Morte

Foto de betimartins

Poema da solidão

Poema da solidão

Busquei palavras alegres e elas, sumiram
Sumiram, cansadas do tempo e da espera
Nos rostos cansados, envelhecidos, tristes
Alguns queimados pelo sol quente e agreste
Nos campos, onde ali, nada se passa, somente...
Rasgam nos céus, os abrutem negros, esperando
A hora certa, a hora da morte que espreita, atrevida
Em cada momento, num gesto impensado, espera
No passo mal dado, no gesto desesperado, aflito...
As horas cravam no peito da minha insanidade
A dor de se sentir sozinho, ali no meio do nada
No meio de tudo, no centro da terra, ninguém...
Continuando aprender a solidão da vida, velozmente
Que na espera, sem a grande vaidade e ela é sagaz
No corpo morto, ali, abandonado na mata, sozinho
Outrora, ela fora uma jovem bela e bonita, tão alegre
E foi a cobiça do homem da solidão agressiva, doente
Que jamais deixou entrar amor sadio, puro e inocente
E o seu coração, fechado maltratado e aberto a solidão
Um dia também foi deveras mal tratado por atos de desamor
Mas a solidão não perdoa e cobra sem medo de errar
Vestindo as vestes negras, vestes da noite fria e mal cheirosa
Deixando fluir os fantasmas do passado sombrio! Quantos...
Onde esperam pacientemente o passo prometido, mal dado
Para a tua alma envenenar, povoar tua mente de pensamentos ruins
Esta é a solidão de quem nunca está sozinho, de quem está revoltado...
Quis escrever um poema à solidão e revoltei-me, chorei até
Pelas palavras que escrevi sem querer, algumas bem desagradáveis
Algumas duras e sinceras, mas que dilacera corações, tristes...
Corações que choram sozinhos, choros de desamor
Choros aflitos e sombrios, na agonia de estar sozinho
Na solidão de cada um que caminha por ai... Sozinho...

Betimartins

Foto de vino silva

Minha Música

Minha música
minhas palavras, meus versos,de amor,
o toque suave do tambor e a voz rouca do cantor,
em cada beijo um refrão e melodia
e aí,ficamos cegos bebendo o amor numa taça.
Seguimos por este mar de emoções,
parecendo um barco a vela
guiando os nossos corações.
Sem pés,alcançaria-te, envolveria-te,
e arrastava-me e sentiria-te,
ao som dos teus solfejos...

Meus poemas todos estão registados
por favor respeite os direitos autorais..

minha música
é a tua voz e a cor da tua pele,
bronzeada, que desencaminha, o meu pensamento.
parecemos o sangue e as veias se comunicando
em cada nota da música dos nossos corpos,
fazemos amor e música, música e amor
tudo para, quando fazemos amor.
e mesmo a morte, nos ressuscitaria,
de tão belo que é o nosso amor..

Foto de odias pereira

" LAMENTO DE UM VELHO" ...

Depois de uma certa idade,

Atingida em toda a minha vida.

Não tive a felicidade,

De uma aposentadoria merecida.

Após longos anos trabalhados,

O meu corpo ja cansado.

E com as minhas mãos e pés calejados,

Sinto-me triste e com o coração amargurado.

E assim eu vou vivendo,

Os meus ultimos anos de vida.

E como um bom velho vou morrendo,

Mum asilo que me deu acolhida.

Nesta casa de idoso,

Que moro já ha alguns anos.

Um lugar afetuoso,

Mais tambem desumano.

Em um banco , espero todos os dias da semana,

Por um parente um alguem da familia.

Mais nem meu filho João e nem minha filha Joana,

Aparece para aliviar a minha paralisia.

Minha tristeza aumenta,

Cada vêz mais nesse lugar.

E talvez so depois dos noventa,

Com a morte esse asilo vou deixar...

São josé dos Campos

Odias Pereira
20/01/2011

Foto de odias pereira

" O MUNDO ESTA TERMINANDO "..

Vendo as manchetes nos jornais,

Na midia e na televisão.

Mostrando o país catástrofes e vendavais,

Que causam tristeza morte e destruição.

Até parece o fim do mundo,

que começa a acontecer.

Matando pobres ricos e moribundos,

A tendencia ! ... é muita gente morrer.

Em toda chuva de verão,

Todo ano tem noticias.

Falando da devastação,

E do trabalho das policias.

O pobre que mora no morro,

Convive há anos com o sofrimento.

Ao governo pede socorro,

Mais o seu dotor !... continua com o mesmo argumento.

Os vendavais acabam com as moradias,

Os pobres perambulando.

E os ricos sem mordomia,

E assim vivemos num mundo que esta tudo acabando...

São josé dos Campos

Odias Pereira
21/01/2011

Foto de Mary Escritora

Em Busca Pela Paz

Sentado em um banco de uma praça, Frank pensava profundo lá se vai a lua desiludida com o mundo, vento sopra ao longe, gemidos, prantos e gritos. Todos escondidos em diversos países condenados pela dor, angustiado Frank se levanta e caminha lentamente sobre a noite fria,de repente cena marcante passa em sua mente,só então ele pàra e analisa que o tempo levou as feridas mais havia deixado uma grande dor. Dor que até hoje Frank procura por uma cura, mas sabendo ele que a ciência nunca vai poder criar, ele foi mais uma vítima deste mundo perdido.
Pois naquele mesmo banco foi tirada a vida do seu filho, calculando o índice de morte, fome, miséria e dor ele se pergunta onde foi parar a paz desse mundo sofredor?

Foto de Mary Escritora

A Viagem

No dia em que parti a morte nem esperava,
Erguido nos braços, voava como pássaro.
Feliz direi:
- Não chore mãe, sê forte,
Porque nem a morte,
Nem a angústia, nem solidão.
Jamais conseguirá apagar,
A mais bela recordação.

Foto de gizela silva

A VIAGEM...

Hoje sinto-me bastante sozinha.
Confusa, talvez.
Estou sentada na areia macia da minha praia,
ouço o ruído do mar,
apenas o bater das ondas no meu coração.
Olho à minha volta,
não vejo ninguém,
apenas uma nuvem escura que se aproxima do meu corpo!
um corpo despido,
um corpo sozinho.
A água salgada começa a querer raptar-me,
a querer levar-me para as profundezas de um oceano perdido.
Não sei se devo ir,
não sei se devo ficar ao lado dessa nuvem,
uma nuvem que se transformou num humano.
O seu corpo despido tenta sentir a minha pele.
As suas carícias descobrem, cada vez mais depressa,
as formas do meu corpo.
Um corpo que começa a ser possuído pela solidão,
um corpo que começa a morrer,
que desaparece ao lado de um desconhecido.
Começo a voar pelo céu negro e a observar o meu corpo
caído naquela areia macia.
A revolta das águas de um mar poderoso
começam a transportar o meu corpo para o infinito.
Afinal...
Não tive que decidir...
a morte decidiu por mim...

Foto de MorumySawá

MINHAS VISITAS AO INFERNO

Já visitei o inferno em vida. Já entrei em suas câmaras horrendas diversas vezes. Em todas, padeci muito. Nada tem a ver com o "Hades" mencionado na bíblia e nos estudos teológicos que são dados por religiosos. Aquele que jaz embaixo da terra e começa depois da morte não me interessa aqui. O inferno que já conheci e que me machuca fica mesmo na terra dos viventes.
Já estive no inferno do engano. Há algum tempo debato com um cenário surreal e dantesco que aconteceu dentro de minha mente. Vomito e sujeira, mau cheiro e loucura atolava meu filho no submundo dos tóxicos. Ali não existem humanos, apenas carcaças ambulantes. Sempre que tenho este pesadelo desejo dormir profundamente só para fugir do que testemunhei imaginando no futuro um cenário tão real que aflige não só a minha mente, mas, também a minha alma. Vivo a me perguntar por que os jovens se revoltam contra o sistema a sua volta. Tentam ser livres e acabam criando uma masmorra para si mesmo. Constroem o inferno com suas próprias mãos.

Sempre que desperto deste pesadelo um Lago de Enxofre permeia o mundo em que existo. Cada um dos jovens perdidos neste mundo tem uma mãe e um pai. Pais que choram como eu. Choram por não saber como apagar as labaredas medonhas que teimam em alcança-los.
Já estive no inferno da culpa. Hoje sei que nenhum tormento provoca maior dor que a culpa. Qualquer mulher culpada sabe o tamanho de sua opressão. Qualquer homem culpado fala que os ossos derretem com uma consciência pesada. Culpa é ácido que corrói. A culpa avisa que o passado não pode ser revisitado. Assim as pessoas se submetem a carrascos internos e esperam redenção através de açoites. A dor da culpa lateja como um nervo exposto.

Os culpados procuram dissimular o sofrimento com ativismos, divertimentos e prazer, omissão e loucura. Mas a culpa não cede; persegue, persegue, até aniquilar a iniciativa, a criatividade e a esperança. Recordo quando no final de uma reunião, uma mulher me procurou pedindo ajuda. Seu marido se suicidara de forma violenta. Mas antes, ele procurou vingar-se. Deixou uma nota responsabilizando a mulher pelo gesto trágico. Diante da tragédia, aquela pobre mulher, desorientada e aflita, não sabia como sair do cárcere que o marido meticulosamente construíra.

Já estive no inferno da maldade. Conheci homens nefastos, mulheres perdidas em sentimentos da inveja. Sentei-me na roda de escarnecedores. Frequentei sessões onde o martelo inclemente da religião espicaçou inocentes. Vi pastores alçando o voo dos abutres. Semelhante às tragédias shakespearianas eu própria senti o punhal da traição rasgar as minhas vísceras. Fui golpeada por suspeitas e boatos. Com o nome jogado aos quatro cantos, minha vida foi chafurdada como lavagem de porco. Senti o ardor do inferno quando tomei conhecimento da trama que visava implodir o trabalho que consumiu meus melhores anos de ministério. E eu sem saber como reagir.

Portanto, quando me perguntam se acredito no inferno, respondo que não, não acredito, eu o conheço! Sei que existe. Eu o vejo ao meu redor. Inferno é a sorte de crianças que vivem nos lixões brasileiros em meio às drogas. Inferno é a negligencia de pessoas que se acomodam em seu mundo particular e que se danem os que estão lá fora. Inferno é o corredor do hospital público na periferia de Brasília e em outros estados brasileiros. Inferno é a vida de meninas que os pais venderam para a prostituição. Inferno é a luta que meu filho enfrenta todos os dias quando acorda dizendo que não vai mais ser escravo do vicio.

Um dia, aceitei lutar contra esses infernos que me rodeiam, assustam e afrontam. Ensinei e continuo a ensinar que Deus interpela homens e mulheres para que lutem contra suas labaredas. E passados tantos anos, a minha resposta continua a mesma: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Acordo todos os dias pensando em acabar com os infernos. Gasto a minha vida para devolver esperança aos culpados; oferecer o ombro aos que tentam se reconstruir; usar o dom da oratória para que os discriminados se considerem dignos. Luto para transformar a minha escrita em semente que germina bondade em pessoas gripadas de ódio. Dedico-me porque quero invocar o testemunho da história e mostrar aos mansos que só eles herdarão a terra onde paz e justiça um dia se beijará.

Cleusa de Souza Klein

Foto de marcos alves

Homenagem a um Pai muito especial

Homenagem a um Pai muito especial
A vida separou nossos corpos.
Ninguém espera a morte .
A morte não avisa.
Chega e leva nossa vida.
Nossos corpos nunca mais vão estar no mesmo ambiente aqui na terra.
Nunca mais faremos juntos tudo que gostávamos.
Nossos pés nunca mais pisarão no mesmo chão.
Nossas pernas nunca mais irão andar lado a lado.
Para juntos irmos onde quizessemos.
Tínhamos liberdade de ir e vir.
Nossos braços nunca mais irão envolver um ao outro.
Para dar aquele abraço caloroso.
Nossas mãos nunca mais ajudarão um ao outro.
Quando criança sempre que caia estendia sua mão.
Nossos lábios nunca mais vão beijar um o rosto do outro.
Aquele beijo gostoso afetivo.
Nossos narizes nunca mais sentirão o cheiro um do outro.
Nossos olhos nunca mais admirarão um ao outro.
Nossas vozes nunca mais irão dizer tchau Pai eu te amo.
– tchau eu também te amo filho.
Estas foram as ultimas palavras
Que dizemos um ao outro.
No dia 26 de dezembro 2010 por volta das 18 horas.
No dia 27 de dezembro de 2010 às 02:20 mim.
Você partiu
Foi morar com Deus
Pai nunca mais vou te esquecer
Sei que um dia te encontrarei
Para que juntos podermos reviver
Tudo aquilo que narrei.
Meu amor por ti vai alem da vida.
Descanse em paz
Até um dia Pai
Beijos eu te amo
Autor Marcos Paulo Alves Simões
Em homenagem a seu Pai
Carlos Simões Sobrinho

Foto de Melquizedeque

Poeta da montanha

Sentado no alto da montanha, vejo nuvens, pássaros, terras
Ali me torno imortal. Sou uma fera que se alimenta de sonhos
Em silêncio construo reinos... Em pensamento destruo ídolos
Não quero virtudes. Quero apenas os acasos, os incertos

Sem medo da morte respiro bem fundo. Acima das nuvens quero estar
Banhar-me com o sangue que jorra do teu medo. Apenas o imperfeito da vida, do opróbrio na existência
Não quero aplausos dos hipócritas, nem fama ou sorrisos. Prefiro subir, findar-se no tempo

Que me enterrem dentro de mim após ouvirem meus poemas
Não espero ser aprovado nem ao menos entendido. Quero apenas que perceba meus olhares e sorrisos
Assim tiro proveito dos signos que me rodeiam. Cada mensagem que arremesso é para o universo que eu miro

Cuspo ao vento meus desejos, que desintegra essa regra. O todo e o tudo que se funde e se afoga em minhas mágoas
São as leis desse universo que se dissipam em meu ser. É um viver bem protegido carregado de escudos

Talvez eu ouça esses gritos que de ti me vem correndo. Em minhas veias há sangue novo, bem escarlate e abundante
Queres vida onde há guerra? Um sobrevivente eu quero ser... Que da batalha eu ganhe o mundo e, dentro de mim eu tenha glória

Um gramado verdejante com inscrições em cada pedra. Ali repousarei... Esquecido em sua memória. Talvez eu volte em seus sonhos ou na revolução de suas idéias!

(Melquizedeque de M. Alemão, 13 de janeiro de 2011)

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