Pensamentos

Foto de Rute Mesquita

A Cinco Pontas Dos Pés

Sinto que carrego correntes… pesos que se arrastam no chão. Oiço um rugir perseguidor. Um perseguidor tão pontual e assíduo quanto a minha própria sombra. Ainda não sei bem o que se passa à minha volta, ainda está tudo tão turvo… e eu sinto-me carregada de culpa, de arrependimento, de tristeza, de exaustão e de ódio por sentir tudo isto…
As coisas à minha volta estão a começar a compor-se, talvez deva continuar a desabafar…
Estou cansada, de tanto cair, estou cansada de olhar em redor e nada ver… estou farta de ouvir as minhas próprias lamurias, estou farta… neste momento só me apetece ter um tempo para mim. Preciso de travar mais uma guerra dentro de mim, aquela voz destabilizante não pára de querer medir forças comigo. Não me vou deixar vencer e é por isso que preciso deste tempo para mim, para que esta voz não venha como uma onda gigante e me leve este meu castelo que com tanto carinho construi.
De repente, uma súbita mudança surgiu, deixei de ver… mas, transpareci calma… não sei porquê mas, tinha confiança no destino e por isso passei neste primeiro teste, penso.
Sinto os meus cabelos a bailar com o vento. O meu corpo elegeu-se mais ou menos um palmo da superfície e flutua… não sei ao certo se deveria ansiar ou até implorar pelo chão, só sei que não o farei pois sinto-me leve como uma pena que voa aos sopros de brisas suaves. Recorda-me aqueles sonhos em que parece que a minha cama é um teletransporte.
Não vejo… mas, mesmo que visse iria fechar os meus olhos. Começo aos poucos a perceber esta viagem.
Cheira-me a sal, oiço o mar e nem preciso na areia tocar para saber que estou algures numa praia. O som das ondas diz-me que está maré baixa pois rebentam umas atrás das outras arrastando sal e humedecendo os pigmentos de areia que alcança. É como se as ondas beijassem constantemente a areia e a puxassem cada vez mais para si.

- ‘Serão amantes?’, pergunto e ao escutar a minha voz surpreendo-me com a minha pergunta, pois nunca tinha pensado assim.

Os meus pensamentos voltaram e pesam por isso, a gravidade actua novamente e pousa-me naquela areia. Acontece num processo tão lento que sinto que comecei por tocar a areia e agora entranho-me na mesma como se neste momento fizesse parte desta.
A minha visão, continua ausente mas, vejo um clarão de tons que vai desde a gama dos amarelos até aos laranjas mais avermelhados que me faz perceber que um calor se afoga naquele mar, dando lugar a uma outra gama de cores, cores que vão desde os violetas mais azulados aos verdes mais acastanhados. Julgo que seja o pôr-do-sol e que daqui por uns minutos se dê o erguer da lua.
E mais uma vez me surpreendo com o meu raciocínio, nunca tinha visto as coisas desta maneira tão sensível. Talvez por ter tido sempre a visão da ‘realidade’ facilitada e por isso nunca tivesse dado valor, penso.
Nisto, o mar agora beija os meus pés, como se me convidasse para entrar… mas, vou aguardar sentada de joelhos encostados ao peito e com os meus braços sobre os mesmos, pois uma brisa fria em breve virá arrepiar-me.
A lua já se ergueu, as cores que ‘vejo’ mudaram como, tão bem pensei que fosse acontecer. Um arrepio percorre a minha espinha, aquele arrepio por que já esperava mas, que não deixou de distorcer o meu corpo e fazer levantar todos os meus pêlos.
Os meus cabelos, agora mais que nunca parecem sem direcção, uns atravessam-se à frente minha face.

-‘Tenho que me mover, senão irei congelar’, disse para mim. E sentei-me de uma forma mais descontraída enquanto mexia na areia.
Imaginava a minha mão como uma ampulheta que com imensos grãos na minha mão suspensa no ar, decidia faze-los juntar-se aos outros seguindo uma constante, o tempo… e foi então que outro raciocínio inesperado da minha boca se soltou:

-‘Se encher a minha mão de areia e por uma abertura constante, a deixar cair e enquanto isso for contando os segundos até sentir a minha mão sem nada consigo perceber quanto tempo tem uma mão de areia, com aquela abertura de raio fixo e àquela distância do solo’.
Assim, percebo rapidamente que o tempo varia com dois factores, com o diâmetro do buraco que deixo, por onde a areia irá soltar-se e com a altura a que tenho a minha mão do solo arenoso, percebo que se me puser de pé a areia demora mais tempo a juntar-se àquele solo arenoso do que se eu estiver sentada. Após a experiencia dou por mim boquiaberta envolvida numa brincadeira de pensares, como se unisse uns pontos aos outros e no fim os justificasse com a experiencia.

-‘Deveria perguntar-me o que se passa? De onde surgem estes raciocínios? Porquê? Se ainda agora começo a descobrir os tais pontos, se ainda terei de uni-los e acabar com a sua comprovação que provém da experiencia?’

Sinto algo musculoso e texturado agarrado ao meu pé direito. Volto a sentar-me e pego naquele músculo e começo por tentar perceber a sua forma, percorrendo as minhas mãos pelo mesmo.
- ‘É uma estrela-do-mar!’, exclamei. E dou por mim a falar com esta estrelinha pela qual baptizei de cinco pontas dos pés.
- ‘Tens tantas pontas quanto os dedos que eu tenho nos pés e nas mãos. Não preciso saber a tua cor, pois para mim já és a Cinco Pontas Dos Pés mais bela que conheci.’ Confessava-lhe.
-‘O que te trás por cá minha Estrela? Bom, não interessa se aqui estás, é porque certamente fazes parte desta minha viagem e simbolizas algo na mesma, quem sabe sejas um daqueles pontos que terei de unir.’ Contava-lhe mas, discutindo comigo mesma.
-‘Sabes querida Estrela, esta viagem começou por ser um refúgio… passou a ser uma viagem de sensações, depois uma viagem rica em sensibilidades das coisas mais simples que agora vejo que são as mais belas e agora, encontro-te a ti, uma amiga como se adivinhasses que aguardava inquieta por contar tudo isto a alguém. Espera… é isso!’

Pousei a Cinco Pontas Dos Pés naquele meu pé que um tempo atrás se havia agarrado e comecei a unir os pontos.

-‘Vim num transtorno de estado de espírito, numa revolta por nada ver a minha volta e fiquei sem visão. Recordo-me que vinha carregada e que me sentia perseguida enquanto arrastava umas correntes e tudo desapareceu, eu elegi-me cerca de um palmo do chão e senti-me livre, leve como uma pena. Lembro-me também que procurava um tempo só para mim e vim parar a uma praia deserta. Depois aqueles meus raciocínios e olhares às coisas mais simples mas, que jamais em tempo algum lhes tinha dado tal valor. Desde aquele pensamento de o mar e a areia serem amantes, o pôr-do-sol e o eleger da lua, o arrepio e à pouco sobre os grãos de areia. E por fim, apareceste tu, claro! Vieste para eu me ouvir, a mim mesma e assim unir estes pontos.'
E continuei o meu discurso:

-'E com esta viagem, aprendi uma grande lição, que ao invés de me deixar domar pelas minhas lamúrias deveria confronta-las como sendo o que não são, belas e assim elas ficarão belas, porque assim as olho e quero que sejam. Isto de uma forma inteligente.
Aprendi que a beleza no Mundo está em todo o lugar, nas mais pequenas coisas encontramos o nosso mais sensível, o nosso mais profundo sentimento e assim afirmamos a nossa humanidade.
Aprendi que um amigo nos aconselha, nos apoia mas, que sobre tudo nos ouve, como tu minha amiga, Cinco Pontas Dos Pés que pouco precisaste dizer pois fizeste com que me ouvisse a mim mesma e chegasse onde cheguei.
Aprendi (…) a minha visão voltou!’

Está tudo turvo, sinto-me a regressar ao sítio de partida… e imploro:
-‘Estrela, estrela! Não largues o meu pé! Vens comigo!’

Estou de regresso e como me sinto bem, estou radiante de felicidade e tudo o que carrego agora comigo é paixão, paixão por toda a beleza que me rodeia e admiração, por esta experiencia que jamais esquecerei. Os meus olhos brilham, como duas pérolas, o meu rosto está iluminado como se uma auréola pairasse sob a minha cabeça. Estou vestida de branco e de sapatos e só penso ‘a minha Estrela!’. Descalço-me e não a encontro, dispo a camisa, as calças e o casaco e nada, não a vejo em lado nenhum… sento-me agrupada e lágrimas escorrem pelo meu rosto e quando já quase me sentia preparada para repetir a viagem vejo algo a mexer-se no meu casaco e qual é o meu espanto quando vejo a Cinco Pontas Dos Pés?! Que encantamento!

-‘Eu sabia que eras bela, minha Estrela, bela como aquele pôr-do-sol e ainda bem que vieste comigo pois serás sempre a minha melhor amiga e serás tu quem irá manter aquela experiencia sempre viva!’

Foto de coracoes perfeito

PENSAMENTOS

PENSAMENTOS

Meus pensamentos flutuam,
Trazendo um passo,
Uma lembrança tua.

Meus pensamentos,
Vão ao fundo muito além,
Trazendo teu perfume, tua presença.

Meu coração dispara,
E os pensamentos tornam-se reais,
Trazendo um amor,
Uma saudade,
Uma lagrima.

Foto de coracoes perfeito

PENSAMENTOS

PENSAMENTOS

Meus pensamentos flutuam,
Trazendo um passo,
Uma lembrança tua.

Meus pensamentos,
Vão ao fundo muito além,
Trazendo teu perfume, tua presença.

Meu coração dispara,
E os pensamentos tornam-se reais,
Trazendo um amor,
Uma saudade,
Uma lagrima.

Foto de Rute Mesquita

Um misto de sentimentos

Num velho baú,
no meu interior,
guardei… sentimentos…
Que agora se soltam dançando o nu
E dúvidas surgiram no pior
dos momentos:

Inspiração,
é algo concreto ou abstracto?
Sedução,
é um sentimento discreto ou acariciado?
Amor,
é ciúme ou dor?
Paixão,
é ardor ou lume?
Alegria,
é sinfonia ou explosiva?
Rebeldia,
é uma mera polissílaba ou instintiva?
Felicidade,
é bem-estar ou liberdade?
Mágoa,
é melancolia ou arrependimento?
Saudade,
é ausência ou inexistência?
Coragem,
é força ou mitologia?
Tristeza,
é insatisfação ou carência?
Solidão,
é acomodo ou preferência?

Sei que uns poderei fazer rir,
mas, outros fazer pensar,
e será que poderei algum dia concluir,
que sei o que é amar?
Será que todo o sentimento é como uma recta,
com princípio e fim?
Será que sem dar por mim
estou boquiaberta?
O que é certo é que não é só um jardim,
uma fonte de descoberta.
Com isto quero dizer,
que todos os sentimentos
se misturam, na definição de um nomeamos outro.
Consegues entender
estes pensamentos?
Aqui pairo noutro:

Tudo é uma coisa UNO,
somos nós quem define o que nos rodeia,
pelas sensações que este nos transmite
E por isso aqui os reúno,
nesta folha que incendeia,
este poema a grafite.

Foto de KAUE DUARTE

Irmão de rua...(inspirado em experiencia real)

Vaguei...
Por onde vagam heróis
Por dentre as doutrinas hierárquicas
Meus pensamentos sempre voando
Engajados em estrelas tremulas de luz
Propus-me a estar
Nos átrios da sorte
Jogado em ladrilhos esfumaçados
O tempo deteriorando minhas vertigens
Minhas marcas cada vez mais profundas
Estrive sempre no mesmo local
Me esquivando dos olhares sem cor
Fui aquele que sou e sempre serei
Alto ou baixo, invisivel a multidão
Escuto mais minhas entranhas me chamar
Que pessoas ao meu lado pisar
Nos sonhos calados dizia
Em minha verdade falando sozinho
Minha lucidez ja não existe
Pois a solidão me tirou pouco a pouco
Viver na pobresa da carne
Com espirito alado em amor
Sem máguas, entendo onde estou
Mais uma vez implorando
De mãos coladas suas migalhas
Para amanhã ainda estar aqui.

Foto de Edigar Da Cruz

Mistura turbulenta de AMOR E PAIXÃO!

Mistura turbulenta de AMOR E PAIXÃO!

O que a de diferente entre o amor e todo calor da paixão?...
Sentimentos envolvidos de desejos
Que altera a aura do corpo e pega fogo
A alma de amor...
E ultrapassa as barreiras dos pensamentos,..
Delimitados,..algo forte ...
Maior que qualquer inocência sonhada,...
AMOR VONTADE E PAIXÃO..
De Corpo e Alma..
São imagens e desejos, com toque de loucuras..
E promessas renovadas a todo o momento,..
INESQUECIVEL..e o amor,..
Meteoro de fogo e a paixão.,,,,,de chamas
Uma mistura perfeita entre o AMOR E PAIXÃO
Entre carnal e sentimental...
Que faz esquecer as horas e aquece loucamente o momento,...se perde no tempo...
. Rendidos pela tempestade que insistiu em cair,..
Entre o AMOR E A PAIXÃO..E OS GEMIDOS DE DESEJOS ..
Resultado de um DESTINO PERFEITO..
De dois corações uma grande magia surpreendente,..dessa gostoso mistura,..
Que faz sonhar nas madrugadas,..
Que descontrola qualquer mortal,..
Pois o que somos nessa mistura
Louca envolvente..um toque de amor e outra de quente envervecente paixão..
Do encontro do AMOR E A PAIXÃO

Ed.Cruz

Foto de Edigar Da Cruz

Conversando Com Lua

Conversando Com Lua

Conversando com a lua ela me disse assim..
Estava eu e ela na boa..
um olhando ao outro
Eu aqui ela lá bem longe!
Prestando atenção em mim..
Eu prestando a atenção a ela
Ela nada mais que olhar a mim,..
Fui conversando com ela ao lado um monte
De estrelas brilhantes lindas,..
Envolto ao seu véu brilhante.
Hora e grande paca! essa linda lua de amor..
Eu! um simples ser falando de amor a uma lua
Linda maravilhosa
Uma moldura linda de sonhos
Sempre ali se fazendo presente,..
Que leva aos pensamentos para longe de mim..
Hoje esta ao lado feita amiga
Uma linda luz de lua amiga..
Não perdera a beleza...
Isso vem de sua natureza do seu lindo ser.,..
Pois ela é imutável, mais outro amigo me anseia... e o meu coração que se anseia, de vontade de tocar a lua linda luz de vontade e paixão.....
Ela vem quando você se for...
seu nome e SOL grande e poderoso..
Tem estilo e beleza...
Mais não e isso que o atrai..
Na face de luz ardente dessa lua e o sol..
E diferente de você.
Não traz sonhos..
Ela e o sonho!
E traz vida..
Brilho! Calor! E vida...
E COR DE VIVER..
A LUA E SOL são eternos companheiros
Quando um vem falar de amor...
Com véu de CEU estrelas
A outra vem ilumina o dia dos apaixonados (A) com seu astro rei brilhante de encanto

Meteoro Das Emoções

Ed.Cruz

Foto de Rute Mesquita

Saudade

Saudade,
o tempo passa
sem avisar
à liberdade do vento
se traça o que jamais podemos imaginar!
Desenhei
O teu rosto...
Tu surgiste!
No meio de um fogo
que julgara posto
emergiste!
Não era o teu fim
Mas, sim o teu poder
para mim, o teu renascer!
Agora sentia
O teu equilíbrio
A tua energia
e num equilíbrio meu
lá estavas tu, quase por magia!
A tua mão
para me guiar
para a separação
ultrapassar!
Olhei-te...
Admirando a tua coragem.
Abracei-te...
E uma linda paisagem!
Vendo-te sorrir
me fazias crer,
que nada tem ir,
mas, sim renascer.
Que tudo é mais fácil,
se com um sorriso,
a vida encarar...
E com o teu jeito dócil,
nunca esvanecida,
sei do que preciso!
Preciso, te encontrar!
Via-te no céu!
via teu reflexo
no mar...
Um jeito perplexo
que me fazia voar...
Em pensamentos,
mergulhar,
na memória...
E surgir momentos
que posso afirmar
que ficarão para a história!
Encontrei-te,
como uma sereia no mar.
Apanhei-te!
Para nunca mais deixar!

Foto de Rute Mesquita

A árvore mágica

Apesar da distância,
alegras-me com a tua atenção,
não é para minha relevância,
pois, sei que és tu o meu coração.
As tuas palavras…
confortam esta minha silhueta,
que vagueia entre outras sombras,
onde as entravas,
atormentam cada letra, sem sobras.
Chego a sentar-me debaixo de uma árvore…
Da árvore mágica.
Aquela que realiza um e um só desejo.
Fico noites, fico dias
a pensar no que pedirias…
A ideia que tenho é um pouco trágica:
mas, ‘queria apenas um beijo…’
Agora, resta-me permanecer na solidão,
destes pensamentos,
que me seguem a cada amanhecer
e nunca direi ‘não’,
pois sei que vais voltar,
dentro de momentos
e me irás reconhecer.

Esta dor…
pode deixar-nos muitos ferimentos,
mas, é por amor.
E agora ao vento, lanço os meus fomentos,
que no tempo, fluam todos os ressentimentos
e eis uma saudação a um futuro apaixonado.

Foto de Allan Sobral

A Supremacia do Amor

Amor,
Na dança de minhas palavras em meio as roseiras a enrosquei,
Na doçura de sua existência me deitei,
Nas falas de meu coração encantei,
Na supremacia do amor em lagrimas conversei.

Na casa dos anjos, pela fresta a observo, assisto do lado de fora
Só olho, sem o antes ou o logo, assisto a sobrevivência do agora,
Nos desenhos da alvorada vejo-te, imagem divina, divina mulher,
Que como menina, caminha, no mar que banha-te os pés.

Entrego-me.
Meus olhos meninos, navegam os seus traços finos,
Em finos e alegres sorrisos singelos,
Me entrego, não nego ao seu doce dançar,
Na dança salgada na água do mar.

Surreal,
És a guerreira e princesa, és a lenda mais bonita,
Das sereias roubaste o canto, mas fizeste da independência o seu manto,
Ganhaste o mundo e um nome como guerreira amazona,
Por qual muitos lutaram, choraram e banham-se em loucuras,
Loucura, preço por fazer-te um dia deitar em amarguras.
A cobiçando por insígnia de triunfo,
Ou por mera ostentação.

Perdido,
Mas voei, sobre o tempo, nas asas de meus pensamentos,
Pensamentos revoltos, constantes, velozes, e soltos,
Sim voei, em meio a conquistas, em honras um nome ganhei,
Sobre poucas derrotas, no fio da espada o mundo conquistei.
Sim voei, e no mais alto dos céus te encontrei,
Como um anjo perdido em sua ansiedade,
Asas quebradas pelo risco da falsa verdade.

Segredos,
Por de traz de um duro semblante te encontrei,
Te olhei, com os olhos fechado e mãos atadas, abracei.
A mais bela poesia soara sem palavras,
Guerreiros, abaixamos escudos e espadas,
Trocamos mistérios, e respostas sem perguntas.
Com seu nome sobrescrevi a cicatriz de minha alma,.
Fiz por troféu seu sorriso, e morada em minha calma,

Sim, amei,
Sem se quer pensar em um beijo a amei,
Amei sobre a pureza, e dos perfumes a essência,
Amei alem da beleza, alem da demência,.
Amei-te pelo simples fato de amar.
Amar pela complexa soberania do amor,
Na doçura dos deleites amei-te.

Saudades,
Senti o abraço da solidão, apertado na multidão,
Senti saudades, perdi minhas vaidades,
Em todas as presenças, reinou sua ausência.
Em minhas razões e pensamentos só restou incoerência.
Em muitas ocorrências, a sombra de minha existência,
Perdido em procurar-te na agonia de sobrevivência.

Só amei, no apego do apelo de meu medo,
De tornar a molhar os olhos que custou-me a secar,
Mas não nego, a mão que me estende a ser feliz,
Fiz do ontem minha glória, do hoje o meu mundo,
Do amanhã? Deixa que no amanhã veremos.

Só amei, pois na supremacia do amor, só amei.

Allan Sobral

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