Olhar

Foto de Cecília Santos

JÁ NÃO CONSIGO

JÁ NÃO CONSIGO
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Já não consigo, olhar nos seus olhos,
e dizer eu te amo.
Já não consigo, beijar sua boca.
e sentir a mesma paixão.
A essência que havia entre nós dois,
está se desfazendo no ar.
Do nosso amor, que era mais meu, que seu,
está restando apenas a desilusão.
É triste ver o sonhos de distanciando,
anunciando a solidão.
É triste ver-te indo embora, sabendo que
uma parte minha, vai com você...
De que adianta, tê-lo ao meu lado,
mas tão distante do meu coração?
De que adianta amar-te tanto,
se não sou importante pra você?
O amor tem que ser vivido a dois,
não posso amar por nós dois.
Não posso sentir sozinha o amor,
a paixão, o desejo, a cumplicidade...
Pra sentir tudo isso, eu preciso de você comigo,
mas, já não o sinto ao meu lado.
Não posso amar por nós dois...
mas posso te guardar pra sempre,
dentro do meu coração.
Sozinha posso abraçar a solidão,
chorar baixinho sem ninguém ver.
Sozinha...! não estarei, tão sozinha...!
Terei suas lembranças, pra viver comigo.

Direitos reservados*
Cecília-SP/06/2007*

Foto de Sonia Delsin

OBSERVANDO

OBSERVANDO

Estou sentada numa varanda.
Observando.
Estou sentada numa cadeira macia.
Estou olhando.
Estou aqui a olhar.
Não só o que se descortina diante de meus olhos.
Vejo mais.
Vejo o tempo.
Escorrego pros meus primeiros anos.
Que delícia!
Nos balanços vou tão alto.
Meus pés quase tocam as nuvens.
Rio.
Corro pelas terras.
Sou a dona das borboletas azuis.
As que aprisiono e as que ficam soltas.
Agora sou uma menina-moça.
Mas que dor no coração!
A mocinha não pode colocar o pé no chão.
Pronto, ela se libertou...
Mas o tempo passou.
Outro mundo ela encontrou.
Vejo dois enamorados.
Rio de novo.
Tão apaixonados.
Vejo uma mulher madura.
Uma uva...
Um vinho tinto.
Vejo um céu azulado.
Um céu ficando acinzentado.
Vai chover?
Não... já choveu... a cântaros.
Agora brilha o sol...
Um raio vai bater bem na pedra branca do jardim e reflete no espelho do tempo.

Foto de Sonia Delsin

AONDE ANDARÁS?

AONDE ANDARÁS?

Aonde andarás, menino lindo?
Num lugar eu sei que estás.
No passado.
É uma relíquia, uma jóia rara, um tesouro que tenho cuidadosamente guardado.
Tem dias em que me sento a olhar as coisas.
Fico olhando tudo que me rodeia.
Minha alma desta forma se incendeia.
Porque tudo me toca. Tudo me emociona.
Menino.
Naqueles tempos nós dois corríamos no pátio imenso.
Será que era tão grande como eu penso?
Será?
E as escadarias?
Nós subíamos e descíamos de mãos dadas... correndo.
Éramos o terror das freiras.
Mas éramos lindos.
Teu nome eu guardo. Teu rosto lindo. Teus olhos e cabelos negros.
E o calor da tua mãozinha estreitadinha a minha.
Tínhamos pouca idade e toda pureza do mundo.
Falávamos que quando crescêssemos íamos nos casar.
A vida é engraçada, menino.
Logo a vida veio nos separar.
Partiste.
Nem sei pra aonde.
Nunca mais soube de ti.
Mas o coração nunca esqueceu.
Um amor puro que um dia entre duas crianças nasceu.
Naquele pátio do colégio ficaram nossos risos, nossas estripulias.
Hoje, do que fomos, eu ainda construo algumas poesias.

Foto de Cecília Santos

MANHÃ SEM SOL

MANHÃ SEM SOL
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Pela manhã, ao abrir minha janela.
Um vento frio e úmido beijou-me a face.
Prenúncio de que o dia seria um caos.
O sol não rasgou as nuvens,
seus raios não vieram iluminar meu dia.
A garoa fina se transformou e o céu deixou,
sua tristeza transparecer em forma de chuva.
Tal qual essa manhã triste, e melancólica.
Meu coração e minh’alma, entristeceram também.
Meu pranto rolou pelo meu rosto.
Como eu queria que minhas lágrimas.
se fundissem com a chuva.
Se tornando forte o bastante,
pra levar essa dor embora.
Como eu queria voltar o tempo,
e ser feliz novamente.
Como eu queria olhar o mundo,
com olhos de bem querer.
Mas nada pode atenuar meu sofrer.
A sua presença era, como uma luz na minha vida.
Ocupando todos os espaços.
Seu amor guiava meu caminhar,
me mostrando a direção.
Amar você era tão simples... quanto sorrir,
caminhar, cantar, respirar...
Mas, você foi embora, me deixando,
completamente perdida...
De repente, não mais sabia,
se era inverno ou verão, se era dia, ou noite.
Me perdi na sua falta, no fato, no acaso.
E nesse caos, que se tornou minha vida.
Todo dia, é mais um dia, pra eu lembrar de você.

Direitos reservados*
Cecília-SP/07/2007*

Foto de Liperrrr

Adimirável Olhar

Adimirável olhar seus olhos
e poder enchegar sentimento,
Semtimento que me Deixas louco
que me tornas um bobo,
que sinto vontade de sorrir
Cada vez mais e mais...

COnhecendo,
Desfrutando,
Aprendendo e
Vivenciando
Cada olha seu,
que ao olhar pra mim
sinto me presente no seu mundo
de modo que cada expressão sua
retrate em meu coração força inesquecida.

Um dia vc vai enchergar me, e dizer:

Eu quero... quero... esse Loiro.

Se basta querer...
-Com o seus olhos eu quero te olhar Paloma...

Ass: Loiro Nd convencido

Foto de Logan Apaixonado

Serena

Calmaria, anjo novo
paz alegre invade-me agora
tão suave tua pele
feito pétala de rosa nova
sois a brisa da aurora
bem como a lua da noite
orvalho doce que cobre a relva
luz tão clara do meio-dia
difícil disfarçar a euforia
diante de tanta harmonia
perfeita musa inspiradora
tomou conta da minha mente
deslumbrante sentimento
agora novo, forte e disposto
pois não vejo só um rosto
ao olhar a tua imagem
vejo a força e a coragem
de uma mulher decidida
que sabe bem que a vida
as vezes nos surpreende
por mais que se resista
não me peças que desista
de provar-te claramente
que a vida é diferente
que podemos ter amor
sem que seja necessária
uma lágrima de dor...

Foto de Homem Martinho

Amor, o que é?

O amor:

é curioso como uma única palava consegue agregar em seu redor tanta dúvida, tanta curiosidade, tanta incerteza, tanta alegria, tanta tristeza, tanta angustia, tanto drama.
Mas o mais curioso ainda é que após tantos estudos, tantas análises, tantas opiniões, ainda ninguém tenha conseguido definir de uma forma convincente o que é afinal o amor, uns defendem que é um conjunto de sentimentos, outros preferem dizer que são puras emoções temporais, outros ainda remetem-nos para um simples estado de alma.
Claro que não tenho a pretensão de levar a melhor a psicologos, sociologos, filosofos e todos os outros estudiosos das várias componentes humanas e por isso mesmo também não tenho a menor pretensão de procurar uma definição para o amor.
O meu objectivo é analisar, somente isso, alguns comportamentos gerados pelo amor, ou pela falta dele.
Quando descobrimos o amor, pela primeira vez, caimos na tentação de querer viver a vida como se nos tornássemos num só, como se toda a nossa vida passada se eclipsasse por milagre e nascessemos nesse momento, é a pior das tentações, deixar de ter vida própria, ficar dependente da vontade, do desejo, do gosto do outro, mas pior que isso é querermos impor ao outro um olhar para a vida, uma postura perane a mesma e uma forma de a viver que se enquadre naquilo que desejamos impor a nós mesmos.
Acabamos por descobir que tal não é possivel, dois seres serão sempre dois seres diferentes, mesmo que tenam ideais simétricos, mesmo que apreciem a beleza das coisas de modos identicos, serão sempre dois seres.
Depois, quando somos confrontados com a desilusão prometemos a nós próprios não voltar a cometer os mesmos erros, mas o que é certo é que assim que nos enamoamos novamente, a primeira tentação é revisitar os mesmos lugares, admirar as mesmas belezas, frequentar os mesmos bares, isto é, fazer uma remarche de tudo o que deixámos será que deixámos? para trás.
Voltamos a cair, voltamos a levantar-nos, voltamos prometer e voltamos a repetir tudo novamente.
tal como os alcatruzes de uma nora também o amor está umas vezes em cima, outras vezes em baixo e. curiosamente, enquanto está em baixo vai recarregando baterias e quando se eleva vai derramando lágrimas de felicidade tal como os ditos alcatruzes que quando jorram a água faze a felicidade das gentes.

Francisco Ferreira D'Homem Martinho
2007/07/017

Foto de Sonia Delsin

BEBO TEU OLHAR COMO BACO

BEBO TEU OLHAR COMO BACO

Eu fico parada à tua frente.
Calada. Contente.
Bebo teu olhar.
Quando ele desce escorregando.
Eu vou ficando embriagada.
Começo a dar risada.
Mas é só dentro de meu eu.
Quando teu olhar percorre cada pedacinho meu.
Bebo teu olhar como Baco bebia o mais saboroso vinho.
Me embriago de teu olhar...
Me embriago sim.
E começo a dançar como a cigana louca.
Começo a cantar.
Fico rouca.
Tudo acontece no meu imaginar.
Diante de teu lindo olhar.
Deixo ele escorregar e cada vez mais fico a me embriagar.
Entorpecida, como quem abusou da bebida eu ergo os lábios.
E tu me beijas...
Com os olhos é que tu me beijas...
Simplesmente deixo teus olhos afundando na minha boca.

Foto de José Brás

(des)encontros (completo)

Encontrámo-nos por aí, caminhando por cima das horas incontáveis, quando o tempo parece feito apenas para prolongar o vazio do nosso que-fazer.
Um olhar!
Um olhar não é mais que isso, tantas vezes.
As palavras!
E as palavras, quase sempre, não mais que o som delas.
Seremos surdos, todos, e cegos, porque passamos tão perto e não nos ouvimos nem vemos, cada um fazendo o seu caminho, prolongando-se apenas a si próprio.
Ainda assim falamos, juntamos sons sem atinar na sinfonia exacta que nos desentre, que marque no outro o eu que nos julgamos.
O eu? O tu? O nós?
Eu, de mim, estou cheio. Respiro e respiro-me sozinho em permanência, julgando que te respiro a ti… e em ti os eus todos de sonhar outros.
Quer dizer!
Na verdade, o mundo é só um. E como dizes (provas), sendo um, apenas, determinista e inexorável, não nos deixa senão a busca da multiplicidade.
Nascemos para ser deuses. Não há vedações que nos cerquem o desejo de o ser. Apenas há caminho, caminhos, veredas e auto-estradas.
Bifurcações que nos consomem o tempo e gastam os pés antes do encontro.
E tudo podia ser tão fácil!
Dizer quero-te, por exemplo. Dizer quero-te, olhar no fundo dos teus olhos e encher-me da emoção que a palavra por si própria deveria carregar, por vir de ti, sonora, ainda antes que a diga eu.
Ou nem dizer nada. Olhar apenas, mergulharem-se os olhos numa eloquência de expressão que nenhum som de palavra possa imitar.
Dirás tu (como dizes): -então, e a dor?
A morte não existe porque não tem tempo. Era e já foi.
A vida não existe porque é apenas o agora, milhões de agoras que se sorvem por instinto
E tens razão. De que valem à nossa morte de amanhã os beijos que poderíamos ter dado ontem, se os tivéssemos dado (não demos?)?
De que valem ao nosso agora os beijos que poderemos vir a dar, se os dermos amanhã?
Imaginemos agora o amanhã… e ele existe!
O ontem poderia apenas ter existido.
Tentemos!

Foto de José Brás

(Des)encontros

Encontrámo-nos por aí, caminhando por cima das horas incontáveis, quando o tempo parece feito apenas para prolongar o vazio do nosso que-fazer.
Um olhar!
Um olhar não é mais que isso, tantas vezes.
As palavras!
E as palavras, quase sempre, não mais que o som delas.
Seremos surdos, todos, e cegos, porque passamos tão perto e não nos ouvimos nem vemos, cada um fazendo o seu caminho, prolongando-se apenas a si próprio.
Ainda assim falamos, juntamos sons sem atinar na sinfonia exacta que nos desentre, que marque no outro o eu que nos julgamos.
O eu? O tu? O nós?
Eu, de mim, estou cheio. Respiro e respiro-me sozinho em permanência, julgando que te respiro a ti… e em ti os eus todos de sonhar outros.
Quer dizer!
Na verdade, o mundo é só um. E como dizes (provas), sendo um, apenas, determinista e inexorável, não nos deixa senão a busca da multiplicidade.
Nascemos para ser deuses. Não há vedações que nos cerquem o desejo de o ser. Apenas há caminho, caminhos, veredas e auto-estradas.
Bifurcações que nos consomem o tempo e gastam os pés antes do encontro.
E tudo podia ser tão fácil!
Dizer quero-te, por exemplo. Dizer quero-te, olhar no fundo dos teus olhos e encher-me da emoção que a palavra por si própria deveria carregar, por vir de ti, sonora, ainda antes que a diga eu.
Ou nem dizer nada. Olhar apenas, mergulharem-se os olhos numa eloquência de expressão que nenhum som de palavra possa imitar.
Dirás tu (como dizes): -então, e a dor?
A morte não existe porque não tem tempo. Era e já foi.
A vida não existe porque é apenas o agora, milhões de agoras que se sorvem por instinto
E tens razão. De que valem à nossa morte de amanhã os beijos que poderíamos ter dado ontem, se os tivéssemos dado (não demos?)?
De que valem ao nosso agora os beijos que poderemos vir a dar, se os dermos amanhã?
Imaginemos agora o amanhã… e ele existe!
O ontem poderia apenas ter existido.
Tentemos!

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