Romances

Foto de Benny Franklin

O amor não precisa razão!

- não!... Por Deus!... Não!...

- não posso deixar a mãe de vocês sozinha

Nesta casa de tratamento!...

- meu coração não resistiria vê-la sozinha!...

- não!... Por Deus!... Não posso ir!...

Declaração de paixão eterna...? Sim...!

Magnífica prova de amor essa do velho Noah,

Que se internara na clínica psiquiátrica

Para ficar ao lado de sua grande paixão,

E de lá, não arredava o pé, por nada neste mundo.

Entre o sonho e a realidade,

Noah acabara de receber a visita de seus filhos,

E de prima facie, de súbito fora indagado por eles,

Do porquê dele não querer mais retornar para casa.

Dado o estado de total letargia em que Allie se encontrara,

E relembrando cenas passadas de um amor eterno,

Noah, subitamente, respondeu-lhes:

- não, meus filhos! Eu não voltarei para casa!...

- minha casa agora é aqui ao lado da mãe de vocês!...

- Ela é o meu lar!...

- O nosso amor não permite separação!...

Lembram de “Diário de uma Paixão”,

Inesquecível filme americano que narra história

De um grande amor

Vivido por dois jovens de diferentes classes sociais?

Pois é, assisti esta pérola cinematográfica em Teresina.

Emocionei-me com a história.

Aprendi o enredo do amor e agora já sei a lição de cor.

Filme como este deveria ser assistido por todo mundo

Em face de pura lição de vida que ele nos intui.

Extasiado, conclui que “o amor não precisa Razão”.

Não pede esmola. Não usa favor. Não engendra passagem.

Não anima circos de desamores, nem antros de libertinagens.

Lembrar que para ter o amor verdadeiro junto de si,

Aquele, que, movido pela ânsia de ter para sempre

O calor dos corpos, o afago do beijo,

O entrelaçar das mãos nervosas da mulher amada

Até chegar à conquista da vida a dois,

Noah e Allie: atravessaram guerras,

Terminaram romances, beberam cicuta,

Mergulharam na força da felicidade,

Em busca da verdadeira face do amor...

Já que é ao lado de quem se ama,

Que se vive a vida.

O amor é assim... Cheio de segredos,

De caminhos tortuosos, de lagos contaminados,

De dores redivivas, de lágrimas sentidas.

O amor, se amado à exaustão,

Remove montanhas, recobre vales, assopra nuvens,

Bebe oceanos e mares, comove o seu executor.

O amor, não precisa sabedoria, pois já é pós-graduado.

Não precisa arrebatamento, pois já é alado.

Não precisa ciúme, pois já é sincero.

Não precisa paga, pois já está de graça.

Não precisa ser três, pois dois, é-lhe o bastante.

O amor, quando tem a alma comprometida,

Transcende a energia desconhecida do infinito.

Quando temos amor e vivemos somente para ele,

A cor do coração torna-se incolor,

O sentimento torna-se alimento coletivo,

A água da chuva sacia almas semi-áridas,

O frio torna-se manta quente,

O quente torna-se brisa dos mares,

A montanha caminha até o outro lado do rio.

O amor não oferta dívida já que por ser idôneo

É ao mesmo tempo patrão e inquilino.

O amor não distribui riqueza já que por ser honesto

É ao mesmo tempo devedor e tesoureiro.

O amor não submerge na dúvida já que por ser oceânico

É ao mesmo tempo náufrago e timoneiro.

O amor não expele ódio já que por ser amor

É ao mesmo tempo criador e criatura.

Plagiando o bom Neruda,

Eu abro um sol, e canto aos amantes:

“... Oh amor! Quando eu morrer

Quero as tuas mãos em meus olhos:

Quero a luz e o trigo de tuas mãos amadas

Passar uma vez mais sobre mim seu viço:

Sentir a suavidade que mudou meu destino... “.

Todas às vezes em cujo mirante eu relembro esse filme,

Uma lágrima cai sentida, e um grito ecoa bem alto:

Oh amor, amor,

As orações ao castelo do céu

Ascenderam como triunfantes parreiras

E tudo inflamou em céu, foi tudo estrela:

O navio, a nave, o dia se expatriaram juntos.

Oh amor, amor,

O ódio de quem não ama alguém,

Está associado ao rancor.

O ódio e o rancor são inseparáveis com as duas

Faces de uma moeda.

Abandonando o ódio e o rancor,

As pessoas conseguem ser felizes.

Oh amor, amor,

O desejo de amar,

É anseio latente no âmago de nosso ser;

Trata-se de algo inato, transcendente,

E não algo que se adquire pela existência.

Nossa existência é a vida,

E a vida é uma energia que deve ser manifestada.

Por isso, é inerente em todos,

O desejo de amar.

Oh amor, amor,

O verdadeiro amor existe e perpassa a violência

Transformando-a em pétalas copuladas,

Perpassa a guerra salvando-a das lágrimas maculadas,

Ignora a fome desmedida, e na medida certa,

Desvia-se do precipício...

E como sendo dono de sua onipresença,

O amor está sempre presente e constante

No âmago de quem lhe anseia.

Oh amor, amor,

Por ser infinito, o amar não abriga defeito,

Já se basta inteiro, é suficientemente comparte,

É cálice absoluto, senhor de si, consorte:

E sua dor,

Não precisa razão.

Foto de paulobocaslobito

Velida

Velida que na vida te dê mais charme,
Ou que todavia
Se deus me perdoar
Por tão dita, a cotovia
Que do cimo irá cantar,
Cancões para te embalar.

Ai dona que deus me deu,
E, que por seres velida
A minha chama desce, à vida,
Ao paraíso.

A minha chama a mim me tomou
Que em tão gran coração legou,
Pero... com duas copas
De caminhada
Nas gentes, que a teu comando
Mais se asperam.

E tu que dama és
Senhora ou por outra julgada,
Esforçado serei o teu aio
Que nos caminhos sozinho
Busco encontrar-te.

Partiremos ao amanhecer
Assim que claro houver,
E, ansioso daquele, que se opuser
Com tal ardir,
Com vil e lixosas calúnias,
Ai... não se me duravam as iras
Desse afã que me provir
... Pois que tal cavalheiro
De mim terá que ouvir:
Se, não zurrar... ladrarei,
Até que o fidalgo
De mau agravo mo consentir,
Tua mão.

Prez vossa excelência
A concupiscência,
Da minha mal criação
Mas, fala mais alto o coração
Que de vós é gravo e amargurado...
Amargurado.

Sinto
De vosco pruido,
E vós mulher
Que soias em prol
"Is" dizer aos patriotas
E a tal marido,
Que a esclarecer
E, a amadurecer,
Por mim que vedes partir,
Com as lágrimas em sofrimento
A destro e a sestro
Onde nada mais há,
Que não seja
Mui gravemente a hora de partir
... Lágrimas para mim.

Partirei na hora prima
Onde não haja senão provir,
E, aqueles que se arreigarem
Comigo irão soturnos
E mesmo que esmagados,
Nenhum deles voltará...
Santa Maria vale!
Ah amor!
Que em boa hora teso me fiz solteiro
Manipulado pelo estio
Em guisa que me pariu
Nesta vida de romances
Fala mais alto o coração,
Que a nossa perdição.

Partirei...

Paulo Martins

Foto de laurinda malta

Galáxia de Estrelas

Ando às voltas com o desejo,
Perdida no azul firmamento,
Incendiando virus do ensejo,
Na hipnose do doce momento.

Céu estrelado, pontos cintilantes,
Universo em doce prazer galáctico,
Sensações de grandes romances,
Ocultas em corpo de amor enfático.

No auge do bem-querer, vadio,
Ênfase em sussurrado bravio,
Acalenta alma em noite de cio,
Boémio corpo onde não há frio.

Corpo aberto à plateia do Universo,
Galáxia de planetas sem luz ou nome,
Cometas baratos de cauda ao reverso,
É Sol em extase em amor descoberto.
laurinda Maria Malta Moreira

Foto de amasol

A moça da janela

De sua janela, uma linda moça - todos diziam - sonhadora, um sorriso sempre no rosto, um amor buscou.
Não uma paixão qualquer, fugaz, como lera em romances.
Queria um amor sublime, que a completasse, que risse da vida e gostasse de poesias.
Realizou seu desejo.
Pela janela, um jovem rapaz que palavras bonitas dizia passou, por ele se apaixonou e até serenatas ganhou.
Foi o bastante, subiram ao altar.
Tempos de intimidade se aprofundando, bons e maus momentos se alternando, as coisas já lhe pareciam diferentes.
Da parte dela, tudo perfeito.
Esperava-o com um bolo quentinho, um abraço carinhoso e beijos afetuosos.
Escutava-lhe as lamúrias, tudo à gosto do amado.
Da parte dele, algo mudara.
Filhos? Nem pensar - dizia - sou muito novo, crianças aqui não.
Poesias, já não mais ouvia, nem sequer um verso, serenatas então, só dos gatos no telhado a miar.
Beijos apaixonados, bobagem, estou apressado... falava o desalmado.
Mas...
Com o tempo, a moça da janela perdeu a visão das coisas simples, tudo que houvera sonhado, ficara para trás.
Insegura se tornou, já não se achava bela - meio por sua culpa - por ter perdido a esperança de dias melhores, do amor do passado.
Continuou alí às tardes na janela, olhando para qualquer lugar.
Não se via seu sorriso de ternura, pouco dos sonhos lhe restara.
Perdoar sempre, a cansou de vez.
Seu amado, homem fraco e volúvel, nos diálogos, defeitos nela colocou.
Pegou suas malas, sem um adeus sequer, a deixou.
Dos tombos e tropeços que a moça levou, sofrendo ainda pelo abuso, algumas coisas da vida aprendeu:
"Nem todos caminham na mesma direção.
..Lembrou que não lera só um romance...
Poderia sua vida recomeçar...
Quem sabe um dia, na janela, voltaria a sonhar".
Se passos deu para trás, agora olharia para frente, mais madura, segura e consciente.
Os arranhões no coração, ajudariam-na a andar com mais lentidão, olharia às pessoas mais profundamente, para que talvez no futuro, não mais errasse.
A pura verdade não ilude e não trapaceia.
O presente a faz reviver, pois acredita no futuro, refeita da decepção.
Decidida, põe a insegurança porta afora e agora em uma nova janela está.
Hoje da moça ingênua e pura daquela janela, pouco restou.
Mas vê-se em seus olhos agora, um brilho de mulher que ficou.

Foto de Ana Botelho

TIQUE TAQUE

Bailarina descompassada,
Sigo a ermo na vida
Os mesmos caminhos
Que outrora traçara,
Tempo em que cria no outro,
Onde o inverno era apenas uma estação

Como poderia eu saber
Que também em romances
Se travam dilúvios...
E que a tempestade vinda
Do temperamento humano
É exatamente o seu distúrbio.

Gostar seria imantar a dor,
Mera síndrome, pois não,
Ou criação masoquista,
Qual é mesmo, amiga,
O ritmo correto da vida...

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