Foto de Jonas Melo

AS ESTAÇÕES

AS ESTAÇÕES

No verão, quero teus beijos suaves para aliviar minha sede de amar você
Aliviar, pois saciar jamais, afinal, a cada contato com você,
Ela aumenta devido à temperatura de nossos corpos
Que está em constante ebulição

No outono quero colher em teu corpo o fruto do amor
Degustar cada parte, sentindo que esse fruto será eterno,
Sem medo da próxima estação que já se aproxima
Observando cada folha caindo, como forma de um novo recomeço...

Na primavera quero você com o aroma das flores
Sentir sua boca em minha boca, beber em seus lábios os deliciosos sabores
Que os amantes apaixonados se dão ao luxo de desfrutar
Mergulhando em teu corpo, praticando a deliciosa arte de amar...

No inverno quero te aquecer do frio
Beijar teus beijos causar-te arrepio
Sentindo a suave brisa ao nosso redor
Viver este momento como deuses,
Olvidar que um dia voltaremos ao pó

Meu amor vem se mantendo apesar das estações
Teu jeito de amar, deixa-me disposto
A esperar pela próxima temporada
E a certeza que viverei ao teu lado,
Pois és minha doce amada e eterna namorada

Jonas Melo !

Foto de MAR DA IBÉRIA

ESPELHO DE AMOR

FUI PEDACINHO DE ROCHA,
FUI VERDURA BALOUÇANDO,
FUI A SOMBRA QUE SE ESBOÇA
E PELAS PAREDES ROÇA
QUANDO A NOITE VEM CHEGANDO...

FUI FELIZ: PÓ, CINZA OU VENTO,
UMA ONDA ME TRAGOU;
EU FUI TUDO NUM MOMENTO
E APANHEI COM O PENSAMENTO
O INSTANTE QUE PASSOU...

NO AZUL ME DISSOLVI,
NO AZUL QUENTE DO MAR...
SE AQUILO QUE EU RECEBI
E ME FOI DADO POR TI,
ME FIZESSE A TI CHEGAR...

HÁ COMO QUE UM GRANDE ESPELHO
DILUÍDO NOS ESPAÇOS:
NO AZUL, VERDE E VERMELHO,
EM TUDO O QUE É NOVO OU VELHO,
LIGANDO O MUNDO EM ABRAÇOS...

ESPELHO DE PURO AMOR
FAZENDO PARTE DE NÓS...
E QUE ATÉ NA PRÓPRIA DOR,
NOS DEIXA VER-TE, SENHOR,
QUANDO AOS POETAS DÁS VOZ!

Foto de Sentimento sublime

Alegria! 15/11/2009 Osvania Souza

Alegria!

Procuro por ti, nas praças.
Nas vilas nos guetos, nos becos da vida.
No pó das estradas, caminhos que me levam.
A buscar por ti.

Onde você alegria de mim fostes esconder?
Procuro-te há anos, nos bosques nos pântanos.
Nos ecos dos porões e sótãos
Dentro do meu mais íntimo ser.

Sinto-me um navio a deriva
Em um mar tempestuoso prestes a naufragar
Sou um grão de areia que ao vento vagueia
No embalo das ondas num vai e vem sem parar.

Por onde andarás você alegria,
Que a tristeza por falta de ti
Em meu peito sombrio
Veio hoje morar?

Ah! Alegria se você soubesse
O quanto você me faz falta
Que aos poucos definho, adoeço,padeço
Embriagando meu corpo de dor

Minha mente então confusa, vazia.
Depressiva, ansiosa, débil.
Morrendo aos poucos em solidão
Por não saber onde te encontrar

Privilegiada eu seria
No dia em que em meu peito no lugar da tristeza.
Tua presença constante na valsa da vida
Viesse você alegria comigo bailar!

Osvania

Foto de Coyotte Ribeiro

Desabafo

"A verdadeira arte de viver está marcada por sabedoria disposta de humildade.
Esta é a razão que faz de um homem amar sem ter medo, ainda que ações da pessoa amada o mogoe para sempre.
Com tudo esta não é afinal uma derrota, mas é um recomeço!
De certo que pisei em cacos de vidros, andei por entre as serpentes, e todos os dias sou renegado de meu passado;
Amigos pedem desortação, inimigos clamam por minha rendição.
A natureza se opõe aos meus fracassos, e torna cada vez mais desolado o meu mundo encantado.
Por esta magia é que acordo assustado, inseguro, nerótico e emotivo, mas como fenix me levantarei do pó e das cinzas para edificar um novo dia, planar sobre as fronteiras da alma, e com audácia de um cavaleiro sem manchas, carregarei em meus braços o amor um dia por alguém despedaçado ..."

El Coyotte

Foto de uilton

Da Timidez

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre que-bram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando "Não me olhem! Não me olhem!" só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são urna multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.

Foto de Jonas Melo

FEBRE

FEBRE

O corpo queima, a pressão sobe...

O corpo torna-se refém do calor febril

Artérias e veias dilatam em uma tentativa insana

De abrir espaço para a oxigenação do sangue

Mas a febre não passa...

O corpo se agarra nas tentativas de reação

Rosto pálido, sorriso sem graça, suor cada vez mais frio...

Calafrios, mesmo com a temperatura acima dos quarenta graus...

É estou mal, mas prefiro me sentir como fênix...

Despir-me de toda contaminação corporal

Personificar-me através da renascença do pó, ao qual voltarei.

Jonas Melo !

Foto de Athayde

Espelho

Quão belo você parece ?
Pela noite que te esconde,
pela alma que empobrece...
Só me responda,
És tu ou tua veste?

Se ontem era ouro
Com intenso brilho,
Resplandece o louro..
Hoje sou pó umidecido
Que se agrega sem libido,
Nas faces da feiura sem o amar..

Quão belo você parece ?
Se tua mãe te nega o colo,
Teu país te tira o solo
E teu espelho é gargalhar..

Pense,Tu és bonito o quanto pode...
A poesia te socorre,
Feito urubú a planar...
Pense comigo num instante...
A lama é relaxante,
O desprezo até vibrante!
Ser invisível pode o salvar!

Dance com a amargura,
Tire o belo da feiura
Sugue o osso e expire manjar...

Porque te digo,desprezível menino,
o impossível é para o belo,
Cujo caminho é ladrilhar..
Para tu,que nasce pelo avesso,
A tua luta é desde o berço..
Mas a esperança infinita,
De Brilhar e Brilhar...

Foto de Athayde

Última tinta

Abro agora os olhos,
Liberto a noite...guardo a aurora...
Oh lua que beijas minha dor,
Oh peito que é brasa e ardor...

Peço ao mar...
Não me priva de vento e esperança,
Da sensibilidade de criança,
Deixes-me voar!

Que o verde de teus olhos...
Que me traga e me envolve,
Me libertes pra voar...
Pois minhas asas são tinta,
Minhas palavras brisa...
Meu sentimento turbilhão.

Escuta com a alma!
É que palavra chorada por poeta,
Lava o espírito...aquece...acalma...
Talvez seja meu último suspiro,
O pote de tinta...tão vazio!
E a caneta teima em não dançar...

Não cravejo,pois,jóias em minha arte...
Só banho de sangue...
A sinceridade que pra ti guardas-te

Salva-me virgem...com teus olhos de verde oceano
Tua boca ...de sol no fim da tarde..
E teu colo que é leito da vaidade,
Suplico-te..me aguarde..

Vejam! O último suspiro de um poeta!
A tua alma vegeta?
Que espetáculo para a incrédula minerva..
A minha poesia está certa?
Deixes apenas eu voar...

Dou a ti o vazio...
Que em meu peito se acostumou,
Seu sorriso acalenta minha dor...
Sou pó,viro tinta...bato as asas com furor!

Despertas-te,virgem,a detestável esperança...
Rainha dos povos desesperados,
Conforto dos mal-amados,
E inspiração de um poeta apaixonado...

Abra seu peito e escute..
Não és tua dádiva...é só um bater de asas
O vôo da verdade..o acalento da vaidade,
O salto do torpor...

Sinto as memórias cortando meu rosto,
No vento gélido do sofrimento..
Mas aproveito o vôo..
E te dou meu último amor.

Foto de Raphael Miranda

O branco e o azul

Tudo na vida passa

até uva passa

só não passa se virar vinho

no coração

ficar somentes espinhos

no olhar

a tristeza de um menino

na sua frente

o desespero eminente

de não ser mais contente

sem fada dos dentes

de viver na solidão

sem amor em suas mãos

se lembrar do coração

que te tirou da escuridão

e ao se tocar

vai olhar e não achar

aquele que te deu um lar

na morada do conto de fadas

e vai notar

que o cavalo branco corre só

que a realidade faz o conto virar pó

sem castelo e sem rei

o tesouro se perdeu

o principe envelheceu

o amor enfim derreteu

o vermelho do peito de ferro

que nunca se fere

ao menor dos atos

como o de amar ou gostar

no sonho de cavalgar

com o branco e o azul

entre as nuvens do céu claro

o sol brilhará forte

como quem vem do norte

se chuva acontecer

o jardim vai florecer

no peito de quem um dia

irá adormecer

nos braços de quem

sempre existiria

nos contos de Gonçalves Dias.

Macaé, 14 de Setembro de 2009, "O branco e o azul" de Raphael Miranda.

Foto de Raphael Miranda

O branco e o azul

Tudo na vida passa

até uva passa

só não passa se virar vinho

no coração

ficar somentes espinhos

no olhar

a tristeza de um menino

na sua frente

o desespero eminente

de não ser mais contente

sem fada dos dentes

de viver na solidão

sem amor em suas mãos

se lembrar do coração

que te tirou da escuridão

e ao se tocar

vai olhar e não achar

aquele que te deu um lar

na morada do conto de fadas

e vai notar

que o cavalo branco corre só

que a realidade faz o conto virar pó

sem castelo e sem rei

o tesouro se perdeu

o principe envelheceu

o amor enfim derreteu

o vermelho do peito de ferro

que nunca se fere

ao menor dos atos

como o de amar ou gostar

no sonho de cavalgar

com o branco e o azul

entre as nuvens do céu claro

o sol brilhará forte

como quem vem do norte

se chuva acontecer

o jardim vai florecer

no peito de quem um dia

irá adormecer

nos braços de quem

sempre existiria

nos contos de Gonçalves Dias.

Macaé, 14 de Setembro de 2009, "O branco e o azul" de Raphael Miranda.

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