Natal

Foto de Maria Goreti

A HISTÓRIA DE ANA E JOAQUIM – UM CONTO DE NATAL.

Chamavam-no “Lobo Mau”. Era sisudo, magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba desgrenhados, unhas grandes e sujas. Gostava da solidão e tinha como único companheiro um cão imundo a quem chamavam “o Pulguento”. Ninguém sabia, ao certo, onde morava. Sabia-se apenas que ele gostava de andar à noitinha, sob o clarão da lua.

Ana, uma pobre viúva, e sua filha Maria não o conheciam, mas tinham muito medo das estórias que contavam a respeito daquele homem.

Num belo dia de sol, estava Ana a lavar roupas à beira do riacho. Maria brincava com sua boneca. Eis que, de repente, ouviu-se um estrondo. O céu encobriu-se de nuvens escuras. O dia, antes claro, tornou-se negro como a noite. Raios cortavam o céu. Ana tomou Maria pela mão e correu em direção à sua casa. Maria, no entanto, fazia força para o lado oposto. Queria resgatar a boneca que ficara no chão. Tanto forçou que se soltou da mão de Ana e foi arrastada pela enxurrada para dentro do riacho. Desesperada, Ana lança-se nas águas na vã esperança de salvar a filha. Seu vestido ficara preso a um galho de árvore e ela escapara, milagrosamente, da fúria das águas. Desolada, decidiu voltar para casa, mas antes parou na igreja. Ajoelhou-se e implorou a Deus que lhe tirasse a vida, já que não teria coragem de fazê-lo, por si. Vencida pelo cansaço adormeceu e só acordou ao amanhecer. Ana olhou em derredor e viu a imagem do Cristo pregado na cruz. Logo abaixo, ao pé do altar, estava montado um presépio. Observou a representação da Sagrada Família: Maria, José e o Menino Jesus. Pensou na família que um dia tivera e que não mais existia. Olhou para o Menino no presépio e depois tornou a olhar para o Cristo crucificado. Pensou no sofrimento de Maria, Mãe de Jesus, ao ver seu filho na cruz. Ana pediu perdão a Deus e prometeu não mais chorar. Ela não estava triste, sentia-se morta. Sim, morta em vida.

Voltou à beira do riacho. Não encontrou a filha, mas a boneca estava lá, coberta de lama. Ana desenterrou-a, tomou-a em suas mãos e ali mesmo, no riacho, lavou-a. Depois seguiu para casa com a boneca na mão. Haveria de guardá-la para sempre como lembrança de sua pequena Maria.

Ao chegar em casa Ana encontrou a porta entreaberta. Na sala, deitado sobre o tapete, havia um cão. Sentado no sofá um homem magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba longos e lisos, unhas grandes. Ana assustou-se, afinal, quem era aquele homem sentado no sofá de sua sala? Como ele conseguira entrar ali?

Era um homem sério, porém simpático e falante. Foi logo se apresentando.

- Bom dia, dona Ana! Chamo-me Joaquim, mas as pessoas chamam-me “Lobo Mau”. Mas não tema. Sou apenas um homem solitário. Sou viúvo. Minha mulher, com quem tive dois filhos, Clara e Francisco, morreu há dez anos e os meninos... Seus olhos encheram-se de lágrimas. Este cão é o meu único amigo.

Ana, muito abatida, limitou-se a ouvir o que aquele homem dizia. Ele prosseguiu:

- Há muito tempo venho observando a senhora e o zelo com que cuida de sua menina.

Ao ouvir falar na filha, os olhos de Ana encheram-se de lágrimas. Lembrou-se da promessa que fizera antes de sair da igreja e não chorou; apenas abraçou a boneca com força. Joaquim continuou seu discurso:

- Ontem eu estava escondido observando-as perto do riacho, quando começou o temporal. Presenciei o ocorrido. Vi quando a senhora atirou-se na água, mas eu estava do outro lado, distante demais para detê-la. Também não sei se conseguiria. Pude sentir a presença divina naquele galho de árvore na beira do riacho. Quis segui-la, mas seria mais um a nadar contra a correnteza. Assim que cessou a tempestade vim para cá, porém não a encontrei. Queria lhe dizer o quanto estou orgulhoso da senhora e trazer-lhe o meu presente de Natal!

Ana ergueu os olhos e comentou:

- Prometi ao Senhor, meu Deus, não mais chorar. Mas o Natal... Não sei... Não gosto do Natal. Por duas vezes passei pela mesma situação. Por duas vezes perdi pessoas amadas, nesta mesma data.

Joaquim retrucou:

- Senhora, a menina está viva! Ela está lá dentro, no quarto. Estava muito assustada. Só há pouco consegui fazê-la dormir. Ela é o presente que lhe trago no dia de hoje.

Ana correu para o quarto, ajoelhou-se aos pés da cama de Maria, pôs-se em oração. Agradeceu a Deus aquele milagre de Natal. Colocou a boneca ao lado de sua filhinha e voltou para a sala. O homem não estava mais lá.

Um carro parou na porta da casa de Ana. Marta, sua irmã, chegou acompanhada de um jovem casal – Clara e Francisco, de quinze e treze anos, respectivamente. Alheios ao acontecido na véspera, traziam presentes e alguns pratos prontos para a ceia.

Ana saiu para recebê-los e viu o homem se afastando. Chamou-o pelo nome.

- Joaquim, espera. Venha cear conosco esta noite. Dá-nos mais esta alegria.

Joaquim não respondeu e se foi.

Quando veio a noite o céu estava estrelado, a lua brilhava como nunca!
Ana, Marta, Clara e Francisco foram à igreja. Ao retornarem a porta estava entreaberta. No sofá da sala um homem alto, magro, olhos negros e grandes, nariz adunco, sorridente, cabelos curtos e barba bem feita, unhas aparadas e limpas. Não gostava da solidão e trazia consigo um companheiro - um cão branquinho, limpo, chamado Noel.
Antes que Ana pudesse dizer alguma coisa ele disse:

- Aceitei o convite e vim participar da ceia e comemorar o Natal em família. Há muitos anos não sei o que é ter família.

Com os olhos marejados, Joaquim começou a contar a sua história.

- Eram 23 de dezembro. Minha mulher e eu saímos para comprar brinquedos para colocarmos aos pés da árvore de Natal. As crianças ficaram em casa. Ao voltarmos não as encontramos. Buscamos por todos os lugares. Passados dois dias meu cachorro encontrou suas roupinhas à beira do riacho. Minha mulher ficou doente. Morreu de paixão. A partir do acontecido, volto ao riacho diariamente para rezar por minhas crianças. Ontem, mais um 23 de dezembro, vi sua menina cair no riacho e, logo depois, a senhora. Fiquei desesperado. Mais uma vez meu “Pulguento” estava lá. E foi com sua ajuda que consegui tirar sua filhinha da água e trazê-la para cá.

Clara e Francisco se olharam, olharam para Marta e para Ana. Deram-se as mãos enquanto observavam o desconhecido.

- Joaquim, ouça, disse-lhe Ana. Há dez anos, meu marido e eu estávamos sentados à beira do riacho. Eu estava grávida de Maria. Eu estava com os pés dentro d’água e ele estava deitado com a cabeça em meu colo. De repente ouvimos um barulho, seguido de outro. Meu marido levantou-se e viu duas crianças sendo levadas pela correnteza. Ele conseguiu salvá-las, mas não conseguiu salvar a si. Entrei em estado de choque. Fiquei sabendo, mais tarde, do que havia acontecido por intermédio de minha irmã, que mora na cidade. Foi ela quem cuidou das crianças. Não sabíamos quem eram, nem quem eram os seus pais.

Aproximando-se, apresentou Marta e os dois jovens a Joaquim.

- Joaquim! Esta é Marta, minha irmã. Estes, Clara e Francisco.

Ana e Joaquim olharam-se profundamente. Não havia mais nada a ser dito. Seus olhos brilhavam de surpresa e contentamento.

Maria brincava com sua boneca e com seu novo amiguinho Noel. E todos cantaram a canção “Noite Feliz”, tendo como orquestra o som do riacho e o canto dos grilos e sapos.

Joaquim, Ana e Maria formaram uma nova família. Clara e Francisco voltaram com Marta para cidade por causa dos estudos, mas sempre que podiam vinham visitar o pai.
Joaquim reconquistara sua fama de homem de bem.

O povo da região nunca mais ouviu falar do “Lobo Mau” e do seu cachorro “Pulguento”.

Autor: Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 23/12/07

Foto de Sirlei Passolongo

O Natal Passou na Favela

Na favela
corre o menino
rumo ao lixão
do terreno baldio
pra tentar encher
o estômago vazio.
O natal passou
e nada foi diferente
não teve coca-cola
muito menos
algum presente.

O natal
passou por ele
mas não teve ceia
não teve paz
teve bala perdida
fome e dor
não teve Papai Noel
nem abraços
cheios de amor
apenas sonhos
jogados ao léu
Seu tênis furou a sola
e sua ceia foi a cola
pra manter
a fome ausente.

Mas nas casas
dos políticos
que dele
prometeram cuidar
teve champanhe
importada
e nobres frutos
do mar
Ceias milionárias
regadas por caros
petiscos
À custa do sofrimento
dos meninos aflitos.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

.

Foto de Fernanda Queiroz

É Natal

Dia de Natal

Ruas movimentadas, pessoas sorridentes, crianças soltas no parque em uma algazarra diferente.
É Natal
Parentes fazem contatos, visitas chegam de impacto, alegra criando magia, magia fazendo união.
É Natal
Muitas vezes ouvimos, que hoje é tão diferente, que hoje não é a semente, que um dia comemorou.
Que hoje parece utopia, que não é verdadeira alegria, que esqueceram a sabedoria, que é mais mercadoria, que o homem inventou.
Que Jesus homenageado, aparece em um fundo nublado, do comercio que foi plantado, e o presépio sepultou.
Mas quem disse que Jesus, queria você postado, um eterno mudo calado, respirando ao teu lado, para assim ficar gravado em todos os anos lembrado?
Mas quem disse que Jesus, queria criança quieta, sem participar da festa, sem barulhos, sem brinquedos, sem sorrisos e com medo, sem esperança e sem crença, sem amor e sem a presença, do bom velhinho a habitar?
Como é que seria, sem visitas, sem abraços, sem a data para marcar, sem os momentos para encontrar,ou o sino pequenino, seria suficiente, para substituir a gente?
Que seja pai ou seja filho, é o mesmo jeito de amar, e este garoto aniversariante é aquele mesmo que tolerante, deu a vida para nos salvar.
Para que vivamos com alegria, para que saldamos com energia, para que glorificamos este dia, juntos á todos encontrar, com presentes a trocar.
E neste ar de festa, que soa melhor que seresta , ou sino a repicar, fazer viver a esperança, transformá-la em mais que lembrança, e destes encontros presentes, fazer germinar a semente, de quem nasceu para amar.
Este é o melhor presente, que podemos Lhe dar, pois sou capaz de apostar, que foi pensando nestes encontros, nesta troca de presentes, nestes momentos de união que ele escolheu um dia, para ao mundo chegar.
Com esta sabedoria infinita, ele veio para nos salvar, mesmo que tenha voltado, ao teu reino habitar, deixou marca e patente, para alegrar a gente, e fazer comemorar, com abraços e presentes, com saudades a matar, o que o tempo distante,muitas vezes faz brotar.
Afinal dia de festejo, é quando um pai sem medo, vê teu filho abraçar e com carinho mostrar, que aprendeu a amar.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Sirlei Passolongo

Vamos Iluminar nosso dia?

Comece...
Abra um sorriso...
Olhe que dia lindo!

Deixe a luz do dia
Aquecer sua alma
Vamos...
Deixe!
Deixe a luz da alegria
Aquecer a sua vida!

Sorria para seus problemas
Dê gargalhadas para tudo
que você tem.
Ilumine seu rosto...
Diga: obrigada Vida!
Ilumine o rosto de alguém

Deixe a luz do sol da vida
Cegar toda sua dor
Sinta os reflexos na alma
Deixe entrar a luz do amor!

(Sirlei L. Passolongo)

FELIZ NATAL!

Foto de helo Paulinha

Estrada dos erros.

quando nada se faz por tudo
quando a vida é um absurdo ,uma estrada que vai sem rumo para onde nao há nda e quase tudo.

quando a soma dos meus erros aparecem em meu espenho ,
ao longe vejo a estrada que me segue o arrependimento , e me pergunto se é possivel apagar esse fantasma que um dia muito valeu, e hoje nao serve de nada.

apago minha historia por motivos de qualquer tipo de concisencia? , apago os meus erros e esqueço minha existencia?,
nao deixo a vida por nada!
Mas me lembro de que nada sao momentos que passaram por obras do destino, hoje qual é o meu dever ?.

Segue-me os erros ....os a injustiça de ter que esquece-los ?

Esquecer como se nunca houvesse um dia visto a estrela ao meu lado , e hoje encherga-la tao ao longe.

Apenas esquecer...
...Esse é o meu dever ...

helo

Feliz natal a todos !!!

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"AO NOSSO PAI NATAL"

A todos poetas e amigos...
Desejo um maravilhoso Natal...
E que este fabuloso Pai querido...
Traga a magia de um mundo fraternal!!!!

Meus amigos/as, obrigado por tantas emoções que me proporcionaram, com certeza sou mais feliz agora por te-los como amigos, Feliz Natal.

Foto de Raiblue

Vídeo-poético:Cidadania Cósmica

Produção e poesia by Raiblue

Feliz Natal a todos!!!
Peace and love!

Beijos....
Rai

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"NATAL COM SABOR DE LAGRIMAS"

NATALCOM SABOR DE LAGRIMAS

Quando chega dezembro...
Fico triste com o coração tremendo...
Logo lembro que a época é de alegria...
Faço de tudo para espantar a melancolia!!!

Lembro de Papai Noel...
Deus, Jesus até do anjo Gabriel...
Mas a tristeza é real...
Vem me aperta me machuca...
Não acho isso normal!!!

Pergunto-me porque tenho tudo...
E tantos nem o que por na mesa...
De novo vem a tristeza...
Que toma conta do meu ser...
Como é triste viver sem saber o porquê das coisas...
Embora saiba que a lagrima nada resolve...
Mas quem sou eu para o mundo mudar...
Se nem os meus consigo influenciar...
Porque será que o Natal tanto me comove...
Porque será que o mundo se divide entre rico e pobre...
Não acho esta divisão nada nobre...
Quero sorrir de alegria...
E saber que não existe ninguém de barriga vazia...
E que o Natal tem que ser época boa...
Com muita fartura e felicidade...
E que todos, de todas as idades...
Possam realmente brindar...
Porque a festa do Natal não pode parar!!!!

Foto de Sirlei Passolongo

Fazendo Balanço

Vi e revi
O tempo
Os anos, os meses
As semanas, os dias
Li e reli
Meus sentimentos

Me desmontei
Feito um quebra-cabeças
e meus pedaços
analisei
Pude perceber
meus olhos cansados
meu coração, por vezes,
magoado

Mas encontrei
com minha alma
Repleta de luz
e nela, todos
os meus amigos

Entre eles, você
que foi parte,
que escreveu
minha história
nesse ano
que se finda

Assim
posso concluir
que você
foi meu sorriso
foi meu ombro
que você
é o que preciso
pra ser feliz em 2008.

(Sirlei L. Passolongo)

Feliz Natal
E Feliz 2008!

Foto de Sirlei Passolongo

AMOR !!! A TODOS OS POETAS! FELIZ NATAL!

Hoje...
Vim falar de amor, mas não é um amor qualquer, é um amor especial... Hoje, vim falar do amor entre os amigos, amor de poeta...
Poetas que derramam amor em versos, e em poesias...
que brindam ao mundo a arte de amar... E são essas pessoas que doam um pouco do seu tempo, tempo aliás, que elas tiram de si mesmas, quantas vezes perdem horas de sono, quantas vezes deixam de sair com quem amam, para um poema versejar e, simplesmente, alegrar nossas almas.
E é a cada uma delas que desejo falar nesse texto, que cada uma de algum modo se sinta homenageada... Que o Natal seja a luz divina em suas vidas, mas seja também a luz da sabedoria e da inspiração.
Que os anjos cubram cada um de pétalas de paz, de sentimentos nobres e apaixonantes.
Que ao acordar nesse dia de Natal, tenham a certeza que o Menino Jesus nasceu pra te cuidar e te proteger, e é ele que te inspira a todo instante e quem pode escrever a poesia mais bela que há, é só ele que pode gravar o mais belo poema de todos, e este está num livro chamado coração, cujo título é o AMOR.

Um Natal repleto de AMOR!

FELIZ NATAL!

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