Religiosos

Foto de Jamaveira

Amém

Amém

Impuros são os pensamentos dos religiosos
Nas alcovas que vivem sabem lá deus as tramas
Os dramas do dia a dia sem companhia
Em nome do pai do filho e de todas as vontades
Faz-se de rogado onde a tara é o pecado
Desobriga-se de cometer o ato em nome do credo
Dentro do organismo o inferno se abriga
O fogo da paixão abafado explode em erupção
Tantas atrocidades em nome do celibato
Vem a mim vosso reino a tua salvação
União nos becos escondidos ecos dos meninos
Casamento proibido em nome da herança maldita
Riqueza, ostentação, jorra o sangue de tantos irmãos
Arcar com as despesas familiares e de divórcios
Nem pensar, o dízimo é a parte que nos obriga
Já não mais dos Levitas e sim nossa farra e asneiras.

Jamaveira®

Foto de Marilene Anacleto

Balas Amargas

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Balas interrompem o amor,
Balas encerram o futuro,
Balas formam desumanos
Nas escolas e nos oceanos.

Nos prédios e nas cabanas,
De uma máquina pobre e podre
Torpes pensamentos embaçados
Tecem tramas de atos obscuros
Em troca do poder que consome:

Futuros religiosos,
Futuros cientistas,
Futuros professores,
Futuros bons políticos.

Futuras boas mães,
Futuras grandes promessas,
Futuros e grandes cantantes,
Futuros e sensíveis poetas.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Atrás das Negras Portas

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Atrás das negras portas, segredos imensos
Medos intensos. Atrever-me? Nem penso!

A curiosidade incendeia os veios do sonhar
A vontade de entrar. Histórias desencadeiam.

Ali estarão bruxas e bruxos, religiosos em exorcismo,
Grandes dragões feridos, ou assassinos de bruços?

Quem sabe uma Cinderela, entre cinzas e maldade,
Não vê o passar da idade, mas sonha com a passarela.

Aquelas tão negras portas que escondem muitas memórias
São a minha grande história: os fatos que me formaram.

Recorro às terapias de renascer, de reviver,
De vidas passadas, de dançar, de minhas idas e vindas.

E aquelas tão negras portas, prometi a mim mesma que um dia,
Atravessava, e descobriria o que guardam estas memórias.

Decidi que, ao final desta vida, reviveria as minhas mazelas,
Escondidas em tantas janelas para curar com amor e alegria.

Encontrei egos nas portas abertas, passo a passo,
Sentimentos impuros, amores, batalhas, traições sem desabafo.

Fui freira e bibliotecária, criança de fazenda e bastarda.
Em muitas vidas espancada, e em outras, extremamente solitária.

A solidão que me fez escrever, entendi o meu gosto pela mata,
Com alegria, tudo reviver, compreender que aquilo não foi nada.

Lá estavam o meu modo de agir, atrás daquelas grossas portas,
As filosofias e as piadas a sorrir, o gosto pela praia e pelas hortas.

Dos erros de relacionamento, também encontrei e resolvi os motivos
Não saber controlar o dinheiro, da rejeição e do excesso de juízo.

Doar sem poder e sem medida, Necessidade de extrema perfeição,
Fui aos poucos aclarando, adentrando ao meu passado,
Ao regredir consciente, em calmo estado
Para ouvir, sobretudo, o coração.

Marilene Anacleto

Foto de MorumySawá

MINHAS VISITAS AO INFERNO

Já visitei o inferno em vida. Já entrei em suas câmaras horrendas diversas vezes. Em todas, padeci muito. Nada tem a ver com o "Hades" mencionado na bíblia e nos estudos teológicos que são dados por religiosos. Aquele que jaz embaixo da terra e começa depois da morte não me interessa aqui. O inferno que já conheci e que me machuca fica mesmo na terra dos viventes.
Já estive no inferno do engano. Há algum tempo debato com um cenário surreal e dantesco que aconteceu dentro de minha mente. Vomito e sujeira, mau cheiro e loucura atolava meu filho no submundo dos tóxicos. Ali não existem humanos, apenas carcaças ambulantes. Sempre que tenho este pesadelo desejo dormir profundamente só para fugir do que testemunhei imaginando no futuro um cenário tão real que aflige não só a minha mente, mas, também a minha alma. Vivo a me perguntar por que os jovens se revoltam contra o sistema a sua volta. Tentam ser livres e acabam criando uma masmorra para si mesmo. Constroem o inferno com suas próprias mãos.

Sempre que desperto deste pesadelo um Lago de Enxofre permeia o mundo em que existo. Cada um dos jovens perdidos neste mundo tem uma mãe e um pai. Pais que choram como eu. Choram por não saber como apagar as labaredas medonhas que teimam em alcança-los.
Já estive no inferno da culpa. Hoje sei que nenhum tormento provoca maior dor que a culpa. Qualquer mulher culpada sabe o tamanho de sua opressão. Qualquer homem culpado fala que os ossos derretem com uma consciência pesada. Culpa é ácido que corrói. A culpa avisa que o passado não pode ser revisitado. Assim as pessoas se submetem a carrascos internos e esperam redenção através de açoites. A dor da culpa lateja como um nervo exposto.

Os culpados procuram dissimular o sofrimento com ativismos, divertimentos e prazer, omissão e loucura. Mas a culpa não cede; persegue, persegue, até aniquilar a iniciativa, a criatividade e a esperança. Recordo quando no final de uma reunião, uma mulher me procurou pedindo ajuda. Seu marido se suicidara de forma violenta. Mas antes, ele procurou vingar-se. Deixou uma nota responsabilizando a mulher pelo gesto trágico. Diante da tragédia, aquela pobre mulher, desorientada e aflita, não sabia como sair do cárcere que o marido meticulosamente construíra.

Já estive no inferno da maldade. Conheci homens nefastos, mulheres perdidas em sentimentos da inveja. Sentei-me na roda de escarnecedores. Frequentei sessões onde o martelo inclemente da religião espicaçou inocentes. Vi pastores alçando o voo dos abutres. Semelhante às tragédias shakespearianas eu própria senti o punhal da traição rasgar as minhas vísceras. Fui golpeada por suspeitas e boatos. Com o nome jogado aos quatro cantos, minha vida foi chafurdada como lavagem de porco. Senti o ardor do inferno quando tomei conhecimento da trama que visava implodir o trabalho que consumiu meus melhores anos de ministério. E eu sem saber como reagir.

Portanto, quando me perguntam se acredito no inferno, respondo que não, não acredito, eu o conheço! Sei que existe. Eu o vejo ao meu redor. Inferno é a sorte de crianças que vivem nos lixões brasileiros em meio às drogas. Inferno é a negligencia de pessoas que se acomodam em seu mundo particular e que se danem os que estão lá fora. Inferno é o corredor do hospital público na periferia de Brasília e em outros estados brasileiros. Inferno é a vida de meninas que os pais venderam para a prostituição. Inferno é a luta que meu filho enfrenta todos os dias quando acorda dizendo que não vai mais ser escravo do vicio.

Um dia, aceitei lutar contra esses infernos que me rodeiam, assustam e afrontam. Ensinei e continuo a ensinar que Deus interpela homens e mulheres para que lutem contra suas labaredas. E passados tantos anos, a minha resposta continua a mesma: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Acordo todos os dias pensando em acabar com os infernos. Gasto a minha vida para devolver esperança aos culpados; oferecer o ombro aos que tentam se reconstruir; usar o dom da oratória para que os discriminados se considerem dignos. Luto para transformar a minha escrita em semente que germina bondade em pessoas gripadas de ódio. Dedico-me porque quero invocar o testemunho da história e mostrar aos mansos que só eles herdarão a terra onde paz e justiça um dia se beijará.

Cleusa de Souza Klein

Foto de Rodrigo Stenio

VOCÊ É O QUE VOCÊ TEM?!

Ultimamente tenho feito muito essa pergunta, será mesmo que nos tornamos aquilo que possuímos, enquanto bens de consumo?

Será mesmo que a importância que nos é dada enquanto pessoa, em nossa própria sociedade, está ligada direta e proporcionalmente àquilo que conseguimos comprar?

Você alguma vez já se fez essas perguntas?

Estamos no ano de 2010 depois de Cristo, muito tempo já se passou desde que o homem evoluiu e começou a viver em sociedade. Durante todo o processo evolutivo, muitas fases se destacaram como primordiais para que primeiramente conseguíssemos vencer as adversidades naturais e mais tarde as próprias adversidades criadas por nós mesmos em nossas vidas sociais.

O homem primitivo buscava proteção em cavernas e árvores ocas, aprendeu a dominar o fogo que os mantinha aquecidos, os protegia de animais selvagens, era usado para preparar alimentos...,esse mesmo, era conseguido através da caça, suas peles viravam vestimentas, sua carne era o próprio alimento e seus ossos, muitas vezes, eram utilizados na fabricação de ferramentas de corte, suportes ou mesmo nas primeiras manifestações artísticas dos povos primitivos, como esculturas por exemplo.

Mais tarde, mas ainda não tão distante da era primitiva, o homem começou a viver de forma menos predatória e menos nômade também, começaram a se estabelecer padrões hierárquicos dentro dos grupos, que já não mais se mudavam para conseguir alimentos, cercados foram feitos para que fossem criados animais, tanto para a alimentação direta, quanto para transporte, ou mesmo como animais de estimação; a agricultura começou a ser pensada também como forma de subsistência direta e algumas pequenas plantações de tubérculos, legumes e vegetais puderam se tornar também fonte de alimentação.

Começava aí, a era dos homens modernos!

Seres fortes e resistentes ao seu meio natural, totalmente diferentes de todos os outros animais que já haviam habitado a terra, tinham o grande poder, até então nunca visto antes: o raciocínio.
Seres que não são apenas mais adaptáveis ao seu meio, mas que podiam adaptar o meio às suas necessidades diretas, transformando-o e tornando-o um reflexo de suas próprias sociedades.

Até então, as necessidades básicas dos seres humanos, eram supridas de forma muito objetiva e simples, abrigo, alimentação, perpetuação da espécie e a continuidade do conhecimento já adquirido até esse momento.
Mas conforme esse conhecimento fora se tornando menos exclusivo e se espalhando por outras comunidades e se espalhando por outras regiões, outras necessidades começaram a surgir de forma mais latente e outros bens começaram a se apresentar enquanto indispensáveis para a vida em sociedade; primeiramente ervas, que poderiam ser aromáticas, para a fabricação de bebidas, como compostos medicinais... o sal também foi largamente visto e negociado como imprescindível na preparação e conservação dos alimentos, peles de animais, ornamentos decorativos, instrumentos para caça e etc.

Começava aí, uma nova era social, entre os humanos, agora as necessidades básicas de sobrevivência, já não eram somente as únicas presentes em seu circulo de humanidade.

Se fizermos uma alusão direta entre esses tempos mais remotos, onde a humanidade apenas coexistia com outros animais e com a natureza, com o único intuito de sobreviver e perpetuar a nossa espécie, com os tempos e as sociedades modernas, podemos notar claramente que obtivemos uma evolução absurdamente potencial, substancial e criativa.
Mas não teríamos distorcido nossas necessidades básicas de sobrevivência, e nos tornado não só seres muito mais evoluídos, com sociedades muito mais complexas, mas também seres indevidamente consumistas e de forma preocupante, seres perdidos em nossas sociedades?
O que você realmente precisa para viver?
O que é que você busca em sua vida? Casas? Carros? Status? Sentimentos? Cultura? Experiências? Conhecimento?

Essas são perguntas muito pertinentes nos dias atuais, a medicina, por exemplo, evoluiu em passos muito largos nas últimas décadas, mas é notável que a vertente que mais cresceu e mais se destacou, foi a medicina estética. Onde o principal objetivo não é apenas o de curar doenças, prolongar a vida ou mesmo proporcionar uma vida com muito mais qualidade. O objetivo principal é a aparência física, criar e se inserir em um contexto social estereotipado e desumano.

As pessoas, em uma busca frenética pela sua própria imagem e sua inserção direta na sociedade, mutilam seus corpos, moldando-os de forma a serem perfeitos, com acréscimo ou decréscimo de gordura e pele, com a inserção de substâncias que os tornem mais volumosos e esbeltos. Com isso a indústria da beleza, que não é apenas a medicinal, mas também principalmente as indústrias da moda e dos cosméticos, lucram bilhões de dólares por ano, com um mercado crescente e interminável.

Essas industrias desmatam eco sistemas inteiros, criam dejetos extremamente poluentes em seus processos de fabricação, matam milhares de animais por ano, para testar seus novos produtos, geram conceitos e necessidades que aos poucos, vão se tornando indispensáveis para a vida em sociedade.

Mas nós precisamos mesmo disso tudo?
Será que o ser humano, em sua existência real em nosso planeta, precisa mesmo submeter-se a esse tipo de sociedade?

Durante a evolução histórica social dos seres humanos, muitos fatos foram relevantes e se mostraram inspiradores para a criação de novas gerações. Como já foram citados exemplos em uma breve explanação sobre os primórdios da humanidade e seu modo de vida social, vamos nos ater agora à sociedade mais próxima aos nossos dias atuais, aquela que surgiu no período que vem após o nascimento de Cristo.

Na tabela abaixo podemos ver claramente que muitos foram os feitos evolutivos sociais do ser humano em suas sociedades, de âmbito cultural, político, religioso, tecnológico e etc.

A sociedade evoluía e se mostrava forte e crescente, não só em seus conhecimentos culturais, mas também em suas necessidades. Aos poucos o ser humano começou a se mostrar não só o animal mais evoluído e racional do planeta, mas também começava a dar alguns indícios de toda a sua vaidade e arrogância.
Analise o quadro abaixo, uma síntese da linha do tempo pós Cristo, mais adiante discutiremos alguns fatos isolados desse quadro e analisaremos a sua relevância enquanto fatores sociais.

Até o século 6º (d.C.)
ANO 1
Começa a era depois de Cristo, exatamente à meia-noite de 31 de dezembro de 1 a.C. População mundial chega a aproximadamente 170 milhões (demografia).
Morte de Augusto (política).
Tibério torna-se imperador, ficando no poder até 37 (política)
Ovídio escreve Metamorfose (literatura) ANO 14

ANO 27
Jesus é batizado (religião)
Jesus é crucificado (religião) ANO 30

ANO 37
Calígula torna-se imperador (política)
Império Romano sob Nero (política) ANO 54

ANO 64
Cristãos são acusados e martirizados pelo incêndio de Roma (religião)
Início da diáspora judaica após destruição do templo em Jerusalém (religião)
Surge o primeiro evangelho
(S. Mateus) (religião) ANO 70

ANO 75
Começa a construção do coliseu romano (tecnologia)
Provável data da invenção, na China, do papel (tecnologia)
Erupção do vulcão Vesúvio destrói a cidade de Pompéia, na Itália (desastres naturais) ANO 79

ANO 98
Auge da expansão territorial romana. (guerra)
Cristianismo também se espalha (religião)
População mundial: 180 milhões (demografia) ANO 100

ANO 132
Surgimento da cultura Teotihuacán, no México (povos)
População mundial: 190 milhões (demografia) ANO 200

ANO 212
Cidadania é estendida a todos os homens livres do Império Romano (política)
Começo do declínio do Imperio Romano (política) ANO 235

ANO 284

Princípio da civilização maia clássica (povos)

População mundial em torno de 190 milhões (demografia) ANO 300

ANO 306
Constantino torna-se imperador (política)
Edito de Milão legaliza o Cristianismo no Império Romano (religião) ANO 313

ANO 320
Início do império Gupta na Índia (política)
Bizâncio é reconstruída por Constantino (tecnologia) ANO 324

ANO 326
Constantino declara domingo como dia sagrado para os católicos (religião)
Renomeado de Constantinopla, Bizâncio torna-se capital do Império Romano (política) ANO 330

ANO 378
Visigodos derrotam o exército romano (guerra)
Teodósio 1° proibe cultos pagães (religião) ANO 391

ANO 395
O Império Romano é dividido em dois, Ocidental e Oriental (política)
Agostinho publica Confissões (filosofia)
População mundial continua estável, em torno de 190 milhões (demografia) ANO 400(c)

ANO 410
Visigodos saqueiam Roma (guerra)
Átila torna-se o rei dos Hunos (política) ANO 434

ANO 476
Deposição de Rômulo marca o fim do Império Romano (política)
Começa a Idade Média
Clóvis, rei dos francos, dá inicio ao reino Merovíngio (política) ANO 496

ANO 500(c)
Os bretões, sob a liderança do legendário rei Artur, derrotam os saxões, retardando o avanço destes sobre a Bretanha (política)
População mundial em torno de 195 milhões (demografia)

O quadro acima representa os primeiros “500” (quinhentos) anos de humanidade social, após o nascimento de cristo, uma linha do tempo com os principais fatos de nossa existência humana.

Podemos ver claramente que os principais acontecimentos estão relacionados a fatos religiosos, históricos, políticos e geográficos, principalmente no que diz respeito à demografia do globo terrestre.

Comecemos analisando pelo ano “70” (setenta):

Esse momento foi muito importante para a humanidade, teve início da diáspora judaica após destruição do templo em Jerusalém.

Diáspora (do grego "dispersão") é o termo coletivo para as comunidades judaicas fora de Israel. O processo começou com as expulsões assírias e babilônias em 721 a.C. e 597 a.C., continuou com migrações voluntárias e acelerou-se com a destruição do templo de Jerusalém pelos romanos, em 70 d.C, que haviam anexado a Judéia em 63 a.C. No século 1o a.C., havia comunidades judaicas desde o Levante até a Itália, notavelmente na Babilônia e no Egito. A situação piorou após 132 d.C., quando, depois de uma revolta malsucedida, os judeus ficaram proibidos de entrar em Jerusalém sob pena de morte. Os judeus da diáspora do mundo greco-romano falavam em sua maioria grego, mas permaneceram leais à sua fé, visitavam Jerusalém e viam Israel como sua terra natal. Após 212, os romanos concederam cidadania aos judeus, que a partir daí se espalharam por vários pontos do Império Romano.

Por esses fatos presentes, tanto religiosos quanto políticos, podemos ver e pensar que as necessidades humanas começavam a se estender largamente por outros âmbitos muito mais complexos e de importância social muito mais reveladora que os ancestrais primitivos.

Agora, as sociedades humanas, se dividiam ou se agrupavam, não mais apenas para sobreviver, coexistir e para perpetuar a espécie, mas também estavam presentes credos religiosos, a briga por poder, territórios e status. Começa a se ver claramente que a sociedade humana não mais teria apenas interesses simples, mas buscariam em sua existência muito mais artifícios que os levariam até os dias de hoje.
Veja o exemplo abaixo:

Ano “212” (duzentos e doze)
Cidadania é estendida a todos os homens livres do Império Romano.

Nesse momento podemos notoriamente perceber as necessidades da época para uma sociedade crescente e muito mais organizada.
Todos os homens livres seriam agora cidadãos e gozariam de direitos e deveres para com o império. Mas nota-se claramente também que já se fazia presente uma desigualdade social que estava ali quase desde os primórdios das primeiras civilizações e demoraria dezenas de séculos para terminar. A escravidão nos ensina e serve factualmente como exemplo em nosso estudo social, as pessoas de dividem em grupos hierárquicos, onde obviamente as necessidades e desejos são reflexos diretos de uma sociedade ditatória e desigual.

Podemos subdividir esse momento romano em três partes muito distintas da sociedade hierárquica, para que possamos explanar melhor sobre as necessidades de cada grupo. Chamemos de grupo 01, o topo da hierarquia social romana no ano de 212, podemos facilmente concluir que por já possuirem casas ou mesmo palácios, estarem cercados de benefícios e criados, tinham com necessidades principais, o poder, o status social, jóias, riquezas materiais e etc.
Já o grupo 02, seriam os dos novos cidadãos livres, que por sua vez, teriam como principais necessidades, seus trabalhos, o que os levaria a ter dinheiro para comprar suas casas, alimentos, roupas e etc.

Olhando mais de perto o grupo 03, que seriam os servos, criados e escravos, podemos entender que suas necessidades são muito mais básicas e simples do que as necessidades dos grupos anteriores apresentados, talvez permeassem apenas por água, comida e algum abrigo.

Nessa simples analogia de classes sociais hierárquicas dessa época, podemos chegar à conclusão de que quanto mais alto o nível social, maiores serão as demandas e necessidades de quem as ocupa. Quanto menor o nível social, menores serão as necessidades.

Então podemos concluir que a sociedade contemporânea, que também é muito bem dividida por classes sociais, se comporta absolutamente da mesma forma, onde quanto maior o poder aquisitivo, mais bens de consumo são acumulados.

Mas o que se vê claramente hoje, é não somente a aquisição de bens de consumo por uma necessidade plausível com a condição social, mas sim, uma verdadeira distorção e inversão de valores, que já se estenderam a toda sociedade, ultrapassando a divisão clássica das classes e camadas sociais. Mesmo as pessoas que ainda moram nas periferias, ou em cidades e locais mais afastados das grandes capitais e metrópoles urbanas, sentem-se com uma latente necessidade constante do consumo direto. Na grande maioria das vezes esses produtos e bens buscados, são de ordem absolutamente supérfula e dispensáveis às nossas vidas.

Então essa busca frenética apenas vem a ilustrar ainda mais a temática abordada nesse ensaio. O que as pessoas estariam realmente buscando? Gozar dos privilégios tecnológicos da era moderna e todos os seus bens e produtos, ou estariam buscando uma inserção social através desses mesmos?

Podemos aqui diferenciar duas categorias bem distintas de pessoas, segundo os seus atos de consumo. Quais seriam as diferenças entre o consumidor e o consumista?
Consumismo é o ato de comprar produtos e ou serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo, descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços. É também uma característica do capitalismo e da sociedade moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.

Diferencia-se em grande escala do consumidor, pois este compra produtos e serviços necessários para sua vida enquanto o consumista compra muito além daquilo de que precisa.

O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas onde juntas, levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir a indiferença social, a falta de recursos financeiros, a baixa auto-estima, a perturbação emocional e outros fatores.

Além de conseqüências ruins ao consumista que são processos de alienação, exploração no trabalho, a multiplicação de supérfluos (que contribuem para o processo de degradação das relações sociais e entre sociedades) e a oneomania (que é um distúrbio caracterizado pela compulsão de gastar dinheiro que é mais comum nas mulheres tomando uma proporção de quatro por um), o meio ambiente também sofre com este “mal do século”, pois o aumento desenfreado do consumo incentiva o desperdício e a grande quantidade de lixo, como já citado anteriormente.
O ato de comprar muitas vezes não está relacionado simplesmente com a aquisição de bens para o consumo. As compras podem assumir uma ligação com a frustração ou a solidão.

Segundo Giovanni Siri, professor de psicologia do consumo da Universidade Vita-Salute San Rafaelle, em Milão, o ato de comprar prevalece nas mulheres por esta função ser tradicionalmente concedida a ela.

Cresce cada vez mais o número de pessoas que procuram ajuda psicológica ou psiquiátrica para controlar o consumo compulsivo.

O costume de comprar aparece por volta dos 18 anos, quando apesar de não comprarem, os jovens gastam horas experimentando roupas.

O consumo compulsivo pode comprometer desde o equilíbrio emocional até o orçamento familiar. Diante da impossibilidade financeira de adquirir um produto, a ansiedade da pessoa pode ser aumentada.

O professor Roberto Pani aponta que o consumo pode funcionar para remediar carências.
Dificuldades de relacionamento podem ser sinalizadas pela compulsão. Giovanni Siri salienta que a identidade é fundamentada através das relações com o próximo. Sendo assim, diante de situações nas quais as pessoas se sentem ansiosas e frágeis, essas podem tentar preencher a falta de relações mais complexas, adquirindo objetos, já que esses não as rejeitam nem decepcionam.

O consumidor só se satisfaz ao adquirir o produto cobiçado, porém este tem um valor simbólico, ou seja, quando é adquirido perde seu valor, uma vez que o que está por trás da compra pode ser a tentativa de suprir carências afetivas.
Essas atitudes podem ser mesmo catastróficas para evolução social, muito pior do que isso é uma nova onda que vem surgindo e crescendo muito rapidamente: o consumismo infantil. Isso por si só, não somente é perigoso para a atual época em que coexistimos em nossas sociedades, mas também por começar a formar um novo gênero de pessoas ainda mais consumistas e fúteis.
Em época de Natal os pais enchem as lojas para atender os desejos dos filhos, esses conseguem levar os pais até mesmo aos shoppings. Esta cena não é comum somente no mês de Dezembro, os excessos quanto aos pedidos das crianças acontecem freqüentemente, isto se deve a forte influência que o consumo exerce sobre as crianças. Uma forma de lidar com esse aspecto é a orientação que os pais podem oferecer o quanto antes, esclarecendo que o importante é a personalidade do indivíduo, e não aquilo que ele consome.
Na verdade, os pais são desafiados quando ensinam os filhos que o essencial é ser e não ter, já que estão sendo bombardeados pelo consumismo de todos os lados.

Os shoppings possuem uma estrutura que fascinam as crianças. Tudo, as lojas de brinquedos, o parque, as cores e as luzes as atraem.
O ser humano tem uma grande necessidade de aceitação, de pertencer a um grupo, e o ato de consumir seria uma forma de inserção social, ou seja, para vivenciar este sentimento de pertença, a criança “necessita” adquirir determinado brinquedo, certas marcas de tênis e roupas e até fazer alguns passeios que são interessantes para o seu grupo.
Os pais e a escola podem ensinar a criança a consumir com consciência e responsabilidade. Considerando a qualidade do produto e as necessidades a fim de não desperdiçar e sim de economizar.
Voltemos agora a analisar a nossa linha do tempo e os acontecimentos sociais pertinentes. Vamos observar o crescimento demográfico da população e depois vamos explicar os fatores geográficos de medição e analogia desse tema, para que ainda mais a seguir, possamos entender melhor o quão preocupante é a condição atual de consumo irresponsável em nossas sociedades.

Ano “01” (um) População mundial chega a aproximadamente 170 milhões;

Ano “100” (cem) População mundial: 180 milhões;

Ano “200” (duzentos) População mundial: 190 milhões;

Ano “400” (quatrocentos) População mundial continua estável, em torno de 190 milhões;

Ano “500” (quinhentos) População mundial em torno de 195 milhões.

Pode-se notar claramente que ainda nesse período da existência humana social, o número de pessoas no globo era extremamente reduzido, comparado com a sua extensão territorial. O crescimento foi bastante reduzido, segundo nos mostram os próprios números. Do ano “01” (um), ao ano “500” (quinhentos), houve um aumento populacional terrestre de aproximadamente vinte e cinco milhões de pessoas, durante um período de quinhentos anos. Se dividirmos essa diferença de crescimento entre o ano “01” (um) e o ano “500”, que é de aproximadamente vinte e cinco milhões de pessoas, pelo tempo de crescimento de quinhentos anos, chegaremos a um total de: “50.000” (cinqüenta mil) pessoas a mais no globo por ano.

Para que tenhamos uma idéia da proporção desses números, vamos compará-los aos dados atuais. Segundo estudos da ONU (Organização das Nações Unidas), aproximadamente “250.000” (duzentas e cinqüenta mil) pessoas nascem por dia no planeta. São quase “03” (três) por segundo, ou “180” (cento e oitenta) pessoas por minuto. Ou seja, nos tempos atuais, nascem por dia, cinco vezes mais pessoas que nasciam por ano, do ano “01” (um) ao ano “500”.

Esse número alarmante é extremamente significativo e substancialmente preocupante em nosso estudo social, já que hoje se vive em um ritmo de consumo exacerbado e extremamente desregrado e fútil. Não se tratando apenas de fatores muito preocupantes nos âmbitos filosóficos, sociais ou mesmo psicológicos, mas esse consumo também está diretamente ligado aos recursos naturais, como a água potável, petróleo, madeira, oxigênio e muitos outros, que são absolutamente indispensáveis para a sobrevivência da nossa espécie e todas as outras viventes em nosso planeta.

O momento social do planeta está totalmente voltado a um tema, que descreve muito bem toda essa preocupação com o excesso de consumismo fútil e a atual situação degradante dos nossos recursos, a sustentabilidade.

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.

A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.
Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em vista “04” (quatro) requisitos básicos. Esse empreendimento tem de ser:
• ecologicamente correto;
• economicamente viável;
• socialmente justo;
• e culturalmente aceito.
Colocando em termos simples, a sustentabilidade é promover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido. Segundo o Relatório de Brundtland (1987), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".

“Sustentável” provém da palavra latina “sustinere”, e significa “manter vivo”, “defender”. Este conceito, de interpretação dinâmica, teve várias versões ao longo dos anos, sendo o âmbito económico, o que enquadrou a definição no ano de 1972, “restituir os recursos consumidos pelas organizações”.

Na Cimeira da Terra (Earth Summit), que decorreu no Rio de Janeiro, em 1992, contextualizou a sustentabilidade como um efeito sobre o futuro, por acções praticadas no presente, ou seja que “as consequências da economia têm efeito sobre futuras gerações”. Em 2002, em Joanesburgo, durante a Cimeira da Terra, foram-lhe conferidas três dimensões, que se mantém como a abordagem actual. Uma dimensão económica, uma social e outra ecológica, em que a económica representa a abordagem central, seguindo-se concentricamente, a abordagem social e mais externamente, a ecológica, sendo esta a dimensão agregadora. A sustentabilidade adquiriu, assim, uma visão mais ampla do mundo, congregando duas grandes ideias: a sustentabilidade fraca e a sustentabilidade forte. A primeira representa a definição de sustentabilidade, defendida em 1972, em que a única preocupação é a de devolver o que se consumiu. A segunda, adapta o consumo às exigências mais amplas, relacionando-o com a manutenção dos recursos naturais, tendo efeitos de externalidades, do ponto de vista económico, sobre o capital humano, financeiro, ambiental…

O termo original foi criado para o uso da reciclagem "desenvolvimento sustentável," um termo adaptado pela Agenda 21, programa das Nações Unidas. Algumas pessoas hoje, referem-se ao termo "desenvolvimento sustentável" como um termo amplo pois implica desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser reservado somente para as atividades de desenvolvimento. "Sustentabilidade",
então, é hoje em dia usado como um termo amplo para todas as atividades humanas.

Se pensarmos que 10% de tudo o que é extraído do planeta pela industria (em peso) é que se torna produto útil e que todo o restante é resíduo, torna-se urgente uma Gestão Sustentável que nos leve a um consumo sustentável, é urgente minimizar a utilização de recursos naturais e materiais tóxicos. O Desenvolvimento Sustentável não é ambientalismo nem apenas ambiente, mas sim um processo de equilíbrio entre os objetos economicos, financeiros, ambientais e sociais.

A sustentabilidade está relacionada aos modelos dos sistemas de produção e de mercado, que respondem livremente às demandas da sociedade. Havendo procura, haverá oferta. Portanto, as suas escolhas de consumidor podem definir um caminho na direção de um modelo que devasta o meio ambiente e gera desigualdade social ou de um modelo mais harmônico com as leis da vida. Poucos se dão conta desta relação sistêmica e de sua responsabilidade individual na hora de escolher um produto ou serviço qualquer.

Compre produtos produzidos na sua região. Produtos que vêm de fora fazem o dinheiro sair do município, dificultam o desenvolvimento econômico local. O que fica é o lixo;

Utilize papel reciclado. Sua produção demanda menos energia e recursos naturais;

Consuma alimentos orgânicos. Eles são melhores para a saúde pois, contém menos produtos químicos; Eles são melhores para o terra, pois seu método de produção não reduz a fertilidade natural e a biodiversidade do solo; Eles não contaminam as águas pelo uso de fertilizantes e agrotóxicos petroquímicos que são carregados pela chuva a lençóis freáticos e rios; O aumento do consumo fará o preço do orgânico ser reduzido;

Consuma menos carne vermelha. O gado confinado no mundo consome metade da produção de grãos; O gado solto, como é o caso do Brasil, promove o desmatamento para o plantio de pasto; Em ambos os casos, a produção de 1 Kg de carne consome 200 litros de água potável. O mesmo Kg de frango só consome 10 litros de água;
Agora vou deixar aqui algumas dicas de hábitos conscientes e muito simples, que podem fazer toda a diferença para o planeta:
Racionalize o uso de água:
Tome banhos mais rápidos: 15 minutos consomem 243 litros de água;

Feche a torneira: 5 minutos correspondem a 80 litros de água;

Economize água de banho:
Compre um balde de 10 litros, que custa cerca de R$ 6,50,deixe-o no box do banheiro. Quando for tomar banho, deixe a água fria encher o balde ao invés de deixá-la correr pelo ralo; ao terminar o banho, despeje a água na máquina de lavar roupas ou guarde-a para utilizar no vaso sanitário;

Acha inútil?
Se metade de uma cidade com 1 milhão de habitantes fizer isso, a economia é de 5 milhões de litros por dia, o suficiente para abastecer as residências de uma cidade com 25 mil habitantes (Búzios fora da temporada).

O vaso sanitário é o maior vilão, representando cerca de 50% do consumo de água de uma residência. São 10 a 14 litros em apenas 6 segundos de acionamento. Uma dica é usar a água economizada no banho, conforme o item acima;

Racionalize o uso de energia:
Troque as lâmpadas incandescentes por fluorescentes. São um pouco mais caras, mas têm durabilidade maior e consomem 60% menos energia;

Desligue a luz dos cômodos e dos aparelhos que não estão sendo usados;

Desligue os elevadores e as luzes comuns do condomínio que não estiverem
sendo usadas;

Instale sensores de presença - luz só é necessária quando há alguém no cômodo;

Instale aquecimento solar para complementar a eletricidade e/ou gás;

Ao comprar um eletrodoméstico, procure aqueles que têm o selo do Procel que certifica o baixo consumo de energia;

Essas ações reduzem a necessidade de construção de novas obras de engenharia para a geração de energia e os conseqüentes impactos socioambientais.
Produza adubo orgânico em casa:
Compre duas caixas de 0,50 x 0,80 (do tamanho de uma caixa de carnes);

Em uma das caixas coloque terra, que será utilizada para cobrir os alimentos e evitar mal-cheiro;

A outra caixa, separe ao meio com uma divisória de maneira tal que possibilite a passagem de minhocas de um lado para o outro. Arranje algumas minhocas e coloque-as em um dos lados da caixa com um pouco de terra;

Coloque o lixo orgânico da sua cozinha (cascas de fruta e restos de comida) no lado da caixa onde estão as minhocas e cubra com uma fina camada de terra; repita até que o lado da caixa esteja cheia;

Então faça o mesmo com o outro lado;

Quando o segundo lado da caixa estiver cheio, o primeiro já conterá humus, que servirá para adubar suas plantas;

As minhocas alimentam-se do resíduo orgânico e produzem humus;

Se você mora em apartamento, faça um acordo com o síndico para que ele libere um pequeno espaço no terreno para isso. Talvez você estimule os seus vizinhos a fazerem o mesmo, e terão adubo para o condomínio;

O resíduo orgânico é um problema para as prefeituras, um custo para as comunidades e resulta em contaminação do solo, dos rios e risco para famílias que vivem dos lixões e aterros a céu aberto.

Plante uma árvore por ano:
Se cada brasileiro assim o fizer, serão 190 milhões de arvores a mais por ano. Se o mundo todo fizer isto, serão 6,5 bilhões de árvores.

Uma árvore em crescimento absorve mais dióxido de carbono da atmosfera do que emite. Como conseqüência, atua para a redução dos gases responsáveis pelo aquecimento global;

As árvores também são responsáveis pela fixação do solo, com efeitos importantes nas margens dos rios (mata ciliar), evitando a erosão e conseqüentemente a deposição de resíduos sólidos nos canais a céu aberto;

As árvores favorecem a infiltração das águas de chuva para os aqüíferos subterrâneos, reduzindo a probabilidade e a intensidade de enchentes;
Racionalize o seu transporte:
Ande menos de carro e mais de ônibus ou outro coletivo qualquer, como o metrô;
Se puder, vá de bicicleta ou mesmo a pé, ambos um ótimo exercício;

Se não for possível deixar o carro em casa, troque-o por um “flex” e utilize ao máximo o etanol como combustível. Este será o combustível de transição da nossa matriz energética atual para os carros elétricos ou movidos à energia solar de um futuro próximo.
Boas idéias ao reformar ou construir uma casa:
Colete a água do telhado em uma caixa d’água e aproveite-a para regar plantas;

Colete a água de chuveiro e lavatórios em uma cisterna para aproveitá-la nos vasos sanitários;

Instale um aquecedor solar. A economia de energia elétrica proporciona um retorno do investimento, em média, em 10 anos;

Deixe áreas permeáveis no terreno, como gramados. Isso reduz a necessidade de captação de água pluvial pela Prefeitura, melhora a recomposição de aqüíferos subterrâneos e reduz a probabilidade e os efeitos de enchentes;

Instale sensores de presença para economizar eletricidade;

Instale aquecedor solar para economizar energia e ou a gás.

Agora que já foram apresentados diversos fatores e dicas sobre a consciência de consumo sustentável, vou voltar ao tema inicial dessa dissertação, que é:
VOCÊ É O QUE VOCÊ TEM?!
Essa pergunta é uma alusão direta ao momento consumista, não só de recursos naturais, mas principalmente sobre os bens de consumo. Infelizmente, hoje a inserção dos indivíduos na sociedade moderna, está diretamente ligada aos bens materiais que essas pessoas conseguem comprar. Ou seja, quanto maior o número de bens adquiridos, maior será a importância desse, ou desses indivíduos na sociedade.
Mas será mesmo correto julgar uma pessoa pelo que ela tem? Não seria muito mais importante se estivéssemos focados em ser e não ter?
Ser uma pessoa consciente de suas virtudes e defeitos, estar diretamente ligado à sociedade de forma a contribuir com o bem estar social, não estão mais sendo vistos como questões pertinentes ou importantes. O momento social atual, apenas nos mostra que o individuo é o que ele tem.
Há muitos séculos atrás o grande escritor, poeta e dramaturgo inglês, Willian Shakespeare, escreveu em sua peça intitulada de: “A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca”, a seguinte frase: “Ser ou não ser, eis a questão...”
Hoje podemos facilmente adaptá-la:
Ter ou não ser, eis a questão!
Aqueles que apenas se preocupam em ter, jamais estarão em busca do conhecimento, da cultura, da cidadania, de sentimentos, experiências...,jamais saberão de fato o que é ser.
A partir de hoje, quando você for consumir um produto, comprar um bem de consumo, solicitar uma prestação de serviço, ou mesmo procurar por diversão, lembre-se que você é diretamente responsável por seus atos, lembre-se que a humanidade está presente nesse planeta há apenas “10.000” (dez mil) anos e que o nosso planeta tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Não parece absolutamente nada justo que degrademos nosso planeta, acabemos com as matas nativas, tornemos diversas raças e espécies de animais instintos e principalmente, que não tenhamos responsabilidades quanto às futuras gerações.

Você não precisa de um tênis de marca que ainda se utiliza de trabalho escravo para ser melhor que o seu semelhante, você não precisa trocar de aparelho celular duas ou três vezes por ano, para que as pessoas o achem mais especial, você não precisa ter três, quatro, cinco carros em casa, apenas para que seu status seja elevado, você não precisa de roupas com peles de animais selvagens para se abrigar do frio.

Você não precisa ter!

Você precisa ser!

Rodrigo Stenio.

Foto de Osmar Fernandes

Aparição do Capeta

Certo dia, noite escura, num terreno baldio, próximo da Igreja Católica, três moleques levados pegaram uma abóbora e fizeram dela uma caveira... Fixaram uma vela acesa em cima de um toco e a puseram por cima. Ficou parecendo o demo, o capeta mesmo!
A missa acabaria às vinte horas. Os fiéis que passariam por ali, a pé, certamente a veria. A caveira ficou num ponto estratégico, bem na esquina.
O pessoal ao sair da missa, ao vê-la, gritou: “Valha-me Deus! Jesus tende piedade! Minha Nossa Senhora da Aparecida! Salve-me Senhor!
Foi gente pra todo lado... Os três capetas caíram na gargalhada... Quando o local esvaziou, saíram da moita e se depararam com um corpo estendido no meio da rua. Joãozinho, o nanico, gritou: “É dona Julieta! Ela tá mortinha da silva! E agora?! Estamos fritos!!!” Pedrinho, o gago, disse: “Vixe, agora lascou tudo!!! Vou deitar o cabelo!!!” Luquinha, o mala, disse-lhes: “Calma aí seus frouxos, ninguém viu a gente! Não vai nos acontecer nada!!! Ela morreu de susto! E daí?!... Vamos tirar a caveira dali e vamos embora.”
Feito leopardos esconderam os apetrechos do Demo e deitaram o cabelo...
Não demorou muito e a polícia chegou ao local. D. Julieta foi levada ao hospital, acordou do susto, foi medicada e falou: “Meu Deus o que era aquilo?! Eu preciso falar com o Padre Bento!... Era o Demo! Valha-me Deus!!!”
O médico e a enfermeira diziam para ela ficar calma porque na idade dela era normal ver coisa que não existe... Deram-lhe um calmante e a fizeram dormir até o dia seguinte.
A notícia ganhou a cidade que Dona Julieta tinha batido as botas... Os três capetas estavam assustados e escondidos nas suas casas.
O pai do Joãozinho disse para esposa: “Bem, Dona Julieta viu o capeta e morreu! Estão falando que o Demo veio buscá-la. Faladeira como é, não duvido nada... Amor, toma cuidado, viu!
- Tá louco, homem, eu não falo da vida de ninguém não!
O marido deu uma risadinha maliciosa e foi trabalhar.
O investigador de polícia fazia uma busca no local do crime e achou um chinelo de tamanho trinta três. Era a pista que tinha em mãos.
Chegou na delegacia e disse ao Delegado:
- Senhor, aqui está à prova do crime!
Dr. Clécio riu, e lhe disse:
- Quer dizer que o capeta esqueceu um chinelo e saiu correndo pro inferno! KAKAKAKAKAKAK (RIU TANTO QUE SE ENGASGOU...). Vá amolar outro, Cido! Tenho mais o que fazer nariz de Pinóquio! Cada uma que me aparece! Você não percebe que essa cidade está de perna pro ar... Se esse povo não melhorar Deus vai aniquilá-la assim como fez a Sodoma e a Gomorra.
O Investigador abaixou a cabeça e saiu chateado e pesou: “Vou pegar o desgraçado que fez isso com a minha avó... Ateu eu não sou não, mas acreditar que isso é obra do Demo já é demais para minha inteligência.”
O Padre Bento assim que soube do acontecido entrou no terreno baldio e fez uma devassa, procurou por todo lado e achou a cabeça de mamão e a vela jogados debaixo dum pé-de-mato, e disse a si: “Eu sabia que não tinha diabo nenhum nessa história! Esse meu povo inventa cada uma! Perdoai-os ó Deus!!!”
Com a notícia da aparição do capeta a Igreja superlotou e o dízimo aumentou sobremaneira e o Padre ficou pensando se dizia ou não, no sermão, sobre a cabeça de mamão... Pensou... E, calou-se.
Os três capetas se reuniram e Luquinha disse:
- A velha não morreu... Com o susto desmaiou. Dona Julieta sairá do hospital hoje à tarde.
Pedrinho, o gaguinho, disse:
- Mas a polícia está investigando. O que nós fizemos é crime. Se a polícia descobrir quem fez isso, a cidade toda ficará sabendo... Nós vamos ser linchados!
Joãozinho, o nanico, disse:
- Eu sou coroinha, vou me confessar com o Padre Bento e vou lhe contar tudo. Se o meu pai souber disso vou levar uma peia, uma surra daquelas de tirar o coro.
Os dois amigos disseram juntos:
- Você não tá nem doido! O Padre nos mata!
Joãozinho:
- Eu tô com medo!
Os três amigos fizeram um pacto: “Nunca contariam sobre a caveira pra ninguém, levariam esse segredo para o túmulo.”
Joãozinho confidenciou: “Perdi um pé do meu chinelo, presente do meu pai, fui na data procurar e não achei. Temos que achar o chinelo logo.”
Os amigos não deram importância nisso e foram embora.
O investigador conhecia todo mundo da cidade, saiu de casa em casa perguntando se aquele chinelo pertencia a alguém daquela residência.
Luquinha ficou com os olhos estatelados ao vê-lo em sua casa perguntando à sua mãe se ela não tinha dado falta de um pé de chinelo.
Luquinha reuniu seu bando imediatamente e disse:
- Vamos roubar aquele pé de chinelo hoje à noite. Cido vai sempre jogar no Tunguete... Vamos aproveitar esse momento e vamos em sua casa buscar o pé de chinelo. Não tem outro jeito. Ou fazemos isso ou esse sujeito vai descobrir tudo.
O Delegado foi à Igreja e logo após a missa disse ao Padre Bento: “Padre o meu investigador tem uma prova cabal do malfeitor... Creio que dentro de poucas horas iremos elucidar o caso.”
- Meu filho, que prova é essa?
- Respeito-lhe demasiadamente Reverendo, mas isso é segredo de Estado, não posso dizer de jeito nenhum.
- Mas meu filho, eu sou o Pároco, pode me falar, vou guardar segredo... Quantas vezes você já se confessou comigo?!
- Padre Bento isso não é um pecado, é segredo profissional.
- Meu filho, eu lhe vi nascer, lhe batizei, lhe crismei, foi meu coroinha... Vai ter coragem de fazer isso comigo? Conta-me logo que prova é essa?!
- Conto não! Não posso!... O senhor pode falar sobre as confissões dos fiéis?
- Claro que não! Você tá doido, perdeu a cabeça. Jamais violarei o segredo do Confessionário. Exerço minha função com a fé em Deus e obedeço piamente com o que preceitua no CANON 1388 (1), que diz: O confessor que viola diretamente o sigilo da confissão incorre um sententiae (automática latae) excomunhão reservada à Sé Apostólica.
- Eu também não posso falar sobre essa prova! Não posso violar a confiança do meu investigador, estaria cometendo um crime.
O Delegado foi embora com a pulga atrás da orelha e pensou: “Por que tanto interesse do Padre nessa prova?!”
Paulinho viu seu filho descalço e lhe disse:
- Joãozinho, cadê seu chinelo? Já lhe dei de presente para não ver você descalço... Não ande descalço menino! Vá calçar o chinelo agora!!!
Joãozinho correu na casa do amigo e lhe pediu o chinelo emprestado, e Carlos lhe disse: “Mas você tem que me devolver logo, senão meu pai me dá uma surra se me ver descalço também.”
Pedrinho era muito religioso e naquele dia às dezessete horas resolveu se confessar com o Padre... Contou tudo e admitiu que estava com medo do investigador descobrir toda a história, porque seu amigo tinha perdido um pé do chinelo que ganhara de presente do pai.
Padre Bento pensou: “Mas Cido é ateu... Tenho que dar um jeito de calar a sua boca...”
O Padre arquitetou um plano e mandou o seu Sacristão chamá-lo, urgentemente... Rubens, o puxa-saco do Padre Bento foi à casa do investigador e disse-lhe:
- Cido, o padre Bento quer vê-lo, agora, já. Ele disse pra você ir lá, correndo, imediatamente, agora mesmo!
- Mas, que diabos o padre quer comigo? Num devo nada para Igreja... Nem em Deus não sei se acredito?!
- Não fala assim não rapaz! Deus é tudo e tudo é amor. O padre não tem diabo nem um. Vai logo e saberá. Quando o padre chama é como se fosse Deus nos chamando, né?!
- Fala pra ele que mais tarde eu passo por lá.
Dona Julieta visita o padre Bento e lhe diz: “Padre, eu nunca vi bicho mais feito no mundo que aquele. Era o Demo, o Demônio em pessoa!... Minha Nossa Senhora da Aparecida! Eu fiquei frente a frente com o Demo, Padre!... Eu já preparei uma novena. Vamos começar amanhã cedo... Padre, eu disse para os que me visitaram no hospital que se o Demo está nos visitando é porque estamos sem fé, é um sinal dos céus. Por isso vamos fazer a novena!”
Aquele acontecimento abalou a cidade. Nas ruas, nos bares, nas casas, nas roças, nas Igrejas, em todo lugar o boato corria solto: “O Demo está fazendo tocaia na nossa cidade!”
O Padre Bento ficou com a consciência pesada e pensou “Será que devo falar sobre essa história hoje na hora do sermão? Será que devo levar o assunto ao Bispo?!”
Dona Julieta foi rezar e depois foi para sua casa...
As Igrejas protestantes começaram a fazer cultos durante o dia todo. Até os ateus temeram... A cidadezinha pacata acordou... Era gente acendendo velas no Cruzeiro do Cemitério... Despachos nas encruzilhadas... Novenas... Enfim, os religiosos se mexeram de forma jamais vista naquele lugar. Em todas as Igrejas as oferendas aumentaram significativamente. O comércio de produtos religiosos vendia como nunca.
A palavra numa das Igrejas Protestantes era brilhante e dizia:

Ezequiel [Capítulo 28:13-18]

Tu estiveste no Éden, jardim de Deus ;cobriste de toda pedra preciosa: A cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até o dia em que em ti se achou iniqüidade. Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem.

Mateus [Capítulo 4:1-11]

Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. Então lhe ordenou Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram

E o pastor encerrava seu sermão dizendo: “Na casa do senhor não existe satanás, Xô satanás! xô satanás!”

O Investigador chegou à Casa Paroquial, adentrou, foi imediatamente atendido pelo Padre Bento que o levou ao seu escritório e lhe disse:
- Meu filho, eu lhe peço encarecidamente que pare com a investigação sobre a aparição do Capeta.
- Padre o senhor está me pedindo algo que não posso atender.
- Por que meu filho?
- Padre, eu quero pegar o desgraçado que fez isso com a minha avó. Ela quase bateu as botas... Tenho certeza que não tem nada a ver com coisa doutro mundo. Isso foi coisa de moleque, de vândalo; brincadeira de mau gosto... Se não fizermos alguma coisa para punirmos esse tipo de “brincadeira boba, idiota”, ainda vamos perder um ente querido. O senhor não acha?
- Meu filho, nem tudo parece o que é. Deus tem desígnios que só pertence a Ele. Veja o movimento da nossa cidade!... O povo voltou à igreja, voltou a ter medo dos castigos de Deus. Isso vai fazer a criminalidade zerar. Nunca se viu tanta reza por aqui. O povo voltou a temer a Deus! Os meninos e as meninas voltaram para o catecismo. O fervor da fé voltou a tomar conta da nossa cidade... Nunca vi você na missa. Falam que é ateu... Mas, pare com essa investigação?
- Padre Bento, eu sou agnóstico... Não estou lhe entendo! O que tem a ver uma coisa com a outra?
- Meu filho, eu sei que você é um exímio Investigador de Polícia, mas essa história não pode ir adiante. Pare de investigar... Essa história acabou fazendo um milagre por aqui. O povo voltou a ter Deus no coração. Isso não é bom?
- Padre, eu acho que o senhor está sabendo demais... Já descobriu a verdade?
- Não!!! Vieram me dizer que você anda perguntando nas casas se alguém deu por falta de um pé de chinelo.
- É verdade! Eu achei um pé de chinelo novinho em folha naquele matagal, local do medo. Vi muitos pisados por lá... De pés pequenos... E, cheguei à conclusão que tem mais de um moleque envolvido nessa tramóia. Padre, eu vou achar o criminoso que quase matou minha avó, custe o que custar!
O Padre franziu a testa, várias vezes, e pensou: “Vou ter que falar com o superior desse traste e pedir para que o transfira daqui.”
O Investigador foi embora e não hesitou em dizer para o delegado sobre a sua visita na Casa do Padre:
- Doutor, eu estou vindo da casa do padre...
- Que diabos você estava fazendo na casa do Bento?!
- Eu fui lá porque ele mandou me chamar... Estranhei, mas... O senhor sabe, Padre é Padre, enfim.
- E o que a Igreja queria contigo?
- Só faltou se ajoelhar pra mim Doutor... Implorou para eu parar com as investigações sobre a aparição do capeta.
O Delegado coçou seus poucos cabelos da cabeça e disse: “Aí tem coisa!” E disse ao Cido:
- Você me traga o pé de chinelo e me entrega ainda hoje.
- Doutor ele está aqui na minha mochila, pega!
- Então essa é a prova que temos?... Pois é, a partir de hoje em diante essa investigação é minha. Você está fora desse caso. Vai cuidar de descobrir quem roubou o Jumento do Zé, que ele está me enchendo o saco e até hoje você não descobriu nada.
O Investigador de Polícia sem ter o que dizer, simplesmente obedeceu seu superior e saiu à procura do ladrão do Jumento...
O Doutor Clécio foi ter com o Padre Bento cinco dias depois e disse:
- Padre eu tenho a prova do crime aqui em minhas mãos e já descobri tudo. Vou prender quem fez isso.
- Doutor Delegado o senhor tem o quê em mãos?
- Eu tenho o pé de chinelo.
- Pé de chinelo!!! O que isso tem a ver com a aparição do Capeta?
Padre, isso tem tudo a ver! É a prova que não existe Capeta nenhum, isso provavelmente foi armação de quem não tem o que fazer na vida e fica assustando as pessoas de bem.
- Esse chinelo não prova nada. Qualquer pessoa pode ter ido naquele matagal e o esquecido.
- Será Padre?!
- Claro meu filho!
Padre, o senhor está muito interessado no encerramento dessa investigação, por quê?
- Não meu filho, eu não estou não! Mas, se você pensar bem, depois que viram o Capeta, a cidade melhorou muito. A Igreja não cabe de tanta gente nas missas. Não se falou mais de roubos, mortes, vadiagem, etc. Nunca vendeu tanto produto religioso como agora. Pense no sossego que nossa cidade vive hoje!
- É Padre Bento, pensado por esse lado o senhor está coberto de razão. Minha delegacia está um deserto, nem um B.O, nem de briga de casal. Nunca vi tanta calmaria em nosso Município.
- Então, pra quê elucidar esse episódio? Deixa o povo pensar que o Diabo está de olho bem aberto e bem pertinho de cada um.
- Mas, Padre Bento, o Capeta não anda de olhos arregalados pra todo mundo mesmo, doido para tomar conta da nossa alma?!
- Sim... Mas essa já é outra história...
O Delegado deu o pé de chinelo para o Padre e deu o caso por encerrado.
O Padre chamou Joãozinho e lhe deu o pé de chinelo e lhe disse: “Vê se não o perde mais...”
Os três capetinhas voltaram a participar assiduamente de todas as missas e a ajudar o Padre no catecismo.
Toda vez que o povo fraquejava, desanimava, deixava de ir à missa, a aparição do Capeta era automática.

Osmar Soares Fernandes

Foto de pttuii

Irritação na púbis

Estavam lado-a-lado. Os pêlos do braço esquerdo dela, enliavam-se com a penugem do braço direito dele. Tinha acabado de aplicar cera, e a masculinidade latente fazia uma pausa,...indiscriminada. Queriam unir tesões. Não sabiam como. Auras de sabor a morango, apostavam que se reconheciam se fizessem sexo anal. O vento encontrava pouso entre a janela de alumínio semi-aberta.
Os caçadores de pérolas de Bizet estavam tímidos.
Embalavam exdrúxulas pepitas de pó que baloiçavam por entre o mobiliário vitoriano de um quarto que nunca se havia rido de ver rir. Baque, dois baques, emancipação de fluidos. Sexo anal fora de questão.Peidar é bom, atenua precipitações, e dizem que dispersa o pó.
Continuam lado-a-lado. Agora as auras engendram pelo menos dois estratagemas opostos para terminar o que nunca devia ter começado. Talvez azeitonas podres em sopa de poejos. Dizem que acidifica a urina, e precipita o desentendimento. Ou os desentendimentos religiosos ancestrais. Para já, banho. Estio com pó, dá sempre irritação na púbis.

Foto de Cretchu

SOBRE O AMOR LÉSBICO

Muito se tem discutido sobre o homossexualismo masculino, o que não é de se estranhar, já que nossa civilização é fundamentada no pensamento socrático-platônico e no cristianismo, que nada mais são do que a negação da mulher como deusa, já que Apolo e Jesus venceram Dionísio e Afrodite, consolidando o império masculino e patriarcal. Ocorre que, negando-se a mulher chega-se a uma situação limite, que é a baitolagem institucionalizada que vemos entre acadêmicos e sacerdotes virados, digo, voltados justamente para o pensamento greco-cristão. Em suma, é aquilo que vemos ocorrer nos cursos de filosofia e teologia que insistem em existir de forma autônoma nas instituições de ensino superior e seminários religiosos, quando poderiam muito bem se unir aos milhares de cursos no estilo jardinagem, casa e cia., corte e costura, etc., abrindo caminho àquilo que realmente interessa, ou seja, os cursos que formarão cidadãos conscientes no plano científico, social e político, a exemplo do Direito, Medicina, Sociologia, Física, Pedagogia, Administração e demais cursos úteis e necessários ao progresso humano.
Deste modo, urge citar aqui o chamado homossexualismo feminino, ou lesbianismo, que tomou este nome de sua cidadela de origem, a ilha de Lesbos na Antiga Grécia e que era respeitado na civilização grega antes dos estúpidos boiolas socráticos (futuramente batizados pelos hipócritas cristãos) assumirem o comando. Dentre as praticantes e divulgadoras desta forma legítima de amor encontramos a reitora Safo, escritora cujos escritos eram sabidos de forma decorada pelos cidadãos cultos da época dionisíaca anterior ao enfadonho Apolo. Em nenhum momento o lesbianismo da época era uma negação da relação sexual entre mulheres e homens, mas apenas a afirmação da mulher como fonte e receptáculo de prazer. Nesta situação, a mulher era vista como sacerdotisa e deusa, devendo o homem lhes prestar as devidas homenagens. Ora, quem entende o corpo da mulher senão a própria mulher? Daí a iniciação praticada na academia de Lesbos. Estes ensinamentos úteis e necessários poderiam muito bem ser passados aos homens, que agiriam de forma ativa e passiva, aprendendo como fazer a mulher chegar ao prazer. E colocando (e muito bem) este aprendizado na prática.
Infelizmente ainda impera o machismo socrático-platônico-cristão que concede gentilmente total enfoque ao mundo gay, sendo que mundo gay deve ser aqui entendido (no sentido de entender) como o universo do homossexualismo masculino, mas impede a visibilidade lésbica. Ora, como dissemos, a deusa Afrodite, adorada pelo deus Dionísio, foi substituída na época socrática pelo nauseante Apolo, que encontrou um similar no cruel Jesus do cristianismo pós-Jesus. Lembremos que Afrodite foi amante de Ares, o deus da guerra, e que suavizava os efeitos desta prática tão temida e necessária, humanizando-a com seu poder feminino. A partir da queda de Afrodite, as guerras se tornaram mais desumanas, culminando com as guerras pós-modernas que deixam de lado o combate corpo a corpo para se valerem de aparatos tecnológicos a maioria das vezes traiçoeiros. Para se evitar tudo isto, é necessário se debruçar (e muito) sobre a forma de amor que faz da mulher aquilo que ela realmente é: deusa, fonte e transmissora de prazer, a quem se devem render homenagens. E homenagens sérias, sem partir para a artificialidade do estilo viagra ou prótese peniana que parecem reações ao corpo, toque ou ruído da mulher, mas que na verdade é uma reação química ou física independente do desejo.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

sem sentido.

SEM SENTIDO

Flores que desabrocham no charco...
Tenores que desperdiçam o vozeirão...
Pintores que ridicularizam seus quadros...
Cantores que banalizam o refrão!!!

Mulheres que jogam fora a família...
Homens que tentam acabar com o rum...
Religiosos que não perdoam, humilham...
Pessoas que só andam, e não vão a lugar nenhum!!!

Sentimentos que embora equivocados persistem...
Relações que não resistem, terminam...
Privações que sem se dar conta, insistem...
Emoções que em uma hora se acabam!!!

Amores que nem sempre se encontram...
Favores que nem sempre são pagos...
Projetos que nem sempre se realizam...
Discussões que nunca terminam em afagos!!!

Foto de Murilo Braga Silva

Coletânea de poemas de Murilo Braga Silva, um estudo sobre ética e sua respectiva biografia.

1-Vida eterna

Estava no rio andando,
Tristonho com minha barba cerrada,
Vi um pássaro cantando,
Entendia que era tudo um aviso de que minha vida estava no fim.
Debaixo de meu barco já se formava o meu túmulo, aí veio um anjo e me disse:- você acabou de nascer para a vida eterna.
E eu, com muita humildade, disse:-Obrigado, meu anjo, sei que apenas deixei o plano carnal, todas as minhas tarefas que fiz no plano material darei continuidade, portanto, o espírito é imortal.

2-Laços de bondade

Alma querida, escuta:
O apostolado de Cristo te convida
Para estar trabalhando ao lado dele.
Deus é bom e justo para com suas ovelhas;
Nenhuma ovelha ficará perdida em seu reino.
Tudo se transforma na Terra;
Mas o que vem do céu permanecerá;
Vem cooperar também e servir com Jesus;
Vem cooperar no amor que devemos ao mundo;
E que a bênção de Deus jamais nos desampare, nem despreze a ninguém, iluminando os campos de toda a Terra.

3- Cruzeiro

Brasil, terra do cruzeiro;
Trabalhando os seareiros,
Juntamente com os celeiros.

Brasil, terra das florestas;
Cada vez com o avanço dos homens,
Ficam mais desertas.

Brasil, terra do Evangelho, terra dos grandes missionários,
Que procuram a luz da imortalidade.

Brasil, terra dos indigentes,
Que pretendem chegar vencer e caminhar.

Pátria branda e salva,
Pátria amada,
Brasil.

4-O alvorecer do dia

No alto do infinito;
Vejas o grande alvorecer;
O sol se pondo entre os ares;
O vermelho representando a guerr4e;
O azul representando a paz;
Pense na natureza em função de amanhã;
Não te iludas com as ambições desmedidas;
Contudo vencerás;
Pois você é o maior;
Não se amedronte com a luz da espiritualidade,
Ela te aguarda para que em futuro próximo tu sejas abençoado pela providência divina.
Eu sou bastante ignorante;
Cada minuto estou pecando e segurando as pontas;
Sou forte para com todos os familiares;
No dia em que desencarnar,
Ainda terei de descobrir o meu conviver.

5-Trabalho alienado

Estamos em um planeta, em um universo que está em constante regeneração espiritual, alienação em se tratando de ignorância do ser humano, começando pela pessoa que vive explorando no mundo, pelo trabalho do dia à dia, trabalhando muito, ganhando pouco.
Sabemos que tudo isso faz parte da evolução, existe o plano físico, assim como o plano espiritual.
Chegará o tempo em que toda a humanidade vai entender que todas as derrotas de nosso trabalho são escadas para a nossa construção espiritual,
Ou pelo amor, ou pela dor, compreenderemos que a própria pessoa,
A própria humanidade cria motivos para a alienação moral.
O mundo dá muitas voltas, tenha paciência os alienados de trabalho e enfermos que todas as dificuldades vem como teste de paciência para nossa evolução para o alto, muitos param no meio do caminho, cada um de nós temos uma provação, isto é, uma cruz a carregar, nós mesmos, em muitos casos, somos os que escolhemos como será nossa vida ao retornarmos ao plano carnal.
Todas as explorações com relação ao trabalho alienado venceremos amanhã, que a força e a coragem acompanhe nós em nossas vidas, para a grande paz na união divina, de acordo com as verdades eternas que a humanidade vai compreender em futuro próximo.

6- A parte científica da razão

Quando a humanidade estiver alcançado o estágio máximo de evolução espiritual;
A Filosofia passará a estudar e compreender a vida eterna;
A Psicologia terá como meta o amparo às almas aflitas;
A Psiquiatria compreenderá que a doença não está somente na matéria, mas sim, em não possuirmos o esforço em compreender que a vida é imortal;
A Literatura universal estará abrindo campo de estudos sérios com relação às questões ligadas ao mundo espiritual;
As crenças dos povos estarão dando espaço ao estudo do corpo e do espírito;
Haverá entre os povos, leis de acordo com a regeneração da Terra;
Poderemos dormir de portas e janelas abertas;
A humanidade terá como missão trabalhar pela reconstrução do planeta em ordem de amor espiritualizado na paz tamanha;
As escolas estarão ensinando o verdadeiro amor que Cristo nos legou;
Os povos terrenos serão uma só família de espíritos ditosos;
Não haverá muros entre as casas, os bons homens herdarão a Terra;
A luz tomará conta da divindade que roga por nós;
Todos os que aqui ficarem verão bromélias de amor e paz;
Não haverá discórdia entre os irmãos;
O trabalho digno será a alavanca para o combate às faltas morais;
Os servos compreenderão que os espíritos nascem e renascem;
Vamos exemplificar o evangelho de Jesus Cristo para que este dia esteja próximo a acontecer, faça sua parte que os mentores da espiritualidade nos auxiliará dando-nos o amparo espiritual de que necesitamos.

7-Infinito

Feliz daqueles que conseguirem o verdadeiro grau de evolução das verdades da reencarnação, pois o espírito não morre, todos somos médiuns,
Aprenda a respeitar uns aos outros, chamo todos os irmãos para começar a divulgar a doutrina dos espíritos, a doutrina da verdade, cada dia vejo o quanto é difícil orientar a humanidade para o trabalho ao bem,
Todos estão vendo as transformações espirituais que ocorrem, na atualidade, o espiritismo já está sendo comprovado como uma doutrina da verdade que veio para libertar a humanidade,
Vamos começar a estudar a doutrina espírita, a reconhecer que não adianta religiões fanáticas, que no fundo não sabem dar seu verdadeiro exemplo de vida, vamos começar a praticar o verdadeiro evangelho consolador, vamos procurar criticar menos e ajudar os nossos semelhantes.
Amigos da Terra e do espaço, estamos sempre em constante evolução espiritual, está comprovado, quem quiser acreditar acredite e busque os estudos espirituais, isto é, a disciplina para que possamos sempre, com muita humildade, conseguir cncretizar nossa elevada missão assumi9da antes de reencarnarmos.
Não adianta dizer que converteu a esta ou aquela religião que está salvo, que morreu fica salvo, o espírito precisa de trabalho abnegado para conseguir sua salvação espiritual de que tanto necessitamos.
Não adianta dizer que rezou tantas ave Marias que está salvo, isto é muito fácil, com disciplina, fé raciocinada, benevolência, respeito mútuo aos nossos semelhantes e esclarecimentos espirituais conseguiremos vencer nossas dificuldades.
O Espiritismo é o consolador prometido que Jesus enviaria à Terra para a restauração do Cristianismo, muitos ainda desconhecem essa doutrina que explica a razão de tudo, tudo em nossa vida tem sua lógica, nada ocorre por acaso, somos todos seres imperfeitos, ainda estamos longe de alcançar a perfeição espiritual,
O espírito não regride, ele pode até estacionar com o tempo e após a dor poderá continuar sua evolução espiritual.
E assim, meus irmãos, nascemos para o plano espiritual, morremos na carne, mas permanecemos no espírito.

8-Libertação
Todo pensamento nosso poderá ser concretizado, dependerá de nossa força de vontade.
Pensem sempre coisas boas e interessantes e também otimistas que qualquer coisa dará certo, pois, ordem, trabalho, benevolência, humildade, caridade, amor ao próximo e paz espiritual, enfim, tudo isso sendo praticado provocará a libertação que começa dentro de casa.
Trabalhemos todos nós em busca da seara do Cristo, só assim conseguiremos chegar onde devemos, isto é, o caminho de Cristo.
Espero que Deus ilumine os corações de cada um dos seres tanto encarnados como desencarnados, para que eles possam vencer suas provações, abrindo novas veredas para o futuro de paz e amor espiritual.
Esperemos esse tempo que chegará breve, a Terra deixará de ser um planeta de provas e expiações para ser um mundo de regeneração, procuremo-nos corrigirmos os nossos defeitos morais libertando das grades do orgulho e egoísmo, e também do materialismo, corrigindo nossos atos, praticando a caridade e melhorando.
Muita paz a todos, fiquem na paz de Deus, de Jesus e dos mensageiros espirituais da caridade.

9-Regeneração

Vamos ser herdeiros da paz eterna,
Pois o mundo necessita de sábios,
Temos que transformar nossa literatura em grande alavanca para o progresso espiritual do homem.
É de conhecimentos espirituais que se consegue às transformações de que os seres carnais carecem.
Estamos na ignorância espiritual a tempos arcaicos, todavia, ainda persistimos em continuar nos martírios da amargura que nos aflige.

10-Fé raciocinada

A verdadeira fé do ser humano
É a bênção do trabalho;
É as dificuldades e provações que te alcança,
Agüente com muita paciência tudo;
Tudo é passageiro;
Somente o trabalho ao serviço ao bem é o responsável por curar nossos males espirituais,
A força de pensamento para enfrentar os obstáculos,
Carregar e frutificar o nosso evangelho,
Aceitar a dor como mecanismo básico de resgate espiritual,
Enfim, faça de sua vida um livro de amor,
Faça os outros felizes para que tu sejas também,
Não vamos descontar nossas faltas em outrem;
Largue as vantagens e saiba que a vida é auxiliar ao próximo eternamente,
É amar ao próximo como a ti mesmo,
Não procure apenas ser sábio, mas também cumpridor de seus deveres;
Pense como serás se procurar corrigir seus defeitos morais.

11-Missionários do bem

A humanidade caminha vencendo suas provas a cada dia que passa, este milênio deverá ser cheio de surpresas, aqueles que não buscarem sua regeneração moral não encarnarão mais neste planeta.
Os grandes missionários da luz se espalham por todos os rincões da Terra, encarregados de transformar este planeta em um verdadeiro paraíso espiritual e os espíritos mais inferiores serão levados para outros mundos de trevas, para que através da dor bendita eles possam evoluir.
Já está começando a acontecer esta separação entre o joio e o trigo, os espíritos mais evoluídos já estão reencarnando para iniciar o terceiro milênio o trabalho de regeneração espiritual da humanidade.

12-A caridade para o futuro

Para a humanidade, no grau de desenvolvimento espiritual e intelectual que estamos, temos cada vez mais que acelerar nosso desenvolvimento para as grandes transformações no campo da espiritualidade.
Por isso, orai e vigiai para não cair em tentação, andais como filhos da luz, bem aventurados os humildes, porque terás o reino dos céus, amai-vos uns aos outros como eu vos amei, faça da sua parte que eu te ajudarei; e assim caminharemos para Cristo.
Jesus nos disse: no dia em que o evangelho estiver sendo pregado em toda parte, tenha a certeza de que estará havendo uma grande transformação no campo moral da sociedade humana.
Hoje, todos conhecem o evangelho de Cristo, vamos Ter, ou pelo amor ou pela dor que começar a praticar esse evangelho em nossa vida cotidiana pacientemente, pois os espíritos superiores nos darão consolação e amparo para sempre vencermos nossas dificuldades.
Vamos divulgar o evangelho, ajudar os nossos semelhantes, porque sabemos que a caridade é para nós todos simples obrigação.

13- Transformação

Terra do Cruzeiro;
Que tem muitos cordeiros.

Terra da Amazônia;
Relembrando o Brasil- Colônia.

Terra do pau Brasil;
Relembrando o azul anil.

Terra dos escravos;
Relembrando os cravos.

Terra dos soldados;
Relembrando os dourados.

Terra do amor;
Relembrando a dor.

Terra dos generais;
Relembrando os tribunais.

Terra de Santa Cruz;
Relembrando a luz.

A luz do limiar do infinito,
Relembrando o amor divino.

14-Terra dos sonhos

Meus queridos irmãos,
Vocês esperem o passar do tempo,
Verão os seres se transformando,
Os muros se separando.

Quando vocês menos esperarem,
Verão as cadeias se destruindo,
A humanidade se abraçando,
Formando verdadeiros laços de amor.

Ainda vai demorar algum tempo,
O mundo não vai se findar, ninguém pode afirmar um fato tão medíocre como este.
As pessoas más serão levadas para mundos inferiores, pois este mundo será um verdadeiro paraíso espiritual.

Acabará a prepotência e o racismo,
Entre pretos e brancos.
Todos se unirão em um só laço,
De paz, amor e trabalho espiritual abnegado.

Em todos os rincões da Terra você poderá ouvir os belos cânticos dos pássaros, a natureza se formando entre os ares, e os homens como cordeiros de Deus.

Para mim essas transformações é um grande presente,
O amor do evangelho imortal da humanidade, que ainda nos dará belas lições de paz, amor e fraternidade.

15- Aborto e Suicídio

Aborto não resolve o problema da morte, pois o espírito é imortal, não mate uma criança inocente.
A criança, como todos nós, possuímos grandes missões a desempenha na Terra.
Suicídio é crime perante a justiça divina,
Aproveite a oportunidade que Deus te consentiu de reencarnar no plano terreno.
O espírito continua, ele continua sentindo dores sem precedentes, e somente no plano carnal conseguimos nosso conforto espiritual, não percas a oportunidade da bênção da vida, bons momentos virão.
O Suicídio como o aborto, mata o corpo mas não mata a alma, e a humanidade não se livra da consciência pesada pela prática desse bárbaro crime.
O amor é capaz de restaurar a paz e a esperança, fazendo com que todos possam compreender as verdades espirituais da vida eterna.

16- Poema para a vida

Meus irmãos!
A vida é uma grande escola;
De dor e grandes provações.
Deus nos convida para o seu apostolado,
Refletimos, no entanto, entre simples lições da natureza, vejam as suas provações que te alcançam e diga:
Muito obrigado, meu Deus, pois tu és poder e bondade;
Vamos procurar auxiliar os nossos irmãos relegados aos padecimentos da via pública, para que saibamos acrescentar a paz e a esperança.

17-Instintos humanos

Sou uma pessoa sem instinto social,
Sendo uma pessoa apegada aos fatos imortais que nos leva a plenitude espiritual.
Sabemos dos conhecimentos de Física da lei da ação e reação, deduzindo-se que todos nós teremos as conseqüências das nossas atitudes morais perversas.
Temos apenas que procurar regenerar nosso mundo humilde, pois a partir de então teremos grande paz espiritual, onde todos estaremos unidos eternamente pelos laços de bondade e amor espiritual, com a força de nosso mestre Jesus estaremos todos nós reencarnando neste planeta para reconstruir tudo aquilo de bom e divino que esta sociedade perversa destruiu no decorrer dos milênios.

18-Dificuldades e Lutas

Faça da poesia um instrumento de sua existência, além da alma rica em conhecimento, lute para ser um poeta humilde e leve sua vida em busca do maior, do impossível, pense nisto e acredite que terás uma vida repleta de segredos em seus romances; em sua definições, pois bem, vida de escritor é cheia de mistérios, de espírito de conquista e idolatria.
Devido ao tumulto existente entre a população, pela falta de espaço e pensamento para o meu "eu" aprofundar em literatura, fico sem inspiração, talvez neste momento, poderia estar em uma mata acompanhado de uma cachoeira dourada, ouvindo os belos cantares dos pássaros, ouvindo o uivar dos lobos.
A poesia é indefinida, imprevista..., ela é uma dádiva divina que Deus nos conduz para que possamos evangelizar a humanidade, começando pela renúncia aos bens materiais, o endurecimento do povo é a principal causa dos martírios que assolam o mundo infinito, pensem na criação divina, abandone o orgulho e o egoísmo.

19-Fase terminal

Em geral, acho que a morte não existe;
Nós estamos aqui na Terra para grandes evoluções;
Evoluções para o progresso de nosso espírito;
Porém, somos ainda pequenos e imperfeitos;
Relegados ao atraso de não preocuparmos com nosso irmão que tanto necessita de ajuda.
A Terra passa por uma fase de grande regeneração espiritual.
É momento de refletirmos em nossas mudanças de posições;
Momentos de começar a estudar a verdade e reconhecer que não há mais lugares para guerra, violência, fome e miséria em geral.
Devemos começar a reconhecer as leis divinas, sabendo que a Terra é uma cópia do plano espiritual.
O espírito não se finda com a morte, mas sim acordamos para a verdadeira vida eterna.
Quem somos nós para temer a Deus; quem a dizer que Deus nos castiga,
Não, seres humanos da Terra!!!
Se estamos ainda no início do milênio, não temos que temer a Deus mesmo que estejamos ainda imperfeitos como estamos.
Ainda não aprendemos a respeitar o nosso próximo, não aprendemos a servir sem perguntar até quando.
Moisés veio para mandar os dez mandamentos recebidos por Deus;
Porém, Deus nunca nos proibiu nada que fizéssemos, mas disse cada um segundo as suas obras.
Portanto, vamos mudar nossos pensamentos, abandonar os prazeres mundanos, enfim, somos capazes de renunciar o mal e somos sempre convidados para trabalhar no apostolado de Cristo, de acordo com a verdade eterna para que quando desencarnarmos possamos estar sempre conscientes de nossos deveres para que ganhemos a consolação espiritual nas leis abençoadas de Deus.

20- A Guerra, alimento da humanidade

Não é a primeira, nem a última das guerra que ocorre no mundo, há tantas guerras que não temos condições de podermos afirmar que estamos no planeta da paz, todavia, estamos caminhando para este objetivo.
A sociedade humana teve seu livre arbítrio de escolher uma sociedade comandada pelo orgulho, ódio, vingança, egoísmo e inveja, enfim, não há paz sem que possamos Ter confiança em Deus.
Sei que não haverá mais guerras quando aparecer a dor; a dor da desilusão, da amargura, dos sofrimentos físicos e morais.
Os povos estão, na sociedade moderna, criando a guerra do mundo informatizado, tenhamos a crença que quando os povos estiverem esclarecidos de que o perdão apaga uma multidão de pecados estaremos mais um passo acima em busca das leis abençoadas de Deus, pois Deus é a inteligência suprema causa primária de todas as coisas, observai o pai celestial pela sua criação, Deus fez o mundo para todos os servos, ele não nos pede que tenhamos rancor de nossos irmãos, a vida é uma chama de luz, que clareia-nos a todo momento de nossas ignorâncias.
Desejo apenas que os povos guerrilheiros possam observar a vida e ouvir os múltiplos chamamentos a obra do progresso geral.

21- Indefinição
Quem foi que chamou?
Deixa descansar o Chico Xavier coitadinho.
Almas evoluídas esperam por ele,
Continuamos vivendo grandes melancolias.
As ruas estão cheias de romeiros a sua espera, o sol vibrante consola seus corações.
Ouvem-se os sinos vibrantes, todos são envolvidos por uma grande sensação de paz espiritual.

22- Misérias
O meu coração não agüenta
Mais tantas misérias.
Não quero mais o orgulho em meu coração.
Como faço para alcançar a glória eterna?
Não sei, sei apenas que eu vivo uma vida infeliz, e a cada dia reconheço que estou afundando em uma grande lama escura.
Não sei se morro, ou se vivo,
Ou se planejo uma outra vida diferente desta que estou vivendo.

23-Ainda ontem

Ainda ontem eu estudava Deus em sua criação infinita.
Hoje reconheço que eu não sou nada que nosso criador chama de bom.
Sou apenas uma peça que serve para trabalhar de graça para os outros, estou cansado de tanta zombaria em cima de mim, quero a liberdade, que seja o descanso eterno.

2ª parte da obra

1-Ética social: um fator ligado à psicologia humana.

Primeiramente, a ética é um assunto relacionado com a atualidade. Apresenta uma relação profunda com a questão da estética. Esquecendo um pouco a estética, a ética geralmente vem apoiada aos problemas sociais, econômicos, políticos, religiosos e também, de acordo com nossa formação educacional. As sociedades, geralmente, usam os conceitos de ética ou moral, buscando recursos para a resolução de suas intempéries político- sociais ou então, seus problemas individuais. Outros procuram recursos práticos para solucionar seus desequilíbrios morais.
Este trabalho não apresenta como objetivo colocar um fim a este problema, não é este o objetivo. Pois a ética é um ponto de profunda reflexão. A ética será trabalhada a partir de um estudo filosófico, indicando até alguns caminhos por onde passa a ética, interligando o estudo com o campo educacional, mostrando, neste caso, que a ética direciona o destino dos seres humanos.
Sabemos que a imagem da própria pessoa já determina um pouco do caráter individual, porque a antropologia é um campo de estudo muito importante, porque explica muitos fatores ligados à ética, pois os fatores ligados a questão da cidadania também serão abordados em algumas condições necessárias, em resumo, os três objetivos a serem abordados neste trabalho, de acordo com as pesquisas feitas por mim será: Ter conhecimento de ética, levando-se em consideração a determinação da vida social das pessoas, estudar os fatores ligados a ética na política e mostrar a ética de acordo com a posição religiosa.
Enfim, nosso assunto a ser tratado será a ética sob a perspectiva histórica, levando- se em conta a realidade social que a sociedade mundial vive na atualidade, sabendo-se que existe uma grande diversidade de religiões existente na sociedade, a ética será abordada com o objetivo de mostrar que ela é responsável pela determinação do caráter psicológico humano, ela será abordada de acordo com as concepções filosóficas diversas de acordo com os filósofos e estudiosos da atualidade dando-se referência a alguns filósofos gregos como Sócrates e Aristóteles.
Destacaremos a importância da ética no campo da educação, mostrando que tudo na sociedade necessita de ética, o ser humano necessita de uma postura ética para Ter sucesso no campo social, desta forma, nosso trabalho tem como objetivo orientar as pessoas mostrando que o mundo ainda precisa de profundas reformas no campo moral, isto é, no campo ético, pois os desenvolvimento moral do ser humano nunca está completo, o estudo sobre ética é muito importante para a justificativa do sentido de nossa existência, podendo-se até fazer projeções sobre o futuro da sociedade humana.
Primeiramente, trataremos do assunto ligado à estética na manipulação da vida, da revista" Mundo Jovem"( Porto Alegre)- Ano XXIX- nº 322. Novembro-2001- página 7.
Esta reportagem nos mostra que o século XXI nos traz profundas incertezas e entusiasmo quanto aos fatores conseqüentes do estudo do genoma humano. O contato com este estudo científico pode trazer problemas relacionados às questões da manipulação da vida, fatores ligados ao dom divino.
A partir do momento em que os seres humanos conseguem transformar a natureza e os fatores científicos dos seres vivos, ele está transformando a vida das gerações vindouras. No entanto, antes dessas descobertas científicas, a ética não apresentava grande importância para uma grande discussão, em vários estabelecimentos, aparece oportunidades de discussão para que se leve em conta um grande processo de estudo científico sobre esta área. É necessário realizar o estudo da ética com muito cuidado, pois alguns pontos básicos podem trazer prejuízos morais aos seres humanos.
Na atualidade, os avanços dos estudos genéticos causa pelo menos duas conseqüências básicas: ocorre alteração do comportamento das pessoas com relação aos seres vivos não- humanos e os mamíferos.
A partir de um estudo antropocêntrico, a sociedade humana é vista muito presente entre nós.
Um fator que ocasiona profunda fonte de estudo nas pessoas é a questão da clonagem humana, que futuramente atenderá a dois objetivos básicos: realizar a produção da espécie e produzir tecidos com o intuito de realizar autotransplante, será que a clonagem humana é um fator que corresponde aos princípios éticos? O que se discute é saber se a clonagem própria ou de terceiros, através de recursos tecnológicos servem apenas para agradar suas necessidades ou se há o direito de ser concebido através de determinados mecanismos.
Um outro fator que esta reportagem nos aborda refere-se ao sacrifício de um ser humano para salvar o outro. É variada a ocasião e as circunstâncias em que se retira uma célula ou duas para que se realize uma biópsia embrionária retirando uma célula para se desenvolver um clone? Anterior ao estágio de 32 células, apresenta-se um número eficiente de embriões em potencial, sendo que estes embriões podem se recombinar com outros embriões viáveis.
A questão está em definir qual o momento em que se dá início a vida. A interpretação do código genético nos auxilia como compreender de forma mais eficaz como é o ser humano, permite-se que troque um gene defeituoso por outro perfeito, ou que se inclua, dentro da célula, uma proteína que será codificada pelo gene. O problema é estudar os mecanismos para que tenhamos acesso a esta tecnologia. Em um país como o Brasil, onde a maioria da população não possui saneamento básico, consequentemente sofre várias doenças que deveriam ser dizimadas, imaginar que essas tecnologias são mecanismos para beneficiar os seres humanos parece representar uma utopia.
Se os estudos forem feitos através deste pensamento, será possível um estudo mais aprofundado sobre os problemas ligados a ética, buscando soluções, o que "parece ser fácil", distanciando-se do fator tecnológico, que não permitirá o uso dessas soluções.
De acordo com Salzano(1999), é tarefa da sociedade, de forma geral, e de cada um de nós, em condições individuais, ficar atentos para que este conhecimento seja praticado pela maioria das pessoas. Desta forma, sendo cidadãos, crendo ou não no geneticismo, todos tem o dever de se informar sobre esses assuntos e cobrar da organizações governamentais para que se concretize esses objetivos.
SALZANO, Francisco M. Genética, ambiente e problemas sociais. In. SACHET, Ana Maria de Oliveira Freitas (org.) Genética para que te quero? Porto Alegre: Ed. Universidade UFR GS, 1999, p 75-81.
Temos que buscar razões para as diversas maneiras de nos comportarmos.
O fundamento principal da ética está na fé das pessoas, através dos ensinamentos da crença de cada um. O problema da ética é logo resolvido pelos cristão que se orientam pela bíblia, sendo meio caminho andado.
Algumas pessoas afirmam que o sentido da ética está na natureza. Estude a natureza. O importante a observar é que a natureza não serve de inspiração para qualquer coisa, não podemos resumir a ética somente segundo a natureza, de sua casa, de seu jardim, de você mesmo para ver as consequências das coisas.
Outras pessoas afirmam que o sentido da ética está na lei, lembre-se que durante o período da ditadura militar, a cada dia se estabelecia uma lei no Brasil, não podíamos afirmar que todas essas leis eram éticas. É importante o cumprimento das leis, mas é importante procurar quem criou essa determinada lei. A lei do salário mínimo é injusta porque muitos indivíduos da sociedade estão ganhando muito com isso, outros estão sofrendo devido à existência dessa lei.
Algumas pessoas afirmam como as coisas devem se proceder com referência às relações humanas, tudo é algo a ser desenvolvido, todas as coisas da vida estão sempre em desenvolvimento, nada está terminado.
Alguns afirmam que ética é um departamento crítico. Crítico significa afirmar que ética é algo que nunca está terminado, sempre em desenvolvimento, a cada instante deve ser discutida e aperfeiçoada.
O princípio básico para o aperfeiçoamento dos estudos de ética é o diálogo, o diálogo afirma- nos que todos nós sabemos alguma coisa, não se sabe as coisas mais ou menos; sabemos coisas variadas , mas nem todas possuem valor. Portanto, no diálogo é importante observar o que o outro fala, com muito respeito. Ninguém diz besteira por conveniência, no fundo sempre existe um sentido e uma razão para o que os outros dizem.
Através dos estudos de ética, pode-se compreender se podemos chegar a um determinado acordo sobre o modo de ser das coisas, do que será ética nesse instante, nessa ocasião, o fator mais importante é as pessoas estarem decididas a dialogar, alertas, sem querer colocar posições à força. Isso não significa que você não pode dizer o que pensa das coisas. Pode e deve, pois sabemos que seu ponto de vista é esse, colaborando para o enriquecimento da discussão. A partir de diversos pontos de vista, pode-se decidir pelo melhor para um determinado grupo.
É muito difícil falar em ética, mas é indispensável em nossa vida, pois todos os acontecimentos que ocorrem em nossa vida envolvem ética, a todo instante. Toda ação corresponde ética. Ética sempre significa "ética da relações". Durante a rotina diária, aproximamos da ética a partir do estabelecimento de um diálogo onde há respeito de todos, onde todos expressam livremente seus pensamentos, procurando o melhor para cada grupo social.
De acordo com a enciclopédia "Ensino médio e formação profissional"- Editora didática paulista, na página 292 até 297, inicia um estado de ética através de referências a alguns pensadores.
"Se eu soubesse algo que me fosse útil e que fosse prejudicial à minha família, expulsa-lo- ia de meu espírito. Se eu soubesse algo útil à minha pátria que não o fosse útil à Europa e prejudicial ao gênero humano, considerá-lo-ia um crime, pois sou necessariamente homem, ao passo que sou francês por mera casualidade."
(Montesquiel Ética:" O homem não é senão o seu projeto, e só existe na medida em que se realiza".
(Sartre)
Ética: " No sentido próprio, disciplina filosófica cujos objetos de estudo são os juízos de apreciação quando se aplicam a distinção do bem e do mal. Teoricamente vinculada a uma busca metafísica, distingue-se da moral aplicada."
(André Roussel, Dicionário de Filosofia, p. 171.)
A ética possui como objetivo analisar, explicar e investigar o comportamento moral humano, sendo um aglomerado de conhecimentos que controlam as relações humanas.

Os dez mandamentos determinam o primeiro código ético da antigüidade.
Não matarás.
Não roubarás.
Não cometerás adultério.
Não levantarás falso testemunho.
Não cobiçarás a casa do teu próximo.
Respeitarás teu pai e tua mãe, etc.
Não terás outros deuses diante de mim.
Não farás para ti imagem de escultura.
Não tomarás o nome de Deus em vão.
Guardarás um dia para o senhor.

A ética é muito ,mais complexa do que imaginamos, geral, universal e moralmente. A moral se restringe a determinados assuntos que correspondem a conduta humana: profissional, moral, sexual, etc. A moral é de acordo com a época, a ética caracteriza-se por transcender a época. Os valores morais, lealdade, justiça, honestidade, fidelidade estão incluídos na sociedade de maneira geral: Sem esses valores não seria possível a existência de uma vida social.
Alguns exemplos que põem à prova nossos valores morais são: chacina de seres humanos e animais, fome, infanticídios, linchamentos, genocídios, estupros, torturas, aborto, eutanásia, furtos, etc.
Nossos pensamentos e ações afirmam que praticamos o bem ou o mal, sempre com o intuito de satisfazermos nossas virtudes, para alcançarmos nossos objetivos, dessa forma, as nossas aspirações e sonhos surgem e existem como parte existente em nossa vida pessoal, pois, em muitos casos não podem ser concretizados da maneira como desejamos, pois estamos em uma sociedade, temos normas a cumprir.
O objetivo da moral é tornar normal a vida em sociedade. As normas morais sofrem variação de tempo e espaço, de acordo com as condições sociais.
Anterior ao processo de ocidentalização, os antigos esquimós sacrificavam todas as crianças do sexo feminino. Eles não julgavam esse ato imoral, devido ao fato das meninas não representarem força de trabalho e significarem um obstáculo à sociedade esquimó. Este exemplo nos mostra que as normas morais diversificam de uma comunidade para outra.
Há sociedades poligâmicas(o homem tem o direito de ter mais de uma esposa) e há sociedades monogâmicas( em que o homem só pode ter uma esposa).
Desta forma, as normas morais caracterizam-se por serem relativas, o que é certo para uma comunidade, pode não ser para outra. As normas morais são determinadas pelos grupos sociais de acordo com seus hábitos, necessidades e crenças.
A moral pode ser caracterizada de acordo com um conjunto de valores e normas que regulam e normalizam o sistema da vida dos indivíduos e de uma sociedade de forma geral. Aqueles que não seguem as regras sociais são excluídos.
"Nenhuma criança nasce boa ou má, os valores são aprendidos; a responsabilidade dos pais , professores na educação dos jovens é imensa."
(Paulo Afonso Ronca, A clara e a gema).
A ética significa a base da sociedade, quando ela se encontra ausente, o caos predomina. Os problemas sociais que vivenciamos nas ruas, nas escolas, nos bares, enfim, em todos os lugares humanos, determinam claramente que a vida necessita de uma ética, as consequências da falta de ética são sentidas em todos os espaços da sociedade humana.
Nós somos seres humanos livres, temos nosso livre-arbítrio para decidir os caminhos a serem tomados em nossa sociedade.
Podemos afirmar sim ou não a uma determinada ordem, sem preocuparmos com que os outros irão pensar de nós.
Diante de nós, vemos os variados tipos de comportamentos humanos.
No entanto, como a moral é desenvolvida em sociedade, é natural que ela seja o seu reflexo. Por isso, ela acaba provocando preconceitos, desigualdades, privilégios e interesses (individuais ou grupais) que beneficiam uma minoria e prejudicam o restante.
Não existe regras ou normas que nos determinem como bons seres humanos, pois as circunstâncias fazem com que se varie nossos comportamentos.
De acordo com a motivação, o momento, a conduta e com relação ao contato com outros seres humanos.
Muitos de nossos comportamentos são de natureza orgânica e outros culturais, surgidas do aprendizado, de acordo com a convivência humana.
Mesmo dentre os variados comportamentos culturais existem muitos que não surgiram de fora, mas sim, de nosso íntimo. São os chamados caprichos- que não possuem nenhum sentido positivo ou negativo, são assim determinados, porque ninguém interferia neles. Exemplo: assobiar no momento do banho, sonhar acordado, etc.
Para que possamos adquirir novas noções e valores relacionados com a moral é necessário que convivamos com outros humanos. Ninguém surge ético ou antiético; atravessamos várias fases de moralidade de acordo com as relações sociais e com a idade durante nosso estágio de desenvolvimento até alcançarmos a maturidade.
Durante os primeiros anos de infância(3 a 5 anos), as regras a serem obedecidas vêm de outros: avós, pais, irmãos, etc. Neste caso, a nossa moralidade é externa, não sendo nossa, daí afirmamos que é uma moralidade heterônoma.
Atendemos às regras para evitarmos castigos, pois encontramo-nos na fase egocêntrica, direcionados para nós mesmos sem a malícia dos interesses dos outros.
A partir do momento em que crescemos, notamos que outras pessoas também desejam coisas assim como nós e que devemos ceder em alguns pontos; tudo isso para agradarmos as pessoas, se quisermos alcançar determinados objetivos.
Levando-se em conta o individualismo, agimos de forma a ser oportunos ao criarmos relações de trocas acordos para que cada membro da sociedade possa ter seus interesses individuais atendidos.
Neste período, a moralidade existe juntamente com o convencional, pois descobrimos que nossas atitudes não podem se dar através de mecanismos individualistas, mas sim através de perspectivas sociais, aprendendo a atender às convenções que o grupo social estabelece como bons, certo.
Quando amadurecemos, descobrimos a necessidade de atender regras individuais ou grupais Quando adultos, descobrimos os princípios universais que não só tornam possível a vida em sociedade a partir do momento em que são priorizados, melhorando a vida para todos.
A partir de então, valorizamos a justiça, a liberdade, a vida e a dignidade humana como mecanismos fundamentais para nossa felicidade e para a felicidade dos outros, determinando os valores que irão comandar nossa conduta, de forma que cada ser humano seja visto com toda consideração à humanidade, de forma geral.
Quando agimos desta forma, significa que temos amor à vida, chegamos, então, a nossa autonomia moral.
Podemos dizer que tornamo-nos mais ou menos éticos praticando a capacidade de reflexão e análise, vontade, liberdade, juntamente com responsabilidade.
Para que possamos construir determinada moralidade, temos algumas dicas determinadas a seguir:
Tratar o outro como semelhante e respeitá-lo enquanto diferente.
Lembrar a todo instante que ele é semelhante porque também é ser humano, essas semelhanças estão na inteligência, poder de calcular e realizar projetos, ideais, sonhos, medos, fraquezas e paixões.
Saber que apesar de todas as diferenças que existem (de cor, sexo, condição social, nacionalidade, religião, preferência sexual, destino político, etc), as semelhanças são muito maiores do que pensamos, portanto, o que é bom ou mau para uma pessoa, é bom ou mau para outro integrante da sociedade.
Por trás de todos os detalhes ou aparências que nos tornam diferentes uns dos outros, existe algo que assemelha-nos como se fizéssemos parte de uma mesma massa.
Outro fator importante é tratar o semelhante com justiça, de acordo com suas expectativas de ser respeitado, de acordo com seus direitos, carências, possibilidades e necessidades.
A justiça é vista como uma boa qualidade, uma boa virtude.
Ela se resume em tratar o indivíduo de acordo com suas esperanças com relação à forma que ele deve ser tratado.
A partir do momento em que o outro deseja ser tratado com justiça, ele espera que no momento do relacionamento tenhamos as determinadas atitudes: reconheçamos que ele é igual a todos nós, em resumo, que tenhamos posições mais convenientes em nossas relações sociais.
É importante, também, relativizar os interesses em questão. Estudar nossos interesses e os dos outros, compreendendo quais os mais importantes para o bem- viver.
Interesse é uma palavra surgida do latim (inter esse ), que possui como significado ser ou estar entre vários.
Nossos interesses possuem existência de acordo com diversos entre os integrantes de uma determinada sociedade. Alguns se realizam e outros até se reforçam, outros se conflitam e se contrapõem. Precisamos considerá-los de um modo ou de outro, principalmente aqueles que se conflitam.
Quando não é possível a realização de todos, devido a existência de interesses conflituosos, é evidente que se prevaleça aqueles interesses que valorizem o bem estar do ser humano e valorização de vida.
" As coisas do interesse de todos quase sempre não interessam a ninguém".
(Millôr Fernandes, A bíblia do caos)

É importante considerar que em todos os meios da vida existem pessoas que são éticas e aquelas que não são, de maneira que todo o estudo, positivo ou negativo, fornece como conseqüência impropriedade ou injustiça em relação a muitos integrantes da sociedade.
Não podemos esquecer que vivemos no Brasil e que aqui, assim como vários países, existe crise de valores éticos, conseqüência do individualismo e da rivalidade levada a situações extremas, das desigualdades sociais e também do consumismo.
A história nos mostra que em todos os tempos houve fases com maior ou menor valorização dos fatores relacionados ao comportamento ético. A diferença a ser destacada é que, na atualidade, os meios de informação e comunicação fornecem a circulação mais rápida das notícias e sua informação por um número de indivíduos espalhados por todas as partes do mundo, e por algumas circunstâncias, algumas notícias mais propagadas são consideradas mais edificantes. Pelo menos, devido a falta de provas contrárias.
A partir do momento em que todo um grupo é julgado, tendo como referência uma parte de seus membros, e, nesta ocasião, referimo-nos àquela que é caracterizada como antiética, algumas explicações são: essa parte é muito expressiva em quantidade; apresenta maiores qualidades em relação ao resto do grupo, ou seja, representa a cúpula dirigente, o grupo mais destacável, a liderança; representa maior alvo de interesse por parte dos meios de comunicação.
Diante do exposto, temos uma responsabilidade muito grande de cuidar sempre nossos atos éticos individuais, observando aqueles do grupo social que nos compõe.
De acordo com a revista: "Mundo Jovem"- nº317- Junho- 2001- Ano XXXIX-Porto Alegre- página 9, temos um texto que trata da ética na política.
Primeiramente, ética existe nos dicionários como parte da Filosofia que estuda os valores morais, e os fundamentos relacionados a conduta humana. Representa uma ciência normativa que nos dá base para o estado da filosofia prática. Representa os princípios morais que estuda as maneiras de se proceder em uma determinada profissão. Ética social: representa a parte prática da filosofia social, que fornece-nos as normas para as adequações a serem feitas nas relações entre os integrantes da sociedade.
Esta definição sintetiza claramente a essência da palavra ética. E se utilizássemos o conceito que se desenvolveu através dos estudos de Aristóteles, em sua obra "Corpus" ou na obra de Spinoza "Prática política", certamente teríamos a certeza de que os princípios básicos que determinam o processo político teriam as ações a serem feitas através do interesse público, nunca por um desvio de conduta.
Os tempos evoluíram de forma assombrosa, a evolução que teria como objetivo a transformação moral dos homens e mulheres tem sido vista como uma ameaça. O capitalismo desenvolveu inúmeros consumidores ao invés de sujeitos. A partir disso, as relações sociais não estão especificadas nas relações com pessoas, mas sim com objetos.
Desta forma, tudo vale, a compra de votos de parlamentares com o intuito de segurar uma determinada proposta da emenda constitucional que permitiu a reeleição do presidente da República, favorecer uma determinada empresa americana, ao invés das nacionais, no estabelecimento do sistema de vigilância da Amazônia (Sivam), tirar 40 bilhões de reais dos cofres públicos com o intuito de salvar banqueiros falidos, desvalorizar a moeda nacional para favorecer a vários bancos, usar restos de campanha para construir patrimônios individuais, fazer de tudo para que os esquemas de corrupção não sejam averiguados e punidos.
Esta é a posição que o processo político, ou melhor, os integrantes do Executivo, Legislativo e Judiciário usam como molde para a população, em geral, sendo que a maioria é pobre, vivendo com poucas condições de dignidade.
E esta população ainda exige conduta ética adequada, não se aceita repressão, rebeldia ou ameaças. É muito complicado defender uma posição ética neste mundo em que vivemos, ainda acreditamos na utopia de que ainda é possível que se crie um novo mundo, confiando na juventude, mesmo que estes jovens estejam subordinados ao consumismo, eles ainda têm a capacidade de exigir uma posição por parte de seus membros de uma ação ou posições baseadas na ética. É a juventude que possui o poder de estudar e analisar suas atitudes, sua conduta de acordo com as relações sociais, de forma geral. É obrigação de todos acabar com a lógica do vale-tudo, que fragmenta, acentua desigualdades e afasta a sociedade, aos poucos, da noção de postura baseada na ética positiva e coletiva que direcione a sociedade para um mundo justo, igual e solidário para todos os integrantes humanos.
Problemas fundamentais segundo o livro "Filosofia Moral"- Jacques Maritain- página 82, afirma-nos que a ordem dos valores éticos, a ordem relacionada aos fatores morais, mostra-nos um exemplo de ordem individual autônoma e irredutível, que se finda a si mesmo. Igualmente como a ordem estética, tendo razões bastante diferentes, e de forma contrária, a ordem moral, a ordem ética, refere-se do homem: não considerando o homem como centro cognoscente, mas sim como sistema de referência individual no processo de determinação dos valores, o homem é um agente livre de acordo com uma seqüência individual de valores estabelecidos tendo como referência um centro, a razão.
Compete ao homem como parte integrante do universo da natureza e da criação, mas também a outro universo, acima do universo da natureza: o universo da liberdade, neste universo da liberdade a sociedade é vista como um todo em relação a Deus e ao mundo, e cada um pode ter sua iniciativa individual separando o bem e o mau.
É neste universo de liberdade que as ações humanas são vistas como boas ou más, nesta ordem, o homem pode ou não pode transgredir as regras que compõem a razão da existência.
Uma atitude livre ocasiona uma relação entre o agente livre e Deus, sendo uma relação de ordem diferente da do universo e criação.
De acordo com o universo dos valores morais, os seres humanos vivem de forma firme para Deus e para todo o conhecimento intelectual supremo.
Sabemos que muitas coisas que condenamos são vistas como inocentes e outras são vistas como más. De acordo com o intelecto supremo, nenhuma coisa é considerada mais ou menos boa. O que realiza a distinção entre o bem e o mal moral é a conformidade ou então a desconformidade com relação à razão. A falta moral contraria os propósitos de Deus. A diferença entre o mal moral e o mal físico é que o mal físico é real, não sendo pura aparência, sendo uma aparência relativa do homem como outro cognoscente. O mal moral é aquele em que um mal de um indivíduo representa os dos outros ao seu redor.
De acordo com o livro "Ética moral- Johannes Messener- página50 à 119, diz que a lei natural leva o homem da realidade potencial para a realidade plena. A ética de valores segue a tradição da ética antiga e medieval.
Qualquer sistema ético científico deve realizar-se de acordo com uma análise auto- crítica metodológica.
De acordo com o estudo de ética, ela deve basear-se em dois métodos: o indutivo e o dedutivo.
Quando estamos entrando no princípio da moralidade, não entramos diretamente no estudo dos conceitos metafísicos e teológicos, introduzimos o estudo através de um processo indutivo.
O âmbito da realidade interna e externa possuem contornos bastante amplos.
O principal objetivo de estudo da ética é o comportamento humano.
A partir do momento em que o homem estiver em condições de entender a realidade, ele compreenderá a ordem em toda a extensão da vida individual.
A ética da alta escolástica soube tratar de assuntos ligados a termos referentes a economia- política.
Segundo a "Enciclopédia Barsa", volume 6- 2000,da página115à 116, ela nos afirma que a moralidade subjetiva se revela no plano da intenção. E que a moralidade objetiva surge nas normas, leis e costumes da sociedade.
A metaética trata dos termos designados éticos, das espécies de raciocínios que determinam o princípio ético, ela se aproxima das ciências empíricas.
A sociologia, a medicina, a engenharia genética e outras ciências possuem vários problemas éticos.
Os conflitos éticos são constantes no progresso da ciência, principalmente nas sociedades industrializadas do século XX.
A relação entre moralidade e religião se acentuam no fato de que muitas pessoas acreditam que não há moral sem religião.
O objetivo de determinados códigos éticos é determinar a conduta de determinados membros da sociedade.
Protágoras dispensa os deuses para tentar explicar ética.
Sócrates defendeu uma moralidade autônoma, independente da religião, criada na razão da lógica.
De acordo com Aristóteles, a causa final de todas as ações era a felicidade.
Os estudos éticos ao longo dos séculos nos proporcionaram diversidades de idéias sobre a razão de nossa existência.
As culturas diversificam a ação(o agir). A Filosofia estuda o comportamento. Os critérios para que possamos agir bem são: Felicidade, Liberdade, dever, Vontade, Prazer, Espiritualidade. A ação humana é: racional, intencional, livre, consciente. Temos que perceber as coisas a partir de nossa realidade, em nosso caso, é a realidade Sul-americana sendo esta uma sociedade de exclusão. A sociedade Latino-americana é marginalizada e periférica. A educação é contínua (infinita) e também os conhecimentos. O rosto da pessoa mostra tudo o que o indivíduo possui, nós somos seres sociais e individuais.
É no horizonte do cotidiano que se confirma a ética da Práxis. Ética se aprende.
Não existe como definir ética, a partir do momento em que se coloca características.
Alguns estudos de ética baseados em alguns autores.
Frigotto: trabalha com a ética utilitarista.
Bosi: trabalha com a dialética da colonização.
Patto: Trabalha com a questão da evasão e repetência.
Freire: Trabalha com a pedagogia do oprimido.
Arroyo: Procura reletivizar a escola.
PCN:Trabalha com noções de valores, respeito e justiça.

De acordo com a " Enciclopédia Mirador Internacional-Enciclopaedia Britannica do Brasil Publicações- da página5317à 4323.
SP- Rio de Janeiro- Brasil,
A ética do bem faz com que a moral dependa de Deus.
A ética dos estóicos reconhece na virtude os únicos bens da vida.
Émile Durkhein afirma que cada pessoa vê as coisas sob sua própria vista.
A noção de dever, de viver de acordo com a razão foi introduzida pelos estóicos.
Nas éticas cristãs ocorre profundas alterações nos conceitos de ética, muitas idéias éticas do Cristianismo foram seqüência da filosofia Grega.
A doutrina de Aristóteles pode estar resumida na ética material dos bens.
Segundo os estudos de Platão e Sócrates, não é suficiente que um indivíduo seja somente eticamente bom, mas sim um bom cidadão.
O Renascimento dava a ética um novo valor: dualidade, virtude e vício.
De acordo com Augusto Comte, a máxima era viver para outrem.
Através dos estudos de Kant, muda-se toda a finalidade dos estudos de ética.
Os valores estão juntamente com as coisas e com as pessoas através de processos temporais.
A ética cristã procura estabelecer os padrões humanos de acordo com os preceitos evangélicos.
A maioria dos estudos éticos atuais se baseiam em correntes empíricas baseadas na origem da existência.
A ética cristã veio juntamente com a filosofia grega com relação à vida.
Spinoza afirmava que o homem se eleva da condição de escravidão à liberdade, a partir do momento em que possui consciência da necessidade que vive.
Segundo os estudos cristãos, a ética não é contextual, ela está condicionada pela história.
De acordo com a igreja, diz-se que as ações humanas possuem conseqüências eternas.
O amor e a liberdade dos seres humanos só são expressos a partir do momento em que a ansiedade pelos resultados é deixada para segundo plano.
O nosso comportamento se baseia no futuro e no passado.
O ser humano é determinado por alguns critérios, temos:
Critério Eudemonista: Segundo Aristóteles, o homem parece tender a felicidade como recurso primeiro de sua maneira de agir.
Critério do prazer: É fruto do epicurismo, sendo o contrário do estoicismo, afirmava que o homem vive com o objetivo de satisfazer seus desejos naturais. De acordo com Epicuro, o concreto, o homem é forçado a procurar constantemente o prazer sensível, sendo então, o prazer corporal, o mais alto grau de prazer que se resume em calma, harmonia. O estado de calma diminui qualquer grau de inquietação e insaciedade nas pessoas.
Critério do dever: Tu deves, porque deves, essa expressão apresenta relação com a vida moral e é Kant que sustenta esse critério como princípio de nossas ações, ele é altamente normativo. Neste caso a moral se restringe basicamente aos costumes. O conceito de dever em Kant exige a ação relacionada com a lei.
Critério da liberdade: Segundo Sartre, o homem é aquilo que ele faz, Sartre compreende que a liberdade não possui relações de dependência com outro critério.
Critério da espiritualidade: Considera Deus como ser absoluto de nossas ações, Spinoza é o filósofo que mais defende essa idéia, a livre crença em Deus apresenta um reflexo muito grande na vida moral.
Critério voluntarista: mostra que a essência da vida é a vontade. Querer é poder, representa uma idéia básica do senso comum. A interpretação da ética se baseia emdois pontos: o forte e o fraco.O homem fraco caracteriza-se por confundir virtude com humildade.
Critério da Alteridade: mostra as ações através do outro, muito defendido por Enrique Dussel e Emanuel Levinas. A vida das pessoas são determinadas por suas situações sócio- econômicas. O rosto representa a manifestação, a alteridade entre duas pessoas, a provocação, sendo, em resumo, a interpretação visual da personalidade das pessoas. O rosto determina a história do ser humano, repleta de fatos passados, presente com vista a um futuro mais promissor, o pedido de justiça, paz, amor e ternura. O principal desejo do rosto é a luta por justiça.
A ética pode ser definida como um comportamento. Atualmente o que está na moda é falar de estética. O ser humano quando vai agir, tenta trabalhar a ética, ela já está definida na produção do conhecimento. Enquanto seres humanos precisamos de estar definindo normas e regras. É dentro da perspectiva filosófica que iremos definir realmente a ética( discutir). Os filósofos irão tentar definir os conceitos e definições de ética, mas não a definição completa.
Abordagem conceitual: Na origem da palavra ética, a questão ética já era publicada. A Grécia, em sentido filosófico, era altamente aristocrática, existia existia uma grande aristocracia fatos filosóficos relacionados com a Matemática , Física. O comportamento é um caráter, e engloba a questão da personalidade. Os animais têm ética, está mecanizada. A ética é um pedaço de poder. O pouco que nós sabemos é porque temos que saber, e temos condição de discutir qualquer assunto com outra pessoa, temos que Ter segurança de vida, se temos uma posição para qualquer coisa, podemos definir qualquer assunto. O homem foge de todas as regras de segurança. Spinoza é espiritualista. Não se pode discutir ética sem falar em religião. A atividade de desenho do homem pré- histórico é uma atividade altamente religiosa. Estética é forma de conhecimento. Jesus deu uma grande lição de ética. Precisamos saber que o desequilíbrio faz parte de nossa existência, precisamos dele para nossa evolução.
De acordo com RUSS. Jaqueline- Os conceitos, os filósofos,1850 citações. Tradução: Alberto Alonso Munos. São Paulo: Scipione. 1994, A ética está ligada a normas e costumes, estamos em crise de valores, mas não crises de costumes. A moral está ligada aos costumes. O ser humano é residência, lar, e este lar está em crise de valores na atualidade. O ser humano é uma residência desequilibrada. Então, a ética é um comportamento moral, um costume. Existe coisas na vida que são incontestáveis. É incontestável dizer que não há a existência de Deus. O papel da Filosofia é fazer indagações. A filosofia se subdivide em consciência humana, consciência proposta e consciência filosófico/ social. Na consciência proposta temos a consciência educacional, política.
A consciência filosófica define o homem, segundo a idade média, segundo a Idade Média, o homem faz parte da natureza. Na sociologia, a ética define quem é o ser humano.

Dentro da sociologia, temos a: Pedagogia, Medicina e religião. A sociologia vai sistematizar a concepção de ética. O comportamento é o modo de agir, de conduzir o meio social, dentro da sociologia, o comportamento é individual( único). Dentro do comportamento individual temos: o ato humano e o ato do homem.
Ato humano: coletivo( universal).
Ato do homem: individual.
A cultura é regional, para entender ética é preciso entender a diversidade de culturas. A divisão de ética não é metafísica, mas sim, antropológica. É dentro da antropologia que iremos definir o outro( o próximo).
A antropologia é o estudo do outro que provém essencialmente do meu "eu". As mortes não estão na periferia, mas sim no centro, os indivíduos da periferia matam os do centro. Na ideologia religiosa, as pessoas sofrem por uma ética. Não somos superiores enquanto elementos éticos de comportamento. O que indica a ação de um animal ao não é a ação de seu cérebro. A produção desta ação é devido ao ato alimentar. Existe uma dependência muito grande entre os animais, não há uma morte intencional entre os animais, mas sim, por uma disputa. Na Filosofia, diz-se que o nosso ato é racional e é medido pela liberdade estudando-se os desequilíbrios individuais.
A ética tem uma linguagem harmônica perfeita sobre a natureza. O computador é capaz de detectar os pensamentos humanos. A ética mínima é a administração da vingança, o animal não administra a vingança. O indivíduo mais estranho é aquele que chama o outro de estranho. A pedagogia é um canteiro de disciplinas. A educação é uma instância mediadora dos processos sociais. Educar é auxiliar entre: o caos e a violência). A Pedagogia, Medicina e Religião determina o comportamento. A ética mínima aparece( no caos e violência). O ser humano precisa ter regras e critérios. A ética mínima é a administração da vingança. A moda humana é falar de estética. O comportamento inicia-se dentro da Pedagogia, da Medicina e da Religião. Dentro da sociologia temos algumas teorias que se aproxima da ética. Duas características da ética: ( tradição: sociedades tradicionais, tradição: sociedades modernas).
O comportamento se baseia em um projeto qualquer, as famílias vivem através da tradição. Na Grécia, era o chefe que impunha as éticas mínimas, porque o comportamento estava baseado no chefe. Na Grécia predominava-se a aristocracia, pois sabemos que fazemos as coisas por causa de Deus, sempre pensando em Deus. Nossas tradições são feitas por instintos de nossos projetos. A ética é marcada pela ciência, pela tecnologia, pelo trabalho competente. A religião católica tinha como fundo filosófico "Deus". O ser humano, em geral, não se liga pela tradição, mas sim pelo projeto.
A igreja católica vive de tradição, mas se acontecer um problema muito grande, a tradição não possui um sustentáculo para resolver os problemas, a igreja católica encontra-se em decadência,b ela não possui mais os princípios da Idade Média, ela tem procurado renovar-se, na Idade Média, as bruxas eram as mulheres que queriam mostra o seu valor.
Pespectiva Filosófica, de acordo Dom os estudos de (Dussel,1994:12), Dussel faz uma concepção de mundo marginalizado( realidade). A Grécia era altamente aristocrática, a maioria de seus filósofos vieram da periferia. A filosofia inicia-se com imperfeição de conhecimento. A nossa realidade pedagógica é marginalizada. O nosso comportamento é típico e distinto. O ser humano iniciou-se pelo Pathos. O ato político, econômico, social e cultural é racional, livre, mediado e intencional.

O comportamento é adequado para se adquirir um fim e uma meta. As guerras são de ordem cultural. A ética enquanto ciência humana, busca estudar a humanização e suas modificações sócio- culturais. A ética é a ciência da reação, mas tem modificações sócio- culturais, A ética é a ciência de reação mas tem a Praxis, que é uma reação contra a ação.
O homem é um feixe em estado de fazimento.
A Matemática estuda a lógica, a psicologia estuda a mente, a filosofia estuda quem é o ser. O homem tem consciência daquilo que faz, o homem é um ser culpado devido ao fato dele saber o que faz.
Na verdade, o ser humano não possui liberdade nem para nascer. Quando respondemos alguma ação, corremos o risco de receber um comportamento autoritário para nós mesmos. Existe um fim para nossa sociedade? Viver é vida. O amor enquanto ciência é o poder, o não julgar. O homem é um ser duplamente inteligente, ou então, duplamente demente. Os seres humanos tem que aceitar sua vida da forma como ela é. A nossa beleza não é física. Só podemos definir comportamento através de critérios, ninguém é feliz eternamente, existe apenas momentos felizes. Não podemos definir completamente que comportamento é o processo de refazimento, ou melhor, fazimento do homem. Felicidade é o homem realizar o seu máximo grau evolutivo na plenitude maior. Os seres humanos fazem as coisas porque fazem quando se trata de ação do ser humano por dever e não por felicidade. Dentro do inferno tem que haver uma responsabilidade. O ser humano pode Ter medo de tudo, mas não pode ter medo de sua existência, sua responsabilidade. Segundo Sartre, " A ação é determinada pela vontade existencial ".
Enfim, de acordo com minha concepção pessoal, a humanidade precisa reconhecer que não podemos continuar vivendo períodos de desavenças religiosas, pois todas as religiões possuem valores morais a serem ensinados à humanidade, o autoritarismo político não pode permanecer em nossa sociedade, pois ele reprime a capacidade de expressão das pessoas, porque todos nós somos responsáveis pela construção de um mundo soberano, onde todos possam ter valores sociais determinados, todas as pessoas tem um dever a cumprir no campo social , a sociedade necessita de disciplina moral, precisamos tomar providências rápidas para a resolução do problema relacionado ao fanatismo religioso, porque este fator é responsável pela queda da nacionalidade entre as nações, é preciso, também, que se resolva problemas relacionados ao campo econômico, sendo que este é o grande responsável pelas desigualdades sociais humanas, é preciso, então, que a sociedade tenha auto- estima, reconhecendo que a situação sócio- cultural humana, na atualidade, é representa um fator agravante que coloca em evidência a soberania entre as nações, ninguém sabe se teremos a terceira guerra mundial, em geral, minha opinião pessoal quanto à questão ética é que a sociedade atual encontra-se em crise de valores, isto é efeito do desenvolvimento tecnológico e científico, influenciado pelo sistema capitalista, que pouco se preocupa com o desenvolvimento dos valores sociais humanos.
Em termos gerais, não há como negar a elevada importância moral deste trabalho para o aprendizado moral dos homens. No entanto, percebo, ainda, a profunda ignorância moral das pessoas, pois este trabalho mostrou-nos o quanto o mundo possui condições eficazes de realizar sua reforma moral.
Percebemos a importância de passarmos a compreender que as religiões precisam se unir para formar uma só base para os estudos teóricos e práticos da ética, principalmente no campo social, onde a ética engloba questões ligadas à raças culturas e crenças diversas.
É preciso acabar com o fanatismo religioso, principalmente entre as nações árabes, pois as guerras religiosas só contribuem para a quebra do Estado democrático, pois sabemos que os países precisam de leis, estas são seguidas pela população.
O campo educacional é a raiz para se realizar um estudo aprofundado de ética com os alunos, o que não tem sido feito pelas escolas, que procuram trabalhar conteúdos que pouco contribuem com o desenvolvimento social dos alunos.
Devemos compreender que a ética está ligada à questão da interação humana, no estudo de ética deve-se levar em conta o caráter sócio- histórico e social da humanidade, sabendo que a linguagem é o principal mecanismo de interação humana.
Em nossa sociedade, temos várias regras a cumprir, pois reconhecemos por este estudo que a ética moral é o caminho fundamental para um destino mais digno e democrático da sociedade humana, pois ela nos fornece bases para compreendermos, através de estudos ligados à Filosofia e Psicologia, o sentido de nossa existência, de onde viemos?, o que somos enquanto seres sociais?, para onde vamos?, enfim, são perguntas que fornecem bases para um grande estudo científico com o intuito principal de tentar definir os principais caminhos a serem percorridos pela ética no universo individual das gerações vindouras.

Biografia do autor

Murilo Braga Silva, nascido no dia 10 de Maio de 1981, em Ribeirão Preto- SP, estudou no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora até os seu 14 anos, vindo posteriormente, juntamente com seus pais e irmãos para Jataí- GO, matriculando-se na 8ª série no Colégio Estadual Nestório Ribeiro em 1996, sendo este um ano bastante conturbado na vida do autor, pois ele percebia que seu futuro estava na literatura, acaba perdendo o ano por problemas ligados a sua necessidade de aprofundar-se na literatura, mas a partir de 1997 ele retorna às suas atividades escolares, termina o ensino fundamental e faz o 2ºgrau nesta mesma escola, em dezembro de 2000 presta o processo seletivo para o curso de Letras na Universidade Federal de Goiás, sendo aprovado, a partir de 2001 inicia algumas publicações no Jornal Folha do Sudoeste, em 2002 Murilo Termina o seu 1º livro e espera usar sua existência inteira para o trabalho espiritual, buscando trazer mais cultura a toda sociedade. Atualmente Murilo Braga escreve também para o Jornal "Comunique-se, cujo site é: www.comunique-se.com.br.

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