No quadro, o vulto da borboleta.
Apenas a figura, cores, a menção
do bater das asas, e mesmo só a silhueta
é uma borboleta a planar de ilusão.
A alma a vê e de repente está a voar
ela que somente sente, faz verdade
traços coloridos, flanam leves no ar
se elevam, me levam, asas da vontade...
De quem é a asa que no ar me lança,
da borboleta; ou eu que a faço nos ares?
Ela ali, estática, e mesmo assim me alça,
a flutuar, no vácuo dos nossos olhares.
E dessa forma, num certos olhos creio,
se fitar, verei luz, reflexa, em cada faceta.
Lapidar, brilho e estrelas... Receio
que ao vê-los, a minh’alma... borboleta..