Rebeldia

Foto de Maria Goreti

II EVENTO LITERÁRIO 2008 – MÃE

II EVENTO LITERÁRIO 2008 – MÃE
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MAMÃE, O ANJO LUZ DA MINHA VIDA!

Mamãe, todas as noites quando nos preparamos para dormir, ao te acompanhar até a cama, massagear teus pés, beijar tua testa, cobrir teu corpo, fico a orar...
Rogo a Deus que me dê a oportunidade de repetir tudo no dia seguinte.
Quando te cubro e apago as luzes, sinto um aperto no meu coração... Tenho muito medo mãe! Medo de não poder mais sentir teu perfume, ouvir tua voz, ver teus lindos olhinhos azuis...

Lembro-me das vezes que cantaste canções de ninar e contaste estórias, passando a mão sobre a minha barriga, até que eu adormecesse. E de manhãzinha, ao acordar-me com um beijo, tu me ensinavas a rezar. Minha cama mais parecia um ninho, tão cercada que era de proteção e amor!

Lembro-me das noites em que velavas meu sono enquanto bordava lindos vestidos, calcinhas e meias, para deixar-me ainda mais formosa. Algumas pessoas diziam que eu era filha de gente rica. O que elas não sabiam mamãe era que, para garantir o nosso sustento, trabalhavas durante o dia e virava a noite, bordando, cuidando dos filhos e marido doente. E depois que Deus levou papai, tiveste que trabalhar dobrado... Mas jamais deixaste de cuidar bem de nossas coisas e de tua família.
Sabe mamãe, na minha rebeldia de adolescente, cheguei a dizer que havia nascido na família errada.
Um dia perguntei a Deus por que Ele quis que eu nascesse tua filha, já que eu não me sentia merecedora de tamanho privilégio.

Quando pela manhã, eu acordo e te vejo acordar, meu coração pulsa de felicidade.
Hoje entendo que não poderia ter nascido noutra família, nem de outro ventre que não foste o teu.
Dou graças a Deus por cada fração de segundo nas nossas vidas!
Tu és, mamãe, dentre todos os anjos, o Anjo Dourado, que me guarda e me guia pelos caminhos da Luz!

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 31/05/08

Foto de Rose Felliciano

DIVAGAÇÃO

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"Não sei se cresci,
amadureci, envelheci...
Ou se é mesmo e tão somente
O fruto da experiência latente...

O fato é que, para algumas coisas
Perdi a paciência.
Noutras tolero mais...até esqueço
Mas já desfeito, desligo de vez de mim.

Pensando assim, me vejo como criança
Naquela Infância de tantos porquês...
Mas quem irá me responder,
Se meus pais não podem mais?

E minhas dúvidas de hoje
São diferentes de antes...complexas!
Não são mais sobre bonecas
Ou como o nenêm vai nascer...

Ah! Se eu pudesse mudar a escrita
Tirava os porquês dessa vida
Viveria assim...
Sem aprender!

Pois cada vez que aprendo
Sofro um bocado
E compreendo
Que preciso aprender ainda mais...

E olha que a vida ensina...
Mas chega a ser antipática
Nos aplica primeiro a prática
Ficamos até sorridente

Seguidamente, por um descuido ou ilusão
Vem a Durona Lição
E aos prantos, temos que entender
E decorar a teoria....

Que ironia...

Talvez seja então por isso
Que muitos teimam na rebeldia...
De não querer aprender
Vá entender.....Desaprender ????!!!!

Creio que não...
Melhor é decorar logo a lição
E parar de bobagem...
.......Pura divagação"(Rose Felliciano)

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*Mantenha a autoria do Poema*

Foto de Mentiroso Compulsivo

ESPÍRITO DO MAR

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Até longe vaguei a minha alma
Com o espírito pesado de mágoa,
O meu barco fustigado pela água
Fez dolorosa a vigília sobre a proa
Quando à noite ouvia rochedos falar
Meu corpo encrespado de frio gelado
A fome impiedosa, a comida se havia esgotado,
Sentia o sabor quente do mar glaciar
Defrontado e gasto pelas tempestades
Esmagando o meu coração com o peso da dor
Amargo destino condenado a esperar
Um amor de mulher ausente lá na cidade
Onde amantes podem viver seu amor
Consolo de amigos a festejar a agradável noite
Na mesa o vinho e o pão em risadas de alegria
Gozo e barulho na balbúrdia da cidade
Luzes na ribalta da noite em rebeldia
Não oiço nenhum som, apenas o rugido do mar
Não! Oiço um eco, um gritante gemido
Parecia vindo de um leito em voz de mulher
Mas que me trouxe de volta a realidade do mar
É o choro agudo da tempestade que se aproxima
O grito de uma criatura que é ave inocente
Tão pequena e ténue, de nítida voz de água transparente
Por entre o lamento do vento cruel e insensível
Trazido na noite branca escurecida de neve
Pelas sombras de granizo que caía no mastro
Ondas violentas a querer o seu grande ego
Da sua maior monstruosa grandiosidade
A caírem como turbilhões de lágrimas salgadas
Que o meu bartedouro não consegue vazar
E no meu barco sozinho andava perdido
Não havia gaivotas que me pudessem guiar
Ansiava só pela voz que me pudesse ouvir
Aprisionado naquele mar imenso, sem fim
Desejei lançar-me ao caminho do mar
Naquele instante vi portos distantes
Perto dos meus parentes aquém, para lá do além
Um romper de uma nova aurora de luz
Trazendo o rumor de uma nova terra
E vagueei com os amigos a caminho de casa
Esperando minha amada, ansiosa porque tardava
Livre do medo eu fiquei da longa viagem
Senti a voz que me dava a esperança terrena
E o meu coração ficou apaixonado pelo espírito do mar
Arvores verdes floresceram nas águas
A cidade bela que tanto ansiava, ergue-se no mar
Campos de flores, planícies verdejantes de amarelo
O meu espírito pairou sobre a extensão dos oceanos
Ansioso e desejoso de mergulhar em suas águas profundas.

© Jorge Oliveira

Foto de housy

Que se lixe !

Que se lixe !

Que se lixe a piscina quando há o mar...
Que se lixe a toalha quando há areia...
Que se lixe o branco quando há tinto...
Que se lixe a sopa quando há peixe e carne...
Que se lixe o choro quando há o sorriso...
Que se lixe o frio quando há Sol...
Que se lixe a TV quando há vida real...
Que se lixe o passado quando há futuro...
Que se lixe a passividade quando há rebeldia...
Que se lixe o aquecedor quando há lareira...
Que se lixe o candeeiro quando há a vela...
Que se lixe a cortina quando há vista...
Que se lixe os conhecidos quando há amigos...
Que se lixe a cidade quando há campo...
Que se lixe o beco quando há caminho...

Que se lixe o que se escreve quando há palavras!

Foto de Raiblue

Beco sem saída

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Nos becos sujos
Da cidade vazia
Eles se encontram
Fugitivos do cárcere
Da burguesia
Amam-se como bichos
Sobre um jornal
Anunciando
As dores do mundo...
E o amor se derrama
Sobre a notícia
Dissolvendo as letras
Desfazendo a realidade
Tudo por um instante
É só carne...carne...
Quente...úmida...trêmula...
De dia, nos becos,
A fome dos meninos
Abandonados nas ruas ...
À noite,outra fome....
Dos pervertidos amantes
Abandonados
Ao mais carnal desejo...
Alheios a tudo
Aos perigos dos submundos
Bebem na taça do corpo
O antídoto dos dias vazios
Sem a rebeldia do amor...
Dissolvem os medos
E fazem do beco
Um ninho...um segredo...
Devoram-se
Como se devorassem a vida
E não mais precisassem
Voltar...
Perdidos no beco sem saída
Da paixão mais devassa
Em uma noite que não passa...
E,de repente,
Estrelas de sussurros
Iluminam o beco escuro
E os amantes tocam o céu
Azul derramado sobre o concreto
Mar invadindo o deserto
Milagre...
Mistério...

(Raiblue)

Foto de Inês Santos

Hoje não me recomendo...

Da minha liberdade abdiquei...
Caminhos novos encontrei...
Deixei tudo para trás..
Nesta viagem fugaz...
Passei por sitíos que não conhecia...
Apenas devido a rebeldia...

(Não me liguem,hoje não me recomendo...
mas vou continuar escrevendo...)

Trouxe comigo caneta e cadernos...
Para puder escrever sonetos eternos...
Mas,estou cheia de negatividade...
Não sei falar de amor,alegria...
Estou desiquílibrada,sem produtividade...
Hoje tou sem graça...
De certo,amanhã passa...

Foto de Carlos Donizeti

Sou Poeta e Escritor.

Sou Poeta e Escritor.

E é assim que quero ser lembrado.
Se não me aceita como Poeta ou Escritor então não sou nada.
Chame-me de nada.
Não sou Bacharel em Letras, Doutor na Língua Portuguesa, mas sou Escritor, não menosprezo a formação acadêmica, sei que me ajudaria mais na área .
Sou Escritor porque tenho a dádiva nata, ela explode, expurga coisas que não posso reprimir.
Isto me chama a profecia desbocada, a rebeldia e as paixões da Literatura.
Agora falando modestamente, sou um catador de letras, colocando e as tirando para formar as frases e parágrafos.
Minhas obras não são acabadas, estão em transe enquanto eu viver.
Sei que a letra mata, porém quando as palavras vão sendo depositadas na minha meditação elas sublimam pelas veias e todos os poros.
Então começo a explodir, plainar sobre os astros, estou livre e posso voar...

Repensando

Meu amigo quando o sol se põe e a lua vem de mancinho.
Já sei qual sua intenção e qual meu caminho.
É exercer a profecia da minha doação
A arte de escrever e falar ao coração.

Quando meu amor dorme, ela sonha a dançar comigo.
Sinto encantado ao invadir seus sonhos em doce castigo.
Vida que me maltrata castiga-me com a dor.
Para me saber soletrar a palavra amor.

Amor puro, casto e santo que guardava escondido sob um manto
Para esconder dos ladrões enferrujou
E agora estou sozinho debaixo de um pranto

Dança esta linda musica comigo, meu coração sentira feliz grato
Não podemos nos amar no anonimato
Imagino-te sentir tão leve e carinhosa em meus braços,





Esta obra está licenciada sob uma
Licença Creative Commons.

http://carlodonizeti.blogs.sapo.pt/
http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_escritores_cdonizeti.html

Foto de Adriano Saraiva

MINHA VIDA NUM iPOD!

Sempre fui um viciado em música. E muitos momentos marcantes da minha vida acabam sendo associados a alguma canção. Tipo a trilha sonora da vida real. Por exemplo FREAK LE BOOM BOOM da Gretchen traz lembranças de minha adolescência, hormônios em explosão, descoberta do sexo, voz insinuante da cantora, encarte do disco (sim eu tinha o LP) e toda a magia de fantasias imaginárias e... bem o resto você já sabe. Já SAPATO VELHO do roupa nova me desenha a mente com a saudade de minha estréia em dançar “coladinho” a primeira vez que tive a sensação de um corpo de mulher grudado ao meu, seios, cintura, suor, o calor do corpo com o corpo. Ela era um pouco mais velha, não muito, e embora nunca tivesse passado de uma simples dança o episódio ficou registrado para sempre. THE NUMBER OF THE BEAST do Iron Maiden trouxe uma divisão de águas, a rebeldia, o fato de estar sempre contra as malditas regras repressoras da sociedade, a energia juvenil colocada para fora na forma mais crua e primitiva. YOU CAN LEAVE YOUR HAT ON de Joe Cocker marcou meu primeiro grande amor. Quem pensou na trilha do filme nove semanas e meia de amor acertou! Logicamente imitamos muitas cenas do filme, infelizmente, assim como na película, acabamos nos separando. THE TORTURE NEVER STOPS de Frank Zappa marca uma fase de minha existência em que tive que ganhar a vida, trabalhava como digitador contratado no Banco do Brasil na madrugada e meus colegas pediam todo santo dia essa música numa rádio local. Como a maioria esmagadora era composta por homens dava para perceber o sucesso desta música já que uma voz feminina sugerindo orgasmos ficava o tempo todo no fundo da melodia. O TEMPO NÃO PÁRA de Cazuza lembra-me um período difícil, tomei vários pés-na-bunda inclusive sendo expulso de casa pelo meu padrasto. Mas como depois da tempestade sempre vem a bonança NÃO VÁ EMBORA com Marisa Monte é o tema do meu mais grandioso amor e da mais declarada paixão. A pessoa com quem pretendo compartilhar o resta da minha vida. Na seqüência poderia citar duas últimas músicas com as quais convivo diariamente ABECEDÁRIO DA XUXA e DOCE MEL ambas da rainha dos baixinhos e que minha filha adora de maneira comovente. Sempre lembrando: A de amor, B de baixinho, C de coração... mas M é de Memel!

Baixo todas em MP3 e assim termino minha seleção musical e coloco os melhores momentos da minha vida num i-pod!

E você? Lembrou-se de alguma música marcante?

Foto de Carmen Lúcia

Tango

Da doce bailarina de ballet clássico, à sensual dançarina de tango.
Do botão de rosa angelical, à flor carmim desabrochada.
Da suave fragrância matinal, ao perfume embriagador da noite.
Já amara profundamente.Em seus passos de ballet clássico, ainda adolescente, refletiam a pureza de um amor incondicional.Nos “pás-des-deux” e nos “arabesques” pulsava um coração apaixonado e crédulo.
Em seus lábios, um sorriso inocente.Nas pontas das sapatilhas, a certeza de um porvir risonho.
De repente tudo se transformara.As decepções trouxeram a amargura, as lágrimas, o sorriso sarcástico, o desacreditar.O vermelho da paixão, do desejo.
Tornara-se mulher.Conhecera a noite.Os becos e esquinas.A fumaça do cigarro e da neblina.Os copos de bebidas fortes.Os encontros clandestinos.
Os cabarés.O tango.Os saltos dos sapatos.
Seus passos de dança tornaram-se insinuantes, provocantes.O vestido preto colado ao corpo, com fendas laterais, era um convite para uma noitada caliente.
Uma rosa vermelha em seus cabelos presos, denunciava rebeldia.
Na dança mostrava sua alma ferida e quanto mais ela doía, mais se entregava a passos magistrais, coreografia única, conduzida pelos tangos de Gardel.
As pernas bem torneadas cruzavam-se rapidamente com as do parceiro, numa sincronia perfeita e sensual.Os “ochos” realizados com muita arte e elegância, faziam o público delirar.
Acordava sempre na cama de um bordel.Disfarçava as lágrimas com um sorriso malicioso.
Então dava-se conta da realidade crua e nua.E contava os minutos para que a noite chegasse novamente.

Foto de PoderRosa

A Fera Se Soltou

É INEVITAVEL QUE SE CONSIGA ENTENDER O SER HUMANO NA SUA FORMA TOTAL DE AÇÃO.
O SER HUMANO POSSUI ALGUMAS REAÇÕES INDEPENDENTES DO QUE ESPERA AS PESSOAS QUE O CERCAM.
MUITAS VEZES, PENSAMOS ESTAR AGINDO CONFORME O ESPERADO E OS OUTROS PODEM NOS INTERPRETAR DE DIVERSAS MANEIRAS, COMPREENSÍVEIS OU NÃO.
OS PENSAMENTOS CONTIDOS NO NOSSO SUB CONSCIENTE QUE AFLORAM NA HORA DAS REAÇÕES, NOS FAZEM DEMASIADAMENTE SEM CONDIÇÕES DE ENCARAR A REALIDADE E NOS FAZEM BOTAR PRA FORA, PALAVRAS E AÇÕES QUE FREQÜENTEMENTE NÃO FARÍAMOS SE O NOSSO ÍNTIMO NÃO ESTIVESSE QUERENDO FAZER.
MUITAS VEZES OS PENSAMENTOS ULTRAPASSAM AS LIMITAÇÕES DAS AÇÕES E NOS TRANSFORMAM EM DEMENTES, CAUSANDO CONSTRANGEDORAS AÇÕES QUE SE FEITAS DE CASO PENSADO, LOGICAMENTE NÃO ACONTECERIA.
A ÚNICA MANEIRA DE SE COLOCAR PARA FORA AS AÇÕES CONTIDAS E REPRIMIDAS SERIA DE CASO NÃO PENSADO, POIS O DESEJO DE REAÇÃO É TANTO QUE O EGO NÃO CONSEGUE CONTER O QUE O SUPEREGO PRESSUPÕE.
TALVEZ SEJA COMPLICADO MOSTRAR COM PALAVRAS DOCES O QUE SE QUER DE UMA MANEIRA MAIS SIMPLES POSSÍVEL, SEM REAÇÕES OU AÇÕES DE REBELDIA, MAS MUITAS VEZES É PRECISO ESTAR LOUCA PARA PODER TER CORAGEM DE REVELAR O QUE SE TEM PRESO DENTRO DO SER.
LIBERTAR A FERA É MUITAS VEZES, O ÚNICO CAMINHO QUE SE CONSEGUE PARA CHAMAR A ATENÇÃO.
ENTÃO, SE VOCÊ SE DEPARAR COM UMA PESSOA EM CRISE DE HISTERIA E DELINQUÊNCIA, NÃO SE SURPREENDA...
É A FERA QUE SE SOLTOU...
SE LIBERTOU...

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