Pessoas

Foto de Camillinha

Ser humano

Momento fossa gente!
Espero que vocês entendam...

Queria ser um ser humano vazio.
Um ser humano que só é capaz de ver com os olhos.
Mas que não consegue sentir com o coração.
Um ser humano diferente dos outros seres
Um ser humano completo.
Um ser humano capaz
Um ser humano único
Aquele que não chora
Aquele que manda no coração e esse obedece sem contestar.
Aquele que consegui ver por trás das coisas, pessoas (essência).
Aquele que não erra.
Aquele que não sente saudades.Essa palavra alias, nunca houve no seu dicionário.
Aquele que faz do tempo, um tempo passado.Aproveitando cada momento como um momento só seu.
Deixando de se preocupar com os outros e preocupando-se mais consigo mesmo.
O que não faz de alguém egoísta, mas realizado consigo mesmo.
Que não seja acomodado, mas que seja compreensivo.
Que seja realista, pois assim terá os pés no chão.
Um no chão vivendo o presente e um outro pé no futuro.Lutando desde cedo por seus ideais, seus sonhos, idéias, planos.
Para que esses possam se concretizar num futuro próximo.
Afinal, ninguém vive de sombra e agia fresca.
Pode até viver, mas estamos falando de ser humano.
Acredito que a maioria dos seres humanos, perfeitos ou não querem o melhor para si e para suas vidas. Ou então esquece ninguém é perfeito!

Foto de angela lugo

Valor do amor

Mesmo que você pese todo o ouro do mundo
Conte todos os quilates de diamantes
Conte todos os grãos de areia existentes
Ou mesmo quantos litros d’água tem os mares

Mesmo que conte todas as nuvens que passam
Conte todas as estrelas que contém no firmamento
Conte todas as pessoas que passaram pela terra
Ou mesmo todos os pingos de chuva que caíram

Mesmo que obtenha a ciência da vida
Tenha a certeza por quantos caminhos andou
Ou mesmo por quantas mulheres teu olhar cruzou

Mesmo que saiba quantas batidas deu seu coração
Quantas horas de sono durante a vida aproveitou
Mesmo assim não saberá o valor do meu amor

Foto de Cleber Masterson Farias Maciel

Sandra Ferreira

Minha amiga,
entrei nesse site quase
sem querer,mas
foi otimo ter conhecido você,
queria lhe dizer
que o coração sabe com quem
ele deve arquitetar uma amizade
e a quem ele deve amor,paz e caridade.
Pessoas lindas exteriormente e interiormente
feito você,merece a tal felicidade,
sonhar,realizar e viver um amor de verdade.
A distancia não mim impede de ser
filantrópico com você,pois,quem sabe
um dia eu faça uma migração
e realize mais um desejo do meu coração
que é poder lhe conhecer.

Foto de ary_hta

Poder...

Poder amar facilmente...

Esquecer com dificuldade...

Eh difícil dizer o que realmente sentimos...

Mas, mais complicado eh poder escolher as nossas emoções e sentimentos...

Seria tão bom poder escolher a quem amar...

... em quem confiar...

... e a quem realmente entregar o coração...

Poder controlar o nosso proprio poder sobre as pessoas...

Muitas vezes as pessoas se deixam levar e acabam gostando uma das outras apenas pela sua aparencia...

Poder amar as pessoas por dentro e por fora eh amar de verdade, não apenas por vontade...

Não adianta apenas querer, mas poder...

Queria que você me amasse, mas percebo que isso soh foi possivel no mundo virtual... pois no mundo real você simplismente abandonou a nuss paixão...

Foto de Fernando Poeta

O Castanho de teu Olhar

Caminhei longos anos,
Busquei em muitos caminhos,
Em muitas pessoas,
Minha alma aflita.

A parte que faltava,
Que era a parte em que deveria estar,
Os bons pensamentos e sentimentos.
Nunca os encontrei.

Em todos os anos de minha vida,
Espírito inquieto e infeliz,
Apenas com a percepção,
De que tudo estava perdido.

E a vida seguiu rápido seu caminho,
Dias, meses e anos conturbados,
Indiferente a minha dor e sofrimento,
Indiferente e insana.

E busquei abrigo no calar, e escrever.
Para alguém, para ninguém,
Apenas para deixar seguir,
E não amargurar o coração.

E segui então por caminhos desconhecidos,
Caminhos que deixaram-me em novos horizontes,
Que ensinaram-me a enxergar novas cores,
Que trouxeram-me o castanho de teu olhar.

E percebi que não estou só,
Que não sou apenas um,
Que mais alguns acreditam que o amor existe,
E que vale a pena esperar.

E agora descobri,
Que recupero parte de minha alma aflita.

Foto de Homem Martinho

AVÓ

Porque hoje se cumprem vinte anos que a minha avó me deixou,fisicamente, eu gostaria de prestar a minha homenagem a todas as avós do mundo.

Avó, não me sais da mente,
recordo-te, avó querida,
relembro-te constantemente,
revejo os traços de vida sofrida.

Recordo tuas mãos, de doçura,
tua imagem, lenço na cabeça,
corpo trajando roupa escura,
era o desgosto a marcar presença.

Recordo teu rosto magoado,
sentada na cama, a meu lado,
dando-me um grande sorriso.

Esperavas até eu adormecer.
Avó, tenho de to dizer,
És das pessoas que mais preciso

Francisco Ferreira D'Homem Martinho
2007/03/23

Foto de Lou Poulit

O Caminho é o Mestre.

Precisei viver muito, cair e levantar muitas vezes, para legitimar no meu silêncio a simples impressão de que tudo valeu a pena, por ter aprendido algumas coisas. Há tantos anos que nem me lembro mais quando foi, li sobre o conceito cabalístico de amor. Achei que era uma coisa muito bonita, mas impossível de se conseguir. Parecia um paradoxo existencial insolúvel, porque parece pressupor o sacrifício da individualidade própria e sem ela, ainda que consigamos pisar no horizonte, não poderia haver nisso um mérito nosso, já que não terá sido uma obra nossa. Guardei o conceito com carinho numa das últimas gavetas da alma.

Os anos se sucederam e através deles uma aparentemente infindável sucessão de logros e malogros, que deixavam uma coisa cada vez mais clara e insofismável, na minha alma obstinada e penitente: as melhores coisas que havia conquistado não eram aquelas pelas quais me dispusera a tantos sacrifícios, não eram a montanha, mas sim as que em algum momento me pareceram uma pedra suficientemente firme, para enterrar o cravo e continuar a escalada. E isso foi verdadeiro em literalmente tudo. Sabia exatamente o que queria e, quase sempre, soube encontrar meios de prosseguir. Mas não sabia o mais essencial.

Não sabia que nossas ambições são como uma miragem. Ainda que sejam alcançadas, podem durar bem pouco nas nossas mãos. Mesmo porque logo precisaremos desesperadamente de um novo objetivo, uma nova referência para que possamos canalizar nossa energia. Precisaremos fazer isso, ou teremos a impressão de que todo o universo, em seu legítimo direito de prosseguir, está nos atropelando lenta e minuciosamente. Talvez possamos parar para comemorar uma conquista, ou nenhuma conquista, como fazemos mais freqüentemente, e assim exercer nossa auto-estima, e simplesmente não querer mais nada. Porém não poderemos interromper a sucessividade das coisas, ou a transitoriedade de tudo.

Como não podemos assumir nenhum dos extremos do paradoxo, ou seja, não podemos ser Deus nem tão pouco um inútil grão de areia, a solução está necessariamente no meio do caminho entre um e outro. Não é como encontrar uma agulha no palheiro, ou um determinado grão na praia, é muito mais difícil que isso!

Às vezes, por minha própria experiência, tenho a impressão de que posso propor uma solução: desconcentrar o foco. No entanto, preciso esclarecer uma coisa da maior importância: Quando digo desconcentrar o foco não estou defendo nenhuma abstenção, negligência ou leviandade generalizada, como pode perecer. Mas sim, muito ao contrário, redistribuir o feixe, contemplando mais as pequenas coisas do caminho, que estão sempre tão perto da gente; e nem tanto no horizonte, em cuja distância o foco talvez se perca irremediavelmente.

Isso não é nada fácil, concordo, mas deve ser uma espécie de aliança profícua. Sim, uma aliança porque assim daremos ao universo a oportunidade de participar muito mais proveitosamente das nossas conquistas, de nos oferecer alternativas, enquanto damos a nós mesmos a oportunidade de exercer mais legitimamente o nosso livre-arbítrio. Porém, aqui cabe um alerta: Não se deixe iludir pelo seu conceito vulgar e tão divulgado: O tal livre-arbítrio, instituição criada a partir textos inspirados, não pode ser o direito absurdo de fazermos o que bem entendermos. Crer nisso seria subestimar a inteligência do Grande Legislador, depois de superestimar a nossa. Não é minimamente razoável.

Vejo isso da seguinte maneira: suponhamos que você tenha dito ao seu filhinho amado que parasse a brincadeira para fazer o dever de casa. As crianças nunca têm pressa para aprender. Na verdade, ao fazer seus exercícios, querem mais se livrar da obrigação do que aprender o que os adultos pensam ser necessário. Ora, se você lhe desse dois ou três cascudos mais alguns gritos, certamente ele faria os seus exercícios e alguma coisa sobre a matéria haveria de fixar na mente, além dos cascudos e gritos, claro. Mas tenho a mais cristalina convicção de que você se sentiria um pai/mãe muito melhor, se ele resolvesse fazer o dever e aprender por conta própria! Sem precisar de qualquer penalidade. A evolução dele e a sua satisfação seriam muito mais legítimos e perenes. Pois aí está, para mim, o sentido verdadeiro do livre-arbítrio, dentro dos limites da mente humana. Até onde a criatura e o criador eram uma coisa só, não poderia haver esse mérito. Então, porque resolvemos criar nossos próprios objetivos e expectativas, e engendrar os meios para isso, passamos a precisar dessa instituição. Porque Deus, que não pode ser um pai menor do que eu ou você, prefere não nos arrastar para casa pelos cabelos. Na verdade não se trata de uma liberdade, mas da oportunidade de escolher bem e com responsabilidade.

Então, juntando tudo, creio ter uma boa proposta. É simples e não tem o rigor hermético imposto pelas instituições dogmáticas, que também tendem a priorizar suas próprias necessidades: focamos o horizonte apenas para que tenhamos uma referência de direção; depois criamos focos nas pequenas coisas que estão em nós, à nossa volta, entre nós e na mesma direção que escolhemos. Sem perceber, estaremos abrindo mão de uma parte do nosso ego cabalístico, aquele que quer satisfazer a si próprio, entretanto, também estaremos sintonizando a energia cósmica, que quer satisfazer a toda criatura, humana ou não, que possa escolher, segundo as preferências de cada uma. Além de satisfazer, segundo a Sua preferência, a todas as demais que não podem escolher por si.

A polarização sexual dessa questão é muito bem representada por um mito antigo: Os deuses do Olimpo estavam prestes a se unhar, por não haver consenso sobre quem teria mais prazer no amor, se o homem ou a mulher (uma questão que, hoje, a ciência responderia facilmente). Então Zeus, tido como grande sedutor mas que, provavelmente, era um péssimo amante, mandou chamar um semi-deus, por sua vez tido como apaziguador. Não podendo recusar a missão que lhe fora confiada, este meditou um pouco e depois afirmou categoricamente (sem a tecnologia atual): Quem tem mais prazer no amor é a mulher... Liderado pela extremada deusa Hera, mui traída esposa de Zeus, o bloco dos feministas já estava começando a sua festa. Mas, olhando os olhares inchados de raiva dos machistas, ele completou: ... Mas o homem é quem o provoca. E assim, enquanto o bloco dos machistas fazia a sua festa, a enfurecida Hera cegou o pobre semi-deus. Na tentativa de ajudar os que queiram compreender melhor a inexplicável sabedoria dos antigos, aqui vão versos definitivos de Vinícius de Moraes, da sua “Brusca Poesia da Mulher Amada”:

“...E de outro não seja, pois é ela
A coluna e o gral, a fé e o símbolo, implícita
Na criação. Por isso, seja ela! A ela o canto e a oferenda
O gozo e o privilégio, a taça erguida e o sangue do poeta
Correndo pelas ruas e iluminando as perplexidades.
Eia, a mulher amada! Seja ela o princípio e o fim de todas as coisas.
Poder geral, completo, absoluto à mulher amada!”

O verdadeiro amor só pode ser isso: O sentimento de querer bem e de satisfazer as pessoas/coisas amadas. E para dar certo, basta que aquele que ama seja uma das pessoas amadas. Ponto passivo: não existe uma matemática humana para o amor, essa coisa de determinar de modo fixo um ponto entre os dois extremos. Tudo bem, mas não estaria exatamente nisso o mérito? Veja, essa exatidão fixa, humanamente lógica, redundaria em mais uma estrutura ideológica capaz de engessar a psiqué e atrair o foco para o ego. Ela não é necessária. Mais importa que se exerça a vida, a alma, que se ame e que se cresça. A alma é o maior objetivo, o amor é o meio mais eficiente, e o caminho, quanto mais escuro mais guarda estrelas: É o mestre!

Foto de jeffersonjqueiroz

Pressa

Ontem nosso dia foi calmo.
Lento como nossos beijos.
(Lembro-me de como o sol
atingia sua pele,
tornando-a
vermelha.)
Tomamos sorvete
e bebemos cerveja.

Caminhamos olhando
os carros que passavam
apressados,
acelerando os ponteiros
dos relógios.
Atrás da gente pessoas
envelheciam sem tempo
de parar
para pensar.

O mundo inteiro seguia
com uma pressa louca.
A gente continuava
a nos beijar,
como se nada tivesse importância.

Sabíamos que o dia de hoje
era apenas mais um dia
que logo logo
também tornar-se-ai
ontem.

Foto de fer.car

APENAS AMA...

Este corpo pulsa sua presença
Esta tez necessita de seu toque
Meus dias tão ocos, tão vazios
E nas minhas palavras ainda vê-se a dor latejando sobre meu ser
Por que este martírio? Que pecados mil cometi?
Olho tão ao longe e memorizo o que se passou
Seu choro na face enrubecida
Minha voz procurando um perdão Mãos repelidas por atitudes agressivas
Somos o que somos, nada mais
Não adianta recriar novas pessoas baseadas em mentiras
Se o meu amor lhe foi pouco
E minhas demonstrações nada representaram
Se minhas lágrimas foram motivo de escárnio
E minhas cartas,meras palavras sem sentido em seu viver
Apenas digo que sinto muito
Quem sabe você tenha acreditado me amar
Mas saiba...
Quem ama perdoa
Quem ama cala
Quem ama aceita
Quem ama, ama
Apenas ama...

Foto de Lou Poulit

Amor por Obras de Arte

Sabe de uma coisa que me surpreende de vez em quando, a cada vez de uma forma diferente? O poder que têm os objetos de arte de fazer com que as pessoas desenvolvam uma relação psíquica absolutamente particular com elas. Já ouviu falar naquele sujeito que vai morar em um lugar mais valorizado, pinta a casa nova, troca todos os móveis, “...a velha calça desbotada ou coisa assim” (*), os sapatos, o carrão, o cachorro, troca até de mulher!... Aí quando o amigo (que não foi trocado) faz uma primeira visita... Não há como fingir que não viu, lá está aquela escultura, pintura, artesanato, ou seja lá o que for. Sem dúvida é a mesma! Se você nunca viu, prepare-se para conhecer um dia alguém assim.

Tenho uma cliente adorável. Comprou uma (apenas uma e nunca quis outra) pintura minha da série Bailarinos Elementais. Pois bem, segundo a própria, de manhã ela não vai trabalhar sem se despedir. A Bailarina fica o dia inteirinho quetinha na parede da sala, na mesma posição!, de frente para a porta, esperando que sua dona volte e diga boa noite, ou bom dia... Falando sério, quando ela me contou (foi assim mesmo, ela não deixou que ninguém contasse antes) pensei que fosse dizer que a Bailarina saía bailando pela sala... ou pior, que abrisse a porta pra ela!

Para que ninguém duvide, conto outra. Uma outra cliente, igualmente adorável, encomendou um Anjo Peregrino fazendo uma relação de especificações. Queria que o Anjo ficasse na cabeceira da cama, mas não o queria nu como os da série. Arrumei um jeito de cobrir as partes pudentas do jovem Senhor com algumas penas da asa. No dia marcado, ela veio buscar a pintura no final do expediente e saiu pela cidade toda serelepe. Até chegar em casa, com certeza deu muitas “pinturadas” em pessoas que queriam apenas chegar em casa íntegras. Pois bem, tomou sumiço... Cerca de um ano depois, eu estava expondo na feira turística de Copacabana e senti alguém me cobrir os olhos com as palmas das mãos, pelas costas para fazer surpresa: “Se você adivinhar, só pode ser um anjo”... Ora, passados mais de doze meses, até para um demônio haveria de ser difícil adivinhar que ela estava dando uma pista do anjo dela e que, portanto, tratava-se dela!... Conversa-vai-conversa-vem, perguntei pelo Anjo. Devo assumir ter parte de culpa, porque nesse momento eu próprio tratei o personagem como uma pessoa. E ela prontamente respondeu que estava lá no mesmo lugar. Querendo fazer uma piadinha, perguntei se ele nunca saía, nem para tomar um cafezinho ou, pelo menos, se espreguiçar. Então minha cliente, hoje uma boa amiga, me disse: “Sair ele não sai não... Mas às vezes eu tiro”. Naturalmente, pedi que explicasse. E ela me contou, com alguma timidez, que quando o namorado dela chegava, ela dissimuladamente ia no quarto (sem acender a luz), descia o Anjo do prego e o empurrava para baixo da cama! Não consegui me segurar. Não achei que pudesse ser uma indiscrição minha e quis entender a razão. Resposta envergonhada: “Ah... O seu Anjo tem um olhar muito severo”... E depois veio outra pior. A última risada dessa noite aconteceu quando ela me confidenciou que certa manhã, sentiu “pena” do Anjo e o reconduziu ao seu lugar, sem se importar com o fato de que o namorado ainda estava na cama. O resultado foi uma pergunta dele indignada, mas para mim surpreendente e reveladora: “Quem é esse cara aí?!”...

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