Paciência

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

REFLEXÃO SOBRE A FALTA DE PACIÊNCIA

A falta de paciência, é uma arma contra nós mesmos.
A falta de paciência pode nos levar a loucura.
A falta de paciência pode nos levar a consequências
inrreparavéis,trazendo muita tristeza, muito sofrimento.
e deixando cicatrizes para o resto de nossas vidas.

A falta de paciência nos afasta das pessoas,
nos afasta de nossos entes queridos.
A falta de paciência nos afasta de um grande amor.
A falta de paciência nos afasta da realidade.

Sendo que o pior estágio da falta de paciência
é quando você faz seus pedidos a Deus,
e não lhe vem respostas no momento
em que você quer, sendo que...!
Deus nos da respostas em momentos
oportunos e não quando queremos...

A falta de paciência. leva as pessoas á
perderem oportunidades chances de vitória,
até mesmo de acreditarem em Deus,
visto que Deus é paciente.
É fundamental que tennhamos pasciência.
Esperar....é conquistar!

Foto de syssy

Frase V

A gentileza faz de você uma
boa pessoa, sendo pouco tenha
paciência.

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

PRECISO DE VOCÊ.

*
*
*****
*****
Preciso de você,porque nasci predestinada a cumprir essa missão.
Você é o sustento de minha alma,a energia que me mantém viva.
Preciso de você porque você são todos os meus sentidos,
Sem você não sinto cheiro gosto não vejo as coisas belas da vida,
Não sinto o toque de um carinho.

Preciso de você por se tornar meu vício
Que mantém a alma e a vida em evidência.
Preciso de você com urgência,
Por não saber lidar com a paciência.

Preciso de você como o sol precisa da lua
Numa bela noite de luar, um eclipse a se concretizar.
Preciso de você hoje amanhã agora sempre,
Não tem dias hora nem lugar,a minha necessidade
É você ...

Preciso de você por ser o significado da minha vida,
Por fazer parte de mim,do meu eu....
Preciso de você para nunca duvidar
Que o amor existe, que histórias de amor
São verdadeiras...
Preciso de você pela glória de sua existência
Por só querer te amar...
Anna ( a flor de lis).*-*

Foto de cafezambeze

O GRANDE DIA - POR GRAZIELA VIEIRA

O Grande Dia

20 de Julho 1953.

Ás quatro da madrugada, quando a pálida luz d’aurora ainda mal fazia a sua aparição, já minha mãe me arrancava aos braços de “Morfeu” onde eu na véspera, prometera a pés juntos não mergulhar.

Chegara enfim o grande dia. O dia do acontecimento mais relevante dos meus franzinos dez anos. Ia, enfim, fazer o meu exame da 4ª classe a Mirandela.

Mirandela!!!!!!!! Uma Vila que eu só conhecia em sonhos, ou de ouvir falar. A azáfama dos últimos preparativos e conselhos dos familiares orgulhosos, as últimas recomendações da senhora D. Ermelinda Rafael, minha professora e irmã do ilustre médico Dr. Mário Rafael, tinham feito com que adormecesse mais tarde e àquela hora, francamente, não me apetecia nada levantar.

- Anda filha que são horas: já tens o caldo na malga. Põe-te a dormir e depois come do sono. Olha que o exame não espera por ti e temos muito que palmilhar. Se tínhamos! É que dos Avidagos, minha terra, até Mirandela são cerca de 24 km os quais tínhamos que fazer a pé:

-Porquê? Pela simples razão de não haver dinheiro para a Camioneta, ida e volta, para a chita do vestido novo que a minha tia Mariana me fez, para os sapatos comprados para a ocasião, para pagar a Pensão onde teria que ficar, etc. Os meus pais para suprir as despesas mais prementes, tiveram que segar manual e prematuramente duas jeiras de trigo e vender o grão ao senhor Regedor.

O sacrifício foi enorme, mas o orgulho de ter uma filha que ia fazer o exame da 4ª classe quando ainda não era obrigatório, compensava-os plenamente.

Engoli o caldo á pressa e pusemo-nos a caminho eu e minha mãe. As nossas socas brochadas faziam barulho nas pedras do caminho quebrando o silêncio matinal. De vez em quando sacudia uma ruga, imaginária, do vestido novo. Por vezes, levava a mão á cabeça a ver se a fita cor-de-rosa que a minha avó materna me oferecera para a ocasião, ainda lá estava. Querida avó! Tinha vindo das Varges aos Avidagos a pé só para me presentear com a fita. Ela queria que a sua neta, fosse a mais bonita de todas. Não estou bem certa, mas penso que a distancia por ela percorrida por caminhos tortuosos, devia rondar os nove ou dez quilómetros, senão mais.

Comecei a tomar noção da responsabilidade em não defraudar, com um chumbo, as expectativas e esperanças que os familiares em mim depositavam.

-Ó mãe ainda falta muito?

-Não, é já ali.

Relógio? Que é dele. Isso era um luxo dos ricos, mas pelas minhas contas, havia mais de duas horas que a minha mãe dizia, é já ali. Eu nunca antes tinha feito uma caminhada daquela envergadura. As minhas fracas pernas, começavam já a acusar o cansaço. Sem querer, invejava os meus cinco irmãos mais novos que haviam ficado no aconchego da cama. O sol começava a despontar no horizonte cobrindo as já louras searas de trigo e centeio que ondulavam com a fresca brisa matinal como se fosse um mar gigantesco de ouro salpicado de papoilas vermelhas mais fulgurantes que rubis. As cotovias, melros, rolas e picanços, saudavam o astro-rei com os seus melodiosos gorjeios, num agradecimento á mãe natureza o fausto banquete que esta pusera á sua disposição e das respectivas proles. De vez em quando, uma lagartixa espreitava por entre as pedras do caminho, curiosa com o sincronizado das nossas socas, trepa que trepa. Ao longe, um ou outro rancho de segadores começava o seu árduo trabalho com os rins dobrados sobre as searas que as seitouras iam dizimando. De repente um frémito de alegria percorreu o meu já cansado corpito ao avistar uma povoação. Aligeirei o passo e pergunte

-Ó mãe, ali já é Mirandela?

-Daqui lá não me doa a mim a barriga, respondeu a minha mãe já agastada de tantas vezes responder, á contínua pergunta de, ainda falta muito?

-Ali são as Lamas, falta quase outro tanto para chegar a Mirandela e temos que andar mais depressa para estar lá ás nove horas senão, não fazes o exame.

Prossegui calada deitando um olhar de esguelha á saquita que a minha mãe levava á cabeça onde a par dos livros e da merenda, iam os sapatos novos que só calçaria á entrada da Vila para fazer jus ao rifão. Menina da aldeia, á entrada da Vila calça a meia A malga do caldo de cebola? Onde é que ela já ia.

Reparando nas minhas espiadelas á saquita e como caminhássemos ao longo de uma parede que circundava uma horta, a minha mãe disse:

- Sentemo-nos só um cibinho para comer que depois já temos força para andar mais depressa. Ó que mágicas palavras para os meus ouvidos. Levantei o vestido quase até á cabeça para não o sujar ou enrugar na parede de xisto, e á fatia de pão centeio, que minha mãe cozera na véspera, e ao punhado de figos secos, foi um ar que lhe deu.

Reconfortada com a frugal refeição e com cinco minutos de descanso, pusemo-nos novamente a caminho. De súbito ouvi o trotar de uma cavalgadura atrás de nós. Voltei-me devagar e disse:

-Ó mãe, vem ali o ti João Vinhais com o filho a cavalo no macho. Na verdade, não era meu tio, mas na minha aldeia, os mais novos tratavam os mais velhos por tios e tias.

-Bom dia senhora Adelina! Madrugaram!

-Bom dia senhor João, que remédio!

Deixei de ouvir o resto dos cumprimentos e concentrei-me no Francisco Vinhais, um rapaz da minha idade e que todo janota em cima do anafado macho também ia fazer exame. Eu bem me saracoteava para ver se o Xico olhava para o meu vestido novo e para o laço que me prendia os curtos cabelos mas o Xico não reparava e eu saltitando, quase me punha á frente do macho. Ó! Vaidade feminina, que tão precocemente te manifestas em futilidades. O ti João vendo os olhares constantes que eu deitava aos cavaleiros e atribuindo-o ao meu cansaço, apeou-se e disse:

-Monta no macho enquanto vou um bocado a pé para esticar as pernas.

-Obrigada senhor João, disse minha mãe: Ela só já ia a ganir que lhe doíam as pernas

-E tem razão, com o estiraço que já fizeram não é para admirar.

Ele mesmo, pegou nos meus vinte e cinco quilos e pô-los em cima do macho. Nunca lhe agradeci o gesto nobre e bondoso que tomou naquela ocasião. Hoje ainda me pergunto se chegaria a tempo do bendito exame sem a sua intervenção. De vez em quando eu, com pouca vontade, ainda lhe dizia:

Ó ti João, quer montar que eu desço?

-Deixa-te ir que vais bem.

O Xico repontava; ó pai, ela não vai quieta com os ovos daqui a pouco caímos os dois.

O que o Xico nunca soube, é que para não amarrotar o vestido, eu estava sempre a puxa-lo debaixo do assento desequilibrando-me.

Por fim, chegamos á entrada da ponte. Já se avistava a Vila de onde sobressaía a então famosa Casa Verde. Depois de deixar o macho entregue a uma pessoa conhecida, o ti João cheio de paciência, esperou que eu calçasse os meus sapatos novos, dois números acima do tamanho indicado para me servirem daí a muito tempo, e começamos a atravessar a ponte, a caminho da escola onde iam ter lugar os exames.

-Ó mãe, deixe-me ir ali a Senhora do Amparo fazer uma promessa para eu ficar bem no exame

-A promessa, dou-ta eu. Se ficares mal, á vinda para cá atiro-te da Ponte abaixo.

-Ó senhora Adelina!.......Disse o ti João apaziguador: Não diga isso á rapariga, que ela pode-se enervar e fazer mal a prova.

-Eu cá sei as linhas com que me coso, isto é falar por falar.

Só alguns anos depois é que me apercebi que a minha pobre e querida mãe ia mais nervosa que eu, e que os meus pais, tinham sido criticados por fazer tantos sacrifícios para que eu pudesse fazer a 4ª classe. Se ainda fosse um rapaz, vá lá, que sempre fazia falta para arranjar um emprego! Agora uma rapariga pobre para que é que queria o exame? Melhor me mandassem ir servir para aprender a ser uma mulher como devia de ser. Isto, diziam aquelas senhorecas de meia tigela que mal sabiam assinar os próprios nomes, e que queriam quem as servisse a troco dos restos da comida que deixavam nos pratos. As “comadres” que as há em todas as aldeias e não só, essas diziam que parecia mal uma rapariga sozinha no meio de quatro rapazes propostos a exame, e outras coisas no género próprias dos meios rurais. Mas a minha ânsia de aprender aliada à boa compreensão de meus pais tudo superaram; o compreensível receio da minha mãe, era que eu ficasse reprovada e depois ter de ouvir as línguas viperinas a rirem-se de nós depois de tantos sacrifícios.

Por meu lado, estava consciente que a oportunidade se não repetiria mas tinha a certeza de estar bem preparada. Graças á minha boa Professora que sem esperar qualquer recompensa além da gratidão, depois das horas de aula oficiais, dava-nos em casa dela mais umas horas de explicações todos os dias. Nunca até essa altura, ela tivera um aluno seu reprovado; e essa era a sua gratificação interior. A meu ver, bem mais valiosa do que se recebesse algumas “luvas” coisa de que nunca houve conhecimento. Nos tempos que correm pode dizer-se que era um exemplo raro de dedicação ao ensino.

Chegamos á Escola dos exames um pouco cedo, mesmo assim já lá estavam algumas dezenas de alunos. Com olhar de lince vislumbrei a nossa Professora e dirigimo-nos para junto dela. Depois dos cumprimentos devidos, perguntei se os restantes rapazes já tinham chegado.

-Ainda os não vi e já estou a ficar preocupada. É que depois da sala de aula fechada para a prova escrita, não entra mais ninguém. De repente, o Francisco Vinhais, aqui já não era Xico, porque a Professora exigia que todos nos tratássemos pelos nomes próprios em vez das usuais alcunhas disse:

-Ali vêm eles.

De facto, o Casimiro, O Viriato, e o Luís Filipe, parecendo os três da vida airada, depressa chegaram junto de nós. Depois das últimas recomendações, e com uma disposição parecida à de quem vai para a guilhotina, entramos para dar início á Prova Escrita. Na Sala repleta de alunos de todas as Aldeias do Concelho, o silêncio era sepulcral. Só se ouvia o raspar dos aparos das canetas de pau, molhadas nos tinteiros brancos, no papel.

Ditado, Problemas, Contas, Redacção, etc., tudo seguia os seus trâmites sincronizados. Os pais ou acompanhantes, esperavam do lado de fora, quem sabe, pedindo a Deus para que nenhum dos seus fosse reprovado. Após três longas horas, abriram-se finalmente as portas e em silêncio, todos esperavam sofregamente os resultados. Ninguém arredava pé. Mais algum tempo e eis que os almejados resultados eram afixados. Começaram os empurrões, o esticar de pescoços, o por em bicos de pés a ver quem primeiro chegava junto dos resultados. A minha mãe teve que pegar-me ao colo para eu ver o meu resultado uma vez que ela não sabia ler e sendo eu tão pequenina, corria o risco de ser esmagada pelos mais matulões ou pelos adultos. Depois de muitos encontrões e pedidos de desculpas, lá chegamos aos famigerados resultados. Olhei atentamente e ao descortinar o meu nome, gritei:

-Mãe!... Fiquei bem! Ela ergueu-me bem nos braços e disse:

-Vê bem filha, não te enganes.

Tornei a olhar e confirmei. Fiquei bem, mãe, é verdade.

Quando me poisou no chão, fiquei como que petrificada ao ver rolar as lágrimas pela face de minha mãe. Intrigada, perguntei:

-Então a mãe está a chorar porque eu fiquei bem?

-Ó filha, não. Tu não sabes que também se chora de alegria? Pois o que eu sinto agora, é uma alegria enorme como há muito tempo eu não sentia. Deus te abençoe.

Entretanto os quatro rapazes, com um sorriso de orelha a orelha, davam também a boa nova. A nossa Professora que se associava á nossa alegria, lembrou.

-Agora toca a ir comer e descansar para estarem fresquinhos para a Prova Oral que é amanhã á tarde.

Não sei onde os outros se hospedaram, quanto a mim, a minha mãe levou-me a uma Pensão pequena, tipo familiar, que embora retenha o seu interior na memória, não fixei o nome da rua onde a mesma se situava. Levava vinte escudos por dia, com direito a três refeições e dormida. A minha mãe pagou o estipulado e preparou-se para o regresso a casa pelo mesmo caminho.

-Então a mãe não come aqui?

-Não, come tu que eu como o resto da merenda pelo caminho. Tenho que ir fazer o caldo para o teu pai e para os teus irmãos mas amanhã cá estarei para assistir á Prova Oral. Entretanto a senhora da Pensão já trazia para a mesa, uma fumegante travessa de batatas cozidas com congro. Lembro-me como se fosse ontem. Comi que me fartei. Á noite, fui para um grande quarto onde estavam duas camas e dois colchões no chão. A mim, calhou-me um dos últimos. Entraram depois uma senhora e duas meninas que rondavam a minha idade pelo que o motivo devia ser o mesmo. Aldeãs para exame. Apoderando-se cada qual do respectivo lugar. Em menos de um credo, já eu dormia o sono dos justos sem sentir as dores das bolhas que os sapatos me haviam feito nos calcanhares. Quando acordei na manhã seguinte, o quarto estava já vazio e arrumado. Ao dirigir-me á casa de banho, vi num relógio de parede que já eram onze horas. Depois do almoço, furtei um guardanapo da mesa, e fui para o quarto puxar o lustro aos sapatos com ele atirando-o depois para debaixo de uma cama. Pedi para me arranjarem o laço do cabelo e toda prosmeira, fui ter com a senhora dona Ermelinda que já me esperava á porta para me acompanhar ao local das Provas Orais. Reparou a Professora que eu andava devagar e com passo inseguro, como quem pisa ovos.

-Que é que tens rapariga? Vais com medo ou fizeste xixi na cama?

-Não minha Senhora, foram os sapatos que ontem me fizeram bolhas. Se calhar, vou-me descalçar.

-Nem penses, quero lá agora uma aluna minha descalça no exame. Calça as socas.

-Não as tenho cá, a minha mãe levou-as.

Ao cabo de uns minutos que me pareceram séculos devido ás dores, lá chegamos ao local. Já estava o que me parecia a mim, um mar de gente junto da Escola, para assistir ás Provas Orais. Naquela época, mesmo quem não tinha familiares a fazer exame, gostava de assistir ás Provas Orais para ver as habilidades dos alunos conhecidos e não só.

Como não descortinasse a minha mãe em parte alguma, trepei ao muro para ver melhor em todas as direcções. Que grande desilusão! Não estava em parte alguma. De certo não pode vir. Era tão longe! Ainda na véspera fizera a pé o caminho de regresso, e com certeza não aguentara outra viagem.

Envolta nos meus pensamentos, nem me dera conta de que já todos tinham entrado.

A sala estava cheia até à porta. Saltei o muro e precipitei-me para a entrada onde algumas pessoas não me queriam deixar entrar.

Que queres tu daqui? Não vês que não podes entrar? Vai brincar para a rua.

-Mas eu vou fazer exame, respondia em altos gritos. As pessoas olhavam para o meu corpo franzino, que não aparentava mais que seis anos, e riam-se.

Chô: - Cresce e aparece.

No meu desespero comecei a distribuir pontapés a torto e a direito, e furando por baixo da amálgama de pernas que vedavam a entrada da sala de Aulas, lá consegui chegar ao meu lugar. Mesmo a tempo… Estavam a chamar pelo meu nome.

Muito esbaforida, com os livros a monte dentro da saquita e toda despenteada, devido à entrada forçada, encaminhei-me para a mesa do Júri. Por instantes, esqueci a minha mãe, e concentrei-me na enorme responsabilidade do momento.

-Abre o livro de leitura.

Fiz o que me era mandado. O livro abriu-se na Lenda da Laranjeira de Santa Isabel. Li com gosto e com voz bem timbrada, era uma das minhas lições preferidas. Até ali, tudo bem

-Vamos à História.

Mentalmente, pedia a Deus que me fizessem perguntas sobre D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil que me fascinava e do qual eu sabia tudo de cor e salteado como se costuma dizer. Calhou-me em sorte D. Dinis. Parecia de propósito, era o rei de quem eu menos gostava.

-Que cognome teve el-rei D. Dinis?

Mas porque cargas de água me haviam de fazer perguntas sobre um homem, mesmo sendo Rei, que era mau para a Rainha Santa? Na minha fértil imaginação, um homem que proibia a Rainha de dar esmolas aos pobres a ponto de ela ter de invocar a protecção divina para que o pão que levava no regaço, se transformasse em rosas, não podia ser boa pessoa. Se eu mandasse, que é o que aqueles que não mandam pensam, se eu mandasse, esse Rei não entrava para a História.

Fez-se silêncio na sala. De novo a pergunta era repetida.

-Então, não sabes?

-Não sei o quê? Perguntei como se tivesse chegado de longínquas paragens.

-Que cognome tinha el-rei D. Dinis

-Sei sim minha senhora, era o Lavrador. E antes que perguntassem mais alguma coisa, comecei a desenvolver o tema ainda mais do que seria preciso. Que tinha reestruturado a agricultura, que mandara plantar o pinhal de Leiria e tudo mais que lhe dizia respeito.

-Então se sabes tudo tão bem, porque não respondias?

-Porque não gosto dele.

-E pode-se saber porquê?

Expliquei as minhas razões acima citadas. Gargalhada geral na sala.

- Silêncio se fazem favor, pediu um professor que de imediato me chamou para avaliar os meus conhecimentos de Geografia.

-Ora vamos lá a apontar aqui no Mapa, o rio Douro e seus afluentes.

Depois de satisfeito com as minhas respostas, levou-me ao Mapa cor-de- rosa.

-Agora diz-me: estamos em Mirandela, queremos ir para Luanda, como fazemos?

-Resposta pronta, não podemos.

-Não podemos porquê?

Porque aqui não há mar e tínhamos que ir primeiro para o Porto ou Lisboa.

Novas gargalhadas na sala.

-Silêncio por favor, senão mando evacuar a sala.

-Então explica-me como poderemos ir para Lisboa.

- Com o dedo, lá apontei no Mapa o percurso dos Caminhos – de - Ferro que nos levaria ao cais da Capital para apanhar o barco que nos levaria a Luanda.

-No Mapa cor-de-rosa, também não me saí mal bem como em Ciências Naturais.

-Podes ir para o teu lugar, e fazer o teu trabalho manual.

Ao voltar-me, vi minha mãe ao fundo da sala, sentada numa cadeira. As mãos postas, como se estivesse rezando e com lágrimas que se assemelhavam a pérolas, deslizando pela face, precocemente enrugada devido ás agruras da vida, mais se assemelhava a uma santa de altar. Afinal, ela estivera ali desde o início, enquanto eu cá fora tentava localizá-la.

Como tivesse chegado muito cansada de tanto andar a pé, pedira para a deixarem entrar mais cedo a fim de arranjar lugar sentada. Fiquei feliz por vê-la.

Fui para o meu lugar e peguei na meia de renda de cinco agulhas. Era o meu trabalho manual. A mãe da minha professora é que me ensinara a fazer aqueles arabescos complicados, mas de um efeito espectacular.

Muito embrenhada na minha tarefa sobressaltei-me ao ouvir a voz da Professora encarregada da avaliação dos Trabalhos Manuais.

-Muito bem, mas que meias tão bonitas que estás a fazer.

-A senhora gosta?

-Gosto sim.

-Então quando as acabar, eu mando-lhas.

-Ficaria muito contente.

Nunca cumpri a promessa. Primeiro, porque não sabia a direcção da simpática Professora. Depois, parece-me que nunca cheguei a acabar as meias.

-Acabaram os exames, podem sair:

Um suspiro de alívio percorreu toda a sala. Já no recinto da Escola, encontrei minha mãe que conversava com um senhor, que ao ver-me fez sinal para me aproximar, o que fiz de imediato, embora um pouco intimidada com a elegância e a respeitabilidade que emanava daquela figura, que me parecia austera. Interroguei-o com o olhar.

-Parabéns pelo seu excelente desempenho disse: Acto contínuo, meteu-me na mão cinco escudos que desapareceram para dentro da saquita dos livros em menos tempo que o diabo esfrega um olho.

-Estava aqui a dizer á senhora sua mãe que se fosse um rapaz, eu encarregar-me-ia de lhe custear os estudos. Sendo uma menina, não poderei fazê-lo porque a responsabilidade a longo prazo, seria enorme.

-Obrigada pelo grande favor, disse mordaz, e voltei-lhe as costas com vontade de arrancar-lhe a gravata, que devia ser de seda, e fazer-lha engolir juntamente com o que acabara de dizer.

-Mãe, vamos embora.

-Não sejas mal-educada, vem pedir desculpa ao senhor doutor.

-Desculpa, porquê? De não ter nascido rapaz para lhe fazer a vontade? Sou por acaso culpada de ter nascido rapariga? Sufoquei na alma um grito de raiva e impotência, que as lágrimas não deixavam de todo esconder.

Nunca tinha sido tão humilhada. Primeiro, porque me tratou por senhora e na minha idade, isso era uma ofensa para mim. Depois, parecia que me estava a acusar por eu não ter nascido rapaz. Na boca das ignorantes “comadres”, não era de admirar o dizerem que a um rapaz nada se lhe pega e que nunca aparecia prenho em casa; agora que um senhor doutor pensasse da mesma maneira, era inadmissível.

Posteriormente, vim a saber que o senhor em questão, sendo rico e sua mulher não lhe podendo dar filhos, já havia custeado os estudos a três rapazes de poucos recursos; mas a sua filantropia e altruísmo não se estendia ao sexo feminino.

-Mãe! Vamos embora que se faz tarde e chegamos a casa já de noite.

-Trouxe as minhas socas?

-Eu não! Então não queres os sapatos? Andavas toda encha com eles!

-Pois, mas fizeram-me bolhas e não os aguento. Vou descalça.

-Tu hoje ainda ficas na Pensão que já está paga e amanhã, vais na Camioneta da Carreira até ao entroncamento, que de lá até casa são só três km e o teu irmão estará lá á tua espera. Eu é que me vou já embora a ver se ainda chego a casa antes do anoitecer. Toma lá o dinheiro para a Camioneta; agora perde-o.

Deu-me o dinheiro certo, sem fazer alusão aos cinco escudos que o tal senhor doutor me dera. Se calhar nem os viu, pensei eu.

Ainda ela mal tinha voltado as costas, já os sapatos estavam na saquita misturados com os livros. Descalça, percorri grande parte da Vila embasbacando-me diante das montras. Nunca vira coisas tão bonitas! E depois, a alegria de saber que no dia seguinte ia andar da Camioneta, era o culminar da suprema magia. Eu, como a maior parte das minhas amigas, nunca tinha-mos posto os pés dentro de um carro; quando eu lhes contasse a aventura, iam-se roer de inveja. De repente, ali perto do Mercado, estava na montra de um estabelecimento uma boneca com um vestido quase igual ao meu. Não é que ela parecia que se estava a rir para mim? Os cinco escudos dentro da saquita começaram a pesar como chumbo. Muito hesitante, e olhando para todos os lados, entrei e perguntei o preço.

-Quatro e quinhentos, respondeu a senhora atrás do balcão.

Nem me dei ao trabalho de regatear, depositei o dinheiro no balcão e esperei que a boneca viesse aos meus braços.

-Queres que embrulhe?

-Não é preciso, obrigada. Ia a sair disparada quando a senhora me chamou.

-Toma lá o troco rapariga, olha que a boneca não foge.

Saí dali direita á Pensão que parecia um foguete. Era a minha primeira boneca a sério. Sá as havia tido de trapos, confeccionadas por mim. Não mais a larguei e será escusado acrescentar que dormiu comigo.

Na Camioneta de regresso a casa, mil sensações estranhas me assaltavam. A paisagem vista de cima, parecia irreal. Era a Camioneta que estava sempre parada, ou eram as serras, árvores e casas tudo a andar para trás? Passados os primeiros minutos de novidade embriagadora, voltei a pensar no que a viagem e a boneca me fizera esquecer.

Se fosse rapaz!...Se fosse rapaz!...Se fosse rapaz!...Malditas palavras; haviam-se cravado na minha alma como uma ventosa de onde não conseguia arrancá-las. E eu que ainda fora comprar a boneca com o dinheiro de quem se me estava a tornar odioso. Se a janela estivesse aberta, atirava a boneca por ela fora. Se fosse rapaz!...Se fosse rapaz!...

Comecei a chorar. Ia sentada a meu lado uma Freira que se dirigia ao então asilo para meninas pobres de Pereira, que ficava a um km mais ou menos dos Avidagos que ao ver-me chorar perguntou:

-Tu que tens minha filha? Reprovas-te no exame?

Não Irmã.

-Então, se ficas-te bem e ganhas-te essa boneca tão bonita, porquê essas lágrimas?

Limpei as lágrimas ao lenço de cinco pontas e disse:

-É precisamente por causa da boneca. Estava quase a contar-lhe a verdade, quando “tardiamente” me lembrei do meu egoísmo. Gastei o dinheiro que tinha na compra da boneca e não me lembrei de comprar nada para os meus irmãos e fiz um ar de Madalena arrependida.

-Quantos irmãos tens?

-Cinco, e todos mais novos que eu.

A Freira, meteu a mão numa maleta e deu-me um bom punhado de rebuçados e bombons:

-Toma lá, divide p’los teus irmãos.

-Muito obrigada minha santa. Ela sorriu. Um sorriso tão angélico que não voltei a ver outro igual.

Já a pé, a caminho de casa, parei nas duas capelinhas que ficam de um e outro lado da estrada no cruzamento que vai para Pereira, um km antes dos Avidagos, para com uma pequena oração, agradecer o resultado do exame.

Quando cheguei a casa, estava reunida toda a parentela mais chegada, para me felicitar e participar numa refeição melhorada para a qual tinham sido sacrificadas duas das melhores galinhas.

Passados os primeiros momentos de euforia, a minha mãe começou a relatar toda orgulhosa, as peripécias do exame. Olhem que até os professores estavam admirados com ela. E como todas as mães, até exagerava nos elogios perante as pessoas presentes: quando acabou o exame, até um senhor Doutor, blá, blá, blá

-Era demais. Levantei-me da mesa para não ouvir novamente as palavras que me estigmatizaram ao longo da vida!...Se fosse rapaz!...Se fosse; Outra vez não, por amor de Deus.

Dei a boneca á minha irmã mais nova que delirou com o presente, impondo-lhe como condição, de que nunca brincasse com ela á minha frente senão eu queimava-lha.

Não sei se a minha mãe se apercebeu do meu drama íntimo, quero querer que sim, mas nunca mais tocou no assunto.

Já se passaram muitos anos, mas se Freud ainda vivesse, de certeza que eu desmentiria uma das suas teorias da “Mente”. É que as meninas, segundo ele, não desejam secretamente ser rapazes por no subconsciente terem inveja do pénis, mas sim, por terem inveja da liberdade que os rapazes têm.

Felizmente que as mentalidades no que respeita a sexos opostos está a mudar, ainda que a passo de caracol.

As condições de vida também melhoraram. Os alunos, já não têm que percorrer a pé vários km, sujeitos aos rigores do Inverno ou ao sol escaldante do Verão para irem para a Escola como iam os do Carvalhal, Palorca etc. que por caminhos de cabras faziam diariamente esse percurso para virem para os Avidagos. Segundo as estatísticas, o número de estudantes do sexo feminino, já ultrapassa o masculino. Fico feliz por poderem usufruir de algumas oportunidades que me foram negadas. No entanto, uma pergunta se impõe. Porquê tanto insucesso escolar? O que é que está mal? De quem é a culpa?

Por mais que me esforce, não consigo descortinar respostas adequadas, e julgo que a maioria dos portugueses também não.

Será que fazem falta, umas tantas Donas Ermelindas Rafaéis para se orgulharem de nunca terem um aluno seu reprovado? Que incutia nos alunos o gosto pelos estudos, sacrificando tantas vezes a sua vida pessoal, para se dedicar inteiramente á nobre arte de ensinar? Pode ser uma das causas, mas de certeza que não é a única. Haverá alguém que sem se escudar nos meandros políticos tenha as respostas?

Uma coisa é certa. Há que fazer algo urgentemente para mudar este estado de coisas, nem que para isso se tenham que criar prémios especiais para os mais aplicados.

Se nada for feito, corremos o risco dos homens e mulheres de amanhã, nos acusarem da incúria de hoje.

Graziela Vieira

Abril de 2000

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

♥ QUEM SABE AMAR ?♥





Quem sabe amar, sabe entender.
Sabe ouvir.

Quem sabe amar , não acha difícil
Até acha fácil e divertido.

Quem sabe amar, não exige
Cumpre, faz.

Quem saber amar, sabe receitar
O momento do outro.

Quem sabe amar, tem paciência
Sabe esperar.

Quem sabe amar não mente
A verdade esta em primeiro lugar.

Quem sabe amar, não engana.
É sempre fiel.

Quem sabe amar, leva consigo
O doce da vida.

Quem sabe amar, não ama com loucura.
O amor apesar de parecer louco.
Ele tem suas dosagens certas.
A medida pra tudo.

Quem sabe amar, suporta todas as dores
Mesmo que para isso tenha que tropeçar
Em pedras.

Quem sabe amar,sabe aceitar os defeitos
Um do outro,sabe enfrentar dificuldades juntos.

Será que estou sendo muito explicita?
Apenas vejo assim...quem sabe amar

Anna loiramar( A FLOR DE LIS.)

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Foto de syssy

FRASE II

"Para a paz existe à paciência,
Para a intolerância a falta dela..."

Foto de Joaninhavoa

Vendada

Eu só canto
Em tua honra
Eu só escrevo
Por minha vida
Pois mais nada
Eu sei fazer
Na hegemonia
Do dever ser!...
Oculto linhas
Em profundezas
Geram frutos
Lindos maduros
Esperai pr`a ver
Obra esmerada
Com paciência
Estrela vendada
Olhos enxergados
De prazer…
E dever ser!...

JoaninhaVoa, “In Vidas”
(2008/03/10)

Foto de doxinho...

Aprendi....................

Aprendi...

Que os defeitos dos outros não devem nos incomodar, mas sim nos ensinar.

Que a coisa mais difícil do mundo é dizer pensando o que os outros dizem sem pensar.

Que para tentar acertar é necessário arriscar-se a errar.

Que para compreender as pessoas devo tentar escutar o que elas não estão dizendo e o que, talvez, elas nunca venham a dizer.

Que depois de algum tempo você aprende a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma.

Que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.

Que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
Autor desconhecido......
Que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la.

Que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Que o que importa não é o que você tem, mas quem você tem na vida.

Que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Que não importa aonde já chegou, mas onde está indo.

Que se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Que paciência requer muita prática.

Que maturidade tem mais a ver com aprendizado do que com aniversários.

Que o fato de alguém não te amar do jeito que você quer não significa que esse alguém não te ame verdadeiramente.

Que nem sempre é suficiente ser perdoado, mas sim aprender a perdoar a si mesmo.

E que um dia você será vítima do seu próprio julgamento.

Que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Que é muito mais fácil reagir do que pensar.

Que duas pessoas podem olhar exatamente a mesma coisa e podem ver algo totalmente diferente.

Que não poso exigir o amor de ninguém, mas sim ar motivos para que goste de mim.

Foto de Registros do Site

Reincidência?

Coração dilacerado...
Quinta, 14/02/2008 - 18:44 — Daynor

Que angustia é esta
Que toma conta da minha alma?
Que arrasa comigo,
Que me faz andar sem rumo?
Que faz o coração andar desordenadamente?
Ando sem destino,
Perco a razão
Na estrada da vida ando na contramão
Mergulho de cabeça num abismo sem fim
Angústia e tristeza uniram-se e fazem parte de mim
No terrível espinho da saudade pisei
Na ponte entre a vida, a morte eu cruzei.
Do outro lado eu vi meus pedaços no chão
Assim eu vago na escuridão
Desde que partiste e levaste meu coração
Contigo eu já fui tudo
Provei de tudo
Do doce mel e do amargo fel...
Fui dia de sol, fui temporal...
Fui barco a deriva
Fui noite sem lua
Verão sem calor...
Fui verdade, hoje sou engano.
Fui fonte seca, hoje sou oceano.
Um oceano de angústia e dor
Que atormenta e dilacera meu coração.

Daynor Lindner

Comentários
Domingo, 17/02/2008 - 15:02 — Rose Felliciano p/ Daynor/Civana/ de Rose Felliciano
Olá Daynor!

Peço licença e autorização para utilizar seu espaço, para colocar aqui o meu comentário a respeito desse poema: Coração Dilacerado.
Quero fazer isso ouvindo a belíssima música cantada por Mara Lima.

http://www.youtube.com/watch?v=B6CXpKvzYpM

Bem, eu nunca estive aqui antes para um outro comentário e me sinto até um pouco constrangida agora, mas espero que entenda.

Todos temos defeitos. Uns são bem escondidos e só Jesus pode ver. Outros, nem tanto... e outros ainda, que se tornam públicos. No entanto, todos são defeitos e pecados e por isso, não te julgarei.

Mas queria que você refletisse sobre isso. Você gosta de escrever, isso é notório! E sabe que escreve bem.
Você já foi advertido anteriormente e não precisaria passar por isso novamente.
E está correta a observação da Civana, pois mesmo mencionando que retirou partes de outro poema, precisaria da autorização da pessoa para isso, a menos que o colocasse entre aspas e apenas o utilizasse para algum comentário a respeito ou ilustração, não como parte de um novo poema.
O meu poema "Antes que eu te esqueça" foi inspirado na música do Biafra, que tem esse mesmo título. Em um outro site e no meu blogue, até menciono isso e colo o site da música para que as pessoas possam ouvir. Mas foi apenas inspiração, pois o conteúdo do poema não tem nenhuma outra frase da música a não ser o título.
A Fernanda também postou aqui um poema inspirado em um outro poema do Oswaldo Montenegro- Metades- e também mencionou isso.
Leio muitos poemas aqui e vejo alguns que são parecidos ou inspirados em outros poetas também, mas são semelhantes, inspirados e não "adicionados".
Achei importante e parabenizo o Sr. Jorge por ter se preocupado com uma pessoa do site e mencionar isso a público, pois me fez refletir- independente de ser o Daynor.
Acho que você, Civana, não é uma delatora, vingadora ou justiceira. Jamais!
Você fez um papel importantíssimo e sei que o próprio Daynor sabe disso e talvez um dia ainda te agradeça por isso.
Eu costumo colar partes dos meus escritos na internet e já achei muitas pessoas que os colocam em blogues, orkuts e não mencionam a autoria. Já vi também pessoas que mudam partes dos meus poemas, outros acrescentam e tem também aqueles que colocam como se os poemas fossem deles. Eu procuro sempre entrar em contato, pois um dia essas pessoas ainda encontrarão quem não tenha tanta paciência assim e poderão responder por isso.
Por isso, acho que o que você fez Civana, foi muito importante. Cabe agora à direção do site, tomar a medida que achar correta.

A música que te "inspirou" Daynor, é muito linda e espero que a letra dela, faça maravilhas na sua vida!

"A alma ferida, coração quebrado, Jesus consertou."

Rose Felliciano.

responder
Domingo, 17/02/2008 - 15:23 — Mentiroso Compulsivo Jorge p/ Rose Felliciano
Não dei conta do seu comentário e coloquei, agora mesmo, um comentário parecido, talvez coincidência e muita falta de atenção da minha parte. Eu devo estar mais atento por aqui. Qualquer dos casos, nunca é demais reforçar uma ideia...
Jorge

Domingo, 17/02/2008 - 12:47 — CarmenCecilia P/CIVANA/DEYNOR
CarmenCecilia

Também não quero ser justiceira...
mas as evidencias falam alto aqui...

Se todos nós compactuarmos, por que não queremos " confusão" ou por não querermos simplesmente nos envolver... até que ponto então ficaremos passivos?

Quando dermos conta o que escrevemos e o que colegas escrevem estará sempre a margem da cópia , do plagio...

Não seremos respeitados por nossos escritos e isso ficará sendo considerado normal...

E o que poderemos falar, já que a apatia se configurou em nossos perfis...pois não defendemos o direito da autenticidade da veracidade do que é nosso e de colegas...

Que lástima!

CarmenCecilia

responder
Domingo, 17/02/2008 - 14:13 — Civana Civana/Carmen Cecilia (sobre plágio)
Tens razão, é uma lástima. Após ocorrerem fatos como esse, não consigo mais ler poemas do autor sem desconfiar de sua autenticidade e veracidade.

Muito obrigada pelo apoio, fatos como esse devemos nos envolver, não estamos criando confusão, mas sim exigindo nossos direitos. Como disse antes, não gostaria de ver trechos de meus poemas em poemas de outros autores sem minha autorização.

Bjos,
Civana

Domingo, 17/02/2008 - 04:24 — Civana Civana/Daynor (Plágio?)
Sem muito comentário, apenas fatos.

Dia de Sol (cantada por Mara Lima)
Versão: Everaldo (Gretter / Garcia Mattos)

Eu andei sem destino, perdi a razão
Na estrada da vida eu fui na contra mão
Mergulhei de cabeça no abismo sem fim
Loucura e tristeza eram partes de mim
No terrível espinho do pecado eu pisei
A ponte entre a vida e a morte eu cruzei
No outro lado eu vi meus pedaços no chão
Minha alma vagava na escuridão.

Das garras da morte o Senhor me arrancou,
Me mostrou a verdade que eu nunca quis ver.
Acordei de um pesadelo e voltei a viver.

Eu hoje estou bem, mas já estive mal,
Sou dia de sol, mas já fui temporal.
Fui barco a deriva, fui noite sem lua, verão sem calor.
Hoje eu sou verdade, mas já fui engano,
Já fui fonte seca, hoje eu sou oceano,
A alma ferida, coração quebrado, Jesus consertou.

http://www.cantoramaralima.com.br/musicas/canticodevitoria_02.htm
(site oficial de Mara Lima)

http://letras.terra.com.br/mara-lima/754820/
(letra da música no Terra)

Peço somente que outros poetas se posicionem quanto a isso, não se calem, pois fico parecendo a "justiceira". Não quero ser a dona da verdade, apenas peço respeito a todos que compõem seus poemas e sabem o quanto isso significa dentro de nós. Uma pessoa que insiste no erro deve ser punida, "plágio é crime"!

Civana

Domingo, 17/02/2008 - 05:28 — Hildebrando Sou... P/Civana/Daynor
Concordo com as observações postadas pela Civana e as reflexões feitas pelo 'Mentiroso Compusivo' lá em tópico apropriado. Há trechos
muito claros no poema do Daynor de autoria dita de Mara Rita. O curioso é que ao pé de outros poemas ditos de autoria do Daynor
ele coloca que retirou de trechos de outros autores e neste não o fez.
Por que então não utilizou as famosas aspas? Ou fez a citação devida
ao pé da página? Colocou em dúvida, suspeição, toda a sua produção poética. Isso também é um fato. Ou estarei equivocado?! Deixo também para os outros poetas complementarem e para o próprio 'autor' dar as suas devidas explicações. De repente ele pode ser co-autor com a Mara Rita e não sabemos, não é?! Risos.
Um abraço
Hilde
Obs: Esta não é muito a minha praia mas não resisti devido as evidências aqui apontadas.

Domingo, 17/02/2008 - 13:54 — Civana Civana/Hildebrando (sobre plágio)
Você mencionou que nesse poema o Daynor não informou existir trechos de outro autor, mas nos outros poemas ele também não havia feito, somente após minha denúncia a administração do site, e Miguel Duarte solicitar que ele se desculpasse com todos e informasse os créditos, é que ele o fez. Também já me posicionei quanto a isso, não acho correto, pois ele não fez uma paródia, ele "copiou/colou", e isso caracteriza o plágio. Para incluir trechos de outros autores tem que ter autorização dos mesmos, isso foi feito? Se não existem tais autorizações, não basta informar no rodapé dos poemas, posso até estar errada, mas é o que julgo ser correto devido aos direitos autorais de cada um.

Só uma correção: a autoria do texto não é de Mara Lima, ela só canta a música. ;)

Bjos e muito obrigada pelo apoio Hildebrando.
Civana

Domingo, 17/02/2008 - 15:46 — Hildebrando Sou... P/Civana
Você está cobertíssima de razão em todas as suas opiniões
aqui expressadas. Seu posicionamento é correto, honesto,
corajoso e necessário para proteção dos direitos autorais,
sejam ele lá de quem forem. Comungo ipsis literis(itálico)
com o conteúdo integral de suas palavras. O texto 'desse'
autor é cópia grosseira e de muito mal gosto. Supreendeu-me
tratar-se de um 'teólogo e psicólogo' como se denomina...bem
mas isso também são outros 500. Entendo também as palavras
delicadas e condescentes feitas pela Rose e a Carmem por tratar-se
de duas pessoas talentosas e sensíveis e que no fundo analisam pelo coração poético que possuem. Que bom que você também percebeu (?)a sutileza da autoria. E como sou um crítico safado, me defendo dizendo que o 'autor' não produziu poema algum... mas apenas cantou
sentado em algum espaço de seu banheiro junto com a 'co-autora'
os versos aqui postados. Meus redobrados parabéns a você Civana
pela enorme contribuição que empresta aqui a todos nós poetas ou aprendizes de poeta como é o meu caso. Também não a considero justiceira, mas uma defensora dos direitos inalienáveis da autoria e do respeito e dignidade, ao labor, à lavra poética de cada um de nós daqui deste e doutros sites. Acredito que embora você não buscasse isso deveríamos ter aqui um coro enorme de pessoas a lhe expressar
a gratidão e o aplauso...embora muitos de nós se angustiem com o tema tratado porque muitas vezes podemos estar expressando algo que já foi anteriomente composto por outras autorias e que nos choca
ao ver a semelhança, às vezes até sentenças inteiras. Bom...mas até nisso estou sendo repetitivo e plagiador pq a Rose mto bem abordou e eu estou virando papagaio igual a esse falso poeta. Fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Abraços Hilde

Domingo, 17/02/2008 - 15:36 — Mentiroso Compulsivo Continue... (mas não assim)...
Nós não somos como os outros pensam que deveríamos ser, somos apenas aquilo que verdadeiramente sentimos.
(mas plagiar não é um sentimento - acrescentado após se ter verificado o plágio)

Jorge Oliveira

Foto de Daemon Moanir

A realidade

Se soubesses o quanto estou a tentar ser racional,
A pensar apenas com a cabeça
Ao invés de usar o coração…
O esforço é grande, porque espero maior recompensa.

Neste tempo ter-te-ia escrito todos teus cadernos com poemas,
Enchê-los com palavras e frases de minh'alma,
Cobri-los com doces carinhos e promessas d'amor,
Mas não, tenho a paciência e calma

E tudo correrá pelo melhor.
Fico à espera do tempo, para que passe,
Já esperei tanto e esperarei um pouco mais,
Pois não deixarei que levem pra longe de mim tua face.

Só falta uma palavra e o sonho estará completo,
Estará o sonho e eu e tu e um beijo.
Estás tu aqui e o sonho é realidade
Por isso, quero-te apenas ver meu anjo.

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