CADÊ O ANJO QUE ESTAVA AQUI?
Ele estava sempre por perto.
Bastava uma precisão.
Nem precisava apertar botão.
O meu anjo tinha umas asas embutidas.
E um sorriso!
Quando ele sorria tudo virava paraíso.
Ele gostava de falar.
Quando começava costumava se empolgar.
E mil conselhos vivia a me dar.
Puxões de orelha então nem vou contar.
Eu sabia que disso precisava.
Diante dele eu me desnudava.
A orelha na sua frente até colocava.
Como eu o encontrei?
Eu vou contar.
Bom demais lembrar.
Naquele tempo andava fazendo perguntas pro meu eu.
E no meu caminho, do nada, ele apareceu.
Me dava o que eu mais buscava.
Tanto carinho ele me entregava.
Não sei se fantasiei.
Mas algo me diz que não.
Do passado eu o busquei.
As brumas do tempo atravessei.
Meu anjo me ouvia demais.
Em pouco tempo soube mais de mim que meus amigos mais especiais.
Vasculhei meu eu em busca de descobertas e lhe mostrei.
Nem sei ao certo como isso aconteceu.
Um dia... talvez ele tenha pensado
que eu já estava curada.
E se afastou de mim.
Estou equivocada em pensar assim?
Meu anjo foi indo devagarzinho.
Não acabou o carinho.
Mas ele se foi de mansinho.
Anjo, eu ainda preciso de suas advertências.
Sabe, todas as minhas crenças...
Há horas que se transformam em nada.
Meu belo anjo, um dia destes eu vi o seu sorriso.
Foi através de uma vidraça.
Num prédio, ao lado de uma praça...
Foi uma utopia.
Louca fantasia?
Só sei que meu coração ficou em cantoria.
Se puder, volte.
Eu estou aqui.
Sempre precisando.
Sempre lhe esperando.
Com você contando...
Soninha