Enviado por Joaninhavoa em Dom, 10/05/2009 - 01:53
*
Só Queria Entender!
*
Meneias a cabeça e sorris
ris
Sinais de aprovação que vejo
em ti
O contentamento descontente
vem de Adónis
E escrevo num quadro negro
a giz,
“Haverá coisas mais nobres
nesta vida
que tua presença misteriosa
e criativa
em minha doce e tão amarga
existência...”
E contemplando
tua escultura em pé
Sou fulminada por raios
d`organtis
Diferenciar o desfalecer
místico
d`m êxtase orgásmico
Ou de rapé
Estrelinhas! Circundam
a cabeça
Coroa d`estrelícias!
Vagueiam zonas íntimas
em sentido
contrário dos ponteiros
do relógio
Na descoberta
do mistério...
Enviado por Diana Pilatti em Seg, 16/02/2009 - 20:59
Impressões tardias
O tempo escorrega no suor da tarde.
O silêncio pesa os olhos,
enquanto os ponteiros do relógio ninam idéias sonolentas.
Uma pluma fujona também escorregou pelo buraquinho do travesseiro
e plana faceira na brisa morna
(cachos do ventilador).
Deve ter saudades de voar,
por isso rodopia lenta,
como as garças nos vapores do verão...
O silêncio me convida para tomar um sonho.
Sinto um cheiro leve e colorido no ar...
Eu tinha sabor de caleidoscópio...
11/12.02.2008
Para mais poemas acesse:
http://dianapilatti.blogspot.com
São 5 horas da manhã, mal o dia nasceu e meus olhos já estão despertos, inquietos, acordados...
O telefone insiste em tocar, toca forte, teimosamente incomoda o meu silêncio, unicamente meu. Lembrei-me que não tenho nenhum telefone, nada parecido com seu trimtrim...mas, esses meus ouvidos que escutam passos, laços apertando a dor, lamentos ocultos!
Agora sim, são exatamente 6 horas e meus pensamentos flutuam perdidos. O tempo nunca para e o relógio marca em segundos, seguindo numa mesma direção.
Agora são 7, 8, 9 horas e o trem apita três vezes naquela mesma estação, gente de cá, de lá, vindo, indo e nunca voltam, perdem-se no meio do caminho. Dirijo meus olhos aos ponteiros que circulam e jamais se cansam, marcando o mesmo compasso sem atalhos. São exatamente 12 horas e, no entanto, essas horas todas num dia tão curto, e não explica, só complica. Raciocínio lento, sonolento.
Agora o relógio marca 18 horas, as estrelas lá fora despertam luminosas, a escuridão ofusca-se diante de pequeninos e brilhantes pontinhos. A lua surge preguiçosa, (meia lua). Estou ainda aceso e as horas correm, escorregam; ouço o tic tac do despertador que segue religiosamente o tempo, infinitamente estou indo junto acompanhando cada segundo, acordado, desperto, profundamente moribundo!!!
São 5 horas da manhã, mal o dia nasceu e meus olhos já estão...
Tuas mãos escrevem nos meus ombros, o segredo de me querer...
Nesta sinfonia do amor,
os ponteiros do relógio param, quando me tocas,
e teus lábios bailam o Tango,
ao som de gemidos...
Hum... Hum...
O azul que despes em mim...
Shhh... Shhh...
Cruzo um dedo na tua boca...
Desabotoar o teu coração,
deixar-me deslizar nos teus braços...
Amar-te,
Num abraço apertado com sabor a pecado...
Hoje vou, juntar o profano com o sagrado...
Penso que os ponteiros nos fazem de tolos,
Parecem ir e voltar sem sair do lugar.
Os segundos se fecham numa ciranda envolvente,
Os minutos se dão as mãos e roubam o tempo da gente.
As horas giram como se brincassem lentamente;
Depois, vêm os dias que se enlaçam às semanas
E circundam os meses e tudo que a gente fez.
Mais uma vez, tudo parece se repetir...
Outro ano surge à nossa frente
E os ponteiros estão sempre no mesmo lugar.
Enviado por Joaninhavoa em Sáb, 20/09/2008 - 01:28
*
Deixa que eu toque
*
Com o tocar...
*
Deixa-me tocar-te com a ponta do meu dedo no teu
E depois com os outros dedos tuas pontas nos meus
Verás bater certo como ponteiros do teu relógio e no meu
Escassez d`horas d`lazer e d`sono serão espelhos teus
e assim cresce noss`alma de dia para dia...
Joaninhavoa,
(helenafarias)
20 de Setembro de 2008
Estou aqui só,
E só vejo-me quando só.
O bater em meu peito,
É sombra de uns momentos,
É sopro de meu próprio vento,
É o passar dos ponteiros,
É o nada que o hoje é.
Tomo esse café amargo,
Como o gosto de meus atos.
A agonia de não ser que me resseca,
Inundo com essa água carbonizada.
Nessa calçada fria em meio a multidão,
Por minha alma só estreita a solidão.
Numa Porto Alegre úmida,
Rogo meus planos de vida,
Procuro um voltar sem ida.
Queria um gritar profundo,
Mas tenho esse pincel ao fundo,
Que num risco faz cantar o mundo .
Uma gota de cafeina corre a borda,
Espalhando-se sobre a letra.
Um guardanapo de papel amasado,
Por onde um sonho entra apressado.
Desmanchou pela beirada,
Machucou a palavra errada,
Desfez-se delicadamente em nada.
Um observar calmo me tomou,
Reinventando o que passou.
Riscando de forma banal,
Aquele rumo envolvente.
Essa poesia latente,
Me toma viceralmente.
Um veneno de coral,
Desce incandecentemente.
Entorpece a mente,
Corre as veias
Escoa em som!
Enviado por Sonia Delsin em Ter, 19/08/2008 - 14:18
A FORÇA DA NATUREZA
Os mais velhos sempre me disseram uma frase que hoje me voltou nítida à memória. Que ninguém pode com a força da natureza. Minha avozinha me mostrava o fogo e falava: Quem o domina? Os elementos têm poder. Não brinque com fogo.
Meu pai me ensinou a amar e a respeitar a natureza. Quantas vezes assistimos juntos temporais acompanhados de raios, de trovões. Quantos estragos vimos juntos e quanto falamos a respeito.
Quem consegue segurar com as mãos a água? Um bem tão caro, mas que pode nos tirar a vida; tão benéfico e tão traiçoeiro tantas vezes.
Eu que quase morri afogada aos doze anos sei bem como é. Eu queria me segurar, me dependurar em alguma coisa e esta coisa simplesmente não existia dentro daquele rio. Não era a hora de minha morte, porque meu irmão que sabia nadar me retirou de lá quase sem vida. Depois aprendi a nadar, mas junto com a natação aprendi algo muito importante, a respeitar a água.
Ontem tivemos aqui em minha cidade uma chuva repentina e acompanhada de forte vento. Um vendaval.
Eu e meu filho ficamos olhando as antenas que balançavam e nosso pé de acerola que tombava todo.
Por sorte os galhos são bem flexíveis e tombam, mas não quebram facilmente.
Está tão bonito este nosso arbusto e eu não queria vê-lo por nada deste mundo ao chão caído.
Pois bem, vou adentrar agora no que me levou a escrever esta crônica. Quando cheguei hoje no local aonde estudo a primeira coisa que vi pelo portão entreaberto foi que uma de nossas belíssimas árvores, uma cuja sombra tantas vezes praticamos tai-chi ao ar livre, estava tombada. Os galhos retorcidos...
Pareceu-me que um gigante andou por lá ontem. Torcendo galhos como educadores maus torcem braços de aprendizes.
Foi esta a minha sensação, mas não acredito que a natureza venha se vingar em cima de belas criações como aquela árvore tão linda. A idéia me passou e o motivo nem sei. Também nem sabia se devia citar aqui isto, mas citei e está citado.
No chão estava o filhote de João-de-barro e os pais aflitos revoavam por lá.
É duro descrever a cena. Nos ponteiros da bela árvore algumas flores azuladas permaneciam lindas como ela se ainda estivesse de pé.
Senti vontade de chorar. A dor daqueles pobres passarinhos que tantas vezes vimos carregando material pra fabricar o ninho chegava a doer no meu peito.
Ficávamos admirando, conversando sob a árvore e os dois tão empenhados em construir a casa.
Olhando-os revoando conseguia trazer de volta os dias que os via trabalhando na construção do ninho, a alegria deles.
Uma cerca de segurança foi colocada, pois uma das outras árvores estava com o caule totalmente trincado e perigava cair.
Fui triste para a sala de aula, porque deixamos no pátio aquela árvore tombada. Fiquei imaginando se vão cortar as que ficaram de pé, porque me parece que apesar de imensas, elas são frágeis. Ou o vento foi tão forte?
Acredito que exista sim uma fragilidade naquelas árvores, mas são idéias minhas. Não conversei a respeito com nenhum entendido. E também não sei como encontrarei tudo lá amanhã.
Não teremos mais aquelas sombras tão aconchegantes? Será muito desolador encontrar aquele local vazio.
Mas se elas podem colocar as vidas das pessoas em risco...
Algo a pensar, realmente.
Bem, quem pode com a força da natureza? Algumas vezes vemos um céu tão azul, tão quieto. E de repente algumas nuvens se formam, chega um vento e o que parecia que ia durar eternamente se acaba.
Eu tinha que contar. Eram simples e lindas árvores, mas fazem parte do meu dia-a-dia. Ajudam a enfeitar o tempo que passo lá; pela beleza; pela sombra; pelos pássaros que nela se abrigam; pelas parasitas grudadas nos caules.
Senti vontade de chorar...senti vontade de contar e contei.
Eu me sinto como se estivesse a velejar
Num barco entre rochedos ao sabor dos ventos
E avisto sobre as falésias de beira-mar
A tua imagem a tocar em meus pensamentos
E ouço a beleza de tua voz que está a cantar
E assim atinge minha alma neste momento
Sob o acorde do violino que vem afagar
O meu coração e me estimular com o alento
Da tua sublime canção que me faz delirar
E exprimir em versos os meus sentimentos
Nesse porto de esperanças onde irei atracar
A nau que navegou em águas d’um mar cinzento
E ora se alumia com meu desejo de te amar
Sob a luz do luar que trazes do firmamento.
2ª Poesia: ALENTO
É bom acordar e sentir a sensação
De alento ao ouvir pela manhã teu canto ao vento,
Atingir-me em terra ou no mar o coração
E fazer exprimir todos meus pensamentos
Pela força d’ amor que enche de inspiração
A minh’alma que pode sem qualquer lamento
Escutar-te e responder-lhe com emoção
Para começar a sentir o novo tempo,
Deixar no passado o que causou desalento,
Não rememorar essa má recordação,
Esquecer de vez o que lhe deu sofrimento
E trouxe ainda de qualquer forma desilusão,
Recomeçar agora a viver sem tormento,
Tendo como norte os ponteiros da razão. (Dirceu Marcelino )
3ª Poesia: Trechos de TE QUERO de autoria de LU LENA
QUERO-TE
O que faço
Se tu não estás aqui
E te quero,
Como um fogo quente e brasido
Que se alastra,
Num campo verde e florido.
Quero-te,
Como uma relva macia
Onde deito meu corpo
E queimas-me
Tomas e invades cada
Partícula e deixas,
Uma gota de orvalho
Com desejo de lascívia.
Quero-te,
Como labaredas de brasa
Que tem a proporção
Descomunal
Que em meu corpo consome
Partículas sem igual.
Quero-te,
Como um oceano imenso
Onde inerte o meu corpo descansa
Desse prazer quente e intenso
Quero-te,
Na luz radiante dos astros
No mistério da lua
Na total escuridão
Onde me aconchego nua
Totalmente tua
Como imã
Delirando de paixão
Quero-te,
Com a força misteriosa da natureza
Onde exala o perfume e a beleza,
Mas que faço
Se tu não está aqui e
Também te quero
Na fúria descabida de um furacão
Deixando-me desnorteada
Flutuando ao vento
Levando de ti fagulhas ardentes
Dessa explosão.
Quero-te,
Com braços fortes
e a ti me aconchegar
em teu peito másculo e sensual
aquecer-me e me entregar
e o teu toque
fará-me delirar, flutuando no ar
Quero-te,
passo a passo ao meu lado
na luz e escuridão
caminhando juntos como vidas
irmanadas, seguindo numa mesma
estrada e numa mesma direção.
sem pressa e sem medo,
onde as estrelas serão cúmplices
de nosso louco e cobiçado segredo.
Quero-te
Na brisa suave do vento
Onde me sinto acarinhar
Pelo teu enigmático e
Estonteante beijo
Quero-te
na tempestade
enfurecida
onde me possuirás
de uma forma antes nunca vivida
e intensamente sentida...
Quero-te
Para sempre na Terra, no céu
no Inferno e no Paraíso
Unificados num ato conciso
Eternizando esse desvario
Como as águas das vertentes
Que se perdem pelo rio...
Simplesmente,
Mas que faço
Se tu não estás aqui e
É bom acordar e sentir a sensação
De alento ao ouvir pela manhã teu canto ao vento,
Atingir-me em terra ou no mar o coração
E fazer exprimir todos meus pensamentos
Pela força d’ amor que enche de inspiração
A minh’alma que pode sem qualquer lamento
Escutar-te e responder-lhe com emoção
Para começar a sentir o novo tempo,
Deixar no passado o que causou desalento,
Não rememorar essa má recordação,
Esquecer de vez o que lhe deu sofrimento
E trouxe ainda de qualquer forma desilusão,
Recomeçar agora a viver sem tormento,
Tendo como norte os ponteiros da razão.