Rosto

Foto de Hanilto josé Da Silva

ANUNCIAÇÃO

Entre as palavras
que adoçam,
no olhar que arranha,
és tão íntima e tão estranha.

Como as nuvens que
deslizam e se chocam,
no azul mar do céu,
como letras feridas
num roto papel.

Dormi no teu solo
em desbravada aventura,
acordei em teu colo
perdida iludida ternura.

A caravana passou
na vida do sonhador,
e no brilho opaco
do meu rosto,sangraram
famintas lágrimas em desalinho
desconforto.

Sois amor
o sino que retine,
anjo da anunciação,
copiosa dolorosa confissão.

Hanilto 15 09 2011

Foto de Delusa

Desilusão

Quanta será a tortura
De quem saíu à procura
E por lá nada viu
Porque tudo o que procurava
Tudo apenas se encontrava
No lugar onde saíu

Quantas lágrimas de desgosto
Lhe hão-de correr no rosto
Quando a verdade encontrar
E então se sentir sozinho
E não encontrar o caminho
Para poder regressar

Cansado cai a chorar
E ergue-se sem poder andar
Pela mão que alguém lhe deu
Depois de percorrer o mundo
Procurando o que no fundo
Era aquilo que perdeu

Delusa

Foto de odias pereira

"A FILA ANDA E É BOM VOCÊ SABER "...

Mais uma vêz me apaixonei,
Por alguem que me entendeu.
O outro amor esquecerei,
Um novo amor aconteceu.
Ficar sofrendo ! ... Não vou ficar,
Por alguem que não deu valor.
A fila anda eu quero amar,
Quero gozar com o meu novo amor...
As minhas lágrimas não correm mais,
Não molham mais o meu rosto.
Um novo amor me trara paz,
Não vou ter mais, nenhum desgosto.
Vou ser feliz novamente,
Fazer da vida um prazer.
Viver sorrindo feliz e contente,
A fila anda e é bom você saber...

São José dos Campos SP
Autor Odias Pereira
04/08/2011

Foto de odias pereira

" LINDA AVE " ...

Quando você se agita,
E olha pra mim de lado.
Você fica mais bonita,
Exibindo esse teu corpo sarado.
Um corpo esbelto e muito lindo,
Moreno esguio e afilado.
E o teu rosto sorrindo,
Me faz ficar apaixonado.
O teu olhar meigo e suave,
Distribuindo suavidade.
Se parecendo uma linda ave,
Num voo lindo pra liberdade...

São José dos Campos SP
Autor Odias Pereira
20/08/2011

Foto de odias pereira

" MENINO BRASIL "...

Uma lágrima escorreu,
De um rosto pobre e triste.
De um homem que tentou mais não deu,
Um pedaço de pão a um menino que tem fome e ainda resiste...
Menino que vaga,
Menino que pede.
Menino que paga,
Menino que fede.
menino que sofre por não ter tido,
Um carinho uma educação.
Menino que paga por ter cometido,
Um pequeno delito, uma inflação...
Menino jogado,
Que vive nas ruas.
E não ter estudado,
Sentindo as maldades nuas e cruas...
Menino que finge sorrir,
Para esconder sua fome.
Quando consegue pedir,
A alguem sem nome ele come...
Menino mal falado,
Filho de um povo lindo Brasil.
Menino que não esta sendo educado,
por esses governantes dessa terra linda varonil.
Chamada brasil...

São josé dos Campos SP
Autor Odias Pereira
27/08/2011

Foto de odias pereira

' VIDA FINGIDA "..

Eu vi cair do teu rosto,
Uma lágrima triste.
Uma lágrima de um desgosto,
De uma vida que há muitos anos fingiste.
Uma vida cheia de fingimentos,
Fingimentos que encobre a tua tristeza,
Escondendo lá no fundo os teus lamentos.
E a realidade de tua vida alteza...
Uma vida simplesmente fingida,
Um sorriso pra manter as aparências.
Uma união conjugal sofrida,
Tentando não perder as boas referências.
De que vale tudo isso em sua vida ?
Se não tens felicidade e nem amor !...
Não deixe arruinar essa ferida,
Se consulte antes de aumentar a sua dor...
És jovem bonita e elegante,
Tens chances de mudar tudo agora.
Encontrando em tua vida um amor amante,
Não derrame lágrimas mais em teu rosto , senhora.

São José dos Campos SP
Autor Odias Pereira
29/08/2011

Foto de Rute Mesquita

Mea Luna

Mea Luna,
porque te ergues tão alto?
Quando a toda a tua pluma
gostaria de fazer um assalto.
Lua, lua…
a tua pele é de lutadora,
é o reflexo de uma tão antiga vida,
Só tu és a minha entendedora,
e se chegasse a hora da tua ida…
ai, como ficaria tão nua…

Levarás contigo,
os meus pensamentos tontos,
as minhas palavras de adolescente,
levarás a minha alma…
Levarás até este lindo zunido,
dos grelos que cantam.
Todos os anoitecerdes serão poucos,
para perder a calma…
pois aqui sentada à beira da nascente,
vou olhar atentamente a água
e esperar que esta reflicta a tua faísca.
Vou permanecer aqui numa postura,
de mágoa,
querendo ser a tua isca.

Espero que nunca deixes,
de iluminar o meu ser com a tua luz esbranquiçada,
a mim e a todos estes peixes,
que nadam nesta água por ti abençoada.

Dito isto, Lua,
já imaginaste uma noite sem ti?
Nem as estrelas teriam o prazer
de decorar aquele imenso manto azulado…
Lua, a minha noite será sempre tua,
estarei aqui a cada anoitecer,
para mais uma vez ver o teu rosto encantado.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro – Capítulo 2

Somos divididos em dois tipos de seres humanos, na nossa realidade. Os de sangue quente e os de sangue frio. Os possuidores de sangue frio, por apresentarem poucos escrúpulos, com o tempo se tornaram dominadores da sociedade em que vivemos. Sua palavra é lei, seu gesto é dinástico. Trocam de pele a cada três meses e detestam variações de temperatura.
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Meus patrões estão fazendo planos para o final desse mês de abril. Foi-se o frio do inverno junto com as reclamações dos meus mestres, suas peles hoje são rosadas e alvas, as crianças pedem menos colos e mimos, o trabalho se torna de novo vital e urgente. Embora ainda se demonstre certa lentidão na retomada dos afazeres, os ditos, por serem necessários, logo são realizados para a satisfação geral dos anseios.

- Vai boi, pasta!

O generoso e bom Luís Maurício é o melhor do que se pode esperar de um superior.
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Um dia li um livro. Ou melhor, engoli. Não que eu tenho sido obrigado à comê-lo, por mais que acreditem ser essa minha obrigação, pelo que lhes disse até agora, não sei bem, o que conto, nem para quem. Não sei se estou num passado ou num presente. Bem, não importa. Como citei li um livro de relance, por uns três milésimos, o suficiente para obter a seguinte frase de seu interior:

“Não é por ser engraçado que seja comédia.”

Não entendi muito a frase, mas a guardei na memória. Eu nunca havia lido um livro antes. Sequer sabia se sabia saber ler. Pois então, o livro estava nas mãos da dona Clarisse. Dona Clarisse é uma atriz. Finge que ri, finge que ouve, finge que pensa e que tem opinião. Admiro seu jeito, nas minhas modestas faculdades. Antes que achem que sou apaixonado por ela, soa tão doce a minha maneira de tratar desta e tratá-la, logo que a vejo, provarei que nunca a amarei do fundo do meu coração contando o episódio cômico e engraçadíssimo que vivemos.

- Venha idiota, preciso de um tapete! – Dona Clarisse é sempre um doce de mulher.

- Não.

- Disse alguma coisa?

- Não.

- Quem bom. Deixe-me que eu te pise, e não grite.

Ela me quebrou duas costelas ao me usar em ser inútil.
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Depois de tal chalaça, e quase que digo que era anedota, outra situação com alegres conseqüências me turvou o rosto em lágrimas de riso, de escárnio, de champanhe em sal gelado escorrendo pelas pálpebras. Em outro dia, ou mesmo hoje, ou mesmo agora, a patroa observa fixamente todos os seus bens acumulados pelo marido e sua mobília nobiliária, milionária, da qual sou tão íntimo em jamais encostar.

- O Luís Maurício é tão bom...

Finjo que observo em silêncio.

- Amo o Luís Maurício, ele é o homem da minha vida...

Não uivo por dentro, nego o que esperam que eu sinta.

- O Luís Maurício me dá tudo o que quero...

Por um instante imagino que a patroa está tentando convencer a si mesma de que ama seu marido, que está infeliz com os caminhos que tomou e que preferia a liberdade ao invés do conforto. Besteira, ela não seria assim tão ingênua

- O Luís Maurício é minha alma gêmea...

Enfim, vocês não enxergam que nunca vou amar minha patroa, que ela não é o ar que respiro todos os minutos e que não quebraria essa horrenda jaula imunda e sufocadora que limita os sonhos e aspirações que eu teria se eu fosse livre?

- O Luís Maurício... É um maldito...

Droga. Pensei alto. Tão alto que a patroa disse exatamente aquilo que eu estava pensando.
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- Clarisse, você...

- Eu mudei de idéia. Não quero trocar o engolidor.

- Mas eu nem disse o que eu queria...

- O que importa? Qual o problema? Eu não quero mais trocar o engolidor e posso te dizer isso antes que me pergunte.

O patrão fingiu que me olhou com um generoso e bom ódio.

- Luís, eu sei que se preocupa comigo. Mas você não precisa se preocupar tanto. Eu estou bem, juro. Nosso casamento está firme, nosso amor é como uma rosa que desabrocha na mais pura beleza em flor que anuncia a primavera.

Por um momento achei que a patroa me olhou fixamente nos olhos e quis dizer que somente comigo seria feliz de verdade nesse mundo sujo e cruel ao qual temos que nos sujeitar.

- Eu te amo, Luís, não desconfie.

Eu não admito que amo aquela mulher.

- Ou você acha que eu iria te trocar por um simples... Dimas...

Foto de Arnault L. D.

O corpo do beijo

Quando meus lábios tocaram
a pele de seu rosto,
o canto de sua boca,
meus olhos se fecharam.
Por não precisarem ver, sabiam...
A ideia... Apenas uma.
Os pensares resumidos ao beijo.
A abandonar-me a cada sentir
de suas mãos e minhas mãos,
costas, seios, desejo e calor,
perfume, cabelo e detalhes.
A se unir, fundindo-se aos meus.
E o beijar não mais beijava, era mais...
Tocava-lhe a alma e a minha se perdeu.
Entre a doce fome de amores
a nos devorar e servir...
E não mais a queria,
pois era você, eu, em simbiose...
Apenas eu, ou você, tanto importa
nos resumindo num outro, em único.
Em catarse, fui o prazer de sentir
e o responder de seu prazer.
beijando como se amamenta... Faminto.
Negando de toda filosofia,
de todo entendimento e ego.
Eu era apenas aquele que a beijava
e mais, eu fui o próprio
e só... O beijo,
o corpo do beijo.

Foto de Arnault L. D.

Caminhos d'água

Os caminhos da água
são o cair, ou o subir.
Não é ficar;
é seguir...
Para o ar, ou para o mar...

Do chão evaporando
faz as nuvens no céu,
pinceladas e figuras.
Brancas como papel
ou densas e escuras.

E quando se desmancham,
em garoa, ou turbilhão,
a paisagem a banhar.
Ou granizo em explosão
no solo a despedaçar.

Mas logo seguem unidas
nos declives, como rota,
criando pequenos rios
que por seu fio brota
aonde existiam vazios

D'água também são lágrimas
e evaporam do coração
para aos olhos vir brotar,
correndo no rosto ao chão,
ou evanescendo em marejar...

Mas os caminhos da água
são o cair, ou subir.
Não é ficar;
é seguir...
Para o ar, ou para o mar...

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