Pés

Foto de Ednaschneider

Brigas

Por que você brigou comigo?
Estou triste. Queria tanto estar em teu colo!
Agora sinto um ar pesado contigo
Não quero te aborrecer, por isso me calo.

Nuvens negras no céu
Mostram meu estado de espírito
Tal como a tempestade.
As letras escritas neste papel
Mostram meu coração aflito
E a minha ansiedade...

Pois queria mesmo estar ao teu lado
Mas a distância é nossa maior rival
E essa distância me atormenta
Pois me sinto com mãos e pés amarrados.
Fico numa inércia total
E as noites são cada vez mais lentas.

O jeito é esperar
Para ver no que vai dar
Às vezes começo a chorar
Pois contigo queria estar.

Não brigue mais comigo. Por favor!
Por que só quero o seu bem.
Quero seu amor
E seus beijos também.

14/04/07 Joana Darc

Foto de Enilton

Brasil 500 anos depois

Brasil 500 anos Depois

Ouvimos os tambores batendo
Na selva, na relva da mãe natureza
Vimos índios primorosos mais que amistosos
Com grande beleza.

Corpos esculpidos, rostos coloridos.
Combinavam com suas vestes
Belos colares, enfeitem de penas de varias espécies.

Quão grande formosura,
Liberdade naquela pele vermelha - escura a brilhar
Pés firmes no chão tocar
Recepção, convidando-nos a dançar.

A terra se abrindo; o ouro surgindo
Tamanha riqueza
Matas e cascatas de eximia beleza.
Nas matas, árvores frondosas,
Prata e pedras preciosas...

Hoje quem somos nós?

Invadimos a sua aldeia
Introduzimos as nossas doenças...
Comemos de sua ceia,
Roubamos seus costumes e crenças.

Poluímos os seus rios,
Destruímos as suas florestas
Iludimos com o nosso “brio”
Não cumprimos com nossas promessas.

Mantivemos na escravidão
Dizimamos em massa
Não respeitamos a sua religião,
Sua tradição e sua raça.

Quem somos nós?

Com presentes enganadores
Tornamos hipócritas invasores
Fizemos de nossa ambição um mito
Não ouvimos mais tambores
E sim gritos e horrores
Desses escravos heróis
Que fizeram de nós senhores.
Autoria Enilton Santos Morbeck

Foto de Gaivota

* AMPLITUDE EM PLENITUDE *

*
*
*

Você espetou o dedo?
Não...
As estrelas não permitiriam..
Calçam pés
no macio cálice
do teu caminho.
Tocam pálpebras
em pluma
amarelo veludo..

Aqui sentado sinto o perfume
escorrendo desejos..
Sussurram peles a
abrir-me a boca,
deslizam sedutoras
dizendo:
Morda-me!

Sinto o sabor
da carne tenra
gritando palavras
desconexas.
Amplitude em plenitude..
Resta devorá-la.

RJ – 24/11/2006
** Gaivota **

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Foto de Andrea Lucia

Língua... (Andrea Lucia)

Língua... (Andrea Lucia)

Adoro sua língua safada,
assanhada e afiada
a me devorar e me adorar.
Língua que envolve meus dedos,
que me usa feito brinquedo,
que lambe meus pés delicadamente,
que molha minhas pernas sabidamente,
que me explora sem medo.
Língua que é curiosa,
é suave e saliente,
é serpente e sedosa.
Língua que vai subindo alucinada
frenética e ritmada,
rumo ao meu sexo ardente,
rumo à gruta molhada.
Língua que saboreia
cada passo desse caminho
explorando cada recôndito,
degustando cada cantinho.
Língua que me percorre com carinho
com avidez, com rapidez
deixando-me em desalinho.
Língua que me penetra com paixão
que não tem limitação
que me mata de tesão
que é pura emoção!
Língua que me xinga,
língua que me lambe
que me marca e me consome.
Língua que não é minha,
língua que é sua
mas, que já faz parte de mim.
Língua que me ama sem fim.
Língua que pertence a nós dois,
que participa do sexo
antes, durante e depois.
Língua única que me leva à lua...
língua única a me reconhecer nua!!

Foto de Fernanda Queiroz

Oi Mãe

Que bom dizer teu nome
Mesmo que não possa me ouvir
Que bom contornar os dedos pela tua face
Mesmo que você não possa sentir
Que bom percorrer teu álbum de foto
Maior herança de tua presença
Que bom poder te amar tanto
Sabendo que mesmo distante ira sentir

Um dia Deus determinou
Que eu iria existir
E deste amor intenso que brotou
E na semente fecundou
Em momentos de profundo amor
Vencendo a maior corrida da vida
Para tua alegria infinita
Em teu útero me alojei

Neste pequeno habitat
Que por tempos passei
Conheci tuas ânsias
Ou profundo mal estar
Que mesmo querendo evitar
A natureza ou a sábia ciência
Sempre soube explicar
E em teu ventre, gerei

Ouvia tua voz baixinha
Acompanhava teu caminhar
Que depressa ou lento
Levava-me a embalar
Tuas canções de ninar
Sempre a me acariciar
Onde teu toque singelo
Ensinou-me a te amar.

Mas os melhores momentos
Foi te acompanhar a bordar
Sentadas nós duas no lago
No enxoval a trabalhar
Com os teus pés a banhar
Onde teus pensamentos
Era parte do momento
Aguardando meu chegar

E em uma noite de verão
Onde o frio estarreceu
Trazendo sinais de vida
Mas de morte também
Onde meu primeiro choro
Foi acompanhado em coro
E depositando-me em teu leito
Silenciou teu coração no peito

Hoje sei de tua dor
Que é minha também
Queria me ter em teus braços
Apenas por um momento
Fecundando teu anseio
Ofertando-me teu seio
Como se amamentar
Fosse protocolo de amar

Mas Mamãe!
Você me passou tudo isto
Quando me alojou em teu ventre
Pude ouvir teu coração
E este amor infinito
Chegou que nem um grito
Que me deixou de herança
Que sempre será mais que lembrança.

Mãe!
Muitos versos existem
Muitos poetas escrevem
Tentando te completar
Falam de você em três letras
Comparam-te tamanho do céu
Ou um pouco menor que Deus
Só te digo Mãe querida
Meu coração sempre será teu.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Fernanda Queiroz

Voar...

A paisagem passa depressa
Patas velozes rasgam o caminho com flecha
Diminuindo a distância entre mim e o mundo
Meu corpo se eleva em ritmado balanço
Pés firmes desprovidos de açoite
Mãos apertadas junto ao cabresto livre
Desprovido de freios
Ganhando liberdade
Correndo para o mundo
Ou do mundo fugindo
Correndo contra o tempo
Ou do tempo fugindo
Fugindo de mim
Ou do que restou de mim
Apenas vultos em minha paisagem
Cores se confundem
Cinzentas se agitam ou gritam
Como se tivesse vozes na cor
Como se entendesse de dor
A velocidade aumenta
Voar é minha meta
Mais depressa
Tenho pressa de chegar
Mesmo que seja o abismo
Meu destino certo
Onde tudo é incerto
O ar que foi brisa
Tornou-se vento
Que mesmo em tormento
Calça-me de coragem
Tira a dor de minha bagagem
Preciso continuar
Fugindo de mim
Ou do você que existe em mim
Do meu passado presente
Ou do meu presente passado
Do meu vazio intenso
Onde transborda solidão
Apenas por um momento
Senti a sensação
Que seguravas em minha mão
Mas eram as rédeas do destino
Que se encarregou de atá-las
Que fecundas como as marcas
Batentes cravadas no solo
Impõe-me o peso real
Da realidade mortal.
Eu não posso voar.....

Fernanda Queiroz
Direitoa Autorais reservados

Foto de Dennel

Feitiço de amor

Abre-se no rosto o sorriso
Meu coração logo palpita
Vencida a timidez, me atiço
Minha face logo ganha vida

Teus olhos verdes iluminam
Teu porte único, majestoso
Teus lindos pés me fascinam
Fico do seu amor desejoso

Longos, sobre os ombros caídos
Ondas douradas dos teus cabelos
Sonhos, acordados, vividos

Meu Deus! Deste fruto prazeroso
Quero provar muito docemente
Beijos que me deixa jubiloso

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2006 All Rights Reserved

Foto de Camillinha

Ser humano

Momento fossa gente!
Espero que vocês entendam...

Queria ser um ser humano vazio.
Um ser humano que só é capaz de ver com os olhos.
Mas que não consegue sentir com o coração.
Um ser humano diferente dos outros seres
Um ser humano completo.
Um ser humano capaz
Um ser humano único
Aquele que não chora
Aquele que manda no coração e esse obedece sem contestar.
Aquele que consegui ver por trás das coisas, pessoas (essência).
Aquele que não erra.
Aquele que não sente saudades.Essa palavra alias, nunca houve no seu dicionário.
Aquele que faz do tempo, um tempo passado.Aproveitando cada momento como um momento só seu.
Deixando de se preocupar com os outros e preocupando-se mais consigo mesmo.
O que não faz de alguém egoísta, mas realizado consigo mesmo.
Que não seja acomodado, mas que seja compreensivo.
Que seja realista, pois assim terá os pés no chão.
Um no chão vivendo o presente e um outro pé no futuro.Lutando desde cedo por seus ideais, seus sonhos, idéias, planos.
Para que esses possam se concretizar num futuro próximo.
Afinal, ninguém vive de sombra e agia fresca.
Pode até viver, mas estamos falando de ser humano.
Acredito que a maioria dos seres humanos, perfeitos ou não querem o melhor para si e para suas vidas. Ou então esquece ninguém é perfeito!

Foto de Dileno

Desabafo...

Olha, passei estes anos todos vivendo na desilusão,
E você, não me dava chance, zombava do meu amor!
Quantas Vezes, nas noites frias sonhava com teu calor!
Rasgava-me em dois para ter sua atenção.

Meu coração foi secando de tanto calor,
Foi perdendo o encanto pelo teu olhar de mel!
É triste ver um amor se acabar sem que nada começou;
Sem você, estou num inferno, por você, não vou pro céu!

Agora, disseste que me ama? Agora é tarde demais,
Mesmo se quisesse, já não a encontro em mim!
Cheguei ao meu extremo, to pra lá do fim!
Tente fazer de bobo, o coração de um outro rapaz!

Há algum tempo atrás eu vivia sonhando com este momento...
Mas, foi por culpa sua que... Morri! Você me deixou ás traças!
Implorando por um pouco de amor! Também daria o meu! É de graça!
Mas tu moravas em meu coração e eu no relento!

O que aconteceu com você para vir dizer que me ama?
Está com saudades do tempo em que vivia aos teus pés?
Ou então daquelas flores na porta de sua casa!
As flores? É fácil, eu posso lhe comprar algumas;
Mas, o meu coração secou junto com aquelas!

Aquelas que você dava pouca atenção!
E sem saber, menina, não era somente flores que secavam!
Eu ia perdendo o pique, vivia sempre transtornado, todos me olhavam!
Senti que secava também meu coração!

Agora é tarde garota, não te quero mais...
Cansei de sofrer, coração faliu,
Agora, é você quem corre atrás,
Vá atrás do meu coração, ele partiu!

Em busca de algo que você não quis me dar!
Apenas um pedido vou lhe fazer:
É algo que me prometi antes de morrer,
Pelo menos, por um minuto tua boca beijar!

De: Odileno Lima Ribeiro

Foto de Dileno

Simplesmente um olhar...

Passo por você todos os dias de propósito,
Revisto-te da cabeça aos pés, sinto teu perfume,
Meus olhos vão de encontro aos seus, procurando o cume,
Desta Montanha íngreme, de curvas perigosas.

Posso estar próximo a ti, e ainda assim não me enxerga!
O que preciso fazer para chamar sua atenção?
Preciso de um olhar teu, de uma pequena atenção,
Vou fazer piruetas, deixar de ser discreta,
Quem sabe assim, roubo teu coração!

Para o começo, um simples olhar bastaria,
Olhe para mim garoto, e me veja sonhar!
Se estivesse em teus braços, não mais saberia,
O significado da palavra chorar.

Simplesmente um olhar bastaria,
Mas parece que foges de mim!
Talvez também busque um olhar,
Para trazer alegrias sem fim.

Ensaio todos os dias te ver,
Mas, sei que não é fácil assim,
Muitas vezes sonhei percorrer,
Caminhos do teu corpo sem fim,

Muitas vezes, cheguei perto de ti,
Com desculpas esfarrapadas para te ver,
Meu amor é tão profundo, por você,
Que ao olhar em teus olhos, me vi!

Olho e não te vejo, não gosto,
Queria sentir teu beijo, aposto,
Que é doce como o mel, espero,
Meu amor Preciso de um olhar, sincero,

Amo você de paixão, sabes que me faz suar,
Mas trata-me friamente em teu mundo,
E fico tentando quebrar este encanto profundo,
Simplesmente a procura de um olhar...

De: Odileno Lima Ribeiro...

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