Nas manhãs calmas de Verão,
Custa-me sempre a respirar,
Pobre do meu pequeno coração,
Que já não tem a quem amar.
Neste Verão ando sozinho,
Ando quase sempre a pensar,
Procuro meu eterno caminho,
E um novo objectivo encontrar.
Atrás um ciclo se fechou,
Agora um novo se vai abrir,
Afinal o que passou, passou,
Só quero nesta vida não sentir.
Vou viver a vida da liberdade,
Tentar sempre evitar o sofrimento,
Acho que finalmente cheguei a puberdade,
Este será o meu novo e grande momento.
Viver a vida como os passarinhos,
Que o seu grande viver,
É ir construindo os seus ninhos,
Até a vida os ver perder.
Devemos sempre viver sem amor,
Para conseguir nunca mais sofrer,
Pois não conheço maior dor,
Que aquela que não conseguimos vencer.
A partir de agora não vou dar,
Mais do que a palma da minha mão,
Tenho de conseguir erradicar,
Todos os sentimentos do coração.
Perdi grande parte dos meus dias,
A tentar mostrar o meu amor,
Perdi muitas e boas horas seguidas,
A tentar enviar-te o meu calor.
Não pensem que não é uma ilusão.
Isto de querer dois mundos juntar,
Não passa de uma triste sensação,
De um sentido à vida querer encontrar.
Todos sentimos esta grande paixão,
Que nos priva sempre da liberdade,
Deixa de se poder dizer que não,
Passa a haver mais de uma verdade.
Passar a vida pelo passado,
Pensando que devíamos mudar,
Andar e estar enclausurado,
Na prisão de a vida ver passar.
Pensar no mundo dos anjos,
Não querendo a verdade enxergar,
Viver apenas por curtos momentos,
Até esta inócua vida nos levar.
O tempo imenso que eu perdi,
À procura de um grande sentido,
Mas no fim o mundo eu entendi,
O que ele não quer é ser querido.
A vida é uma eterna luta,
Connosco temos de batalhar,
Para não entrar na grande gruta,
A qual nos pode para sempre matar.
Viver e morrer sempre sozinho,
Mas a vida sem remorsos passar,
Viver o seu longo caminho,
E esperar a morte a chegar.
Quem um dia quiser a felicidade,
Assim terá de tentar viver,
Não perder a eterna mocidade,
A tentar o amor receber.