Ritmo

Foto de TrabisDeMentia

Onze da noite

Onze da noite. Soava a campainha. “Aposto que ele estava à espera que a hora chegasse” pensei enquanto me dirigia à porta atando meu robe. Ajeitei os cabelos ainda húmidos e espreitei pelo orifício enquanto levava uma mão à maçaneta. Do lado de fora aguardava um indivíduo cabisbaixo. Não era ninguém que eu não esperasse! Corri o trinco e cumprimentei-o com um sorriso! “Entre”, Ordenei em tom de pedido e estendendo a minha mão à sala de estar. “Sente-se ali por favor, no sofá”. Não era um jovem bonito, mas era contudo interessante. Musculado o suficiente para me despertar a curiosidade e abastado de masculinidade se bem me quis parecer. Fiquei observando-o caminhar enquanto fechava lentamente a porta. “Sim, sem dúvida o que eu estou precisando”. Dei duas voltas à chave como sempre faço quando tenho visitas. Se por um lado transmite segurança a quem vem por bem, por outro lado transmite desconfiança a quem vem por mal. E eu gosto sempre de saber em que terreno estou pisando antes de partir para a caça. Aproximei-me do jovem contornando o sofá pela esquerda e me debruçando sobre as costas deste. “E vai querer beber alguma coisa?” Ele se virou e num instante desviou seus olhos para o meu robe propositadamente entreaberto. Antes que ele se engasgasse ao me responder eu continuei - “Não tenho nada com álcool, mas tenho sumo, água...Tenho chá preto fresco, quer?”
“Pode ser chá então se não se importar” disse ele retomando a posição. Atravessei a sala lentamente em direcção à cozinha. Pelo ruído quis-me parecer que ele estava se ajeitando por entre as calças. E concerteza que estava me observando. Assim é que eu gosto, de deixar meus convidados bem esfomeados antes da refeição! De mostrar à presa quem é o predador!

Não demorei mais que dois minutos. O jovem estava debruçado sobre a mesa de vidro com um ar de expectativa. “Espero que não se importe, preparei para si também!”. Não pude evitar o meu ar de surpresa. Afinal não é todos os dias que me deparo com um espectáculo destes! “Não! De jeito nenhum! Hoje vamo-nos divertir imenso!” - disse eu enquanto me ajoelhava e descortinava o porquê dos ruídos! Com um cartão de crédito ele ajeitava o risco de pó branco na minha direcção. Me estendeu uma nota de vinte enrolada sobre si mesma e me convidou. “Não! Você primeiro” retorqui lhe devolvendo a mão! Não se fez rogado! E na mesma sofreguidão que inspirou o pó se recostou no sofá! “Agora eu!”. Levei a nota á narina e limpei o que restava na mesa! Ele olhava para mim com um rasgo ofegante nos lábios e eu... Que saudades que eu tinha disto! Me sentia como que... Viva! Do meu coração partia uma sensação que se espalhava até ao formigueiro na ponta dos dedos! Fitava o jovem com meus dentes serrados, lábios entreabertos, olhar de desejo! Gatinhei até ele e me encaixei entre as suas pernas! “Era assim que me querias?” - falei sem esperar resposta. Puxei a sua camisa branca para fora das jeans e comecei pelo botão de baixo, escalando em direcção ao seu peito, ao seu pescoço. Ele me pegou nos cabelos e deixou que eu levasse minha língua até os seus lábios. Trepei para cima dele, e deixei que ele me desatasse. Sentia ele pulsando sob mim, pulsando a um ritmo louco. Como que implorando pelo meu toque ele se esfregava. Mas é assim que eu gosto, é assim que eu gosto! “Vem cá” disse eu lhe mostrando o caminho com a minha mão! “Vê como eu estou!” - O jovem não cabia em si com tanta loucura, tanto tesão. Tomou meus seios como se fossem dele e se vingou. Queria que eu devolvesse a ele o prazer que ele me estava a dar. “Mas eu devolvo, eu devolvo” -pensei. “Tira as calças” -mandei. Ele num ápice as chegou aos joelhos. Mostrava-se abastado, como eu já esperava pela firmeza das investidas. O tomei em minha mão e me apressei em aconchegá-lo em mim! A sua falta de ar estava, a cada batida, mais apercebida. Ele me olhava boquiaberto com ar de deslumbramento. Eu retorquia com movimentos mansos... Sob as minhas mãos palpitava um coração descontrolado. Cravei as unhas e demarquei meu espaço na sua boca. Sua língua me procurava numa ânsia louca. Demasiado louca para se conter num só lugar. Demasiado grande para caber num só sofá. Agarrou em mim e sem se permitir afastar me jogou no chão. Cruzei minhas pernas sobre as suas costas enquanto ele me ganhava centímetro a centímetro, enquanto palmo a palmo me arrastava pela sala. “Quero mais que isso, muito mais que isso” - eu avisava, mas ele já nem me ouvia de tão surdo que estava. Todo o seu ser se resumia num único ponto e com um único objectivo: me vencer no prazer. Encurralou-me num canto... Uma mão sob mim, outra na parede. Nada poderia ser mais perfeito. “Queres saber o que é prazer?" - Ameacei. Seus movimentos cada vez mais frenéticos eram já de um comboio descarrilado. “Queres?” - E no momento em que ele se enterrou em mim, eu me enterrei nele. Cruzei forte as minhas pernas e não lhe permiti nem mais um movimento.
Sob os meus lábios o quente sabor do prazer. Sob os meus lábios, em cada vez que ele compulsava, o doce sabor do sangue, impregnado de toxinas, me levava ao êxtase. Como leoa esperei pela morte incrédula da caça. Ali naquele canto, me satisfiz!

Foto de jairokour

Beijo Para Flor

Ela não me saía da cabeça. Se entranhara tanto em mim que por mais que eu tentasse, não conseguia tirá-la de meus pensamentos.
Sonhava com ela, imaginava milhares de situações, sentia uma vontade louca de ouvir sua voz, ver seu sorriso, estar junto dela, tocá-la, sentir sua pele.
Eu me controlava, mas era evidente que eu a queria demais, que morria de tesão por ela. Apesar de tudo que vivêramos, tinha dúvidas se ainda era correspondido, mantinha-me então discreto e evitava avançar o sinal.
Certo dia por um motivo qualquer, estive em sua casa. Na hora de ir embora, ficamos conversando no portão. Estávamos sozinhos. Ao despedir-me, beijei-lhe o rosto como de costume. Segurava sua mão e senti que ela apertou a minha retendo-a na sua, como se não quisesse que eu fosse. Isso me deu coragem. Puxei-a para dentro e fechando o portão, venci a timidez inicial e toquei seus lábios com os meus. Um lampejo de resistência e espanto apareceu em seu olhar, que logo foi substituído por um brilho intenso e senti sua boca macia pressionando a minha, correspondendo e provocando em mim imediata reação, excitando-me, deixando meus sentidos à flor da pele.
Perdi o medo e com minha boca colada à dela, envolvemo-nos num beijo intenso, quente, úmido, cheio de lascívia e paixão. Adorava a pressão de seus lábios contra os meus, enquanto nossas línguas se encontravam e se enroscavam, lutando frenéticas, procurando cada uma absorver da outra toda carga de luxúria reprimida em nós até aquele momento, buscando desvendar nossos segredos, revelando os mistérios de nossos corações, fazendo aflorar todo desejo contido, enclausurado.
Ah, o beijo. Mais que o sexo, o beijo é a demonstração e a procura dos anseios mais recônditos. É a entrega perfeita, sincera. O sexo é instinto animal, o beijo é o desnudar da alma. O sexo é o prato que nos sacia a fome, o beijo é o alimento que nos revigora a alma. Mostramos no beijo todos os nossos sentimentos. O sexo é gozo efêmero, rápido, o beijo, gozo eterno. O beijo faz o sexo e é o sexo. Sexo é físico, beijo é alma. Revelamos nele toda a nossa fragilidade frente aos sentimentos que nos assolam e toda nossa força criada pela paixão. O beijo agasalha nosso frio, livra-nos de nossas amarras, liberta-nos de nossas vergonhas, estimula nossas emoções e provoca o toque. E o toque, num círculo vicioso, excita o beijo. Mais uma vez eu tomava consciência do porque as cortesãs oferecem o sexo e recusam o beijo. Sexo pode existir entre corpos desconhecidos, beijo verdadeiro e sincero, só entre corações que se querem.
Ao beijá-la sentia meu sangue fervilhar, minha pulsação disparar e todas as minhas sensações concentrarem-se em nossas bocas. Meu coração almejava querer e ser querido. O contato de seus lábios com os meus variavam de intensidade conforme o fluir das emoções, ora suave feito brisa de outono, provocando leves arrepios, ora intempestivo como furacão, provocando tremor, nos deixando ofegantes. Nossas línguas viajavam de encontro ao céu de nossas bocas, acariciavam-se, descobriam-se e completavam-se. Ao comando do beijo nossas mãos nos procuravam, respondendo com afagos de amor. Nossos corpos se entregavam ao contato da paixão e à chama do desejo que se avolumava e se intensificava.
Afastei-me, tomei fôlego e segurando suas mãos a conduzi para dentro de casa, procurando um lugar mais confortável.
Sentados no sofá, Flor, procurando a minha, ofereceu-me novamente sua boca sôfrega. Aceitei-a, ávido de mais carinhos e beijei-a arrebatadamente como sempre desejei, como sempre sonhei. Guiado pelo desejo fiz com que minha boca percorresse seu pescoço, seu colo, sua orelha. Pousasse em sua nuca beijando-a suavemente, provocando suspiros e arrepios de excitação. Minhas mãos descobriam seu corpo em suaves, mas decididos toques. Ela retribuía beijando meus olhos, mordiscando meu queixo, meu pescoço, acariciando meu rosto. Voltava, procurando o agasalho de minha boca, o abraço da minha língua. Prendia meu lábio inferior entre os seus, mordia levemente e deixava sua língua tatear pelos cantos de minha boca provocando-me e levando-me ao paraíso. Por cima do tecido de sua blusa, meus dedos atrevidos encontraram seu mamilo rígido e minha mão apertou suavemente seu seio, arrancando dela um gemido de prazer. Procurei os botões e a soltei. Deixando minha boca deslizar ao encontro daqueles mamilos maravilhosos, rodeei-os com minha língua, sugando-os delicadamente, depositando neles beijos úmidos e calorosos. Flor contorcia-se de excitação. Encorajado por suas reações tirei completamente sua roupa. Contemplei extasiado aquele corpo celeste. Ah, como descrever aquela visão de beleza exuberante? Ela nua, recostada no sofá, olhos semicerrados esperando ansiosa pelo meu próximo toque, adivinhando meu próximo beijo, se oferecendo, se entregando inteiramente a mim.
Decidi naquele instante que meu prazer, meu gozo, seria o dela. Resoluto distribui delicada e demoradamente centenas de beijos em seu colo, em seu ventre maravilhoso e, ousado, explorador, percorri seu corpo com minha boca, beijando, lambendo, sentindo a suavidade e o sabor de sua pele. Voltei aos seios, refiz o caminho de sua boca, mordisquei a pele de seu ombro, beijei seus pés. Partindo da parte de trás dos joelhos deslizei a ponta da língua alternadamente pelo interior de suas pernas, e subindo, guiado pelos seus murmúrios de aprovação, aproximei-me atrevido e pousei meus lábios nas pétalas macias daquela flor maravilhosa, sentindo sua suavidade, seu sabor divino, néctar propagado dos deuses. Deliciado, entre seus tremores e gemidos ouvia os murmurantes sinais inequívocos de seu delírio, que me orientavam e conduziam: “assim..., mais..., continue...”.
Beijava-a agora com a delicadeza do amor mesclada com a fúria da paixão. Flor respondia com movimentos ondulantes de seus quadris, suas pernas pressionando minha cabeça, fundindo-nos no mais íntimo contato. Minha boca e minha língua, como se estivessem em um parque de diversões, beijavam e brincavam loucamente, saltitando de um ponto a outro, alimentando seu prazer, amplificando seus sons, tonificando suas sensações. Estendi os braços e toquei novamente seus seios, brincando com seus mamilos, navegando por suas curvas, escalando suas colinas. Busquei sua boca e senti meus dedos, qual sorvete sabor prazer, sendo lambidos e sugados, umedecidos e envolvidos por sua língua. Continuei, distribuindo por onde minhas mãos alcançassem, as carícias que fluíam das pontas de meus dedos, descobrindo seus pontos de loucura, ligando chaves do seu prazer, desvendando as trilhas da sua paixão.
Sentindo o aumentar do ritmo dos seus movimentos, a frequência de seus ais, o balanço do seu ventre coordenado com a intensidade de meus beijos e o pulsar de minha língua, pressionei suas nádegas de encontro a mim, mantendo aquele cálice preso à minha boca, evitando sua fuga. Com as mãos crispadas no tecido do sofá, Flor aumentou a pressão de seu corpo sobre meu rosto, permitindo que eu sorvesse a intensidade de suas sensações, o mel dos amantes, querendo que seu prazer também fosse meu, e desmanchou-se com um tremor vigoroso na melodia fluida do gozo profundo, num êxtase sem fim, trêmulo, intenso, sonoro.
Segurando minha cabeça, manteve-me ali, preso por instantes em seu pulsar, compartilhando e transmitindo-me seus impulsos, suas delícias, agraciando-me com uma parcela de seu céu, me fazendo morrer de paixão e de felicidade. Acalmada, levou meu rosto junto ao seu e beijou minha boca suave e demoradamente. Acomodou minha face em seu colo, para que eu ouvisse, nas batidas de seu coração, os acordes de seu amor.
Sorridente, saciada, satisfeita, sem proferir uma palavra sequer, me fez feliz por tê-la feito feliz.

Foto de Fernanda Queiroz

Gêneros na Literatura

Genero Literário

Gênero é o modo como se veicula a mensagem literária. Há grandes diferenças de conteúdo e de forma entre os textos.

Plana

Forma:
Estrutura;
Prosa - parágrafos
Poesia - versos

Conteúdo:
Significação;

Gênero Lírico

Seu nome vem de lira, instrumento musical que acompanhava os contos dos gregos. Por muito tempo, até o final da Idade Média, as poesias eram cantadas, separando-se o texto do acompanhamento musical, a poesia passou a apresentar uma estrutura mais rica. A partir daí, a métrica, o ritmo das palavras, a divisão em estrofes, a rima, a combinação das palavras, foram elementos cultivados com mais intensidade pelos poetas.

A forma soneto é, dentre as várias outras formas fixas surgidas na história da literatura, que mais resistiu ao tempo, sendo um modelo acolhido pelo poeta ainda nos nossos dias.

Estrutura do soneto:
14 versos distribuídas em dois quartetos e dois tercetos;
Métrica: usualmente versos decassílabos e alexandrinos;
Rima

Quanto ao conteúdo, os poetas líricos se caracterizam pelo predomínio dos sentimentos, das emoções, o que os torna subjetivos. A poesia em geral pertence a este gênero.

Gênero Narrativos

Na atualidade passou-se a chamar gênero narrativo ao conjunto de obras em que há narrador, personagens e uma seqüência de fatos. É uma variante do gênero épico. Abrange várias modalidades de texto em que aparecem os seguintes elementos:

1 - Foco narrativo: presença de um elemento que relata a história como participante (1º pessoa)ou como observador (3º pessoa ). E, também há o narrador onisciente.

2 - Enredo: é a seqüência de fatos, podendo seguir a ordem cronológica em que eles ocorrem (sucessão temporal dos fatos), ou a ordem psicológica (sucessão dos fatos, seguindo as lembranças ou evocações das personagens, apresentando, muitas vezes flash-backs ou voltas ao passado.

3 - Personagem: seres criados pelo autor com características físicas e psicológicas determinadas.

4 - Campo e espaço: o momento e o local em que os fatores são narrados e onde se desenrolam.

5 - Conflito: situação de tensão entre os elementos da narrativa.

6 - Clímax: a situação criada pelo narrador vai progressivamente aumentando sua dramaticidade até que chega ao clímax, ao ponto máximo.

7 - Desfecho: momento que recebe o clímax, no qual se finaliza a história e cada personagem se encaminha para seu "destino".

Ao gênero narrativo pertencem as seguintes modalidades de texto:

O conto:
O conto, por ser breve e simples narrativa, é um gênero muito cultivado. Apresenta as seguintes características:
Apresenta apenas uma célula dramática.
Poucos personagens intervem na narrativa.
Cenário limitado, espaço restrito.
Espaço de tempo curto.
Diálogos sugestivos que permitem mostrar os conflitos entre as personagens.
A ação é reduzida ao essencial, há um só conflito.
A narrativa é objetiva, por vezes, a descrição não aparece.

Romance:
O Romance é uma narrativa longa, caracterizada por conter:
Enredo complexo.
Um ou vários conflitos das personagens.
Tempo, espaço ampliadas.
Vários personagens.
É a mais importante das modalidades narrativas em prosa. Envolve a narração de um acontecimento fictício, porém verossímil, ou seja, coerente com o universo real em que se espelha.

Fábula:
Narrativa inverossímil, com fundo didático, que tem como objetivo transmitir uma lição de moral. Normalmente a fábula trabalha com animais como personagens. Quando as personagens são seres inanimados, objetos, a fábula recebe a denominação de apólogo.

* Texto Fichário On Line

Foto de rodrigodupim

?? Triste??

Como as coisas podem mudar "do nada"
Antes era flores hoje apenas um deserto
Antes um céu azul hoje apenas escuridão
O que e quanto sera que tempos que provar
Para mostrarmos que somos mereçedores
Mereçedores de um verdadeiro amor de uma pessoa que seja impar
Aquela que o preconceito seja apenas um pré-conceito, que o mesmo inocente e cheio de esperança
Aquela pessoa a qual seu coração apenas não bata mas forte e sim desconpaçado sem ritmo para que ritmo quando se ama???
Mais uma pergunta precisamos provar tudo isso a quem???

A Deus?? ele sabe tudo que se passa em seu coração e sofre quando você chora em forma de ações mostra que não vale apena chorar seja por quem for, pois ninguem é tão importante a qual deixe seu coração sem esperanças, ninguem é tão perfeito para que você deseje nunca mas amar, ninguem é tão essencial para que deseje nunca mais viver

Todas pessoas deixam marcas, porém essas marcas são responsaveis por mudar o destino das pessoas pelo bem ou pelo mal vc sera sempre presente na vitoria ou na derrota de alguem

por isso nunca ame em vão sempre de coração

Foto de MARTE

VIVA O DIA DA LIBERDADE....SEMPRE

MARCHAR PELAS RUAS
COM CRAVOS BEM SEGUROS
AO RITMO DA DEMOCRACIA DO POVO

Num dia assim, milhares de pessoas saíram à rua.
Foi há 33 anos que se fez a revolução.
Depois foi o que se viu, tantos mais ontem
do que hoje andaram pela liberdade de punho
erguido, de voz bem alta e com muitos cravos.
E veio o 1º de Maio, celebrado, e eram todos um só!
Amanhã volta-se a sair à rua para gritar em liberdade,
democracia para o povo.
Empunhando cravos e bandeiras, ao ritmo de
slogans históricos e ao som das músicas e letras
que marcaram a mudança e continuar a
rodear os festejos da efeméride com as gerações
a cruzarem-se avenida abaixo, num testemunho em
larga escala de um cenário a viver de
Norte a Sul do País.
Celebrar as conquistas do 25 de Abril, de
olhos postos no futuro, feito de novos desafios
políticos, económicos, sociais, contra o fascismo
e o racismo.
No dia da liberdade, os motivos e causas
de luta do presente e do amanhã devem-se
fazer passear pelos cartazes de homens
e mulheres, civis e militares, novos e velhos,
que em jeito de protesto renovem os ideais
que deram flor e ditaram o fim da ditadura.
Para lembrar o que muito ainda falta
fazer, 33 anos depois da grande revolução,
que devolveu o poder ao povo, mas cuja
classe dominante continua a exercer o
seu poder e a esquecer os mais desfavorecidos.
Em vésperas do 1º de Maio, a manifestação
promete voltar a sair à rua e ganhar
novo fôlego, o da festa...num grito
de revolta pelo muito que ainda falta fazer.
Façamos juntos um 1º de Maio de Luta!
Basta de Crimes, Exploração e Opressão!
Viva a Luta da Classe Trabalhadora!*
Em todo o mundo, milhões de homens, mulheres
e crianças passam fome e miséria e vivem
nas piores condições.
Quanto mais a riqueza se acumula nas
mãos de poucos, mais o desemprego aumenta por toda
parte, causando a queda dos salários
e a retirada dos direitos dos trabalhadores,
principalmente em países como o Brasil e Potugal.
Indiferente a tudo isso, a burguesia continua
a contar com os favores de seus governos
para seguir acumulando riquezas pela exploração
do trabalho de todos nós.
Como se isso não bastasse, o capitalismo
vem destruindo o ambiente, provocando desastres ecológicos
e o aquecimento global, colocando em risco
a própria sobrevivência da espécie humana .
As guerras imperialistas em nome do lucro
e da ganância e as inúmeras bases militares norte-americanas
em todo o planeta promovem a cultura da violência,
sustentam a indústria armamentista
e assassinam milhões de pessoas.
No Oriente Médio, no resto da Ásia e na América Latina,
as intervenções imperialistas dos EUA levaram e continuam
a levar a inúmeras guerras de ocupação visando
a pilhagem das riquezas, a golpes de Estado, ditaduras
militares e guerras civis a serviço dos interesses
perversos de suas grandes empresas.
Nesse contexto, o governo Bush ainda recebe a colaboração do
governo Lula, que insiste em manter as tropas brasileiras
no Haiti, arriscando a vida de soldados
numa clara demonstração de subserviência aos EUA
e de completo desprezo pela soberania do povo haitiano.
Essa realidade só pode ser modificada pela organização
e luta consciente dos trabalhadores de todo o mundo
para construir uma sociedade em que a riqueza
produzida por nosso trabalho possa estar
a serviço da maioria real da população, os trabalhadores,
os jovens e o povo pobre ?
Uma sociedade socialista.
O 1º de Maio simboliza a luta dos trabalhadores,
que nesse dia saem às ruas em todo o mundo
para manifestar-se contra a violência,
a exploração e a opressão capitalistas.
No Brasil, o governo do PT e seus aliados traíram
a classe trabalhadora para seguir o mesmo caminho
dos governos anteriores: com as mais altas taxas de
juros do mundo, governam para nutrir os privilégios
dos banqueiros, especuladores, latifundiários,
empresários e políticos corruptos;
governam para fazer as reformas neoliberais
que retiram direitos históricos dos trabalhadores
(Reforma da Previdência, Reforma Sindical e Trabalhista,
entre outras);governam para promover o arrocho salarial
e sucatear os serviços públicos;
governam para seguir pagando a dívida fraudulenta aos ricos,
que a nesta altura já abocanham metade do orçamento público
e impedem que o povo brasileiro possa
se beneficiar dos impostos que pagam.
Hoje como ontem, a luta continua sempre...
até à vitória final.
Viva o 1º de Maio em liberdade...sempre
(30/04/2007)

Foto de Gaivota

* QUANDO ABRI A BORDA DA CONCHA....MINI-CONTO

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QUANDO ABRI A BORDA DA CONCHA

Possuo amigos.. algo de bom, deveras bom.. ser escutado é uma parcela da existência rota e vagabunda de todo escritor. Por um lado amado e por outro amaldiçoado...ou será alma dissociado.? Eternamente mal encarado.. Descarado!
Foi assim.. resolvi sair do casulo onde guardava a mente estúpida entre dedos ao molho campanha e decidi: É agora ou nunca. Não tenho papas na língua e vomito prazeres ou delírios, não guardo pensamentos em vão.
Jogo na vida, nas páginas pretas que passeiam virtualmente a espera de manchetes sangrentas que o povo aguarda roendo unhas.... Onde estão as notícias trágicas? Quem morreu? Onde aconteceu o tiroteio da última avenida manchada de sangue onde moscas e bactérias transitam em fome absoluta?
Saído do lar em perfeita harmonia aconchegante, onde a boca enorme mamava azul ondas deslizantes de dias coloridos abraçado a mãe natureza. Eu pérola expelida.
Caminhei arrastando dedos estúpidos no ritmo da maré e cheguei ao asfalto onde percebi o primeiro tiroteio..
Era a maré! Não..! Não a minha onda que sobe e desce em ritmo cardíaco... era sangue desfeito em pólvora.
Era o cheiro fétido da morte alisando minha cabeça. Era a gosma que sobrou.. era a dor.
Perfurada alma docemente azul que dentro de mim criou-se, vi com estes olhos que comem estrelas sorridentes, corpos estendidos na poça da vida... Na fome, na miséria humana... nas mãos armadas.. nos ratos que passeavam por entre vísceras e fuzis....
Vi que o mundo não parecia o lar-pérola azul-negritude....
O lar era a briga de gangues, era a necessidade de poder, eram notas e notas de dinheiro ensangüentado, era o desejo mórbido de comer algum pedaço de coração humano..era o pseudo existir nas línguas do fogo cruzado. Era matar! Matar! Matar..
Engoli a lágrima escorrida, lambi meu beiço na voracidade do desejo...desceram lágrimas sal doce aportando a garganta e fizemos sexo... Eu, a lágrima e a cama desfeita de meu ser. Ali no silêncio da garganta entrei em transe....nossos corações batendo no desespero selvagem dos prazeres...

RJ- 08/11/2006
** Gaivota **

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Foto de Gabriela Brassi

Desejo

Te quero mais uma vez...
Me exponho, me declaro, te quero, te desejo
Quero sentir novamente o fogo da paixão
Quero novamente dançar a dança do amor,
Sentir o corpo arrepiado de desejo e prazer,
realizar todos os sonhos e fantasias
junto com você, e para você...
e sem pudor, saciar o que em mim corroe e machuca
Quero sentir de novo o prazer, e,
desta vez, quero que olhe nos meus olhos...
Sinta quanto desejo expressa meu olhar
Quanto calor, quanta vontade em mim está contida
Quero extravasar, e, numa explosão que me ensurdece, galopar num ritmo que embala movimentos lentos até os mais frenéticos. .
Quero sentir o seu sabor
Quero amenizar a minha dor

Foto de Fernanda Queiroz

Figuras Linguísticas

Figuras de linguagem

Comparação: consiste em aproximar dois seres pela sua semelhança de modo que as características de uma sejam atribuídas a outro. Exemplo: Lívia é linda como sua mãe.
Metáfora: ´´e uma espécie de comparação implícita entre dois seres, já que o elemento comparativo fica subentendido. Exemplo: O samba é pai do prazer.
Metonímia: consiste no uso de uma palavra (x) em lugar de uma outra (b), em virtude de certas familiaridades que elas têm entre si. Exemplo: Você já tomou dois copos, agora chega.

Pleonasmo: é a repetição de uma idéia, com repetição ou não das mesmas palavras. Exemplo: Vi com meus próprios olhos!
Antítese: é o emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido. Exemplo: De repente do riso fez-se o pranto.
O emprego de palavras que se opõem também é denominada como, paradoxo ou oxímaro . Exemplo: ela chorou de tanto rir!

Prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir atitudes inanimadas ou humanas a seres inanimados ou irracionais. Exemplo: histórias em quadrinhos.
Onomatopéia: é a reprodução de sons e ruídos por meio dos sons das palavras. Exemplo: POOMP!!!
Eufemismo: é o uso de uma forma mais amena para dizer algo que possa chocar o interlocutor. Exemplo: Um senhor pegou seu carro sem lhe avisar e sem a intenção de devolver!
Ironia: ocorre quando se diz alguma coisa, querendo-se dizer exatamente o contrário. Exemplo: Todos os meus amigos têm sido campeões em tudo.
Hipérbole;
Hipérbato;
Sinédoque (metonímia);

Funções da linguagem

No ato da fala, pode-se observar:
o emissor: aquele que diz algo a alguém
o receptor: aquele com quem o emissor se comunica
a mensagem: tudo o que é transmitido do emissor para o receptor
o código: a convenção que permite ao receptor compreender a mensagem. Ex: Língua Portuguesa
O canal: o meio que conduz a mensagem ao receptor. Ex: a língua oral
O referente: o assunto da mensagem

Sendo assim temos as FUNÇÕES DA LINGUAGEM:

Função Referencial
Ocorre quando o referente é posto em destaque, ou seja, o objetivo do emissor é simplesmente o de informar o seu receptor. A ênfase é dada ao conteúdo, às informações veiculadas pela mensagem. Os textos desta linguagem são dotados de objetividade, uma vez que procuram traduzir ou retratar a realidade. Bons exemplos da função referencial são os textos jornalísticos e científicos.

Função Conativa (ou Apelativa)
Ocorre quando o receptor é posto em destaque, ou seja, a linguagem se organiza no sentido de convencer o receptor. Neste tipo de função é comum o emprego de verbos no imperativo e verbos e pronomes na 2° ou na 3° pessoas. Bons exemplos da função conativa são os textos de publicidade e propaganda.

Função Metalingüística
Ocorre quando o código é posto em destaque, ou seja, usa-se o código lingüístico para transmitir aos receptores reflexões sobre o próprio código lingüístico. Bons exemplos da função metalingüística são as aulas de línguas, gramáticas e o dicionário.

Função Emotiva (ou Expressiva)
Ocorre quando o emissor é posto em destaque, ou seja, a mensagem está centrada na expressão dos sentimentos do emissor. É um texto pessoal, subjetivo. É comum o uso de verbos e pronomes em 1° pessoa e também o uso de pontos de exclamação e interjeições. Bons exemplos da função emotiva são textos líricos.

Função Fática
Ocorre quando o canal é posto em destaque. O interesse do emissor ao emitir a mensagem é apenas testar o canal, o que tem o mesmo valar de um aceno com a mão, com a cabeça ou com os olhos. Exemplos típicos da função fática são: "alô", "pronto", "oi", "tudo bem?" "boa tarde", "sentem-se", etc.

Função Poética
Ocorre quando a própria mensagem é posta em destaque, ou seja, chama-se a atenção para o modo como foi organizada a mensagem. Bons exemplos da função poética são textos literários, tanto em prosa quanto em verso.

As linguagens da literatura

Versos são uma sucessão de sílabas ou fonemas formando uma unidade rítmica e melódica que corresponde, normalmente, a uma linha do poema.
Estrofe é um agrupamento de versos.
Métrica é a medida dos versos.
Ritmo na poesia se dá pela alternância de sílabas acentuadas e não acentuadas,ou seja, sílabas que apresentam maior ou menor intensidade em sua enunciação.
Rima é um recurso mundial baseado na semelhança sonora das palavras no final dos verso e, as vezes , no interior dos versos.
Aliteração é a repetição de sons consonantais idênticos ou aproximado.
Assonância é a repetição de sons vocálicos idênticos ou aproximados.
Paranomásia é o emprego de palavras de grafia ou sons aproximados, mas de sentidos diferente.
Paralelismo é a repetição de idéias e palavras que se correspondem quanto ao sentido

*Texto pesquisado em Fichário On Line

Foto de Carmen Lúcia

...e o planeta chora...

...e o planeta chora lágrimas de ácido,
Que caem sobre os rios como aço
E retornam num ciclo plúmbeo, sarcástico,
Gerando nuvens de plástico,
Exalando gás carbônico que se alastra,
Penetrando os pulmões numa devassa,
Poluição, fumaça, desgraça...
É um vaivém que nunca passa.
A terra seca se racha,
O que beber já não acha...
Precisa se fortalecer
E seus filhos socorrer...
Cicio de cigarras...
Tempo quente, o sol abrasa...
Novas enchentes vêm de repente,
Corpos emergem, cidades imergem,
As camadas de ozônio sequer protegem.
O mar se revolta, sem volta...
E ondas cinzentas, pusilânimes,
Transformam-se em tsunamis...
El Niño (Jesus Menino) roga por preservação,
Mas a ambição, a autodestruição,
Acelera o seu ritmo num sádico delírio,
Desequilíbrio mental, desequilíbrio letal...
E nossa casa chora o descaso e o abandono
Lixos contaminam a consciência ambiental.
É a lei do retorno...
Almas enlatadas antecipam o final.

Foto de Francisca Lucas

Oceano De Palavras

Dicionário,
O meu oceano de palavras!
Nele, navego no meu barquinho
De pesquisa,
Tão pequenino!...

Quero ser pescador de palavras,
Debaixo deste céu,
Num temporal,
Natural
De palavras destiladas
E alcalinas...

No anzol da curiosidade,
Em agilidade
Arremesso,
Para os cestos
Da memória,
Quantas palavras consigo pescar,
E logo venho a devorar,
E rechear
A minha poesia...

Alimentando
A mente
E o coração,
Numa dissertação
Em ritmo poético!

(( Francisca Lucas ))

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