Ondas

Foto de Nana ´De Má

Ondas.........

Minhas ondas...............
Ás vezes to bem,
Ás vezes to mau,
Ás vezes feliz,
Ás vezes nem tanto,
Ocupada quase sempre,
Pra você nunca,
Espero-te,
Vá, tome o seu banho,
Espero-te,
Nem sempre falo tudo o que quero,
Como disseram, as palavras faltam,
Não se preocupe, está tudo bem,
São ondas, são ondas, ondas.........
Logo estarei de volta,
Como você espera que eu esteja,
Mas pode ás vezes deixar de esperar,
E quem sabe dessas ondas me buscar,
Espero-te,
Mas não me espere tanto,
Preciso de laço firme, e de um puxão vez e outra...
Sou assim, inconstante, como as ondas do mar,
E tu lhes a praia firme onde eu sempre vou encontrar,
Encontrar?
A ti, sempre a me esperar.

Foto de Gaivota

* QUANDO ABRI A BORDA DA CONCHA....MINI-CONTO

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QUANDO ABRI A BORDA DA CONCHA

Possuo amigos.. algo de bom, deveras bom.. ser escutado é uma parcela da existência rota e vagabunda de todo escritor. Por um lado amado e por outro amaldiçoado...ou será alma dissociado.? Eternamente mal encarado.. Descarado!
Foi assim.. resolvi sair do casulo onde guardava a mente estúpida entre dedos ao molho campanha e decidi: É agora ou nunca. Não tenho papas na língua e vomito prazeres ou delírios, não guardo pensamentos em vão.
Jogo na vida, nas páginas pretas que passeiam virtualmente a espera de manchetes sangrentas que o povo aguarda roendo unhas.... Onde estão as notícias trágicas? Quem morreu? Onde aconteceu o tiroteio da última avenida manchada de sangue onde moscas e bactérias transitam em fome absoluta?
Saído do lar em perfeita harmonia aconchegante, onde a boca enorme mamava azul ondas deslizantes de dias coloridos abraçado a mãe natureza. Eu pérola expelida.
Caminhei arrastando dedos estúpidos no ritmo da maré e cheguei ao asfalto onde percebi o primeiro tiroteio..
Era a maré! Não..! Não a minha onda que sobe e desce em ritmo cardíaco... era sangue desfeito em pólvora.
Era o cheiro fétido da morte alisando minha cabeça. Era a gosma que sobrou.. era a dor.
Perfurada alma docemente azul que dentro de mim criou-se, vi com estes olhos que comem estrelas sorridentes, corpos estendidos na poça da vida... Na fome, na miséria humana... nas mãos armadas.. nos ratos que passeavam por entre vísceras e fuzis....
Vi que o mundo não parecia o lar-pérola azul-negritude....
O lar era a briga de gangues, era a necessidade de poder, eram notas e notas de dinheiro ensangüentado, era o desejo mórbido de comer algum pedaço de coração humano..era o pseudo existir nas línguas do fogo cruzado. Era matar! Matar! Matar..
Engoli a lágrima escorrida, lambi meu beiço na voracidade do desejo...desceram lágrimas sal doce aportando a garganta e fizemos sexo... Eu, a lágrima e a cama desfeita de meu ser. Ali no silêncio da garganta entrei em transe....nossos corações batendo no desespero selvagem dos prazeres...

RJ- 08/11/2006
** Gaivota **

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Foto de Ednaschneider

O Barco

Sou aquele barco no mar
Que até hoje esteve parado
Esperando um vento para me levar
Esperando para ser amado.

Quando eu vi você surgindo no horizonte
Até pensei que faria parte de minha vida
Mas as ondas são fortes.
Estão querendo ver nossa despedida;

Mais ainda nem nos encontramos
Vamos essas ondas suportar e resistir
Ou vamos fugir
Sem ao menos tentarmos?

Não sou um barco de papel
E não suporto essa barreira que existe entre nós
Torna-se uma dor cruel
Sinto-me nesse mar tão só!!!!

Estou querendo um porto encontrar;
O mar da vida tem muita solidão
Preciso me encontrar e ancorar
Queria que fosse contigo minha grande Paixão!!!!

27/04/07 Joana Darc
(Este poema é registrado.Copyright: Todos os direitos reservados à autora dos mesmos,não devendo ser reproduzido total ou parcialmente sem a prévia permissão da respectiva autora, estando protegido pela lei, ao abrigo do Código dos Direitos Autorais)

Foto de Carmen Lúcia

A um certo alguém...

Posto-me no chão a vislumbrar teu vôo,
A me imaginar bem alto,ter o teu consolo...
A me ver sorrindo e contigo indo...
Dois em um,colados,calados,como em vôo solo.

Vôo sem volta pra viver um sonho,
Pelas densas brumas,sobre oceanos,
Refletindo amor nas ondas noturnas,
Invejando a lua,que se põe soturna.

Mas prevalecem a covardia e o medo,
Pássara sem asas,a voar não ouso,
Sem sequer começo,quebro nosso enredo,
E fico no chão,a ouvir teu canto... sufocar meu pranto.

Foto de josemoreira

sem tempo e espaço

“Não há espaço e e não há tempo
num lugar aonde a terra banha o mar

As ondas são de rocha e os peixes flores
naquela orla em que acende a tocha
e o fogo apaga amores

cantigas buscando dono encantam no ar
homens que anseiam por amor
sem alma que o possa dar

a lua oculta esconde em si
o segredo de quem a alcança
numa terra onde espero por ti
e comigo morrerá ela…
a esperança”

José Moreira

Foto de Carmen Lúcia

...e o planeta chora...

...e o planeta chora lágrimas de ácido,
Que caem sobre os rios como aço
E retornam num ciclo plúmbeo, sarcástico,
Gerando nuvens de plástico,
Exalando gás carbônico que se alastra,
Penetrando os pulmões numa devassa,
Poluição, fumaça, desgraça...
É um vaivém que nunca passa.
A terra seca se racha,
O que beber já não acha...
Precisa se fortalecer
E seus filhos socorrer...
Cicio de cigarras...
Tempo quente, o sol abrasa...
Novas enchentes vêm de repente,
Corpos emergem, cidades imergem,
As camadas de ozônio sequer protegem.
O mar se revolta, sem volta...
E ondas cinzentas, pusilânimes,
Transformam-se em tsunamis...
El Niño (Jesus Menino) roga por preservação,
Mas a ambição, a autodestruição,
Acelera o seu ritmo num sádico delírio,
Desequilíbrio mental, desequilíbrio letal...
E nossa casa chora o descaso e o abandono
Lixos contaminam a consciência ambiental.
É a lei do retorno...
Almas enlatadas antecipam o final.

Foto de Pré-seleção para coletãnea anual

Pré-seleção Lou Poulit

Venho Pedir-te Que Ouças

Venho pedir-te que me ouças
com o silêncio de um luar prestante,
que se entranhe nesse nosso instante
e ouça a lágrima penitente e vasta,
que me serve de oceano.

Ouça o vento, a emoção do veleiro,
e o carinho das ondas espalmadas
no chão sulcado do nosso amor pisado,
arrebatado, de fibras tão tesas,
em que se abandonam nossas vilezas
como rolam as folhas de outono maduras.

Ouça o sangue correr na veia tua,
em busca das meiguices e canduras
do poeta, que sobre a terra túmida flutua,
se precipita e se esbate na pepita
plena de inchaço, de ânsia e mormaço...
ouça o esgarço agônico da sua estrela!...
Venho pedir-te por esse nosso resgate,
que lhe sacie tanto toda pertencê-la;
e ao poeta, à sua dor fluída e à sua arte...
Teu coração à vida das suas alvas asas
e ao seu canto de morte... Pois eis que parte.

Ouça tua pele, jardim de frêmitos emancipados,
ainda molhada, mas tão assim sequiosa...
Ouça o perdão pelos poros exalados,
como lhe perdôa os lanhos tua rosa!...

Ouça, Saudade, e pense...
Só a ele o teu sussurrado nome pertence.

Lou Poulit, Itaipú/2007

Foto de andrepiui

Quem é Quem...

Queimaduras no corpo
Corpos no chão
Toalhas estendidas em varais
ondas no som
Fumaça se espalhando pelo ar
uma mente que não para de pensar
Quem é quem
milhões de perguntas
Respostas tento encontrar
O brilho da lua
refletindo o brilho do mar
Pessoas pelas calçadas
cabeças teimam a rolar
Um dia me disseram
para que eu nunca
deixasse de acreditar
Se o demônio é belo
Jesus é a olvelha
que não para de berrar
Convidando seu rebanho
para a festa no céu na terra
na água e no ar...

Musica espalhada pelo ar
Mais o homem é surdo
e não para pra escutar
Terra o barro
já não mais existe
Agora é cinzenta
em todo lugar
Um dia à casa cai
todos tropeçam
mas quem vai se importar
Puro mesmo só o bêbê
antes da 1°vez de mamar
Esfera estendida no universo
Processo continuo
trabalhando sempre a girar
Mentes poluidas
frutas podres
O fogo destroi o gelo
O telhado cai quem berrou 1°

Berra convidando seu rebanho
Berra cantarolando
coréografias feitas
por milhares de anjos
Espalhados por ai
Vagando sem conseguir dormir...
(André dos Santos Pestana)

Foto de Dennel

Feitiço de amor

Abre-se no rosto o sorriso
Meu coração logo palpita
Vencida a timidez, me atiço
Minha face logo ganha vida

Teus olhos verdes iluminam
Teu porte único, majestoso
Teus lindos pés me fascinam
Fico do seu amor desejoso

Longos, sobre os ombros caídos
Ondas douradas dos teus cabelos
Sonhos, acordados, vividos

Meu Deus! Deste fruto prazeroso
Quero provar muito docemente
Beijos que me deixa jubiloso

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2006 All Rights Reserved

Foto de Agamenon Troyan

Nayara

Nayara

De: Agamenon Troyan

Meus sentidos não fazem sentido
Estou a vagar em um barco sem leme
A cada dia levado pelas ondas.

Uma voz me desperta...
Fecho os olhos e vejo você.

Cada palavra dita,
Cada sílaba articulada,
Conduz o meu barco para além do horizonte.
Não me atrevo em abrir os olhos,
Pois não quero ficar órfão dessa doce ilusão.

Sinto as horas tocarem-me os olhos,
Tentando de qualquer maneira despertar-me.
Vivo travando esse longo duelo
O qual, por você, luto a cada instante...

A solidão articula sua última cartada:
Oferece-me palavras vis, blasfêmicas e ofensivas.
Desperto-me envolvido numa bruma de desespero
Grito o seu nome... Nayara!
Mas sua voz não responde.

A lembrança de sua ausência me assombra
Ao mar, dediquei o sal do meu pranto,
Aos sonhos, ofereci um banquete de incertezas
Ao vento, lancei esse poema
Para que todos saibam o seu nome...

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