
dia meu avô plantou lindas
margaridas, e me chamou
de Flor!
Sou andarilha a procura
do colo desse senhor!
Saudades do meu avô...
Maria Flor!