Ó linda, bela e doce luz,
tão linda quão a luz do sol!
Talvez cultive em mim um girassol
que condenado esteja a ir pra cruz.
Garota de livre e suave olhar
tua face ressalta singular beleza.
Tocar-te é um sonho afastado, ou não, da natureza
que retoma o desejo de em ti pensar.
Os teus lábios me levam a meditar
Teu sorriso entoa divina melodia
Minha mente te procura, como a noite busca ao dia
e sinto na boca o desejo de beijar.
Mas agora chega!
Chega de rimas,
chega de céu,
chega de mar
chega de rosas!
Chega de sofrer sem aparente motivo!
Vês! A aula acabou!
ninguém indagou sobre teu dia!
Ninguém!
Mas não será o amor o derradeiro motivo?
então eu quero sofrer,
eu quero amar
e quero rimar.
Quero fazer da solidão uma saudade,
supérflua saudade
que me batia como se fosse eu lixo
e me xingava como se fosse eu fútil
que me ingeria como se fosse eu bixo
e me beijava como se fosse útil
Que agora destroça meu corpo
sem a mínima e absurda gentileza
E que esquarteja minha alma
como um animal
ou um predador que devora sua presa.
Preciso me despir
de toda e qualquer norma
de completa e total insegurança
Tal receio me desarma e põe-me em xeque
Preciso tocar teu nome
de qualquer forma
Como vai, Odete?