Poeira

Foto de fsossoloti

Carta ao amor amigo

Que esta manhã lhe traga muita paz,
Que a aurora deste dia soe a você um conforto no coração,
Que você consiga guardar os bons momentos
Para o resto da sua vida, e os mais importunos,
Que você os esqueça,
Pois foram só mais uma lição,
Que esta escola chamada vida lhe aplicou,
Guarde os amigos em seu coração, e os inimigos,
Espero que não os tenham, estes, guarde também,
Deseje a eles o mesmo que lhe desejo.

Não se iluda achando que a vida a esqueceu,
Só porque sofreu um pouco não creia que está tudo perdido,
Pois você ainda terá muita amargura para passar,
E acredite que podem ser bem piores,
Mas não ligue com isso meu amor,
Sempre estarei ao seu lado, hoje, amanhã e sempre,
Agora, se ainda estiver meio que recaída,
“Levante chacoalhar a poeira e dê a volta por cima”,
“Sempre que a felicidade lhe negar um sorriso,
Negue a ela também uma lágrima”
E mostre que você é forte e capaz de ser muito feliz,
Disso, eu tenho certeza que você é capaz.

Foto de jgdearaujo

Abra os olhos (receita pra ser feliz)

Esqueça seu passado...
Teus verdes anos mais não foram que brumas.
Perderam-se na poeira do tempo
Fazendo-te perder-se em ilusões infantis,
Impedindo-te de enxergar o verdadeiro sentido
De sua infame existência.

Esqueça o futuro ... ele não virá.
Pelo menos não virá da forma que você deseja.
Teus sonhos nada mais são que cortinas de fumaça
Que obscurecem seus olhos e não lhe deixa vislumbrar
O quão medíocre e desesperada é a sua tentativa
De achar algum sentido para sua infame existência.

Desacredite do amor ... ele te trairá.
Teus amigos são amigos do que você pode lhes proporcionar.
Teus amores são teus enquanto não possuem alguém mais ...
Interessante, rico, atraente ...
Teus amores são meras desculpas que usas para
Acalmar tua consciência, quando apodera-se de
Outrem, para satisfazer os desejos infames que lhe
Garantem algumas descargas de adrenalina.

Destitua Deus de seu trono ... ele não existe.
Nada mais é que o ópio usado para regrar seu instinto animal.
Para permitir que aceites docilmente o jugo diário
Para que finjas aceitar a morte, certeza única do teu ser.
Afinal, só aceitas a morte pela perspectiva de lucro
Que uma vida eterna pode lhe oferecer.
Esqueça Deus. Ele nada mais é que a representação
de sua vontade de ser Deus e tomar as rédeas de seu destino infame.

Esqueça a vida,
Teus sonhos, tuas ilusões.
Traia seus amores, mate suas esperanças.
Abra seus olhos e vislumbre o quão medíocre é o teu ser.
Esqueça tudo, tudo ... entregue-se ...
Desista ... morra.

... Ou esqueça tudo ... tudo o que eu disse, feche os olhos e ... SEJA FELIZ

Foto de TrabisDeMentia

Luzes na noite

Hoje tudo o escrevo se foi na poeira das nuvens
Iludido com sonhos de um grande, de um grande amor
Hoje, hoje lembrei me de ti e resolvi te escrever, te lembrar nas palavras
Te esquecer por momentos te esquecer
Hoje , hoje o vento soprou... noutro sentido
E me levou consigo para onde agora eu estou
Pra longe, pra bem longe de ti e eu não consigo viver aqui
Eu preciso de ti, preciso de ti.... junto de mim!

Hoje tudo o que eu digo se foi e nada faz sentido
Só restaram as cinzas de um grande de um grande amor
Hoje, hoje lembrei-me de ti pois não consegui esquecer, me lembrei dos momentos
Me lembrei da saudade de te ver
Hoje, hoje a minha vida levou um descaminho
E me deixou sozinho, me deixou a sós
Hoje parece que o tempo sobrou, que o mundo parou
Que a terra quebrou, não sei o que vou fazer de mim,
Fazer de nós

Foto de jgdearaujo

Metafísico

Há muita metafísica em pensar em nada...
Há nada em que pensar... a vida não se explica.

O brilho das estrelas, por quê?
O calor do sol, por você?
A existência de Deus, crê?

Viemos? ...
Se vamos? Para onde...
Algum propósito?
Divino?

Poeira cósmica não pensa...
Não interpreta...
Resultado dos elementos
Combinados... Átomos, meros átomos
Não compreendem... A vida não se explica.

Pra que explicação? Pra quê?
Se a beleza da poesia é pra ser intuída,
Se o brilho das estrelas é pra ser admirado,
Se o pôr-do-sol é pra ser cultuado...
Se a sua pele é pra ser sentida.

Pra que ciência, se o sabor da sua boca
Persiste... insiste... existe. Com certeza existe.
Se o pulsar do seu sexo domina
Envenena...fascina... sobretudo alucina.

Há realmente muita metafísica em pensar em nada,
Por que pensar leva a nada... O caos não se explica.

O que importa, sente-se... Jamais se compreenderá...
Jamais se explicará a sensualidade do vermelho
A preocupação em agradar o espelho
A corrida por mais e mais dinheiro...
Se a morte é certa... Uma porta aberta.
(eu preferia que fosse uma janela ... Queria escapar).

Estava certo Pessoa... Pensar faz mal
E não ajuda... Não faz entender...
Há muito mais encanto em pensar em nada,
Há muito mais encanto em viver...

Foto de Catarina Cathy

Ajuda-me...

Não aguento…
Sinto um peso cá dentro.
Poeira, problemas, vento
E ao longe ecoa a tua voz.

Porque é que pareces descontente?
Ando a magoar-te?
Não quero que fiques diferente.

Eu afasto-me disto tudo,
Mas por favor fica…
Quero sentir-te, agarrar-te,
Poder ser eu, alegrar-te.

Ajuda-me a voltar,
A ser eu, a não sofrer.
Não quero perder-te… por mim
Faz o teu amor não morrer…

Foto de laurinda malta

Rebeldia?

No âmbito de um imiscuir no campo de liberdade do desejo do outro querer,
Está a terra na sua inocência em actos libertinos, e frios desatinos embrulhada,
Terra jovem, embrunhada num rejuvenescimento com ideias de um novo saber crescer,
Ideias livres, firmeza alicerçada em madeira de bambú, meia solta, encanastrada.

No comando do seu próprio ser, descomandado de um crescimento sem o saber,
Afirmam-se em atitudes de gente musculosa, forte e fachadas ornamentadas;
São ervas daninhas que na sua inconstãncia, são botões de rosa em florescimento;
Mentes confusas, complicadas, à procura do ego com fachada e interior enraizada.

É poeira ventosa que corre de um lado para o outro, sem saber onde cair,
È um querer um campo de fixação, onde lidera a independência e a importância,
Conquista-se terreno, enfeita-se o campo, com superioridade que não vai cair,
E assim se torna grande, imponente, e de tudo isto, não pode haver discordãncia.

Foto de Carlos

Elegia (Mário de Sá-Carneiro)

Minha presença de cetim

Toda bordada a cor-de-rosa,

Que foste sempre um adeus em mim

Por uma tarde silenciosa...



Ó dedos longos que toquei,

Mas se os toquei, desapareceram...

Ó minhas bocas que esperei

E nunca mais se me estenderam...

Meus boulevards de Europa e beijos

Onde fui só espectador...

- Que sono lasso, o meu amor;

Que poeira de ouro, os meus desejos...

Há mãos pendidas de amuradas

No meu anseio a vaguear...

Em mim findou todo o luar

Da lua dum conto de fadas

Eu fui alguém que se enganou

E achou mais belo ter errado...

Mantenho o trono mascarado

Onde me sagrei Pierrot.

Minhas tristezas de cristal,

Meus débeis arrependimentos

São hoje os velhos paramentos

Duma pesada Catedral.

Pobres enleios de carmim

Que reservara pra algum dia...

A sombra loira, fugidia,

Jamais se abeirará de mim...

Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)

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