Orgia

Foto de Ananas

Nênia Do Alcoolismo

Destituído de arrepios
Pois ébrio perdeu os sentidos
No sono da embriaguez
Ressalvam apenas pálpebras macilentas

Cambaleia
Logo adormece murmurando
Cançonetas da orgia
O melífluo alarido saturnal

Insultos ao ócio da vida
Blasfema pela lasciva bebida
Mas clama pelo gosto da amásia
A nênia das flores murchas da morte

Lânguido pelas vielas noturnas
Retorna ao âmago da fortuna
Morada da pálida donzela
Frugal sobriedade na favela
Repousa pálida sua consciência
A dama frígida

Foto de Lou Poulit

Vida Longa aos Escritores!

Todo o meu trabalho artístico, artes plásticas e literatura, é o resultado de longos anos de um tipo de solidão pouco conhecida, docemente imposta pelo espírito da arte. Parece absurdo? Asseguro que não é. Se observarem bem, outras profissões também são muito solitárias.

O pescador que passa o dia e a noite no mar, por exemplo, só pode conversar com o próprio silêncio. Ninguém ouvirá a sua gargalhada, caso esteja alegre. Mas ninguém lhe dará um conselho ou amenizará os seus temores em momentos em que, pela própria solidão, o medo se apresenta concreto, tangível dentro dele. Todo pescador é solitário de alguma forma. Então compramos o fruto do seu esforço, sabendo que é saboroso e nutritivo. E por uma involuntária ironia, raramente o saboreamos sozinhos.

Quantas vezes entramos em um elevador, saímos e não nos lembramos de cumprimentar o ascensorista. Esse é um profissional solitário muito especial. Passa horas infindáveis em um espaço exíguo, por vezes lotado de pessoas que talvez não lhe escutassem, mesmo que mostrasse a elas o que existe no seu silêncio.

Creiam, não há tanta diferença assim no trabalho artístico. E por isso não se julgue o artista, mais que o seu trabalho. Há, entre a transitoriedade de tudo e a edificação de uma identidade artística (desde os seus alicerces conceituais e técnicos até o seu acervo propriamente) uma infindável e caudalosa sucessão de alegrias e tristezas profundas, de certezas frágeis e receios ferrenhos, que ele precisa amalgamar. Isso mesmo, é um amálgama. Todo artista é meio anjo e meio bruxo. Só que paga com a própria juventude a aquisição do seu arcabouço empírico, porque nenhum livro o daria.

Não vejo sentido útil em nenhuma arte egoísta. Nenhuma obra de arte, produto concreto da escuridão do seu autor, tem luz própria! Mas quando a escuridão do artista consegue tocar a do observador, usando a sua obra como veículo físico, aí a luz se faz... Não pela materialidade, ao contrário, pela sua expressão imaterial e subjetiva. O artista plástico trabalha recriando a luz física, muito especialmente os que trabalham sobre planos bi-dimensionais, como os pintores, mas é aquela luz, e não essa, que lhe alimenta a alma voraz.

Me perguntaram se são artistas os anjos-bruxos da arte escrita. Pode parecer um questionamento estúpido, mas tenho o hábito antigo de duvidar do que aparenta ser óbvio demais (antigo postulado dos ascetas da magia). A literatura é uma arte relativamente recente, porque prescindiu do estabelecimento (e, muito depois, da transmissão) de uma codificação gráfica, simbólica, que expressasse claramente as idéias para a posteridade.

Todas as artes expressam idéias, porém, muito antes do surgimento das instituições da justiça, os chefes sacerdotais desenvolveram, declararam sagrada e mantiveram em tumbas e labirintos as chaves da codificação. Vejam bem, embora tão no início, numa época de completo analfabetismo e desinformação, já percebiam aqueles senhores o imenso poder dos rabisquinhos nada caligráfricos que desenvolveram. Poder... Essa palavra tem tudo a ver com a história de sucessivas civilizações. Expressa uma idéia que tem amplitude máxima nas mãos do próprio Deus. Confunde-se com Ele.

Vejam que belo, a arte sempre surgiu como manifestação e meio de acesso ao divino. Ou seja, a escrita nasceu divina! Embora, inafortunadamente, tenha seduzido, por isso mesmo, a natureza egoísta e dominadora do homem. E mantida em cárcere, molestada por alguns privilegiados e seus favorecidos, durante muito tempo.

Vida longa aos poetas e escritores! Acabarão por entender que atribuir imortalidade ao seu amor, está muito além de constituir um mero lirismo. Hoje, a massificação da tecnologia multiplica esse poder, mas entenderão que há, mesmo no amor do menor dos poetas, um ideal divino de resgate. O poeta, esse tipo quixotesco não tem nada de louco, nem seu Rocinante é um pangaré inútil, nem sua Dulcinéia pode ser tão casta!

Sim, os escritores são artistas. Mas não o são como os outros artistas. Eles somatizam muito mais. Seus “eus” são de verdade, são muitos, e todos partilham o mesmo teto! Os escritos se vão, mas personagens ficam com todas as suas vicissitudes. São sacerdotes que sacrificam e são sacrificados, prostitutas que vendem sortilégios mas não compram a própria sorte, chegam a ser o céu de todas as suas estrelas e o mar que se esbate nos rochedos infindamente. Na sua escuridão dores e afagos, gritos e silêncios, sorrisos e lágrimas, não são vistos mas sentidos. Seus orgasmos são íngremes e sua paz pode ser um abismo insondável. Ora em sã penitência, ora uma orgia ambulante. Sempre sem testemunhas humanas.

Apenas os seus textos poderão ser vistos. Escolherão algumas palavras, para usar como uma larga estrada em direção ao seu âmago. Mas logo ela será uma picada pedregosa e um pouco além, não mais que rastros. No entanto, quando suas próprias escuridões forem tocadas, a luz se fará. E não será mais necessário seguir as palavras. Porque sendo elas plenamente compreendidas ou não, o messiânico destino do artista estará cumprido. Mais que isso: a luz da arte estará gravada na memória celular da posteridade e produzirá outras gerações. Ninguém mais julgará a sanidade do poeta... E dirão com muito mais lucidez: “Os poetas não morrem”.

Foto de M.Veríssimo

Acabou a musica

Acabou a musica que compusemos,
em nossos pensamentos ditosos...
dedos trémulos ansiosos expusemos
no teclado de corpos sequiosos.

Acabou a musica que delicadamente,
no instrumento da tua alma toquei
notas graves vibrando infatigavelmente,
percorrendo segredos que ocultos acariciei.

No tambor de tua pele aveludada
escrevemos versos em tons de gemidos...
mas acabou a musica na qual alterada,

nos embrulhámos suados em sustenidos
e orgulhosos tocámos música transpirada
maestros na orgia dos sentidos.

Foto de laurinda malta

Brinde ao Amor

Brinde ao amor

Em taças de bom brinde,
Vinho de Porto moscatel,
Estimulo de cálice finde,
Amor em sincera lua-de-mel.

E o nosso luar romântico...
Gracejos de tímidos risos...
Olhares de meigo cântico...
Beijo acostado em sorrisos.

Cálices elevados em cume,
Elevam o espírito e o amor;
O corpo fica aberto em lume,
E o desejo brinca com o calor.

Amor apaixonado e sensual...
Brincadeira fresca de lençol...
Lua-de-mel em orgia cultural,
Pombinhos arrolham seu paiol.

Na oração de Deus benzida,
Para que no amor se prossiga...
Abençoados numa doce vida,
Amor casto em sabedoria viva...

Brindemos amor e compreensão,
Paz, tolerância e muito respeito;
Capacidade de resolver situação,
Em maturidade o tempo inteiro.

Foto de sonhos1803

Criança

O dia amanhece,
Como um sorriso moleque,
Queimando de alegria,
Na orgia do dia,
Na pele límpida,
Na luz cristalina,
A criança que acorda,
No mundo que pula a corda,
A etérea rotina,
No dia-a-dia,
Crianças que brincam,
No destino que se esvai,
No vai e vem,
No bater da corda,
Uns pulam,
Outros caem,
Criança doce,
De lábios sorridentes,
No barulho do dia,
No marulho do peito.

Foto de InSaNnA

Teu corpo (soneto)

Vocês vão ver uma InSaNnA sonetar (xí,inventei um verbo?foi?)
Estou em fase de testes,por isso,perdoem-me,se os meus sonetos,não forem lá grande coisa (Me perdoe tambem,Florbela Espanca!!)...rs..Beijos aos meus amados poetas!

Perdi-me no teu corpo suado,
como uma boa fêmea no cio,
de garras soltas na tua pele,
No meu corpo sentirás amado

E dancarei nos teus quadris,
como uma boa dancarina,nua
ao som dos teus sussuros,
e você me consumindo,tua

E nas tuas mãos me transformo,
ousada,na orgia da tua fantasia,
nos teus braços,gemendo de alegria

Amaremos até o último gole de nossa paixão !
E quando cansarmos de tanto amor,dormiremos,
Entrelaçados,nossos corpos,nus,na ecuridão

Foto de Paulo Gondim

Teus pedaços

Teus Pedaços
Paulo Gondim
22.05.2006.

Numa noite úmida e fria de inverno
Tu, sem explicação, sozinha, partiste
Por mero instinto ou intuição
A procura de sonhos, de nova paixão
Como formiga que se faz alada
E se perde na primeira chuvarada
E voa, voa, até perder as asas
E volta a ser formiga, agora sem morada.

Imagino quantas e quantas voltas
Por esses caminhos foram dadas
Na tua longa e sedenta caminhada
A procura da fé, a procura do amor
Em busca do encontro, do sabor
Que outrora só em meus beijos
Tinhas com fervor

E nesta desvalida aventura
Que te fez fugir tanto assim
A vida não te foi amiga
Bateste de frente, cara a cara
Com a desilusão, com a tristeza
Nessa estrada cheia de incerteza
Viste de perto a morte, ali
No convite fúnebre, mórbido
Oposto de tua esperteza

Mas, ainda não foi dessa vez
Uma chance a mais a vida te deu
De terminar tua obra, tua missão
De reconciliar-te com o amor
Olhar para vida, com olhos limpos
Baixar a guarda de teu coração
Deixar-se amar e também amar
Como sutura de tuas feridas
De tuas mágoas, de tuas cicatrizes

E é aí que entro mais uma vez em cena
No papel que me cabe nessa ópera
De menestrel de tua pobre orgia
Recitando-te meus versos rudes
Na apoteose de nossa agonia

Recebo-te toda nos meus braços
E mulher, mais uma vez te faço
Seco tuas lágrimas, remendo teus fracassos
E fecho os olhos à minha dignidade
Deixo de ser eu, ignoro tua falsidade
Olho para ti e colo, um a um, os teus pedaços

Foto de Ludiro

Corpos

Corpos

Olhos que me chamam
Na miragem da sedução
Sorriso aberto, atraente
Lábios, carne doce
Do rápido febril beijo
Pele áspera ao arrepio
Do leve toque do desejo
Nas pontas dos dedos
Suaves a acariciar
Arrítimico pulsar
Dois corações a palpitar

Êxtase dos corpos
Livres na nudez
Numa ardente
paixão gemidos soltos
Arranhando
O silêncio da noite no meio da escuridão
Delírios desgustados
Na mágica orgia
No amor,
Na alegria
Uma vida repleta
Completa
Sem cama vazia
^^Ludiro^^
11/03/2006

Foto de Alziraventania

Beijo bebida doce

BEIJO BEBIDA DOCE

Tocam-me macios e quentes
Teus lábios molhados,
Gôsto de vinho branco.

Sedenta,
Embriago-me com teus beijos
Em dose dupla.

Não acostumada com drinque tão forte,
Gira minha alma tonta de emoção,
Flutua leve meu espírito boêmio.

Beijo, bebida doce...
Peço mais uma rodada a você,
Bar-man da minha orgia sem pecado.

Foto de laurinda malta

Amor à distancia

Conhecimento virtual desabrochou num amor puro, simples e cristalino;
Seguros do nosso sentir, do nosso evadir de carinho e emoções e do querer,
Amamo-nos num coração, amarrados por um laço suave nupcial despertino;
Somos escravos do amor, libertados em fantasias de sonhos a amanhecer.

Florimos todos os dias, raiados pelo Sol e a sua bênção calorosa;
Desabrochamos o nosso amor em sorrisos doces de todas as cores…
Distanciados no espaço, juntinhos no pensamento da mesma lição,
Cantamos o mesmo sorriso, fervilhamos o dia em perfume das flores.

Em sintonia na mesma canção, na empatia do mesmo olhar e do mesmo sorrir,
Criamos telepatia, na mesma emissão, transmitidos pela mesma rádio sinfonia;
Declaramo-nos num encontro de êxtase, saudade, e beleza do amor a imiscuir;
E numa momento de orgia ouvimos e cantamos “if you’re not the one”, dia após dia.

Olhares pequeninos, quase cerrados, da alegria, e em sorrisos emocionados,
Entrelaçamos os nossos pensamentos, cruzamos a nossa fantasia, flutuamos,
Num doce viver conjugal, e em jeito de serenata, amamo-nos cansados,
Mas descansados, da preocupação que nos desune, nesta distancia em que estamos.

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