Partidos

Foto de Marsoalex

NÓS

NÓS
Estamos assim:
Distantes e perto,
Errados e certos,
Abstratos e concretos,
Sentidos, partidos,
E sós...

Nós somos assim:
Adultos, maduros,
Crianças, tão puros,
Confusos, seguros,
Vividos, sofridos,
E sós...

Viemos do passado,
De um sonho naufragado,
De um filme reprisado
Que a vida não mostrou.

Estamos separados,
Mas presos, acorrentados,
Contidos, ancorados
Ao muito que restou.

E vamos assim:
Distantes e perto,
Errados e certos,
Abstratos e concretos,
partidos, inteiros,
Mas nós...

MARSOALEX

Foto de Sentimento sublime

Elos! Osvania_Souza

Elos!

Elos perdidos num vazio
Anos a fio investidos no nada
Alma calejada encurvada
Sofrida, fracasso de vida.

Elos partidos, quebrados.
Envolvendo sentimentos
Que em pequeno momento
Foram desentrelaçados

Elos familiares, amorosos.
Que em busca de tranqüilidade e paz
Não se ouvem nas bocas
Do ser humano, não mais.

Elo palavra quase extinta
Deveria ser conservada, guardada.
Como meta de vida por todos mortais.
Que estão em busca de paz.

Se você meu amigo tem algum tipo de “Elo”
Conserve esse tesouro
Que nos dias de hoje
Quase ninguém sabe o que é mais.

Sem “Elos” não somos nada na vida
Almas geladas, mudas, feridas.
Onde o calor e o remédio
Não curará nossas almas partidas.

Elos que com muito amor e carinho
Pedem ser resgatados, devolvidos.
A humanidade perdida, sofrida.
Dispersa sem sustentação!

Osvania_Souza

Foto de Joaninhavoa

OUVIR A MÚSICA...

*
OUVIR A MÚSICA...
*

Embrenhei-me na música
e deixei-me levar pelas ondas semi-nuas
desse tão belo navegar...
Os sons musicados sempre me encantaram
e me iluminam
Em momentos de tormentos
e de agonia
Confortam num equilíbrio de magia
Ressuscito em força de par em par
Banho-me! Banho-me nesse mar
Afrodisíaco

Pergunto-me que poder tem
a música
Tão rica! Tão diversa passional
Para nos marcar a nós
Ao entrar pelos esconderijos
mais secretos
Deixando no ar perfumes
Extenuantes
Aos apaixonados
da vida

Òh música! Belíssima
É tua harmonia
Num patamar comum a orquestra
Sentamos à mesma mesa
Da alegria! Todos juntos
Sem fronteiras sem partidos
Sem hierarquias
Sem nos quebrar os sentidos
Como tu! Um dia

Joaninhavoa
(helenafarias)
01/03/2009

Foto de Darsham

O Amor...Incómodos à parte

Tenho um problema com o amor, um grave problema! Ouço dizer por aí, pelas bocas do mundo, pelas letras soltas que vejo e revejo em papéis perdidos em cada canto de vida que o amor é a coisa mais bela que existe…
Chega a cansar os meus ouvidos de tanto ouvir a palavra AMOR!!!
Enaltece-se de uma forma sublime…em filmes…em palavras…em livros…em poesia…na música…Vê-se e ouve-se amor em todo lado (para os ouvidos e corações atentos, claro está) que chego a sentir-me profundamente enjoada.
Não, ao contrário do que possam pensar, eu não sou uma pessoa insensível, pragmática, vazia, distraída…Eu escrevo poesia, sou a voz do amor para quem não pode ouvir… Eu ouço Beethoven, Chopin, fado…choro ao ver uma peça de ópera, comovo-me com filmes românticos, voo para longe enquanto leio cada linha que Nicholas Sparks escreve…e tenho em mim todos os sonhos do mundo…
O que me incomoda não é a existência do amor, ou até é, não sei…é tudo muito dúbio…
Incomoda-me a banalização, o dizer por dizer, o falar por falar…e o coração? Será que ainda alguém sabe o que é amor? Amor sem razão, daquele que nos atraca o coração e nos despe a alma? Daquele que nos sacode os bolsos da sensatez…daquele que nos amarra sem cordas, nos cala a voz…daquele que nos tira a respiração e nos faz acreditar que vamos morrer por não termos espaço em nós para estacionar este avião que invadiu o nosso coração…
Será que entre a pausa para o café, e os pagamentos do mês ainda se tem tempo para reflectir sobre o amor? Será que todas as bocas que expressam a palavra amo-te atribuem o verdadeiro valor a este sentimento tão sublime e majestoso?
Incomoda-me, claro que me incomoda ver almas vazias e desprovidas de sensibilidade, que faria revirar na sepultura grandes poetas que a historia não esquece, verbalizar, assim, como se fosse uma pancadinha nas costas a palavras amo-te…amar não é só falar, é praticar, é encher-se de vida e gritar ao mundo que no peito nada cabe mais…
Incomoda-me também que não existam teses sobre o amor, em que expliquem tudo o que há a ser explicado sobre ele, para que o possamos conhecer e reconhecer, para que saibamos quando encontramos o nosso amor, o verdadeiro, a outra metade de nós, que nos completa…podemos viver toda uma vida com a pessoa errada, sem sabermos onde está a certa, ou sabermos, mas nada podermos fazer, porque o tempo já é outro e construíram-se outras histórias, das quais não fizemos parte, por termos construídos outras, paralelamente…
O amor rege a nossa existência; determina quem somos; representa-se nas nossas convicções, princípios, crenças e atitudes e descreve a sua rota nas linhas do nosso rosto, no brilho do nosso olhar, abrigando-se no nosso sorriso…à espera da noite…ou do dia…
A dualidade do amor… isto também me incomoda, de verdade, esta sombra dúbia que me chicoteia por dentro, que me finta o discernimento e me espanca a razão…tanto nos pode elevar às estrelas, como nos faz cair e bater em cheio com a cara no chão…sussurra ou grita-nos, queima-nos ou gela-nos, dá-nos o sorriso ou a lágrima, protege-nos ou abandona-nos…e aquilo que é contrário do bom, não é bom e dói…
Quando temos amor por alguém a vida fica tão mais fácil, não temos medo de nada, somos capazes de atravessar o mundo se for preciso e sorrimos muito, muito mais …se o amor parte, uma parte de nós também vai com ele e tentamos dia após dia, encontrar razões que nos façam sorrir, procurando formas de conviver com a solidão, para que não doa tanto…o coração fica apertado e lentamente vamos encontrando o nosso caminho, descobrindo novos horizontes, navegando para outras margens…renascemos numa nova vida e colocamos mais uma pedra no castelo da nossa identidade e unicidade. Encontraremos outro amor, que nos devolverá o sorriso, de uma forma espontânea e tudo faremos para que os erros que sejam cometidos nesta nova história (sim, porque os erros fazem parte de nós) tentem ser compreendidos e ultrapassados, tentando edificar estruturas sólidas em termos relacionais…
Porventura, voltará a suceder-se o mesmo e o ciclo recomeça, ou poderá realmente dar certo naquela vez, mas por mais voltas que a vida dê, por mais labirintos que percorramos, haverá sempre uma porta aberta para o amor.
O amor transporta-nos em viagens alucinantes por caminhos desconhecidos no nosso interior…já procurei mil e uma maneiras de descrever este sentimento tão…tão…indecifrável e transparente ao mesmo tempo e nunca consegui passar para as letras a magnitude, a cor, o som, a temperatura, a textura, o odor, a mistura, a mescla de coisas unas e simples que nos invadem a alma e nos descabelam a lucidez que se apossa de nós quando experimentamos o amor…
Porém, encontrei uma “definição” que até hoje me pareceu a mais perfeita e a mais simples. É uma pequena parte de uma passagem da Bíblia, que integra «1Cor.13», e é assim:
“…O amor é paciente, o amor é prestável, Não é invejoso, não é arrogante, nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê. Tudo espera, tudo suporta…”

Digo que para mim esta é a definição mais perfeita do amor que já li, pela sua simplicidade e no entanto faz-me questionar e pensar tantas coisas…ou o amor entrou em vias de extinção, e as únicas espécies sobreviventes que o encarnam vivem no outro lado do globo, ou então esta pequena passagem sobre o amor, que tanto gosto, não passa de uma utopia, um discurso naif…publicidade enganosa?
O certo é que, aparte as utopias, a publicidade enganosa e os incómodos de que me queixo, o amor é o pão-nosso de cada dia, é o nosso alento, a nossa motivação, muitas vezes o perdão…sem ele, o amor, a vida é a preto e branco, o mar é só uma enorme porção de água, os dias não têm propósito, a música é só mais um barulho que chega aos nossos ouvidos, somos gelo…somos parasitas...
Incomodam-me muitas coisas no amor, mas o que me incomoda de verdade, é não amar, muito mais do que não ser amada…ao não amarmos não reconhecemos nem valorizamos o sentimento do outro, não sentimos, não somos, não se é! Porque o amor é o milagre, é o sentido, é a matéria de que somos feitos, é como que um culto a seguir…
Porque o amor é querer ser muito mais do que ter! É a harmonia entre histórias, atitudes, pessoas, credos, cores, partidos, clubes…a vassoura da diferença e indiferença, é a medida certa…qb (quanto baste) …
Prefiro amar, e só amar, ainda que nunca amada, pois de contrário não serei abençoada…
Beberei eternamente pelo cálice do amor, mesmo que sede não tenha e darei a beber de quem da secura padeça…

Depois de dar nós ao cérebro para tentar tirar o itálico do resto do texto, acabei por desistir, antes que o computador ficasse com ferimentos graves (risos). Se alguém me puder ajudar agradeço!

Beijinho
Darsham

Foto de Marcos Pinto

Desabafo (My life)

Eu queria, se podesse, ler a tua mente.
Sim, quem me dera saber o que pensas e o que tu sentes.
És tão inteligente, tão sábia e ensinas com humor o que já viveste e aprendeste.
Tens a sabedória e o discernimento que eu sempre quis, que sempre sonhei possuir.
És tímida, noto isso quando no fim das nossas longas conversas, digo que te amo.
E tens razão, nós dissemos isso a todo mundo, que até hoje soa normal e sem significado algum. Mas é diferente quando digo a ti porque na verdade, não existe sentimento maior do que este que sinto, as vezes parece que te desrespeito, quando dirijo-me mal a ti ou dou respostas estúpidas, mas todo mundo irrita-se e descontrola-se as vezes, e eu nunca pedi desculpas, mas tu sabes que eu arrependo-me sempre, e se não o mostro por palavras, mostro por actos, e sei que me perdoas porque sempre correspondes como se nada tivesse acontecido.
Acredita que eu tenho lutado para ser um filho melhor, sei que não tirei boas notas como sempre sonhaste no ensino pré-universitário e não me esforcei o bastante para ser notável, sei que até hoje cometo erros, e tenho me comportado como se ainda fosse uma criança, mas acredita que tenho feito coisas para tentar chamar a tua atenção, e que tenho lutado para que te sintas orgulhoso de teres um filho como eu.
E tudo que tenho que fazer é agradecer, as vezes ponho-me no teu lugar e sei que é difícil, eu fazes todos os sacrifícios possíveis para manter a nossa família unida, e eu respeito a tua luta e luto também para que este teu sonho se concretize.
Na adolescência aprendi várias coisas, que hoje deram-me uma visão mais clara sobre a vida, e pelos problemas que passei, hoje percebo que a minha idade é pouca, e sei que já passaste por isso e por coisas piores, e que eu tenho uma biblioteca viva em casa, que as vezes por ironia e por pensar que sou bom o suficiente para perceber as coisas, não faço o uso desse bem pessoal.
Dizem que herdei o teu carácter, a tua calma, a tua sensibilidade, paciência, mas eu não concordo. Porque na verdade somos muito diferentes, se eu fosse igual a tia, seria muito feliz, mas quero que saibas que na verdade eu nunca quis ser igual, eu quis sim possuir alguns traços teus, e já que dizem que tenho alguns, vou usá-los sempre bem, mas não é o suficiente, porque ainda tenho muito a aprender contigo.
A nossa família desabou, sem eu saber o porquê, e nunca entendi a razão, achava normal o facto de tu e a mãe viverem em casa separadas, porque antes eu não fazia ideia do que era uma família, mas hoje percebo os danos dessa separação, e a distãncia que eu tenho contigo mãe faz com que as vezes eu nem sinta a tua falta, e é algo que doi muito e machuca o meu coração.
Foi preciso pensar nisso tudo para poder abrir os olhos para a vida, porque sempre vive despreocupado, sem certezas sobre o que queria e hoje tento encontrar o meu caminho, estou farto de ser guiado pelo destino, e sei que vai ser difícil fazer esta escolha, mas tenho que dar um rumo a minha vida, porque chegaram as épocas das ideias e a hora de ser mais criativo, deixar para trás a coisas inúteis e sem brilho que eu fazia.
E não dou totalmente o crédito a vocês por essas todas mudanças, porque eu conheci alguém que abriu-me os olhos para ser mais responsável também, alguém que não parava de dizer que eu era perfeito e que tinha muitas qualidades, alguém que foi íntimo para mim nos periodos de julho à dezembro de 2007, mas essa pessoa desapareceu, e eu perdi grande parte da força de vontade e inspiração, e quando essa pessoa que eu amava partiu, conformar-me com isso foi uma das coisa mais difíceis que aprendi, mas hoje admito que ganhei forças, e com as saudades do carinho, da atenção e o apoio dessa pessoa, construi os alicerces de uma nova vida, outrora partidos. E após perder alguém importante percebi que não importa a altura do nosso castelo, ele poderá cair um dia, e cabe a nós decidir se vamos deixá-lo em ruinas ou construi-lo de novo com mais segurança.
E foi isso que fiz e hoje sinto-me mais seguro e menos vulnerável à ilusões, mas nunca deixei de ser sonhador e também não deixei de acreditar nas palavras das pessoas que amo.
Tenho vários amigos, velhos e recentes, uns deles se preocupam comigo e outros não tanto, e tenho amigos novos que querem sabe tudo sobre mim e que as vezes obrigam-me sem querer a voltar ao passado, e també conheço os amigos verdadeiros que tenho, e sei que são poucos, mas porém são muito valiosos.
E eu não quero morrer de mãoes vazias, não quero enxe-la de bens materiais, quero ser notável enquanto viver, ser uma pessoa sempre pronta a ajudar, sempre presente quando for possível para dar conforto e carinhom para as pessoas que amo, e se um dia morrer, sabendo que já fiz alguém feliz, que já fui a razão de muitos sorrisos e vitórias, irei morrer feliz, porque eu nunca quis ser grande, e não pretendo até hoje, o reconhecimento que terei talvez nunca saberei, mas sei que haverá um lugar para mim onde eu mereça estar, e nunca vou deixar de acreditar na felicidade, porque é a conquista que eu procuro, ser uma fonte de inspiração ao próximo.
Dedico estas frases para os meus pais, irmãos e amigos, queria dizer-vos que nenhum de vocês tem um pódio e que também não existem lugares maiores e menores no meu coração, e não se preocupem que eu tenho tempo para cada um de vós, sei que as vezes não vos contacto, mas não quer dizer que eu esqueci que vocês existem, porque uma vez dentro do meu coração o vosso espaço será permanente, e tem lugares por onde passo que me fazem lembrar de cada um, e é por isso que as vezes ligo ou dou um sinal, porque lembrei justamente de vocês.
E que não há distância que desafie o poder do sentimento, e eu não sou uma pessoa difícil de ser compreendida, sou diferente, não sou perfeito, e que sempre espero que me respeitem e aceitem-me como eu sou.
As mudanças que acontecem aos meus hábitos são coisas do tempo, e que vocês sabem muito bem que creci e vou continuar crescendo.
Muito obrigado pela vossa atenção, carinho, apoio e dedicação que têm comigo.
Acreditem que não há frase mais linda para expressar tamanha gratidão e como gosto da simplicidade, simplesmente vos digo:
“AMO-VOS”

Foto de Paulo Marcelo Braga

O DUELO DE JESUS CONTRA OS HIPÓCRITAS

"Tudo o que aqui ele deixou
não passou e vai sempre existir...".
(Roberto Carlos).

Havia, no tempo em que Jesus existiu,
estorvos contra os quais ele duelou.
Os fariseus eram donos do templo vil,
que às criaturas humildes escravizou.
Com as suas aparências enganosas,
de “bons samaritanos”,
eles tinham maledicências perigosas,
adotavam uns planos
cheios de hipocrisias
e sempre ofereciam esmolas à população,
durante certos dias,
em que conduziam cerimoniais de religião.

Nas solenidades vazias,
distribuíam, com ostentação,
oferendas nas liturgias,
onde produziam uma ação
divulgadora de fantasias,
abusavam das afetações
e, com suas faces constritas,
clamavam suas orações,
diante das classes proscritas.
As normas dos hipócritas chefiavam
o estorvo do “partido democrático”
e, de formas despóticas, apedrejavam
o povo tão sofrido quanto estático.
Outro partido, o “sacerdotal”,
era composto pelos conservadores saduceus,
que faziam um fingido cerimonial
e assumiam os postos de “seguidores de Deus”.
Eles eram seres de durezas
secas, comodistas, de crenças
nos seus “poderes” e certezas
tradicionalistas muito intensas.
Esses partidos opositores
tinham uma moral interesseira,
além de fingidos oradores,
promovendo uma total asneira.
Acima deles, só o poderoso
César e seu nimbo encarnado.
Todo esse clima calamitoso
Jesus lutou para ver modificado.
Por isso, o mestre não atacou
as criaturas, mas as doutrinas.
Sem ser omisso, ele duelou
contra as imposturas malinas.
O grande duelo se iniciou nas sinagogas
da Galiléia e teve continuidade
pelo templo de Jerusalém, sob as togas
de uma platéia sem autoridade.
Jesus não atacou seus adversários:
esperou receber ataques irados
e com sua luz, retrucou mandatários
isentos de destaques e respaldos...
Jesus usou como tática
inicial a base de uma mansidão
que produz, na prática
espiritual, a catarse da salvação.
Os adversários não captaram
a mensagem verídica
e, como corsários, zombaram
da imagem pacífica.
Jesus, então, mudou de tática:
Ele passou a atacar
toda aquela hipocrisia enfática
que ousou lhe criticar...
Derrotados, os algozes
de Jesus usaram um deletério plano
e soltaram suas vozes,
acusando-o frente ao império Romano.
As acusações não tinham fundamento.
Mesmo assim, Jesus se viu perseguido,
evadiu-se e só se entregou no momento
em que cumpriu sua missão e foi traído...
A sua jornada fugitiva,
pela Síria e locais pantanosos do Jordão,
foi demorada, educativa,
e trouxe paz aos vitoriosos sem omissão.
Conduz a bela história final
de Jesus à vitória real, sem engodos.
Da cruz, na memória atual,
reluz sua oratória triunfal sobre todos.
É essa a moral duma história imperecível,
impressa, afinal, na memória inesquecível:
Jesus ousou desafiar todo poder fugaz
e nos ensinou a lutar para obter a paz...

Paulo Marcelo Braga
Belém, 20/10/2007
(02 horas e 07 minutos).
Foto de Cabral Compositor

Verde Amarelo

Verde Amarelo

Brasil, meu Brasil brasileiro
De tantas matas, praias e campos, montanhas e nascentes
Brasil, meu Brasil brasileiro
De criaturas fantásticas e acrobáticas
Que lutam por um dia a mais, por um lugar ao sol, por um teto
Brasil, meu Brasil brasileiro
De estados, de federação, de legendas mil, mil partidos e um só Brasil
Brasil, meu Brasil brasileiro
De rios poluídos e aterrados, de oportunistas e falsifica dores
De pobres trabalhadores, assalariados
Brasil, meu Brasil brasileiro
De estradas de estranhos trajetos, objetos indiretos
De obras inacabadas, de hospitais abandonados, e de balas perdidas
Brasil, meu Brasil brasileiro
De cantos, de encantos, de tradições regionais e futebol
De teatro, de dança, de esportes especializados
De filhos nos córregos, de filhos arrastados, de filhos mortos
Brasil, meu Brasil brasileiro
De encantos mil, terra varonil, de esplendor
Brasil, de Rio de Janeiro e Salvador, de São Paulo e Maceió
De Paulo Afonso e Minas Gerais, de Porto de Galinhas e favelas
Brasil, meu Brasil brasileiro, de mineiros, cariocas e estrangeiros
Assaltados, mal tratados e com um Cristo acolhe dor
Brasil, de crenças e religiões, de povo com fé nos milagres
De samba, de xaxado, de chorinho, de forro, de Axé, de MPB
Brasil de brasileiro como eu, de brasileiro que morreu pela pátria
Pátria amada, idolatrado, salve, salve

Foto de Paulo Marcelo Braga

"OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS"

“OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS”

“Quem oculta o crime tem culpa,
quem ocupa o trono também...”.
(Engenheiros do Hawai).

De 09 a 28 do mês de novembro de 2007, uma ação integrada do Governo do Estado, fez a “operação paz nos rios”, sob o comando ponderado do coronel PM Barbosa. A população sentiu os brios da briosa equipe de funcionários públicos de várias secretarias, levando segurança, cidadania e saúde às periferias ribeirinhas, durante vinte dias inteiros, à bordo do navio Grão Pará, do Corpo de Bombeiros.
Nas localidades beneficiadas pela referida “operação”, alguns alcaides, influenciados pela atrevida oposição, perderam as oportunidades de uma integração com o poder estadual. Pode ser que o relatório do coronel, comandante da missão fluvial, sirva para desfazer o escarcéu reinante em alguns municípios visitados e atendidos no cumprimento da “operação” determinada pela governadora Ana Julia Carepa. Como integrante efetivo da SESPA, com passagens traumáticas pelo interior deste Estado, não estranhei as defasagens enfáticas, promovidas por um e outro gestor empossado, cujo prazer maior é deixar um trabalhador caloteado e o povo sofredor desamparado.
Durante a viagem, o trabalho foi estressante, sem atalho, mas teve um atenuante: felizmente, a Guarnição de Saúde dos Bombeiros tem (isso eu pude comprovar) a potente vocação, além da boa virtude de verdadeiros profissionais solidários. Eles são guerreiros sociais comunitários, cuja parceria com a SESPA foi importante para me manter atuante, sem esmorecer ao cansaço e atender com desembaraço. Deixo minha gratidão registrada àquela guarnição bem treinada que esfacela qualquer articulação complicada com uma atuação bem organizada.
O expressivo aprendizado adquirido na viagem teve o incentivo inspirado inserido na bagagem. A embarcação saiu fora do horário pré-determinado. Então, quem chegou na hora fez um comentário exaltado, sem perder o requinte. O trajeto navegado foi o seguinte: Gurupá, Melgaço, Breves, Bagre, Curralinho, São Sebastião da Boa Vista e Ponta de Pedras. Em Gurupá, após dois dias trabalhados, a embarcação seguiu viagem. Quem lá compôs poesias guardou a composição na bagagem. Melgaço é uma cidade com discrepâncias marcantes e um traço de atividade com importâncias atuantes. Em Breves, há desrespeito pela saúde da população. Sem greves, não haverá feito que mude tal situação. Bagre é uma cidade pequena, hospitaleira e organizada, que não tem gestão plena, mas a saúde é bem tratada. Curralinho, pobre município, onde muito poderia ser realizado, se o caminho do benefício fosse o intuito do poder empossado. Em São Sebastião da Boa Vista, os desafetos da ditadura oficial não estão parados à toa na pista, são corretos e têm postura social. Em Ponta de Pedras, os exames são aprazados para o mês seguinte. Há tantas refregas e vexames: muitos são prejudicados pelo acinte.
Breves é exemplo de município com gestão plena e recursos adequados, porém não utilizados em prol da população. Lá, graças aos abusos confirmados a doença social não tem cura e merece uma prensa judicial dura. Vários pacientes denunciaram, durante o atendimento médico, que devido o fingimento antiético de quem deveria fornecer passagens fluviais, guias de TFD (Tratamento Fora do Domicílio) e casa de apoio para as consultas especializadas em Belém, ao invés de se ater às molecagens, sem respeito por ninguém. No Hospital Municipal de Breves, consultas são desmarcadas sem justificativas. Pacientes passam madrugadas na expectativa do atendimento e, no dia seguinte, são informados, com atrevimento e acinte, de que as esperas não serão compensadas, nem com aprazamento, quando as consultas são desmarcadas. O sofrimento clama por lutas organizadas, respaldo jurídico e alento ao estorvo considerado crítico.
Resta esperar que as discrepâncias sejam solucionadas pelas instâncias legalizadas. O intento do Governo do Estado em dar alento ao povo desamparado do interior deve ser mantido, aprimorado, e serve para ser instituído, caso seja bem programado, sem que o pagamento dos funcionários saia atrasado. Passei vinte dias trabalhando, enfim, no navio Grão Pará e o meu pagamento ainda não saiu. Assim não dá... Nem a propósito, as diárias e os plantões, devidos e não quitados, são sectárias embromações dos partidos burocratizados, que deixam trabalhadores populares aborrecidos e desestimulados. Apesar dos pesares, é tão bom voltar pra casa, após cumprir o dever em paz e conseguir cortar a “asa” de um algoz “poder” fugaz.

Paulo Marcelo Braga
Belém, 02/12/2007

"OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS":
AS IMAGENS DAS VIAGENS


Foto de JGMOREIRA

DA GRANDE DECEPÇÃO DO HOMEM AO VER-SE SÓ, CONTEMPLANDO O ABISMO

DA GRANDE DECEPÇÃO DO HOMEM AO VER-SE SÓ, CONTEMPLANDO O ABISMO

Estou só no mundo com todas as alegrias resguardadas
De contaminações humanas. Estou só e porto uma espada
Para desafiar os perigos que encontro na jornada
das adagas insanas.

Estou só. Tenho nas mãos as cartas que me envias
Não as respondi com medo de revelar
Quem em mim não mais residia.

Todos os laços estão rompidos
Todas as flechas lançadas
Todos os corações partidos
Mas ouço nas lembranças
Uma canção de amor evoluindo

Estou à beira do abismo
Enquanto as rochas resistem
À investida das águas insistentes
A distância entre mim e as pedras
É a desse amor dissente
Que em ti sobrevive

Tenho nas mãos a espada
As cartas e o vento no rosto
Enquanto olho estupefato
A violência das águas.

Queria o amor, sim
Como desejei amar
Mas queria que entendesses
Um amor sem carne dentro
Que tivesse palavra por alimento
Que se deixasse amar
Para que amasse o corpo
Como se linimento
Para todos os sofrimentos
Infligidos por esse tempo impiedoso
Que sorri ao desamarrar mãos de amantes
Como se sua maior obra fosse o desgosto.

Estou à beira dessa profundidade
Dessa altura estonteante
Completamente enlouquecido
Pela certeza da inutilidade
Desse amor por ti enaltecido

Defendes o grito do gozo
Enquanto aguardo o silencio do êxtase
Derramo-me em ti para escapar da morte
Enquanto te abres para esquecer do dia.

Passo os olhos nas tuas palavras
Que nada comovem em mim.
O homem a quem as dedicava
Há muito retirou-se de ti
Evadiu-se de mim
Esquecendo essa espada
Largando essas cartas
Que não servem para nada

Foto de angela lugo

Ah! Poesia

Que preenche a alma
Que nos deleita de amor
De muita paz e alegria
Que vem como andorinha
Cantarolando o amor
Quem dera ser a poesia
Estar em todas as mentes
Entrando em cada coração
Levando as mensagens
Escritas com emoção
Baseadas em sentimentos
Que por um momento
Vem marcar cada coração
Ah! Poesia...
Que faz muita gente sonhar
Caminhar em poentes do sol
Olhar as estrelas admiradas
Dormir ao relento da noite
Olhando uma lua acordada
Ah! Poesia...
Que o papel se delicia
Com tanto amor e carinho
Que recebe de cada mão
Escrita por um poeta (a)
Que transpira cada palavra
Quando o transporta
De sua alma de seu coração
Para o papel ali inerte
Que espera pelo sentimento
Que chora... Sangra
Que sorri... Implora
Por amores partidos...
Por conquistas...
Por homenagens...
Enfim por todos os sentimentos
Que levam a esta palavra
Imponente e mágica chamada
Poesia

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