Rendas

Foto de Marilene Anacleto

Um banho de Mar

Um banho de mar
É tudo de bom
É tudo de leve
É um grande bailado
Com movimentos
Inesperados.
Eu ‘corro ondas’
Feito jacaré.
Pulo, estico e fico
Na ponta do pé
E salto, e voo
Para ultrapassar
A onda maior
Que maior ainda ficou.

Um banho de mar
É soltura e leveza.
Para meus cansaços
Refaz a inteireza.
Se eu marco médicos,
Longas esperas
Só um banho de mar
Já me recupera.

Entregue às ondas
Bem solta, bem leve,
Um banho de mar
É muito mais alegre.
Uma roupa solta
E um bom protetor
Devolve-me a saúde
E o bom humor.

Nas águas tão claras
E saias de rendas
A paz se instala
Em cada suspiro
Do azul deste céu
Carrego comigo
A luz de meu ser,
Terminam as brigas
E o amado se torna
O ser que me abriga.

Foto de Carmen Vervloet

Os Tons do Amor

O reino do amor é grande e sedutor...
Tão grande que encheu todo meu sonho.
O reino do amor da açucena tem a cor,
é buquê colorido que encanta olhos tristonhos..

O REI expande nele sua luz divina
e tece em seus teares toda a beleza,
um céu anil, uma lua prateada que tudo acetina,
um lago de paz que suaviza qualquer tristeza.

A mãe, a rainha, que no ventre agasalha o filho
e o protege com amor incondicional e eterno,
vela-o em seu berço, enfrenta empecilhos,
dedica-lhe seus sentimentos mais puros e ternos.

No reino do amor a fraternidade é imensa...
Tão grande que em canção a alegria se difunde intensa
na paz transcendental da tarde silenciosa
que desperta em seus súditos uma visão sempre radiosa.

No reino do amor não tem discórdias, nem contendas...
Casais andam de mãos dadas em cumplicidade,
romances envolvidos em perfumes e rendas
ciúme e egoísmo incinerados em outra cidade..

Nele o amor é como um prisma de cristal,
recebe um facho de luz monocromática,
irradia o amor tecido de forma artesanal
sob infinitos tons, muda no livro da vida, a temática.

No reino do amor o essencial é visível aos olhos!

Foto de Marilene Anacleto

Poeminha do Mar

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Cada dia é um sol,
Cada dia as ondas se deixam
Espraiar suas rendas de sonhos,
Em desenhos que a imaginação alcança,
Em poemas que a mente escreve.
Coração e alma agradecem.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Renascer

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Gaivotas bicam pequenos peixes.
Cães perdidos, lindos, farejam restos
De peixes extintos,
Antes do nascer do sol.

Nuvens incandescidas refletem
Ondas ao longe,
Enquanto as rendas esparsas,
Iluminadas,
Massageiam meus tornozelos.

Pés descalços,
De areia e águas banhados,
Outrora de unhas pintadas,
Hoje respiram aliviados.

Surgem pequenos barcos,
Seguidos por bandos, em alarido,
Enquanto, em terra,
Homens puxam redes,
Carregadas de peixes.

Nuvens espessas fazem chuvisco,
E trazem imenso arco-íris.
Presente dos céus
Deleita minha alma
Vivifica o dia que recebe o sol.

É outono,
Outono ainda quente
Que incomoda,
Mas também alegra muita gente.

Marilene Anacleto

Foto de Carmen Vervloet

7o CONCURSO LITERÁRIO - TONS DO AMOR

O reino do amor é grande e sedutor...
Tão grande que encheu todo meu sonho.
O reino do amor da açucena tem a cor,
é buquê colorido que encanta olhos tristonhos.

O REI expande nele sua luz divina
e tece em seus teares toda a beleza,
um céu anil, uma lua prateada que tudo acetina!
Um lago de paz que suaviza qualquer tristeza.

A mãe, a rainha, que no ventre agasalha o filho
e o protege com amor incondicional e eterno,
vela-o em seu berço, enfrenta empecilhos,
dedica-lhe seus sentimentos mais puros e ternos.

No reino do amor a fraternidade é imensa...
Tão grande que, em canção, a alegria se difunde intensa!
Na paz transcendental da tarde silenciosa,
que desperta, em seus súditos, uma visão sempre radiosa.

No reino do amor não tem discórdias, nem contendas...
Casais andam de mãos dadas em cumplicidade,
romances envolvidos em perfumes e rendas,
ciúme e egoísmo incinerados em outra cidade.

Nele o amor é como um prisma de cristal,
recebe um facho de luz monocromática,
irradia o amor tecido de forma artesanal
sob infinitos tons, muda no livro da vida, a temática.

No reino do amor o essencial é visível aos olhos!

Carmen Vervloet

Foto de raziasantos

Foi Assim!

O dia estava lindo eu arrumava os últimos detalhes do quarto do meu primeiro bebê.
Abri a janelas deixando que a luz do sol iluminasse e aquecesse o quarto.
Tudo lindo o berço de madeira maciça, era decorado com lindo protetor, bordado á mão: Cortinado com rendas finas trazia pendurado pequeno anjinhos.
Minha barriga esta enorme, minhas pernas pesadas e inchadas, mas eu me sentia uma rainha.
A felicidade de ser mãe me irradiava e me enchia de orgulho.
Meu marido entra sorrindo com um boque de flores me abraça, acaricia minha barriga olha dentro dos meus olhos e fala te amo!
Como resposta ao nosso amor nosso bebê da um salto dentro do meu ventre...
A bolsa estoura e vamos para o hospital, atravessamos a pequena cidade que exibia uma beleza nunca observada por mim antes.
Ate o azul do céu estava mais azul, o brilho do som refletia sob as calmas, águas do rio que parecia nos acompanhar até o hospital.
Ao chegarmos fui levada imediatamente para sala de parto.
Era uma sala toda branca, com aparelhos de oxigênio, suportes para soros, e medicamentos, no meio do teto onde tinha uma roda enorme toda iluminada.
A mesa de cirurgia ficava em baixo dessa luz.
As enfermeiras me deitaram nesta mesa, pediram para eu ficar calma que tudo daria certo.
Eu sorri e disse estou calma e muito feliz.
Logo entram na sala quatro médicos, eles vieram conversar comigo se apresentaram, um era anestesista, outro obstetra, um pediatra, e um cardiologista:
Eu perguntei por que tanto medico, eles me explicaram que era normal, pois eu não tinha dilatação e seria necessária uma cesariana, mas estava tudo bem.
Logo começaram os procedimentos eu fiquei com muito sono, mas queria muito ver logo o rostinho do meu filho, então lutava fortemente contra o sono.
Um cansaço começou a tomar conta de mim, um médico ficou todo o tempo na minha cabeceira, ele falava comigo me encorajava dizia esta tudo bem logo estará com seu filho nos braços.
Eu sabia que estava tudo bem tive uma gravidez tranqüila.
Cada minuto que passava aumentava minha ansiedade para ver meu filho.
Der repente! Sou tomada por uma súbita surpresa, ouço um choro de bebê meu filho nasceu!
Os médicos sorriem e me parabenizam...
Uma enfermeira se aproxima de mim com uma coisinha branca, meio ensangüentada, mexendo as mãozinhas, é indescritível o que senti naquele momento, eu era mãe!
Ela o colocou sob meu peito eu o acariciava sentir seu calor foi o maior presente.
O cansaço e sono aumentavam eu lutavam para meus olhos ficarem aberto queria curtir, mais aquele momento, mas a enfermeira veio o tirou do meus braço:
Eu não queira que o levassem, fui tomada por uma sensação de perda, ela afastou-se lentamente dizendo vamos meu amor deixe a mamãe descansar, eu tentei gritar tentei pedir para deixá-lo mais um pouco, mas estava muito fraca e cansada, minha voz não saiu o sono me venceu.
Não sei por quanto tempo permaneci naquela sala:
Eu acordei e não estava mais lá estava em outra sala, deitada em uma maca só tinha eu ali, tudo era muito branco, e o silencio era profundo, abri os lhos e olhei ao redor estava mesmo sozinha, então pensei aqui é a sala de recuperação da anestesia.
Eu não via à hora de ter meu filho nos braço queria amamentá-lo, queira abraçar meu marido compartilhar com ele minha felicidade.
As horas pareciam não passar, cada minuto parecia uma eternidade.
Para meu alivio a porta se abre, entram umas enfermeiras com outra maca.
Vamos levá-la a família esta esperando...
Eu estava tão emocionada que nem conversei com elas.
Logo chegamos à outra sala e me passa para uma cama, me ajeitam, e me cobrem, minhas pernas estão tão pesadas, não consigo meche-las...
Eu não agüentava mais tudo aquilo parecia um ritual, então eu pergunto onde esta meu marido, onde esta meu bebê?
Uma delas responde o marido acaba de chegar esta entrando.
Ele entra esta visivelmente emocionado tem em suas mãos uma bolsa onde estava meus pertence que usaria ali:
Ele me braça fortemente sorri, e chora ao mesmo tempo.
Diz repetidamente estou sonhando!
Deus! Como te amo minha querida, logo a porta abre-se novamente então vejo minhas cunhadas, minha sogra, minhas irmãs, onde esta meu filho?
Eu entro em desespero, sinto que tem algo errado, pergunto por meu filho, mas no lugar de resposta, tenho um monte de conversas, desencontradas.
Eu tento me levantar, quero sair daquela cama, quero procurar meu filho.
As enfermeiras pedem para todos saírem, para mim foi um alivio, assim posso conversar com ela e saber do meu bebê.
Eu tento de tudo para que o tragam, mas nada de respostas...
Ela me ajuda com minha assepsia, me veste uma linda camisola, branca, bordada com pequenas flores coloridas, por cima um roupão.
Eu finjo dormir até que ela sai da sala.
Minhas pernas ainda estão pesadas, mas faço um esforço sob natural, para levantar da cama.
Quero ir ao berçário, ver meu filho.
Eu não sei onde está minha família tudo muito quieto, isso só aumenta meu terror, sei que algo esta errado acontecendo me pergunto onde esta meu filho?
Estou fraca, então respiro fundo e começo a andar determinada a encontrar meu bebê.
Logo me sinto tão leve como uma pena o desejo de ver meu filho me faz quase flutuar pelos corredores do hospital.
Passo por todos os quartos sempre me esquivando dos seguranças, e das enfermeiras:
Uma angustia, e medo, toma conta de mim, meu filho o que aconteceu com meu filho?
Desesperada procura os berçários, chego à frente umas enfermarias, e ali tem muitas mães, umas amamentam seu filho, outras dormem, mas ao lado de sua cama tem um berço com sues bebes.
Olho para cada um procurando o meu, mas também não esta ali.
Eu começo correr em pânico, um dor tão profunda toma conta de mim eu me sinto enganada, traída por meu marido, não consigo acreditar,devo estar sonhando,acho que estou tendo um pesadelo, estou sob efeito de medicamentos, isso não esta acontecendo!
Eu não consigo encontrar o berçário, chego a uma porta que da para os fundos do hospital, lá fora tem um lindo jardim com arvores e bancos, o tempo mudou agora este frio nublado e garoando, eu empurro a porta, meu sinto que agora vou encontrar meu filhinho:
Eu atravesso o jardim e chego à outra parte do hospital as portas estão abertas e muitas pessoas circulam pelos corredores, agora eu não me importo, mais em me esconder, nada nem ninguém ira me impedir de encontrar meu filho!
Entro em uma sala enorme, nos fundos um aglomerado de pessoas, meu coração dispara, minhas pernas tremem, e um frio intenso toma conta de mim.
Continuo andando em direção aquelas pessoas, não demoro eu reconheço meu marido e minha família, está chorando, meu marido esta amparado nos ombros de meu sogro e chora copiosamente!
As doces lembranças dos dias mais belos de minha vida me vieram á memória.
Eu não entendia o porquê, mas sabia que tinha um motivo para tanta dor.
Aproximei-me lentamente era como se minha alma estivesse ali, um medo terrível, misturado com ressentimento por ter me sido negado à verdade toma conta de mim.
Agora estou diante da verdade, não é um sonho é realidade.
As lágrimas banham meu rosto, tenho que tocá-lo pela última vez...
Penso comigo se sou tão amada por que querem negar-me o direito de me despedir, de um pedaço de mim.
Eu empurrei á todos, furando o cerco fechei os olhos, com medo da verdade, mas era inevitável, eu tinha que enfrentar a verdade...
Então olhando para o céu eu me aproximo, abro os olhos...
Não acredito no que vejo, solto um grito de terror diante da imagem que vejo.
Não era meu filho que estava morto era eu!

Foto de DAVI CARTES ALVES

AVANÇAM TEUS EXÉRCITOS DE AMOR

Lá vem teus exércitos de novo
derramando dos teus olhos
nevados em mel
o amor em corcéis de volúpias

velozes, vorazes,
sagazes, atrozes
recamando de brasas famintas,
meu céu

sobrepujam-me
teus exércitos de novo
alvejando-me
com teu Sol de delicias
com tépidos feitiços
e felinas caricias

pousando tuas sedas
meneios, perfumes,
sorvendo a vertigem
nas tuas maviosas veredas

vem teus exércitos sublimes
em coleante poesia de rendas sutis
sonetos entremeados num belo corpete
bucólicos haicais
em melífluo corselet

vem teus exércitos
faz-me teu despojo de cruel diversão
novelo estapeado pela pata felina
a rolar pelo chão

flor de tiara,
teu estojo de strass
sopra minha queda
fulminando-me uma e mil vezes
Zás-Trás!!!

faz-me mais um subjugado prisioneiro
do seu vasto império
de fascínio, encanto, graciosidade
e sedução

caem sobre mim teus exércitos de novo
receber teus abraços confeitos
na louçania de buganvílias perfumadas
enternecidas, lagrimadas
pelas renovadas manhãs

sem dor, em ardor
quão dóceis e enamoradas
teus exércitos em flor

enlear-se na ternura
das tuas mil vozes macias
o verbo amar sussurras
dos teus poros, balbucias

e vem sobre mim
teus exércitos de novo!

Vem !!!

Visitem-me :)
poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Lou Poulit

A JANELA

A janela é um arremedo, estreita demais para o universo que me assedia. As rendas da cortina balançam, como fossem marionetes da minha lascívia, refém de outro nível de consciência. Tenho medo... Morro de medo dessas intimidades com outros níveis de consciência. E como em qualquer mulher fêmea o medo excita, busco refrigério no corpo que ao meu lado afunda. O lençol desalinhado é de cor areia (e mais parece movediça), onde afundam de cansaço as marcas dos meus dentes, na carne cujos arrepios me cansaram, nos músculos que não me arrepiam agora mais que essa janela e a sua brisa. Os cheiros que eu buscava estão lá fora. O gosto que eu queria na garganta, os puxões nos meus cabelos, o rasgo comprido até a alma, o roçar dos pelos nas costas, os dedos cravados nos peitos... Ah!... Tudo está lá fora. E eu aqui, encolhida, refém de mim mesma.

Essa janela não merece viver... Antes fosse arrebatada de mim, molestada, possuída. Não por todas as estrelas mas sim por todos os escuros, não por gritos de piedade mas por todos os sussurros velhacos, que condenam o meu caminho enrugado, conduzida que fui, como novilha ao abatedouro do tempo. Onde todas as mulheres vêem a sua película de outra forma, e reviram gavetas e rasgam fotografias, como se o passado pudesse ser tocado como foram elas. Até que a sua ira se erguesse das areias, do fundo do poço. Até que fizesse tremerem o céu e a terra, e o seu corpo de fêmea, e as suas vísceras profanadas, empurradas aos trancos e safanões para a beira do penhasco. E só então, ao escorrer de uma gota de leite, e do gozo caudaloso que se precipita, se precipitasse no vazio do próprio espelho...

Há de abrir suas asas imensas ante o desconhecido. Há de sobrevoar todas as antigas estruturas, como em uma visão apocalíptica. E há de alinhar-se ao horizonte antes intangível, e de lá saltar para o sempre. Porque agora sabe que a mulher e o abismo são uma coisa só, e não tem ela porque temê-lo, nem ao seu predador. E que... Por que não comê-lo?! E que não precisa da ira para isso... Aliás, o medo e a ira são duas faces de uma mesma moeda. Chamam-na Juventude, ou Hebe, filha legítima de Zeus e Hera na mitologia grega. Com ela paga-se por toda a sabedoria acumulada no caminho da vida...

Uma mulher, uma legítima mulher de carne e espírito, não lamenta a perda da juventude. Mas não lamenta porque não a perdeu, em vez disso a transfigurou. E descerra em si própria a sua janela, e sem querer fugir para fora grita a todos os astros: Pois que venham! As minhas veias vos esperam...

Mas eles não virão facilmente. Talvez só depois que perderem o medo.

Foto de Carmen Lúcia

Perdoa-me...

Perdoa-me, toda a beleza,
se por ti passo ilesa
sem me deixar envolver...
Incólume a tamanha grandeza,
incapaz de te perceber...

Perdoa-me, luz das manhãs,
a pedir-me que a ti me rendas
e me encontras inerte ao teu brilho,
indiferente a tuas oferendas...

Perdoa-me, amigo,
por me sentir tão sozinha;
por não dividir contigo
as mazelas que trago comigo...

Perdoa-me, vida,
que a mim se apresentou florida,
e que no dia a dia, despetalei,
deixando- te a dor mais ressentida.

Perdoa-me, poesia,
se te sinto pobre, vazia,
se te quero minha companhia
e te faço chorar lágrimas minhas.

Carmen Lúcia

Foto de carmencunha

MULHER MENINA

CARREGANDA DE SONHOS E ESPERANÇA,
ESTA MULHER SERÁ ETERNAMENTE UMA CRIANÇA.
ALMA-MENINA LOCADA EM CORPO MADURO
O PASSADO E O PRESENTE SE UNEM AO FUTURO.

ORA VIVE A MENINA BAILARINA SUA INFÂNCIA,
ORA A MULHER DANÇA CONTRA A MARESIA.
VAZANTE DA REALIDADE E FANTASIA.

ORA VESTE BRANCO, ACENA E VAI ENFRENTE,
ORA ABUSA DO AZUL, QUE TRANSFORMA
SUAS LÁGRIMAS EM ENCHENTE.
QUER MUDAR SUA VIDA NESTE INSTANTE.

SAI AO VENTO PARA DESFRALDAR SEUS PENSAMENTOS.
DESCABELA-SE TODA NESTE MOMENTO.
ELA E O MAR EM RESSACA ESPUMAM ONDAS,
BORDAM A AREIA DE RENDAS BRANCAS
ESTABELECEM LIMITES E A MULHER BRINCA
PÉ NA ÁGUA PULA A CADA ARREBENTAÇÃO
FICAM AI AS DORES, MÁGOAS E EMOÇÕES,
SOBREVIVENDO UNICAMENTE O CORAÇÃO DA MENINA A MAIS UMA ESTAÇÃO.

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