Paisagem

Foto de Carmen Lúcia

Reconstruindo a vida

Venho

lá do fim do mundo
onde manhãs são estrelas
riscando o céu de dia,
luzindo sobre o orvalho e a neblina
onde a lua redonda se declina
e lança o seu brilho mais profundo.

Onde o sol da meia noite
é rei vestido de ouro,
silvo do açoite que arrebata
e desvenda o tesouro,
deus irreal, imortal,
luz que nunca se acaba
dourando a Terra adormecida
que a seus pés se deita, vencida
e a paz do infinito surge de um portal.

Venho
dos prados mais distantes,
campinas e flores exuberantes,
matizes, cores em gradações
que encantam olhos já pesados,
acariciam a relva e os pés cansados,
as caminhadas e tribulações.

Venho
e trago a paisagem mais bela
mesclada com tons d’ aquarela
ceifando rancores, mazelas
sobre o andor da devoção
regado à imensa emoção...

Onde o profano desfia o rosário,
o cético se ajoelha ao sacrário
e o sagrado é mais que uma oração.
É um pedido proclamado em homilia,
é a vontade de gritar que ainda é dia,
que hoje e sempre é dia de reconstrução.

(Carmen Lúcia)

Foto de Arnault L. D.

O livro das Histórias

Doce manhã, que espelha
esta minha alma fria
e me faz nela contido,
na bruma, que acolhia.
Vago, se noite o alvor lido,
se o canto é noturno ouvido.

Doce voz das lembranças,
de espelhos e andanças,
que parte-me noutros de eu,
em laminas, casos, papel.
a somar paginas, broquel,
livro das opções ao breu.

Seu frio beijo, de gelo,
abrasa-me a pele crispada
e a saliva, por selo, sua
espreguiçada em meu cabelo,
qual garoa à pele, sou-a.
A voz, ensaia... mas, não soa...

Lusco fusco, negra aurora,
ir-se embora e o outrora,
qu’inda mora... vir a loa,
breve zás de eternidade,
em verdade é a saudade...
A grade implode, a alma voa!

Eleva... levo, partes de céu,
uns tantos de Lua e miragem,
de olhos, de boca e imagem,
frias manhãs, noites ao léu,
de mar, de Sol e paisagem,
sabor de leite, amor e mel...

Rompe aurora... a bruma sega,
aguda, a luz corta o jardim.
Estrelas que findam no dia,
exílio profundo, as renega.
A fria manhã, é o confim
do ler das paginas de mim.

Foto de Ayslan

Reflexo

Se eu pudesse dizer para o mundo todo esse sentimento
Se eu soubesse escrever bem meus pensamentos
Se ao menos eu conseguisse pegar o ritmo do meu coração ou te ver
Eu poderia tentar juntar palavras na intenção de ser poeta
Só para te ver sorrir arrancar o brilho dos teus olhos e te mostrar
que embaraça as palavras confundem a paisagem distorce e verso
e mesmo encantado quero te dizer que teus olhos pequenos sorridentes
olhar de menina, doce e sonhadora transmitem todo teu amor
Meu amor, minha linda minha estrela como te nomeei
Hoje não quero estender o eu te amo, hoje quero te dizer que
nem mesmo uma constelação e seus encantos podem ser tão linda e perfeita
quanto seu corpo de traços e pontos sedutores que chega a deixar tímida as palavras
Irresistíveis teus olhos capazes de despertar sentimentos e de me fazer poeta
E escrever tais palavras que não passam de reflexo do que posso ver ao olhar em teus olhos
Vejo-te dizer sem parar (eu te amor, eu te amo)

Para: Priscila

Foto de Carmen Vervloet

Asas

Voar de avião sempre me dá
uma sensação de liberdade,
minha alma canta plena de felicidade!
O céu azul, a praia branca,
o mar que encanta
e eu já na rota cor de saudade,
em busca de outra cidade
desfolhando os meus olhos
pela linda paisagem!
Junto comigo voa a imaginação
debruça-se sobre nuvens,
acelera o coração!
Como uma rosa brota meu pensamento,
imagino o exato momento
em que Deus criou esta maravilha
de planeta
e meço com minha ampulheta
a intensidade da minha felicidade,
neste voo de liberdade!
Olho a pista chegando,
recolho a imaginação pousando
e lá vou eu, feliz, para
a asa sul desta cidade.

Foto de Carmen Vervloet

Feliz

Feliz por recostar a cabeça no travesseiro
com a consciência tranquila...
Feliz por enxergar a beleza da paisagem
nesta curta viagem que é viver...
Feliz por ter conseguido arrancar
tantas pedras do caminho e
com elas ter pavimentado outros caminhos
por onde passo mais leve, sem tantos tropeços,
vendo as flores desabrochar numa superfície calma
fazendo-me sentir o aroma da alma
exalado pela dádiva de ver a vida
com olhos de amor!

Foto de Carmen Vervloet

Vendaval em Vitória

Maio bocejava pensativamente
O dia escureceu num segundo
Nem tempo de pensar teve a mente
E logo veio aquele medo profundo!

O vento levantou-se em vendaval
Na tristeza infinita da paisagem
O espaço virou um gigantesco areal
E a alegria fez uma forçada viagem!

E naquelas tantas casas sossegadas
Onde muitos fizeram os seus ninhos
A paz foi subitamente soterrada

Deixando tanta gente em desatino
A tranquilidade voou qual passarinho
Sem ninho, sem rumo, sem destino!

Foto de Siby

Duas vidas e um caminho

Vinha tão só no meu caminho,
Então você surgiu, sem avisar,
Foi chegando sem eu esperar,
Se aproximando de mansinho.

Agora o meu é o seu caminho,
Na estrada da vida a caminhar,
Onde há obstáculos a superar,
Retas e curvas, flor e espinho.

Somos duas vidas e um caminho,
Compartilhando a mesma paisagem,
Paisagem da vida, que é uma viagem,
Na vida, com sonhos se traça o caminho.

Tudo passa, o que ficará é o carinho,
Tenho você para me acompanhar,
E de mãos dadas vamos andar,
Seguindo sempre o mesmo caminho.
(Siby)

Foto de Joaninhavoa

Um voo ...

...
...
..
..
.
.
.
«É noite
e na noite
a gente queda-se
fica no silêncio
dos sentidos
como cisne
parado no lago.
Deslizo suave
onde vou
para onde voo
tenho-te
na paisagem
na imagem
que crio
ou reflete
no pensamento
sempre.»

Joaninhavoa
(HelenaFarias)
2013/03/23

Foto de P.H.Rodrigues

Centurião: Rio

Seguia o Centurião em mais um dia de sua jornada.
Nas margens de um rio, um barco, em um tronco amarrado.
Sem tripulação, ou aviso. Simplesmente, largado.
Ao nada. Ele pensa, e vê, que o barco pode lhe ajudar.

Sobe. Porém, nada tem para remar, e não sabe ao certo,
onde tais águas o irá levar. Inapropriado, mas usa sua espada.
Mesmo cortando as águas turvas, e quase não saindo do lugar,
uma direção tem que tomar.

Desce o rio observando a paisagem. Vê várias formas Bizarras, outras elegantes.
Algumas, tão belas, que nem parecem ser reais. Sente-se um pobre delirante.
Sente no peito, um aperto de saudade. De algo que ainda não aconteceu.

De textos lidos, que ninguém escreveu. Anceia logo, pelo porto seguro.
Navegará sem parar. É tudo que sabe. Não sente medo dos monstros que há de encontrar.
Sente receio de que não encontre uma costa, para atracar.

Foto de Susana Marina

Folhas Soltas

Folhas soltas
Leva o vento
Escritas palavras
Com sentimento

Coração amado
Coração sofrido
Lembranças do passado
Nada esquecido

Folhas soltas
Ao relento
Sorrisos mantidos
De um lindo sentimento

Na miragem da brisa
De uma linda paisagem
No sereno mar
A tua imagem

( Susana Marina)
29/09/2011

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