Estou farto de meros poemas
Estou farto desta mera escrita
De tudo que se faz bonito
De tanta palavra perfeita
Sonharei com algo mais belo
Algo surreal na simplicidade
Diferente até do mais puro amor
Escreverei nada que se encontre fácil na cidade
Não precisarei de rimas
Nem de momentos que tragam emoção
E por querer tanto...
Talvez precise de dois corações
Cansei de escutar canções de amor
Cansei de voz bonita
Cansei do diferente e do igual
Cansei de buscar o original
Eu quero além do além
Talvez precise ser mais que um homem
Talvez preciso ser mais que culto
Ou talvez basta fechar os olhos e viajar em meu mundo
A mulher que era citada
A mulher que é amada em um poema
Já é banal na cabeça do meu ser
Olho...Olho...Mas nem sei viver
Oh! E como um homem que não sabe viver escreverá?
Como um homem simples fará algo especial?
Apenas um homem que sangra como todos...
Só mais um no meio de tolos...
Mais um poema vai desenrolando
Em um segundo de pensamento...
Nada muda na escrita
E não mais agüento
Meu corpo soa tentando fazer mais
Enlouqueço com meus pensamentos
Meu desespero me sufoca
E não mais agüento
Milhões de pessoa em minha mente
Amores do passado me rodeiam
A igualdade sempre vem à tona
E não mais agüento
Ah! Meu corpo entra em choque
E meus joelhos vão ao chão
A lagrima cai e o poema se faz como sempre
Minhas mãos tremem
E meu coração para...
Ainda consciente sinto meu corpo gelar
E já jogado no chão rolo meu corpo...
Olhando para o telhado velho e mofado
O sentido da vida faz meu coração voltar a bater
Como um desfibrilador...
Olho de lado e um poema esta ao chão...
Com lagrimas e uma foto rasgada
E a possibilidade de escrever algo mais puro que o amor...
Esgota-se em mero coma de poucos segundos
Não quero olhar a foto
Não queria escrever sobre o amor
Não quero ler o poemas
Tenho medo, pavor!
Meu corpo não desmaia novamente
E meu desejo quase se realiza
Não escrevi nada igual
Mas não escrevi nada que se admira...