Ricos

Foto de EK Kel16

Guerra civil

Veja seus jovens lutando
Veja suas mulheres chorando
Veja seus jovem morrendo
Da maneira que sempre foi antes

Às vezes eu penso e vou até a janela
Enquanto o vento leva e semeia junto ao tempo
Todos aqueles meus pensamentos
Sobre a tão sonhada paz alcançada em algum momento

Olhe o ódio que estamos criando
Olhe o medo que estamos alimentando
Olhe as vidas que estamos guiando
Da maneira que sempre foi antes

Por tudo que vi
Mudei minha maneira de pensar
À medida que os anos passam
A guerra continua com o orgulho de mentes lavadas
Que carregam a cruz do homicídio
E a história esconde as mentiras de nossas guerras civis

Minhas mãos estão atadas
Enquanto os bilhões passam de um lado para o outro
Nas noites vazias, caladas
Por mãos sangrentas que só o tempo pode perdoar
E a história carrega as ccatrizes de nossas guerras civis
Talvez a paz seja alcançada...

Eu fiquei anestesiado quando aprendi a ver
Eu sempre senti pelo Vietnã
Temos a parede de Washintong para nos lembrar
Que você não pode confiar na liberdade
Quando não esta em suas mãos
A paz ainda está próxima, acredite...

Veja a duvida que temos engolido
Veja os líderes que temos seguido
Veja as mentiras que temos engolido
E eu não quero ver mais nada

E eu não preciso da sua guerra civil
Ela alimenta os ricos e enterra os pobres
Vendendo os soldados num armazém humano
Não e uma graça?

Olhe o sapato que eles calçam
Veja o sangue que fazem jorrar
Veja o mundo que estamos matando
Da maneira que sempre fizemos antes

Eu não preciso de sua querra civil
É tão civil mas é guerra de qualquer jeito

Foto de Stacarca

Poeta Maldito

Vida! Vida, que a ti tanto repugno
Morte! Oh morte que a vos tanto ansiava
Enfermiças palavras eu regurgito
Em versos dolentes da era medonha passada?
Pobres ricos com fatuidade que tanto estraga.
A tristeza que impera, Dum momento? Ah eu minto...
A alegria dissipada, há esperança? Ah eu acredito...
Opacos sentimentos à amostra, é amor que exala!

Na vespertina eu escrevo a ingratidão
No cair da noite choro por um Mundo sepulcro
Quão grande é meu amor senhora. Ó podridão!
Púrpura de sangue do indulgente. Ó imundo!
Amo-te cada vez mais, minha amada musa
Não importa a elegia, nem mesmo o pasmar
Escrevo com a alma, com a realidade dura
Escrevo com o coração, por te amar.

O pavoroso sempre volta, não importa o dia
A realidade é sempre a mesma, vida esmaecida
Sua face nunca esqueço, ó traços perfeitos
Seu sorriso áureo, ó lindo, sempre "momentos"
Porque te odeio tanto? Meu Mundo horrendo
Porque te amo ainda mais? Minha divindade clara
Veja, mais um que sucumbiu na existência, Num morrendo?
Deturpa uma noite que o óbvio já dizia, brada!

Ó leitor ignaro, não leia o desgosto
Viva de amor, não do sobreposto
Um poema composto por palavras desgraçadas
Escrito por um poeta triste, que almeja o nada
Acreditas em mim, por favor... Quando digo a verdade
Eu te amo! Mesmo com essa podre gentil realidade
Versos medonhos que machuca a olhos nus
Dum poeta que sangra a cada dia, e exala o próprio pus

O poeta escreve a esperança
O poeta compõe sentimento
O poeta grita o ódio
O poeta maldito te ama!

Foto de TrabisDeMentia

Crianças!

Nha, nha, nha, nha ,nha!
Nha, nha, nha, nha ,nha!

Os homens são crianças
Que brincam aos crescidos
Aos indios e aos cowboys
Aos polícias e aos bandidos
Todos têm um papel para desempenhar
Cada qual com sua arma, cada qual no seu lugar

Os homens são crianças
Que brincam aos crescidos
Aos ricos e aos pobres
Aos fortes e aos oprimidos
Uns comem o queijo enquanto outros comem pão
E aqueles que não comem vão depois lamber o chão

Os homens são crianças
Que brincam aos crescidos
Aos papás e ás mamãs
Aos amantes e aos traídos
Os mais convencidos dizem ter o amor na mão
Enquanto os outros sabem bem que o amor vem do coração

Os homens são crianças
Que brincam aos crescidos
E quando eu crescer
Vou estar do lado dos bandidos
Vou roubar o queijo para o pobre alimentar
E mandar esse meio mundo o outro meio mundo olhar

Nha, nha, nha, nha ,nha!
Nha, nha, nha, nha ,nha!

Foto de sonhos1803

Colcha de retalhos

Não sei o que é poesia,
Apenas a imensa colcha de retalhos,
Em um emaranhado pulsante de sentimentos,
Pessoas e rostos,
Cujo laço crio, outros desfio,
Umas linhas de tecido mais fortes,
Em outras mais delicadas,
Fios finos e fios grossos,
Por entre eles alguns remendos,
Em outros lindos bordados,
A cada novo laço,
Um novo começo,
Diariamente a trabalhar,
Desejando não desatar nenhum dos fios,
Prender cada retalho,
Misturar esses sentimentos,
Preservar cada novo e antigo momento,
Amigos,
Ricos bordados, ou em fios gastos,
Cheios de carinho,
Lembranças que tanto estimo.
Ao querido poeta.

Foto de Dulce Mendes

O Anjo e o Demônio

Anjo: luz; Demônio, escuridão. Como conciliar esses dois aspectos da personalidade? Não há conciliação. Anjo: candura, leveza, amor, caridade, afeto (que abranda o nosso coração).
Demônio: ódio, apego, trevas, luxúria (que nos persegue ferozmente...).
Queremos alçar o vôo mais alto e fugidio e ao mesmo tempo queremos reforçar os grilhões que nos prendem ás paixões mais baixas. Pobres escravos!!! O amor quando chega já nos pega de assalto, preenchidos de egoísmo, ciúmes. Apego e malícia. Anjo e Demônio, duas faces resplandescentes de fascínio, que nos atraem, nos arrastam, nos levam ao céu/inferno. Como fugir, se o desejo de experimentar certos prazeres é justamente a parte mais cruciante da minha dor?
Em minha alma trava-se uma batalha fatal e eterna, do bem contra o mal. Quem vencerá? O Anjo/Bem, com sua espada de luz, sua caridade que acolhe; sua suavidade, que abranda; seu amor, que perdoa? Ou o Demônio/Mal, com seu magnetismo, que prende; sua voz, que seduz; seu olhar, que promete? Não! Não! Nessa guerra não há vencido, nem vencedor, pois um não vive sem o outro. Essa dualidade é parte intrínseca do ser humano. Somos o nó que une as divindades. Somos o campo fértil e latente de amor, ódio, desejo, apego, bondade, suavidade... Somos ricos e privilegiados; desgraçados e perdidos. Vivenciamos a VIDA em todos os seus aspectos: positivos e negativos. Atormentados joguetes do destino, possuímos o suposto direito ao livre-arbítrio. Livre (restrito) arbítrio, e uma consciência que nos aponta com seus dedos de garras, acusadores...
Quero fugir Quero ficar! Quero fugir do ódio que me agrilhoa; Quero ficar no amor que me liberta...

Foto de Rosye

Tanta gente...

Tanta gente …
tanta gente que passa ali na calçada
tantos rostos sorrindo, outros que se apagam
tantos outros perdidos e encontrados
passeiam crianças que brincam
tanta gente …
ao longe que passa …
rostos diferentes, desolados e outros cativos
lindos e envergonhados
mimos de gente que sente
corações esquecidos …
perdidos no meio de tanta gente.

Tanta gente …
gente que tem sua história …
toda aquela gente que passa
gente que já foi graça
ricos hoje colados á vidraça
outros que pedem esmola
gente de barro que nunca foi á escola
e outros, doutores sem livros
surgidos de alguns papeis perdidos.

Tanta gente …
gente que passa pela calçada
presos nos versos que escrevo
acreditam ou não ser gente indiferente
outros tocam, cantam e gritam
sussurram no teu ouvido
escritos que agora canto
o sol de toda a gente
a sombra de quem merece.

Tanta gente …
gente que pensa que não tem cabeça
gente por aí perdida no vento
gente que é gente
crê numa vida diferente
gente que fala grosso
agressivos de corações feridos
comem caroço de alguém que oferece
gente muita gente tanta gente
que vive que tanto fala
mas não escuta o que está ouvindo
gente indiferente de costas voltadas
ditado que já foi dito
boca que entra mosquito.

Tanta gente …
vencedores e vencidos … pequenos humildes
despeitados por gente que não é gente
toda esta gente
filhos de um criador ausente
presos culpados ou inocentes
outros por aí que não acreditam
esperam um grão de milho
fazem-se passar por gente
no meio de tanta gente
pequenos vadios de orgulho ferido.

Tanta gente …
homens iguais são diferentes
cada um tem seu valor seu sentido
conforme aquilo que acreditam ser gente
e muita gente passa … tanta gente
como esta que vejo passar na calçada
senhoras com altos vestidos
de mãos atadas nos maridos
olhando o céu vazio
outros são meninos
assubiando, saltando, sorrindo
de mãos nos bolsos de ombros caídos
sacola ao ombro
caminham para a escola.

Tanta gente …
cavalheiros que fumam cachimbo
gente que é gente, tanta gente, por aí
que passa pela calçada
que pensa que é diferente
mas que no real sentido
é igual a tanta gente.

Autora: Rosye

Foto de laurinda malta

Ricos e pobres

Porque terá de ser assim? Pobres, míseros, sem fundos de tesouro mas réstias de alegria;
Alegria conformada pela troca do vácuo de mel que vem da alva e dádiva natureza;
O outro lado: senhores, diplomatas, respiram aromas, lufadas frescas de moeda e papel,
Num cachimbo, de sinal de paz, lutando sempre a bem da nação, com orgulho e beleza.

Pobreza de dinheiro, pobreza de consolos e carinhos, chorosos da inexistência riqueza;
Do outro lado, dinheiro esbanjado, outras vezes, sem tino e miseravelmente amealhado;
Panoramas mortos e inertes, horizonte imenso prometem ser farto, em próximas mesas.
Dias guerreados, pensamentos envoltos em tormentos, à espera de dias esperançados.

Escassez de ar, diferenças no querer e sentir, ambições fustigadas pelo estado de humor,
Diferença sentida no frio, pobre de alegria, de amor, do querer e do curto e pouco saber,
Conclusões retiradas e envergonhadas da existência da paz do rico e do pobre sem calor;
Elação revoltada, diante da Constituição de Direitos que pobres e ricos sabem conhecer

Foto de Laviniapach

Amor amigo (Lavínia Pach)

Há algo em você que perdura - é a candura;

E quando os teus olhos sorriem vejo ternura,
pois brilham e espantam;

São ricos, tão largos;

São sóbrios, gaiatos.

Tão cheios dessa doçura, desse amor amigo!

Lavínia Pach

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