Rascunhos

Foto de Allan Dayvidson

RASCUNHOS

"É o primeiro da uma coleção que chamo de 'Rascunhos, Declarações e Protestos' e fala sobre ser livre enquanto escreve... Escrevendo não existe assunto que eu me sinta proibído de falar e nada que eu não possa sentir o que me levou a muitos insights e a uma relaçao de maior cumplicidade comigo mesmo... Embora alguns poemas meus que se caírem em mãos erradas com certeza deporiam contra mim rsrs.. Ossos do ofício! rs"

RASCUNHOS

É quando você diz algo dum jeito que é só seu;
É quando se inventa uma palavra para tentar ser mais honesto;
É esse compromisso com seus sentidos e uma barganha com suas vaidades ;
É aquela hora em que se sente vontade de se declarar ou fazer protestos...
A tendência pode ser a de seguir as rotas seguras e ligar pontos,
Mas percebi que, para mim, escrever é quase como travar confrontos!

Então, não fique no caminho da minha próxima frase
E não conserte nenhum de meus versos.
Porque não é só uma fase ou algum retrocesso,
Estou sempre fazendo rabiscos em mim...

É quando os traços não formam figuras fechadas;
É como colorir laços que não se tornam nós cegos;
É a hora em que se dá o braço a torcer e se desfaz a fachada
É aquele passo de bravura de tentar traços novos...
A tendência pode ser a de reproduzir círculos colossais,
Mas uma hora, você nota que desenhar é também fazer ridículos espirais.

Então, não coloque moldura em meus esboços
E não conserte nenhum de meus versos.
Porque estou entre meus esforços e meu instável universo,
Estou sempre fazendo rabiscos em mim...

Há uma força de outra espécie correndo em meus punhos
Que ganha muito mais sentido nestes pequenos rascunhos...
do que na arte final...

Foto de Rosamares da Maia

Naufrágio

Naufrágio

Recolho de mim fragmentos, destroços,
São pedaços da minha vida naufragada,
De um barco arremessado contra os corais.
Fustigado pelo vento no auge da tempestade,
Tudo o que emerge vem do abissal da alma,
Restos de vida boiando na superfície.
- São letras.
Contam de mim histórias loucas, ideias tolas.
Nem sempre entendidas. Pouco me importa.
São rascunhos da alma.
Apenas fragmentos, somente vêm à tona,
... Escapam e afundam para sempre.

Rosamares da Maia
09/01/2004

Foto de Edigar Da Cruz

**Dona Da Inspiração**

**Dona Da Inspiração**
. Uma Linda Inspiração
Meu rumo sua inspiração,
Da inspiração que vem dos olhos seus,..
Sua força! Minha vitamina da vida,..
Que alimenta olhos da vida.
Dos brilhos dos olhos seus,..
Aos olhos Meus!..
Uma poesia escrita em traçadas linhas,..
Em rascunhos da vida,..
que me invade o coração,
Quero você no meu colo de criança,..
Nessa relação de contos de fadas da realidade,..
Meu coração vem palavras em versos de carinhos
No conto perfeito dessa relação de amor,.
Que bate forte o cheiro de esperanças,..
Na luz do meu caminho!,..
Encontrei a vontade do desejo,..
Dos sussurros do sono,
me chama de carinho da flechada certa,..
Enviada por um singelo cupido,..
Nosso amor e mais que emoção,..
e fogo exalando paixão.
É Felicidade dona da alegria da minha intima inspiração,..
Fruto de minhas letras de poesias,.
Dona do meu Humilde coração,..
Que fez tanta transformação.
Você minha inspiração

Autor:Ed.Cruz

Foto de Rute Mesquita

Elixir de desejo

Diz-me que já não sou inocente,
diz-me que já me deste alas.
Mostra-me o teu amor.
Deixa-me provar o teu inconsciente,
deixa-me desataca-las,
desta dor.

Transforma as minhas lágrimas num sorriso,
mostra-me o mundo por inteiro.
Entende, que é de ti que eu preciso,
que és o meu primeiro!

Faz da minha dor, prazer
faz dos meus medos, desejos!
Quero a teu lado morrer,
sufocada por entre beijos!

Transforma o punido
em vitória!
Segreda-me palavras ao meu ouvido,
mostra-me a tua glória!

Solta-te por entre suspiros,
revolta-te nas minhas fantasias.
Faz fluir todos os impuros
todas as más energias!

Trinca-me as palavras,
saboreia-me as letras,
deseja-me delas escravas,
vê-te nestas minhas facetas!

Toca-me a alma,
sufoca-me a voz
tira-me esta calma
e mostra-me como é o correr de uma foz!

Quero-te nestas entrelinhas.
Desejo-te nestes rascunhos
Mostra-me o céu e as estrelinhas,
espero-me pelos teus cunhos.

Ai, meu amor!
Tu que fazes de mim tua serva.
Ai, meu licor,
que me consome e preserva!

Vou beber-te
mesmo sabendo que me enveneno.
Quero morrer-te,
e fazer deste desejo eterno!

Foto de Ayslan

Paginas ainda em branco

Frases riscadas, rascunhos silenciados em textos descartáveis... Nada ainda escrito vou buscar tudo já amassado ate agora resgatar versos especialmente pra você jogados fora não aproveitados vou descrever a mensagem vinda do coração sem tradução... Sim vou tentar ser poeta, vou dedicar canções na radio vou declarar em público vou mandar flores...
Eu preciso compartilhar cada respiração contigo, preciso ver seu sorriso a cada manhã... Deixe seus dedos entrelaçados aos meus, preciso sentir sua mão apertando a minha e me dando forças para continuar a viver.
Eu estava só pensando mais poderia te chamar em voz alta, poderia dizer que isso que sinto agora é além do que eu possa imaginar nunca senti algo assim então pinto meu amor em folhas não importa quantas folhas vá precisar usar para te dizer que eu te amo só quero te ver sorrir.
Bom durante todo esse tempo eu estive escrevendo e escrevendo quando o que eu queria era te ver sorrir e diante de tantas paginas ainda em branco só quero mesmo te dizer que te amo... É tão bom ouvir seu coraçãozinho batendo sentir nossos lábios se encontrando respirar lentamente fazer o tempo parar ouvir esse silencio a nossa volta e quando esse beijo acabar quero ver o brilho dos nossos sonhos em teus olhos então eu te peço – Abraça-me deixe-me descansar agora em teus braços ate adormecer.

Para: Priscila

Foto de Edigar Da Cruz

Rascunhos De Um Amor Verdadeiro

Rascunhos De Um Amor Verdadeiro

Nossas curvas se acham
Nossas formas se encaixam
Na medida perfeita
Desse rascunho de amor bem escrito
Nossas idas e vindas em cada intensidade!
Um calor envolvente
De Forma e formato Ideal
E em cada curva e contra curva, descobre-se o alimento de um amor que sacia essa vontade louca
Curvas!!?? Se tu o dizes! O meu é mais esquinas na dobra do esqueleto mas o som dos rascunhos do amor!..
Sempre e mais lindo..
Percorrer estas merecidas páginas, não é uma imposição, mas, tão-somente, um prazer lúdico real, para ver a elegância, qualidade, de braços dados com a noção de estética e bem-fazer. Afinal, tenho a sorte de sentir esse abraço gostoso desse amor lindo perfeito
De amigo queridos e de um AMOR MARAVILHOSO..
Com amor.. Tudo se encaixa!
Como tudo se completa, com amor
E com vontade e vocação de viver uma verdadeira historia de carinhos de vida e amor e muita paixão,
Nesses Rascunhos descrevo cada tempo de viver,..
Cada ponto de vírgula a se incumbir..
Uma prova e certa e concreta da vida a dois
Eu sei que tenho escolhas e uma única a fazer
Uma e eu te amar..e te sentir
A outra e E você fazer parte desses rascunhos mais lindos descrevendo todo esse amor! Que continuo a cada novo dia crescendo mais forte..E Você ser meu ..unico amor como já é!
Pois e fato e certo eu te amo e você me ama...
Te adoro minha pedra linda de amor..
Amo-te meu poema de inspiração
AMO- A-TE

Autor:Ed.Cruz

Foto de CarmenCecilia

FRASES ( CARMEM CECILIA )

Dividir significa na maioria das vezes multiplicar...

Carmem Cecília

Sempre haverá um novo dia...

Carmem Cecília

Os sonhos morrem primeiro, mas não os desejos...

Carmem Cecília

Há sempre uma nova emoção para cada estação...

Carmem Cecília

Tenha fé... A crença traz esperança.

Carmem Cecilia

Viva! Não espere o amanhã para fazer planos... O amanhã pode ser muito tarde!

Carmem Cecilia

Realize e concretize teus sonhos... Não deixe que eles fiquem somente no papel...
A vida não permite rascunhos...

Carmem Cecilia

No acaso, tudo mais se torna imprevisível.

Carmem Cecilia

Em busca de um caminho tantos descaminhos...

Carmem Cecilia

A organização a metodologia e a persistência são meio caminho para o sucesso...

Carmem Cecilia

Se existe vontade, sempre haverá um caminho.

Carmem Cecilia

Sempre haverá o destino e o acaso... Pra essa regra não há exceção...

Carmem Cecilia

Seja otimista. O sucesso permeia bons fluidos.

Carmem Cecilia

A última palavra impera geralmente sem contestação...

Carmem Cecília

Tenha fé... A crença traz esperança.

Carmem Cecilia

Vôo em busca do que sou...
Em cada vôo uma conquista!
Em cada vôo uma descoberta!

Carmem Cecília

Não lamento a despedida...
Haverá sempre ida...
Haverá sempre partida...

Carmem Cecília

Sou intempestiva...
Desculpem-me as tentativas...
E a falta de alternativas...

Carmen Cecília

Falhei...
Nem disfarcei...
Sou assim...
Errante...

Carmen Cecilia

Sou assim...
O pouco que me resta...
Quero ser tua festa...
Que em tudo se manifesta...

Carmem Cecilia

É na queda que deparamos com nossas fraquezas e assim podemos juntar forças para que nos elevemos.

Carmem Cecilia

O obstáculo é a força motriz da vontade...

Carmem Cecilia

Simplifique, é nisso que reside toda a magnificência.

Carmem Cecilia

O que você conhece do seu semelhante
Apenas seu semblante...Um instante?
Pese o que é realmente importante...

Carmem Cecilia

Haja o que houver, laços de família são eternos...

Carmem Cecilia

Não existe perdão pela metade. Se há ressentimento é porque não houve perdão.

Carmem Cecilia

Foto de KAUE DUARTE

Coração sem título

Coração...
A ciência diz que é um musculo
Que disperça o sangue pelo corpo
Populares dizem ser o lugar secreto
onde se guardam os sentimentos
Poetas dizem que é a fonte
De onde jorra belos enrredos, críticas e romances
Digo que vai além de uma boa explicação
O coração é o pipa que voa no céu
Sem saber se vai boiar ou retornar pra mão que te sustenta
É balão que carrega a chama
Indeciso se enfeita ou incendeia
É a vida sem rascunhos, improvisando
E por consequecia, proliferando aplausos.

Kaue Jessé 04-05-2011 //*

Foto de betimartins

A vida corre apressada.

A vida corre apressada.

Olho e vejo dia clarear, escutando o belo chilrear dos passarinhos, as nuvens correndo com lentidão, à noite a ir embora e o sol a acordar, vendo a vida correndo...

Olho distraidamente para o campo em frente da minha janela, vendo homens tratando da terra, sua pele morena queimada pelo sol, seus animais parecendo já cansados, exaustos pelo calor que se faz sentir, abro a torneira do lavatório e água sai demasiado quente. Molho meu rosto, refresco minha alma inquieta e logo começo meu dia.

Dou o meu passeio matinal, observando com alegria cada momento, cada respirar, que é sagrado para mim e uma obra divina, estar aqui no meio desta beleza, observo as formiguinhas trabalharem com afinco, levando comida para seu ninho. Logo sinto a magia, o maravilhoso viver, vejo as crianças de mochilas nas costas, conversando com seus pais apressados, tagarelas, pois elas jamais ficam cansadas.

Observo uma casa, engraçada, cheia de terra trabalhada, com diversificadas plantas parecia uma casa de brincar, dentro sai um casal de velhinhos, com uma mangueira, diminuo meus passos, observo-os. Curioso como eles têm uma calma incomum, sua forma meiga, sábia de se tratarem e seu sorriso iluminado e sereno.

Observo um beija-flor, voando sobre mim, engraçado, parece estar parado. Voltando sua atenção as flores que a arvore sobre mim tem, parecem pequenas orquídeas lilás, tão frágil, quase uma miniatura, ele anda de forma singela debicando e se deliciando no néctar de casa flor...

O calor é abrasador, a terra parece sufocar, a noite não refrescou nosso ser, só aquietou nosso cansaço, caminho meio apressada porque quero sentar e descrever o que minha alma saboreou no seu caminhar.

Entro no meu quarto, observo e fico a pensar, tantas horas ali passamos, ora dormindo, ora em lazer, outras matando nossa sede de amar, mas ali é onde mais refletimos, sejam na escrita ou no nosso altar mágico, onde aprofundamos até ao mais elevado ser.

Reflito quantas pessoas passaram pela minha vida, quantas foram tão amadas por mim, quanta historia perdida, guardada dentro de mim, quanta alegria guardada na caixinha mágica e quanta tristeza foram enterradas no baú do esquecimento. Pessoas que deixam marcas, a vida é assim corre, corre e um dia será minha vez de fazer parte dessa corrida. Ficar no rumo da historia de uma recordação ou quem sabe de algo editado e contado aqui na terra...

Meu coração bate descompassado, olho minha linda criança ainda dormindo, sinto uma lagrima correr pelo rosto, quero a ver acabar de crescer, traçar seu rumo, quero ter tempo para pegar num neto no meu colo e ter os meus ossos diminuídos e cansados...

Olho no teclado do meu computador e vejo alguns rascunhos, algumas idéias, partes do meu ser, espalhados ali sem nexo e quero ordenar trazer a paz e a tranqüilidade dentro de mim e levar para longe os pensamentos piores e desagradáveis, varrerem a mente do entulho astral...

Reflito aquele momento, os meus medos, minhas ânsias, meus afetos e atitudes e vejo quando a vida corre apressada e eu não quero desperdiçar nem um minuto dela porque é bom viver...

Eu vivo e tu?

Foto de Lou Poulit

UM INCENTIVO À REFLEXÃO DE TODOS OS PROSADORES TÍMIDOS

Continuando uma conversa, esquecida noutro lugar...

Dei-me conta de um outro conceito integrante do curso, que também tem tudo a ver com essa reflexão sobre os nossos personagens na vida. E avança sobre fazer arte, sobre percorrer um trajeto evolutivo, lucidamente. O que inclui escrever prosa (a arte da palavra fluída) de modo mais artisticamente pretensioso, e não exatamente presunçoso...

Depois de entrar no ateliê, com a coragem e a desenvoltura de quem entrasse no castelo de Drácula, e tentar compreender alguma coisa da parafernália que havia ali, que equivalia a uma avalanche de informações visuais e olfativas nem sempre esperada, pinturas e esculturas por toda a parte, rascunhos espalhados como que por alguma ventania, uma infinidade de miudezas, coisas difíceis de imaginar e fáceis de fazer perguntar "pra que serve isso?"... O aluno iniciante dizia, como se ainda procurasse reencaixar a própria língua: eu não sei desenhar nada, sou uma negação, um zero à esquerda, nem sei direito o que estou fazendo aqui...

Eu tentava ser simpático, e sorria sem caninos, para provar que não era o Drácula. Depois pedia ao rapaz espinhento (convenhamos que o fosse neste momento) que desenhasse aquilo que melhor soubesse desenhar, entregando-lhe uma prancha em formato A2 e um lápis. A velha senhora (agora convenhamos assim) procurava uma mesa como se houvesse esquecido a sua bússula, e a muito custo conseguia fazer a maior flor que já fizera, de uns 15 cm numa prancha daquele tamanhão, e muito distante do centro da prancha. Claro, eu não conseguia evitar de interromper, se deixasse ela passaria a tarde toda ali improdutivamente. Aquele desenho já era o bastante para que eu pudesse explicar o que pretendia.

O executivo que arrancara o paletó e a gravata para a primeira aula, depois do expediente, com a gana de quem subiria num ringue para enfrentar um Mike Tison no maior barato e cheio de sangue no álcool, olhava pra mim, a interrompê-lo, como quem implorasse deixá-lo continuar! Queria mostrar talvez que eu deveria investir nele, que estava disposto a tudo, e que ele estava ali para que eu fizesse com ele o que bem quisesse. E eu finalmente explicava: não é necessário, já vi que você pode fazer. Me diga, quantas vezes você estima que já tenha desenhado esse mesmo Homem-Aranha que acabou de rascunhar?... Ah, não contei, mestre... Claro que não, mas talvez possa fazer uma estimativa, em ordem de grandeza. Uma vez? Uma dezena? Uma centena? Mil vezes?...

O velhote, com jeitão de militar reformado, pôs a mão no queixo. Mas em vez de estar fazendo alguma conta para responder, na verdade tentava avaliar (com a astúcia que custa tantos cabelos brancos) que imagem a sua resposta produziria, na cabeça do jovem mestre. Afastou as pernas uma da outra e naquele momento eu pensei que ele pretendia bater continência para mim, mas não, aquilo era um código comportamental. Sempre fui antimilitarista, mas procurei entender o seu personagem íntimo. Afinal, ele resolveu arriscar: Mais para mil vezes... Alguém poderia acreditar nisso – perguntei a mim mesmo? Se o velhote houvesse desenhado Marilyn Monroe, vá lá que fosse. Ou a bandeira do Brasil, um obuz, uma bomba atômica, ao menos um pequeno porém honroso canivete suíço!... Mas não. Um militar que estimava ter desenhado quase mil vezes o Papa-Léguas – antigo personagem de quadrinhos e desenhos de televisão – ou tinha algum grave desvio (talvez culpa do canivete) ou estava construindo naquele momento um personagem específico para a sua insegurança, o que mais convinha deduzir. Antes que ele dissesse “Bip-bip” e tentasse correr pelo ateliê, eu tratei de prosseguir com a minha aula.

Mas qualquer que fosse o aluno, eu pedia então que sentasse nas almofadas que ficavam pelos cantos do espaço, e em seguida me sentava no chão, sem almofada. E perguntava: você já ouviu falar no Maurício de Souza, o “pai” da Mônica?... Sim, das revistas... Isso mesmo. Sabe que ele é capaz de desenhar a Mônica (mas talvez não outro dos vários personagens que assina) de olhos vendados?... O aluno tentava refletir, mas eu não esperava pela resposta. Garanto a você que ele faz isso. Sabe por que?... Acho que não, assim de surpres... Por um motivo muito simples e óbvio: ele já fez tantos desenhos semelhantes, que não precisa mais se preocupar em construir nenhuma imagem do desenhista que ele é. Muito menos com o desenho que vai fazer.

Eu não estou pretendendo estabelecer nenhuma comparação com a sua pessoa, mas somente adiantando para você uma espécie de chave para quase todas as perguntas inerentes a aprendizados. Você pode achar até que é um zero à esquerda, quer diga isso ou não. Não é. Mas a sua memória técnica é. E essa seria a principal razão de você achar que não sabe desenhar, ou não ser capaz de ver-se como artista. Todo mundo nasce com alguma sensibilidade, percepção para o belo, capacidade de fazer associações psíquicas, afetivas, emocionais e tal. Isso tudo é inato, intrínseco à natureza humana. Contudo para transpor o que está dentro de você (imaterial) para fora, de modo que outros, além de você próprio, possam compreender através de alguma sensorialidade, é preciso usar um meio físico, também chamado de veículo. Para fazer essa materialização você terá que lançar mão de uma técnica, e a técnica não é inata (salvo em raros casos).

Essa é razão mais elementar pela qual está me pagando. Mas eu não fabrico desenhistas. Apenas, com base na minha própria experiência e na minha memória técnica, vou traçar um atalho para você chegar ao que definiu como suas preferências, na nossa conversa inicial. Bastará que você faça apenas algumas coisas simples, mas que podem exigir alguma disciplina: que não faça os exercícios como faria um robô, que preste atenção com intuito de memorizar o que vou lhe dizer (como se fôsse um robô!) e que não jogue fora nem mesmo o pior dos seus resultados, pelo menos até que termine o curso. Os seus resultados de exercício, em ordem cronológica ou pelo menos lógica, por mais que pareça entulhar a sua vida, serão como os frames de um filme que só existe na sua memória, e que serve para estruturar a sua memória sensorial. Será a mais eficiente forma de avaliar o processo de aprendizado, e poderá estar sempre disponível para reavaliações.

Sua verdadeira obra, será construir um arcabouço de informações técnicas. Muito naturalmente e sem começar pelo fim ou pelo meio, você irá armazenando o conjunto da sua sensorialidade ao exercitar. Não irá memorizar tão somente o desenho em si, mas a interação entre os materiais, os sons, o cheiro, a impressão tátil de manusear e pressionar, enfim, tudo será memorizado, e a partir de certo ponto, além de saber, você estará compreendendo o que faz. Contudo, não tem que esperar o fim do curso para estabelecer uma relação mais madura consigo próprio, enquanto artista. Poderá começar a amadurecer (e reorientar) desde logo o seu foco preferencial, a sua linguagem e estilo próprios, seus conceitos e o seu próprio personagem de artista...

Isso mesmo, o artista, seja pintor, músico ou escritor, tem um personagem próprio. Para as pessoas que só podem conhecer a sua arte a partir do veículo e não a sua pessoa, será inevitável eleger atributos para agregar referencialmente ao seu nome, ou para humanizar o seu nome, e torná-lo mais compreensível. As pessoas “tocam” o produto artístico como se tocassem a pessoa do artista subconscientemente. Por isso, se você não quiser criar lucidamente o seu personagem e torná-lo compreensível para eles, os admiradores da sua arte o farão instintivamente e você só saberá depois, ou talvez passe pela vida sem saber como é visto, ou pior ainda, imaginando o que não corresponda nem de longe à realidade.

Não importa muito a linguagem artística que se escolhe. O processo evolutivo é muito semelhante. E todo aquele que reluta em mostrar seu trabalho e predispor-se a um julgamento que não se submete ao seu próprio, apenas retarda a sua própria evolução.

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