Desisto! Não quero mais viver...
Estou esgotado; nada à frente
que dias piores; o mundo venceu.
Meus sonhos, mentiras, que eu fui crer.
Meu sentir, errado..., demente...
O amor não existe. Não vem... Só eu...
Morte, me atende, vem se aninhar...
Em um anjo de chumbo, perdido,
pouse em meu peito e o faça leito,
crave ao coração e o faça parar.
Torne o corpo também falecido,
a sangrar num choro o todo feito...
Não pertenço a nada, ninguém, lugar...
Desterrado de mim, exílio em tudo;
quero um sonho: Dormir e não acordar...
Sem alarde, ou notar, ou fazer faltar,
Logo esquecer, e enfim nada; mudo.
Quero um anjo perdido encontrar.
Nada mais espero... tão cansado...
não peço revanche, chance alguma...
e nem mais tempo... é tudo ilusão.
Sinto-me morto, torne acabado,
busca de vez o resto e consuma.
Não quero mais viver... sem razão..