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Sangue

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro – Capítulo 4

Engolidores, mais escravos que os escravos. Esse nome foi dado para seres de sangue quente, na sua maioria, que não se opuseram a dominação total de sua espécie e aceitaram seu destino de submissão. Os seviciados levam esse infeliz adjetivo, como uma marca indelével de sua covardia e pavor. Se forem coitados, pouco importa. Os engolidores são ao mesmo tempo vitais e descartáveis.
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- Sou sua amiga. Confie. Vamos sair daqui. Venha comigo.

A voz me era familiar, como se já a conhecesse. Os gestos eram familiares, os jeitos e trejeitos, a aura que emanava do corpo, seus olhos alaranjados e incomuns tão convencionais ao meu admirar. Ela era fria, brisa gélida que suspirava os meus lábios ao seu beijo. Sabia quem era, por milésimos, sem certeza. Mas sabia ainda que sem saber.

- Sim. Obedeço.

Eu estava sendo heróico e lamentável naquele ato.
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A senhora que me resgatara do cativeiro tinha as chaves para a saída da prisão com a qual eu me acostumara a suportar. Ela carregava apenas a si mesma, enquanto eu transportava anos de humilhação e resignação. Num silêncio que não escondia o sorriso do despertar para um sonho, eu subia para nuvens depois de um infernal período de insatisfação. Eu exultava, exorcizava o demônio do temor, até sermos cercados.

- Então vai fugir...?

O Luís Maurício nos olhava com um misto de nojo e tara.

- Não vou fugir. Você nos expulsou.

- Como assim, os expulsei? Eu te expulsei, mas não ao escravo.

- Pode ficar com esse lixo, só o trouxe para sacrificar em meu lugar.

Eu estremecia de rancor.

- Cínica. Você é tão covarde como esse traste.

- Não, eu aprendi a ser sórdida contigo.

- Não estou nem aí. Pode ir embora, agora você vale a mesma ninharia que os engolidores. Lá fora, sua corja é repudiada. Você vai ser relegada ao gueto, e isso se preferir não morrer. Seu destino está maculado. Sua sina é passar fome, é ter a necessidade e não saciá-la, é ser linchada e escarrada por não ser mais do nosso convívio. Será lembrada como louca e perdida, e isso se mencionarem seu nome. Diga adeus a sua vida, chegou sua hora.

Dona Clarisse calou-se. Pela primeira vez algo que ela não queria lhe descia pela garganta.

- Dimas, não deixe que ele me toque.

Ela saiu correndo à minha frente e largou-me aos chutes do meu cruel superior.
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A porta não fora fechada. Em fúria, meu chefe me espancava e extravasava os nervos que lhe explodiam. Mas desta vez eu não me encolhi. Tentei um primeiro revide, do chão com um pontapé. Ele nada sentiu e de cima pisou meu rosto. Tentei mordê-lo. Ele golpeou meus dentes com os cadarços que o sobravam. Uma alavanca rasteira o derrubou. Acertei seu olho esquerdo. Descobri que meu patrão também sentia dor. Arrastei-me até uma foice, estávamos no jardim da residência, agora florida de uma irônica primavera. Ele pisou minhas mãos. Com um puxão escorregou, estatelado junto à lâmina. Ele dedilhou o cabo da agora arma. Sorriu e hesitou na sua vitória iminente. Subi sob suas costas, o acotovelei e esfreguei sua face no solo. Enfim a foice era minha. Enfim eu tinha a possibilidade de matá-lo. Mas era mais prático arrancar seu braço. Foi o que fiz.
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O Luís Maurício uivava e alguns perceberam indo ao seu socorro. Dona Clarisse era linchada. Eu corria para não ser encontrado em direção ao meu desconhecido gueto. Eu me esgueirei enquanto os brados procuravam seu culpado. O pânico tomava as então plácidas alamedas dos dominantes. Vinha a tona todo o furor selvagem sufocado pela supremacia instalada na nossa realidade. Um embevecido decidiu tacar fogo na cidade incontrolada, para solucionar pela facilidade. Acabou piorando o caos. Os seres, tomados e extasiados, puseram-se a brigar entre si. Tudo estava por ser quebrado. Um instinto me indicava o caminho do tal gueto, o intocado e tranquilizado gueto. Não havia paralisia que diminuísse meu ímpeto. Tudo estava por ser destruído. Uma toca me escorregou sem que eu quisesse. Mas eu sabia que estava seguro. As mãos que me sugaram da superfície eram trêmulas e vibrantes. Eram mãos quentes, que até ardiam as minhas canelas. Nessa escuridão me vi logo inconsciente.
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Uma humilde vela acendia. Vi cenhos me pedirem senhas. Nenhum código me ocorreu. O que parecia o chefe deles pediu a palavra por possuí-la de verdade. De fato era o líder em seu nome celebrado.

- Não nos conhece, irmão, mas o acolheremos. Prove que merece nossa confiança e não será incomodado. Agora você está conosco. Discipline-se, e encontrará sua glória

Eu um milésimo me converti ao seu comando.

Foto de Edigar Da Cruz

Pele Paulista

. Pele de Sangue paulista
Da vida CORRIDA, rápido que nunca Pará!
É São Paulo da brilhantina de neon de encanto,..
Das noites brilhantes estreladas agitadas
Dos dias de sol quentes agitados,.
Das tardes de trânsitos parados
Pele de sangue paulista,..
Cidade dos grandes poetas,
Dos maiores clássicos do nosso futebol
Terra do São Paulo, Palmeira e Corinthians e Santos, e Portuguesa feito a pizza deliciosa portuguesa da grande Bixiga paulista,..
. O terra linda maravilhosa GOSTOSA
O terra da garoa ,..
Uma casa de vida , um céu verde de Ibirapuera,
Um parque florido em um Ipiranga de museu maravilhoso expondo sua arte,..
CIDADE DE PELE DA MULHER DA BRASILEIRA,..
Cidade do povo do BRASIL

Viva nossa casa! Viva São Paulo

Autor:Ed.Cruz

Foto de Hanilto josé Da Silva

AMOR NASCENTE

Canta coração a canção dos
verbos fatais,dos amores imortais
dos pecados capitais nos idos
ancestrais.

Canta os enganos e os ciganos
os farrapos da boemia,o sol nascente
e o dia.

Encanta rosa e janela
o amor de cinderela,as antilhas
e Romeu Julieta não
morreu,o amor agora é meu.

Canta Carlos Gardel com as perdidas
no bordel,os poemas de Brasis no cordel,
os sonhos de além mar ficaram aqui em
sangue tupi e guarani.

Canta a nova canção Julieta agora
é diferente o amor nasceu pra gente,
sem status social o amor é igual antigamente,
é sempre o amor,o amor nascente.

Hanilto 21 09 2011

Foto de sebastiao alves da silva

A dor de amar você

Certamente
Você já ouviu, eu te amo
E até se alegrou
Achando que era amada de verdade
Mas depois de um tempo
Você percebeu
Porque seu coração nada sentia
Em relação a essa frase tão bonita,
E então você chorou...

Você percebeu,
Mas já tarde demais,
Depois de ter se entregado pluralmente,
Que as palavras sozinhas
São incapazes
De carregar nossos mais profundos sentimentos...

Embriagada você quis
Que fosse verdade aquilo que te ofereciam
E foi mais fácil se apegar,
Se apegar ao que parece com o que nos falta,
Àquilo que pintam como parecido
Com a nossa Grande Necessidade
De ser amado...
Você percebeu,
Mas já era tarde demais
Para voltar atrás... Uma parte sua para sempre se foi.

Então apareceu novamente uma luz,
Um certo tipo de luz
Que não brilhara sobre ti
E eu te vi,
A luz era forte
E te trouxe para mim...
O tempo passou
E nos aproximamos, dia a dia
Fomos nos enlaçando
E eu disse sem palavras
Que te amava...
Mas você não estava pronta
E agiu como idiota
Cuspiu na minha cara e teve atitudes
Que te afastaram da luz,
Que te levaram para longe de mim
E eu gritei,
Eu te amo,
Mas você não ouviu
Mas você não quis ouvir
Mas você debochava de meu sentir
E então eu parei...

Mas isso não significa
Que tenha morrido os meus sentimentos
Porque quando a gente ama assim,
Assim como eu te amo
Ama eternamente
Não importa que esse a quem amamos
Odeie-nos e nos despreze
Ainda com mais força o amamos,
Você sabe disso...
Porque ele não é digno do nosso amor
E por isso mesmo mais merecedor de nossa compaixão...
Não ser aceito como somos
Não ter a quem entregar o nosso amor
É viver a eternidade em solidão
É carregar para sempre uma dor
Uma dor que você não sabe
Querida você nunca vai saber
Como é a dor de amar você...

Uma dor que você não sabe
Querida você nunca vai saber
Como é a dor de amar você...

Certamente
Você já ouviu, eu te amo
Mas isso morreu apenas pronunciado
E você quis isso tanto
E com tanta força
Que como uma droga pesada
Te estragou, e te inutilizou
Para o meu eu te amo
Que retumba sem eco pelo universo inteiro...

Em minha mente
Eu vejo sempre você chegar
Vindo não sei de onde
Eu fecho os olhos e tento te abraçar
Mas você sempre foge
Vai para a infinita distância
Perdida de meu cansado olhar...

Você não sabe como dói
Você não sabe o tamanho da dor que me corrói
Em que mar de sangue estou me afogando agora,
Você não conhece
A dor de não ter a quem entregar
O amor que nasceu na gente
O amor que quer também ser refletido
Em nossos olhos,
É a solidão desfazendo nossos ossos
É uma dor que você não sabe,
Querida você nunca vai saber
Como é a dor de amar você...

Foto de sebastiao alves da silva

Ficar sem você

É muito difícil para mim
Ficar em casa esperando o tempo passar
E as coisas tomarem um jeito
Eu tenho que sair
Ver a configuração das estrelas
E saber por quanto tempo ainda
Vou ter que te esperar...

Eu volto para casa
O tempo corre, mas não passa
Os pelos crescem em meu rosto
E uma como que poeira se deposita
Em meus olhos
Estou ficando cego para as outras coisas
Às vezes eu penso que não posso ficar assim
Que tenho que viver as outras coisas da vida
Que eu vou morrer de tanta falta
Que eu sinto de você...

Eu tenho vontade de gritar qualquer coisa
Gritar até minha garganta rachar
Até meu peito se demolir
E ao mesmo tempo me invade um silêncio
Que congela todos os meus atos
E eu passo a ser um ser sobrenatural
Em que apenas os olhos se expressam
E o resto do corpo fica como estátua
Sem nenhuma expressão
Eu fico preso
Entre o grito e o silêncio
Pois cada célula minha está sentindo,
Está sentindo como se fosse toda uma multidão,
A tu falta,
Cada átomo meu está sentindo,
Como se fosse um universo inteiro,
A tua falta,
Cada molécula de meu sangue
Como se fosse mais que a união de todos os oceanos
E lagos das galáxias,
Está sentindo,
E está sentido muito,
A tua falta...

É muito difícil para mim,
É extremamente difícil para mim
Ficar sem você...

Foto de Edigar Da Cruz

SUPERANDO DESAFIOS DA VIDA

Existem momentos à vida que nada vai bem, que todas as energias e forças veem tudo ao contra do encontro do oposto,.
É a essa hora que nos perguntamos! Onde errei? O que fiz para tudo vir ao desencontro do oposto das expectativas desejadas,. É nessa hora que devemos para e pensar e refletir tudo que está acontecendo, na vida passamos por situações difíceis constantemente outras até conseguimos perdoa ou levar por certo tempo fica um ponto e uma vírgula mais sempre há marcas deixadas feito feridas expostas a carne crua, da situação ocorrida, que são impossíveis de aceitar nos aceitamos sempre com um perdão! Onde os perdões se definiram em duas plata formas! O que se exalar da boca para fora! E o que exala da alma! Com o ato de falar realmente para deixar tudo lá no esquecimento!, Mesmo assim parece que ainda somos ou vistos como sombras de uma situação,.. São olhares gestos e situações e momentos em si! Um verdadeiro mar, de pura solidão, mesmo estando no meio de pessoas diversas nessa hora nos perguntamos em quem abraçar!.
. A Quem pedi um carinho? Ou apoio mesmo que seja aos ombros para deixar as lagrimas se exalarem, sem perguntar nada,..nessa hora tem os amigos e os anjos e deus como essência de apoio, que podem ser não a solução mais pode ser a eles mesmo a quem pode dar e enviar a resposta mais sensata e coerente como resposta a situação em si! Que possa ter ocorrido a situação, problemas e algo que vamos ver e passar é sempre a vida, mais devemos ver isso como a um grande jogo de xadrez quem já jogou xadrez sabe como é a coisa e de estratégia, pensamento, e de habilidade e ser forte, na superação sempre, assim e o jogo de xadrez antes que deem o xeque mate, devemos ser sempre estrategistas, usar de todas as formas buscar respostas ser rei ou rainha, e atravessar todos os obstáculos que surjam durante o jogo da vida, que não e nada fácil, e dificuldade sempre surgiram (a vida, e para quem é forte, não aprendiz) , eu você e a cada um de nós temos no sangue um jogo de xadrez e sabe de todas as estratégias para solucionar um problema ou situação em si! Em cada face da fase da vida aprendemos com as quedas
. Os problemas e as angustias vão passar e fato concreto, mesmo que demore tudo volta ao normal do remanso da vida,..
Ai paramos então pensamos quantas coisas boas perdemos para sermos feliz,..
São sorrisos perdidos
Viagens que seja de sonhos perdidos,
E vontades não concebidas..
E amor amigo que poderiam ter sido um grande alivio na dor.
Agora pensamos dos problemas apenas e viver a vida como um grande nada!; ande tudo da errado, e viver uma vida melancólica demais,. e sim devemos rever conceitos pessoais da situação das experiências que aprendeu a duras quedas, e o efeito que fez isso evolui o jeito do ser a aula da vida que aprendeu da forma mais dura e complicada!, é ter fé deus! e aos amigos para sempre pedir abrigo quando estamos bem com moscos mesmo tudo anda bem melhor e nada exatamente nada derruba atoa quem tem um boa torre feito o jogo de xadrez da vida nunca será um xeque mate.

Momentos De Reflexão

Superando Obstáculos da vida

Autor:Ed.Cruz

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 3

Elis Regina Carvalho Costa. Cantora brasileira. Mesmo morta é mais importante que um bocado de vivos que eu conheço sem os querer ofender. Elis deixou a herança de seu talento até no sangue de seus filhos. Todos os três trabalham com música. Pedro Mariano é cantor. Maria Rita também. O primogênito João Marcello, que fora pai recentemente, é um produtor e crítico de mão cheia. Quando as revistas e os jornais se referem ao seu pequeno nascido como o ‘filho da Eliana’, fico um tanto desconfortável. Quero dizer, sem meias palavras, eu fico é puto mesmo! A criança é filha de Eliana, sim, que é uma apresentadora competente e que tem todo o direito de aproveitar sua maternidade. Agora, que seria muito importante recordar-nos de seu parentesco com a saudosa gaúcha, isso sim, seria bom. Mais do que ser ‘filho da Eliana’, essa criança deve ser apontada também como o ‘neto da Elis Regina’, uma das maiores cantoras que já tivemos, senão a maior. Fica aqui o meu singelo protesto. Mas não desejo me ater a essa discussão mais apaixonada do que pertinente.

O álbum mais famoso de Elis Regina é o Falso Brilhante, de 1976. O disco contava com músicas presentes no show homônimo, um espetáculo que juntava teatro, dança e canto numa apresentação memorável. O show locado no Teatro Brigadeiro teve 180 mil espectadores, o que o coloca como maior êxito da carreira da cantora e prova incontestável de sua popularidade e relevância no cenário da nossa arte. Quanto ao espetáculo, nunca o assisti seu vídeo completo. Mas o disco, não apenas pelas suas canções de maior sucesso, a citar, ‘Como Nossos Pais’ e ‘Fascinação’, marcou época. No auge do regime militar, que começava a ensaiar uma tímida abertura, o Falso Brilhante significou exatamente essa possibilidade, já que, ainda que veladamente, a crítica e a denúncia se faziam presentes na concepção da obra. O país vivia um declínio econômico considerável, a ditadura apesar de consolidada se encontrava desgastada e a incerteza, somada com o acobertamento sobre os desmandos realizados pelo então poder instituído tornavam a realidade brasileira numa situação difícil e pouco encorajadora. Valendo-se da brecha política, Elis remou contra a maré. Ainda que o Falso Brilhante seja um disco imerso na melancolia, sua mensagem final passa um fio de esperança durante a tempestade de seu tempo, um brando sopro de vida na austeridade de um país fechado, um suspiro diante das lágrimas causadas não somente pela violência como também pela miséria que tais circunstâncias trouxeram ao Brasil. Elis provou seu talento. E sua iniciativa ficou para o futuro, como marco da retomada da arte nacional como objeto de expressão dos anseios populares e de opinião.

Todavia, meu disco predileto da cantora não é o Falso Brilhante. Saudade do Brasil, um disco de 1980, pode ser considerada a obra definitiva de sua carreira. Não exclusivamente por ser seu último LP, Saudade do Brasil, que foi lançado em dois volumes, apresenta todo o desenvolvimento de Elis como artista. Numa estrutura seqüencial que de tão coesa chega a até se aproximar de algo conceitual, no sentido de se montar uma narrativa ao invés de se amontoar canção após canção, como que relatando o contexto histórico e social no qual se incidiam os brasileiros àquelas décadas, dando preferência a uma abordagem jornalística em detrimento do universalismo pessoal e intransferível nas artes gerais que encontramos desde então do final do golpe militar. Sem contar a gravação contou com uma quantidade de recursos muito maior para sua execução, o que elevou em muito sua qualidade, dando a cantora e seu repertório uma roupagem atual, destoante da imagem elitista e retrógrada atribuída para Elis antes desse trabalho. Elis, firme e ousada como nunca antes, decidira conduzir sua turnê de maneira até então inédita no país. Seu espetáculo seria montado em circos, para facilitar a mobilidade do show e reduzir seu preço. Ou seja, Elis queria levar sua arte aos mais pobres. Diante da negativa dos governos em obter uma autorização para o seu projeto, com toda a certeza surgira uma grande tristeza e amargura no âmago da cantora. Isso facilitou o processo que a levou à morte, pelo vício em remédios e drogas. Isso facilitou para enfraquecer a cultura nacional, tão restrita aos mais ricos, que temerosos de perder sua posição sempre pressionaram o desestímulo com a educação, a distribuição de renda e a justiça social, que em longo prazo causam mais do que prejuízos, causam o sofrimento de uma vida inteira de humilhações para nossos entes queridos, mal que conhecemos tão bem.

Minha mãe tinha doze anos quando Elis morreu. E certa vez, num desses especiais de televisão, passava a cantora, justamente num cenário que reproduzia um circo, justamente interpretando o repertório desse disco. Ela chorava, não somente pelo ídolo que Elis representa, mas pela realidade em que ela viveu e pelo plano de fundo em que calcava seu pensamento, nada mais que o desejo de paz e felicidade sempre cerceado aos mais simples. Foi ali que eu entendi o que era ser gente e ser artista de verdade. Foi ali que eu entendi que deveria não me abalar diante das dificuldades da vida, por maiores que elas sejam. E se Elis não viveu para ver suas expectativas suprimidas, esse é tributo que devemos ter com ela, que é o tributo de não nos conformarmos com a consternação, de tornarmos o Brasil um lugar onde a dignidade se faz presente, e onde o amor vale mais do que tudo.

Foto de Edigar Da Cruz

Sempre Será !.

Sempre Será !.

Sempre será! para amar,.
Sempre será! para sentir,..
Sempre será!amar,...
Sempre será!.
Sempre será um pouco (EU),.
Sempre será mais afinidades...
Sempre será mais amor,..
Sempre será as rosas vermelhas as cores do amor,..
Sempre será !,.Será sempre
Sempre será aos poros de sangue,..
Sempre será adentro do corpo,..
Sempre será quando está presente a saudade,..
Sempre será comigo ao contigo,..
Sempre será o !!(eu)!!
Sempre o te quero,..
Por que não a palavras que existam para se redefinir o amor, e a entrega ,..
Somos agora nós!
Sempre será futuro,..
Entre o eu , e vós,..

Autor:Ed.Cruz

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 3

Ficção é ficção. Arte é arte. Coincidências são coincidências. Na nossa realidade, chegava enfim o mês de setembro, a primavera dos campos e das pessoas, o dia mais claro, a aura que sopra possibilidades inéditas. Os parvos, de sangue quente e mente fraca, suspiravam por uma chance de perverterem a ordem quase natural onde estavam brutamente inseridos e sufocados. Seu fracasso era óbvio e evidente.
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A troca de peles é um ritual intrínseco aos seres de sangue frio. A cada três meses, ou seja, a cada ano em nossa realidade, isso ocorria uma vez. Trocar de pele, como quem troca de nome ou identidade, é tão repulsivo, tão nojento que nem mesmo os que o fazem suportam a manutenção dessa necessidade. Cabem em tarefas, aos engolidores, os maiores submetidos da sociedade vigente instaurada, dar cabo de sumir com os restos dessa sujeira, cabe aos engolidores auxiliarem e obliterarem quaisquer problemas que aflijam seus patrões e superiores, e cabe aos engolidores viver na miséria para não morrer a míngua, cabe aos engolidores sustentar o lucro e o luxo ao custo da própria dignidade ofuscada pela rapidez das coisas, a cópia de novidades, os valores em bolsas. Cabe aos pobres sustentar aos ricos, por motivos desconhecidos talvez justificados apenas pela ganância e pela sede de poder daqueles que mais podem, numa hipocrisia em tom que de tão cômico chega a ser trágico, um retrato de tantas realidades, inclusive as mais familiares. Política? Filosofia? A resposta é negativa. Trato de humanidade mesmo, de sentimentos, de coisas concretas na sua energia que teimam que colocar como abstratas. Trato de paixão, de suor, de um grito que irrompe da alma e que se afirma acima das expectativas conformistas dos ditos vitoriosos. Trato de algo que não se explica com palavras, do viver com simplicidade, de modo leve e até ingênuo. Trato do amor pelo amor, pelo sentir bem, pelo querer, pelo conciliar. É uma pena não haver o triunfo da paz sobre a guerra, da tranqüilidade sobre o conflito. É uma pena que a evolução carregue essa destruição, dita como inevitável.

É uma pena não encontrarmos o que tanto procuramos, tanto os frágeis como privilegiados.
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- Somos seguros. Temos tudo o que queremos. Pois então qual a causa de achar-nos tristes?

- Olha dona Clarisse...

- Dona? Dona, não. Somos amigos.

- Pois bem, Clarisse... Isso não sou eu quem tem que saber. Não tenho que saber e pronto! Mas que vocês me parecem tristes, me parecem.

- Você está certo... Mas precisamos dessa infelicidade... A vida é assim, o Luís me falou... Ele tem razão...

- Isso é você quem está dizendo.

- Ah, mas é verdade...

Meu coração batia como nunca antes apesar de eu não estar apaixonado.
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Desabafar por vezes faz bem.

- Clarisse, eu te trato tão bem, te dou tudo... Eu te compreendo... Mas você tem que entender que os meus atos são apenas vendo o seu melhor... Não fique assim tão pra baixo, eu te amo...
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Desabafar por vezes faz bem.

- Escuta aqui seu miserável, se eu ficar sabendo que você falou uma só palavra com a minha mulher eu vou te quebrar no meio, mato você, e ela nem vai ficar sabendo, e se você ou ela der qualquer sinal de que estão me passando pra trás eu arranco suas tripas e piso em cima delas, eu taco fogo em você, está me escutando?

Achei justa e aceitável a forma como o patrão me advertiu.
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- Dimas, você é muito resignado. Dimas, não é assim que se vive! Tenha vontade! Eu me preocupo contigo. É verdade. Você é uma das poucas pessoas em que eu confio de verdade. Eu sei que você não tem o melhor, mas o que você tem é muito bom. Você é uma boa pessoa, Dimas! Eu acredito que você pode ser feliz!

Continue calado, e agora com raiva.

- Dimas... Que mal eu te fiz...?

Senti ódio. Continue firme.

- Dimas... Fala alguma coisa...!

Jurei por dentro que nunca iria abrir a boca.

- Dimas... Por favor...!

- Meu problema é que eu te amo e nunca vou ter você.

Agora não tem mais volta. Vou morrer.
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No escuro do silêncio, chorando em um canto, esperei até que meu patrão surgisse e enfim me matasse da forma que eu merecia ou ele pensava, eu tremia o medo dos impotentes, o medo mais humano possível que se sente em vida, que é o medo da morte, o medo de ter existido em vão, ou melhor, ou pior, o medo de não ter existido de fato, o pânico dos julgamentos divinos contrários e da falta de um paraíso, o medo da verdade, mostrada por seres falsos e oportunistas.

Mas quando se abriu a porta não era o Luís Maurício.

Uma mulher linda e negra se confundia com a quase escuridão do quarto.

Foto de Del Montenegro

ÃOS MEUS FILHOS

Ao lado deles sou mais forte,
ao lado deles não tenho medo de trovão,
ao lado deles sou super-humana
ao lado deles sou mais mulher,
ao lado deles nada é impossível!!!
 
Ao lado deles o pior dia melhora
ao ouvir suas gargalhadas pela casa,
ao lado deles não existe tristeza e incerteza,
ao lado deles sou inbatível,
ao lado deles não tenho
solidão,
há espaço na minha alma
para três corações...
 
Ao lado deles,
sangue do meu sangue,
carne de miha carne,
almas da minha alma,
não existem caminhos tortuosos...
 
Ao lado deles sou imortal,
etéril e importante,
ao lado deles,
sou mulher realizada!
 
Ao lado deles sou árvore frondosa ,]
o sonho e a força de vontade,
ao lado deles sou mais gente
na verdade!

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