Queria poder controlar meus sentimentos,
Endurecer meu coração,
Fechar cada porta que deixaste aberta, ao ir embora,
Recolher os restos, das lembranças amassadas,
Como papeis rasgados, do livro da minha vida,
Faxinar minha alma,
Aceitar que não foste mais que uma tempestade passageira,
Um estranho, que chegou sem avisar,
A lembrança de um olhar sincero,
Mas o que tenho?
Apenas uma certeza que me fere,
O silencio da minha culpa,
De querer, o que nunca terá dono,
De esperar a resposta de uma pergunta sem solução,
Sentir, que no silencio posso te observar,
Esconder, pistas, verdades só minhas,
Abraçar-me ao travesseiro molhado,
Sufocar a cada minuto o desejo de afagar teu rosto,
De chamar teu nome,
Como uma vontade insana de sofrer,
Uma espera tola,
Catando cada pedaço de mim,
Como pétalas que caem de uma flor murcha,
Vou descobrindo, encobrindo,
Esse coração de criança,
Ainda pulsante,
Que amadurece,
Acertando, aceitando que acabou.