Milhares

Foto de LillyAraujo

Chocolate

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Descasco gentilmente o papel
multicolorido que envolve o corpo doce
do prazer que vem em barra.

Lentamente, quase que adivinhando,
transporto aquele objeto quase negro,
quase mágico à boca quase faminta.

Minha manhã e a barra de chocolate.
Meu corpo agradece às milhares de reações
químicas se desencadeiam depois do
primeiro toque.Depois que o experimento!

De novo no paladar a sensação que já conheço
e que adoro relembrar...
Doce. Toque. Prazer. Química.
Tato, olfato e paladar. Desvarios!

Nos meus braços agora,
lhe descasco pouco a pouco,
também me trazes à boca a ternura e
o prazer de outrora. Quase morro...

Tato, olfato e paladar!
Você: - O chocolate que adoro descascar.

© Por Lilly Araújo – Direitos Autorais Reservados.

Foto de betimartins

A vida em forma pura

Respirei fundo, senti o ar fresco entrar nos meus pulmões
Meu corpo dançou ao sabor do vento, balançando a mente
Entre momentos de alegria, por estar ali, partilhar a beleza
Vi as montanhas, com suas arvores imponentes e suas copas
Onde milhares de passarinhos, fazem seus ninhos e seus lares
Vi o riacho que corre apressado, para ir de encontro ao mar
Quantos peixinhos nadavam pelo rio, entre pedras reluzentes
Refresquei meus pés e parte de minha alma, ali, no momento
Caminhei devagar, para a imensa pradaria, o verde imenso
As flores, margaridas amarelas, desapontado, abrindo levemente
Ao sabor do Sol, pequenas orquídeas selvagens, nascem na terra
O violeta era a cor predominante, a cor que acalentava meu coração
Tudo era digno de um pintor registrar na sua mais bela tela pintada
Nada cansada e ainda mais desperta, caminhei e dei com uma cascata
Como tudo era belo, intenso, profundo, o verde reluzindo na água
A água cristalina, deixando ver tudo que ali dentro vivia a vida pura!
Via plantas serem regadas pela água que parecia cristais e suas cores
As cores do arco-íris, que agradecia ao Sol sua visita e a luz do momento.
A noite chegava, eu já estava bem junto ao mar, o mar imenso e misterioso
Caminhei e brinquei na areia, deixando meus pés descansarem e se molhar
Sentei-me numa bela rocha, fiquei a observar o mar, as estrelas que desciam
Querendo beijar a água e as sereias que estavam em belos cantos de amor
A Lua estava vaidosa, querendo namorar os homens do mar, os marinheiros
Que navegam a procura do amor, a procura da magia e da imensidão das noites
Entre os gritos dos golfinhos, as gaivotas gritam ao mar, resgatando a comida
E eu ali, ali sentada, naquela rocha, que muitos diriam que não tinha vida
Mas tinha sim, tanta vida, tanto amor, que a água a refrescava gentilmente
Para seus crustáceos não morrerem de sede, senti uma mordida no pé
Uma leve pontada, eu olhei e um pequeno caranguejo curioso e zangado
Por estar a invadir sua praia seu espaço, sorri e pedi desculpa, olhei para o céu
Naquele momento a mais bela estrela cadente, quis me presentear em um desejo
Deixei uma lágrima de contentamento fugir em meu rosto, apenas pedi a paz.

Foto de reginaldossjr

Quem sou?

Um ser erroneamente interpretado
Comum, assim como os outros, a meu ver.
No entanto, sou o que sou, e assim sou.
É,pois, por nunca ter sido explorado...
De dentro pra fora, sem um padrão como base
Sem as devidas expectativas, sem alarde.

Sou algumas milhares de linhas lidas,
Que passam por Camões, Machado de Assis,
Chico Xavier, Raul Pompéia e até o Van Vlack,
Sem esquecer de mencionar o Vicente Chaverini,
Oh! Desculpem-me! Também o Calister Jr.

Já podem perceber que sou alguém de ciências.
Um projeto, uma vibração,uma particula,
Ser, ser ou não ser, alguém que estar, amostra metalográfica.

Sou uma susseção de principios falidos,
Sendo assim, pouca coisa se sabe,
Ou, está(é), passivo de ser sabido.

Se querem me conhecer.... Que audácia minha!
Esquecam as ciências ( exatas ou as naturais),
Pois, existe alguém que sabe quem sou.
Tomem a ousadia e perguntem pra ela,
Quem é ela? Alguns dos meus amigos sabem.

E, quando tiverem a resposta,
Não se esqueçam de revelar-me,
Pois, o quanto eu estive com ela,
Vivia tão completamente que:
Só senti falta de mim mesmo,
Quando ela já não estava - ligada à mim,
Pelos laços da amizade! E que,
Para mim sempre foi muito mais.
Mas, desde que a perdi, tenho tentado,
Lembrar de mim, de quem fui,
Mas, meu estado não me cabe.

Atenciosamente: Reginaldo Sena de Souza.

Foto de raqueleste

Viva.........

Rosa vermelha Viva a vida

Seja você

Escreva seus sentimentos

Deixe algo pairando no ar:

Uma felicidade constante

Um amor a recordar

Não julgue...

Nem ao mesmo por um segundo

Por que no outro talvez não dê tempo para pedir perdão

Lembre-se a vida é canção

É poema

É um contraste de emoção

Nunca esqueça que a vida é única

Que a cada minuto se faz novas historias

Milhares de pessoas nascem

Enquanto milhares morrem

A vida é curta

Então curta ela

Cante mais

Sorria mais

E se ame mais

Só assim amarás todas as outras pessoas...Rosa Vermelha

-----------------------Raqueleste-----------------

Foto de MALENA41

O ÚLTIMO POR DO SOL ANTES DO ADEUS

Olhava meus dedos dos pés e chorava. Chorava por ele, por ele que logo partiria.
As malas estavam prontas...
Era a última noite que dormiríamos sob o mesmo teto. Na mesma cama já estava fazendo alguns meses que não dormíamos.
Eu já passava dos quarenta e cinco, porém, me sentia tão imatura.
A borboleta amarela e o beija-flor vieram me visitar. A tarde devagarzinho morria. Como eu, como eu.
Eu poderia chorar, desfazer as malas, me esgoelar. Ele desistiria da partida se eu implorasse.
Mas ficar com alguém desta forma? Como se ele estivesse me fazendo um favor?

A franja me caía nos olhos e eu a afastava, molhava suas pontinhas com as lágrimas que ensopavam meu rosto. Esfregava a boca e assoava o nariz. O lenço de papel estava ensopado. Precisava pegar outro. No entanto entrar na casa àquela hora?
Queria vê-lo chegar. Queria. Queria falar com ele.
Sofrer mais um pouquinho? ─ Diria minha sábia mãe.
Esticava a perna e recolhia, esticava de novo. Ela estava adormecendo de tanto tempo que ficara sentada ali. Uma hora, duas. O telefone cansou de tocar, o celular também. Não atendi.
Devia ser algum chato. “Poderia ser até meus filhos – mas eles ligariam outra hora”. Ou minha mãe. Ela também ligaria depois e faria milhares de perguntas. Sabia que não estávamos bem e estranharia meu silêncio. Conhecia meus hábitos e sabia que eu estava sempre em casa no final da tarde.
E se fosse ele? Ele não ligaria. Terminamos tudo e ele estava apenas aguardando que terminassem uns detalhes de pintura na casa que alugara. Levaria tão pouco, o indispensável eu diria.
Havia me dito que partiria bem cedinho.
Não brigamos desta vez. Só escutei e foi como se uma montanha de gelo despencasse sobre minha cabeça.
Nos últimos dois anos discutimos tanto que tudo se esgotou. O carinho morreu.
Houve um tempo que o medo de perdê-lo era maior e aí eu tentava reconquistá-lo. Depois fui me sentindo tão vazia e via que tudo era inútil.
Ele dizia coisas que me feriam fundo. Será que tinha noção do que estava fazendo? Não sei.
Acabei por feri-lo também. Não entendia ainda que estava agindo de forma errada.
Cada carro que passava fazia meu coração disparar, pois pensava que era Augusto que estava chegando.
De onde estava podia ver o sol descendo lentamente na linha do horizonte. Tínhamos uma vista privilegiada.
Quando compramos a casa comentamos que ninguém no mundo tinha uma vista igual. Até nosso ocaso era diferente, porque éramos muito especiais e nosso amor era exclusividade.
Nunca que terminaria um romance destes, nunca.

Um menino gritou na rua e fez meu coração pular e pensar nos meus filhos pequenos. Que pena que cresceram! Era tão bom tê-los sob a barra da saia.
De repente me via pensando no poema de Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
Claro que não. Os filhos são do mundo. Só somos os escolhidos para colocá-los no mundo e orientá-los. E amá-los.
A menina se casara tão novinha e eu pensava que ela poderia ter esperado mais. Todavia havia o tal do livre arbítrio...
Meu filho estava cursando a universidade noutro estado. Foi o caminho que ele escolheu.
O menino continuava gritando e eu ficava ouvindo seus berros. Aquilo mexia com meus nervos que já andavam à flor da pele. O sol descia, descia.
Aí o carro estacionou. Era Augusto. Ele ainda tinha as chaves e o controle do portão. Foi abrindo e percebi que estava aborrecido.
Ele se mudaria no dia seguinte e nunca gostara de mudanças.
Na minha concepção meu esposo já tinha partido fazia bom tempo.
Olhei aquele belo homem estacionando na garagem e comecei a pensar quando nos conhecemos. Como ele era bonito!
Lógico que com os anos ganhara uma barriguinha, o cabelo diminuíra um pouco.
Mas num todo o corpo estava bem e o rosto sempre lindo.
Ele vinha em minha direção e meu coração disparava.
─ Você está bem?
─ Estou.
Minha voz saía rouca e eu pensava que precisava fazer aquele pedido, antes que nosso tempo se esgotasse.
─ Posso lhe pedir algo, Augusto?
─ Diga, Solange.
─ Não vai se aborrecer?
Que pergunta idiota! Eu o conhecia bem e sabia que estava arreliado.
─ Diga logo, que preciso tomar um banho. Tenho um compromisso daqui uma hora.
A frase veio como um balde de água fria me fazendo quase desistir de falar, Acontece que se não fizesse naquele instante não teria outra oportunidade e resolvi perguntar de uma vez.
─ Lembra-se quando ficávamos assistindo o sol se esconder de mãos dadas?
Ele pigarreou (andava fumando muito). Só que estava pigarreando neste momento para disfarçar.
E por fim falou baixinho:
─ Claro que lembro. Certas coisas não conseguimos esquecer por mais que tentemos.
─ Eu posso lhe pedir uma coisa?
─ Não se estenda, Solange. Já falei que estou apressado.
Outro balde.
─ Quero lhe pedir que sente aqui comigo para ver o sol se esconder. Falta pouco. ─ coloquei mais doçura na voz ─ Nem precisa segurar a minha mão.
Ele me olhou sem ternura no olhar, mas com pena.
Estaria eu fantasiando?
─ Augusto. Onde você vai morar dá para ver o sol se escondendo?
Ele virou o rosto na direção do horizonte e seu rosto parecia esculpido em pedra.
O telefone voltou a tocar e eu rezei baixinho:
─ Quieto, telefone. Fique quieto, por favor.
Por coincidência ou pela força de meu pedido depois do terceiro toque o telefone silenciou.
Em alguns instantes a magia daquele instante terminaria. Aquele corpo amado jamais estaria tão próximo ao meu.
Não resistindo eu busquei sua mão e ele estreitou a minha da forma que sempre fizera, apertando fortemente o mindinho.
Se eu chorasse naquela hora estragaria tudo. Ele havia me dito que não suportava a mulher chorona que eu me transformara.
Banquei a forte e nossos rostos estavam bem próximos. Os dois olhando o sol alaranjado e faltava apenas uma nesginha para o nosso astro rei se esconder.
Ele se levantaria em segundos e entraria no banheiro. Tomaria um banho e sairia. Chegaria tarde em casa e eu nem o veria chegar. Na manhã seguinte se mudaria e fim.
Um tremor percorreu meu corpo e de repente me vi estreitada em um abraço.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Sua boca sôfrega procurava a minha e eu me entregava inteira.
O sol acabava de desaparecer lá distante.
Eu já não via, mas sabia.
A língua dele tocava o céu da minha boca.
Estaria ficando louca?
Estaria sonhando?
Queria falar, mas o encanto se acabaria se falasse qualquer coisa.
Pressentia que não poderia me mexer, senão a poesia daquele instante se acabaria. Então fiquei bem quieta. Esperando. Esperando para saber se tinha escapado da realidade e entrado no sonho.
Eu não tomara absolutamente nada. Estava sóbria.
O corpo dele se estreitava ao meu.
Estreitava-se tanto que eu chegava a pensar que me quebraria algum osso.
Estava tão magra. Ossuda mesmo.
Ele é que rompeu o silêncio.
─ Desculpe.
─ Desculpar o quê?
Deus! Ainda era meu marido. Ainda era. Não tínhamos tratado da separação.
Augusto não sentia assim e provou isso pedindo desculpas.
─ Não tenho que desculpar nada, meu bem. Eu queria que acontecesse. E acho que você também.
Parecia que meu tom melodramático não o abalara em nada.
─ Foi um momento de fraqueza. Vou tomar um banho. Espero que você entenda que me deixei levar...
Eu o agarrei pelas costas e fiz com que se virasse e me olhasse nos olhos. Ainda haveria tempo de salvar nosso casamento?
─ E se eu mudar o meu comportamento?
─ Não há o que mudar. Tudo está resolvido. Amanhã cedo eu vou embora. Nossos filhos entenderão.
─ Será? Será que tudo é tão simples como diz?
─ Não vamos recomeçar.
E foi entrando porta adentro.
Eu fui seguindo-o. Se me beijara daquela forma ainda sentia amor e desejo. Ou estaria equivocada?
Ele colocou a chave do carro e a carteira sobre o rack e eu fui ao nosso quarto.
O que eu poderia fazer ainda? Jogar charme por cima dele não adiantaria de nada. Pedir? Implorar?
Deitei na cama e ele entrou no banheiro social e ligou o chuveiro.
Imaginei seu corpo nu e senti vontade de fazer amor com ele. Senti vontade de sentir de novo um abraço apertado, como o que acontecera há alguns minutos.
Que foi feito de nós? Fiquei me perguntando.
Em seguida desligou o chuveiro e fiquei pensando.
─ Ele nunca tomou um banho tão rápido.
A porta do quarto foi aberta abruptamente e molhado como estava ele me puxou para seus braços e me carregou para o nosso banheiro.
Usou a mão esquerda para ligar o chuveiro e com a destra livre foi me arrancando a roupa.
Será que em outras ocasiões fora tão impetuoso?
Era tudo tão espetacular e louco que eu custava a crer que estava sendo real.
Ele descia a boca para meus seios e mordiscava os mamilos.
Fizera isso milhares de vezes aqueles anos todos, mas estava sendo diferente, pois parecia haver uma raiva nele. Um desespero por me possuir.
Pensei se estava me violentando.
Acontece que eu estava querendo tudo aquilo e também o amei desesperadamente.
Também eu o mordi e o apertei.
Também eu quando tomei seu órgão genital nas mãos fui agressiva. Apertei mais do que devia.
Fazia-o não como uma fêmea no cio, mas como uma mulher desesperada.
Sabia que era a última vez e estava sendo maravilhoso e maluco.
Nunca nos amamos brutalmente antes e não estava sendo propriamente brutal. Era diferente. Era como se nós dois estivéssemos morrendo de sede e água nunca conseguisse nos saciar.
A relação sexual ocorria num ritmo alucinado. Bocas e mãos procuravam, deslizavam, corriam pelo corpo todo.
Palavras não existiam e antes falávamos tanto enquanto fazíamos amor.
Eu nem conseguia pensar direito tal a intensidade do que estava vivendo. Era como estar com um estranho. Aquele homem não era o Augusto de todos aqueles anos e aquela Solange exigente eu nunca fora.
Eu queria mais e mais e mais.
Antes nunca ocorrera comigo o orgasmo múltiplo e nem tinha conhecido que de repente pudesse senti-lo e sentia. O êxtase chegaria para nós? Ele aguentaria até quando?
Taxativamente eu desconhecia naquele homem meu companheiro de tantos anos e ele também devia estar me desconhecendo.
Prolongou-se ainda por meia hora o coito e quando por fim caímos exaustos na cama estávamos suados e arquejantes. Tão exaustos que não tínhamos forças para mexer um dedo.
Envergonhada pensava que não conseguiria mais encará-lo depois de tudo aquilo e foi ele que quebrou o silencio.
─ Estou desconhecendo-a, dona Solange.
─ E eu também não o reconheci ─ falei com débil voz.
Ele tinha se esquecido do compromisso?
Fiquei quietinha e nem queria pensar que ele pudesse se levantar e sair.
Augusto colocou o braço em volta do meu ombro e me puxou para seus braços.
Pensam que ele partiu no dia seguinte?
Está até hoje comigo e nossas noites costumam ser muito agitadas. Muitas vezes ele vem almoçar e esquecemos completamente da comida.
Ele perdeu a barriguinha e diz que eu acabo com suas forças, que sou a culpada.
Eu penso que sou a salvadora.

Foto de annytha

Viajante Cadeirante!!!

CADEIRANTE VIAJANTE

Cadeirante Viajante, que percorre pela estrada da vida , uma estrada comprida, que parece não ter fim;
Vai Viajante Cadeirante, corre com a sua cadeira, traça o teu percurso, rumo ao seu destino, onde mais cedo ou mais tarde, mesmo com a alma ferida, coração dilacerado, cruzando serras e mares , sabe onde quer chegar e enquanto sua cadeira desliza no asfalto da vida deixando seus rastros para trás, aproveita para olhar o belo cenário feito pelo Criador, o GRANDE Arquiteto do mundo, que um dia te criou!
Cadeirante Viajante, corajoso e valente, que só tem em sua mente, seu percurso alcançar percorrer o mundo a fora pelas estradas desertas,cheias de curvas e serras, com sua cadeira de rodas, sem se incomodar com o sol que arde em sua pele, porque se lembra que logo virá a noite trazendo o seu frescor com o perfume do orvalho, e isso lhe dá mais coragem pra prosseguir a viagem, porque ele não pode parar, por isso vai enfrentando o cansaço, desafiando seus limites, sem medo da solidão e da morte, vai seguindo o seu caminho ao encontro do seu destino, continua a viajar sem medo de não chegar.
Cadeirante Viajante, rumo ao Sul, ou rumo ao Norte, vive a viajar sozinho onde a sua pressa de chegar, é maior que a sua dor; tem os olhos bem abertos, porém o seu olhar é manso, porque tem que conduzir junto a ele, seus companheiros também viajantes: A dor, a fome a solidão o cansaço e a vontade de chegar...
Cadeirante Viajante, quero te dizer, que Deus está no comando, te ajudando na caminhada,e fazendo valer a pena, então continues a viajar, porque nessa caminhada, Ele está do teu lado!
Cadeirante Viajante, existem milhares outros, mas nenhum de igual valor, pois não têm a tua coragem e vivem desgovernados cruzando os asfaltos em direção ao nada, encontrando só o vazio e choram de desalento por não terem conseguido, prosseguirem sua jornada!
Mas você Cadeirante Viajante, corre o mundo com sua amiga cadeira,e sem que tu percebas, ta ensinando a alguém que também usa cadeira, que com ela, se pode romper barreiras!
Parabéns bravo homem Cadeirante Viajante!!!

Foto de jessebarbosadeoliveira27

RESPIRANDO O DESERTO DOS HOMENS

O remanso da alma
Tarda a se fazer aurora hialina:
A esperança vira estafa e se suicida,

Deixando-nos ao bel-sabor,
A bem que se diga,
Da violência fria, que pavimenta lancinante e imperativa
A jornada do sol de nossas rotinas.

Enquanto isso os barões do Hades e das armas ígneas
Transformam infinitos oásis ou banquetes da chacina
Em chafarizes onde jorram miríades e milhares de abjetas divisas.

Ah, esta Era empedernida faz do amor criança desnutrida:
Converte a oceânica opulência da alegria
Na mais suprema seca da Poesia:
No maior dínamo-nau da sua abissal e imorredoura agonia!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de airamasor

Infinito

Aprendi a te conhecer,
Assim como as estrelas conhecem a noite,
Meu coração se abriu para o infinito.

Você é meu norte,
Me guia através do teu amor,
Louca e apaixonada,
Você sabe que nossa união é uma dádiva,
Sempre te quis.

Assim como as ondas do mar que buscam a areia,
Como o dia que precisa do Sol,
Tenho coisas lindas para te contar,
que só o meu coração sabe falar,
O importante é te amar.

A felicidade que contagia nosso viver,
Inspira minha alma de poeta a declamar nosso amor,
A minha paixão explode em milhares de versos,
Cada um deles levando teu nome.

As estrelas amam o céu,
As ondas amam o mar,
E eu, meu amor,
te amo mais do que a própria vida.
(Aira, 31 de janeiro de 2011)

Foto de Melquizedeque

Alquimista do poder

O mais que posso lidar é o nada!
Não sou egoísta, nem ao menos cruel
Esta é sua parte. De mim tu és herdeiro
Já comi muitas partes do que já foi um alguém
Não vejo a carne, nem sangue ou nome
Mas pra dentro de mim, milhares devorei

Pessoas distintas engoli sem temer
São homens, mulheres, são terra, são pó
Mas saibas que tudo o que fiz que vi ou escutei
Jamais comerás nem ao menos um grão
Pois meu corpo já arde em um fogo imortal
Talvez seja eu um buraco escuro e sugador
Que engole matéria e ilusões... Um infinito de sinápses

De mim não terás nem meu corpo ou migalhas
Sou um selvagem canibal de terras longínquas
Que come seu totem e mais forte que ele fica
Assim vive meu nome: com as lendas e as vísceras

Eu como o que é forte, desse prato eu saboreio
São heróis que introjeto exaltando com o honrar
Sinto apetite em escutar cada nome desses grandes
Mas tu não comeras nenhuma parte do meu corpo
Sou eu um monstro nato, um vácuo sem desvios
Destruo as trilhas mórbidas de vidas temerosas
Sou essa força que tu não compreendes

Em breves milênios então tu saberás
Como é o salivar no mastigar de cada dente
Com sua dor me tornarei um herói ou faraó
Pela vida imolada que me deste ao morrer
Eterno assim serei: um grandioso mercenário
Um alquimista majestoso que se transformou em rei.

Melquizedeque de M. Alemão, 18 de janeiro de 2011

Foto de Nero

CIDADÃOS DO MUNDO

CIDADÃOS DO MUNDO

Em muitos recantos desse mundo afora, milhares de imigrantes (legais ou ilegais) são encarados como uma séria ameaça, aos países que a bem ou mal tiveram que os acolher. Concordo que quando um país sofre sucessivas “invasões” de imigrantes ilegais, isto até certo ponto contribui para a sua desestabilização económica e pode romper com o ordenamento da estrutura do seu tecido social.

Mas também acredito veemente que há outros factores de topo que causam a devastação económica e social sem precedentes. Mas como se diz na gíria “a corda rebenta pelo lado mais fraco”, me parece ser essa razão, para que vários países usem os imigrantes como bode-expiatorio para justificar os seus persistentes problemas socio-económicos.

Quero aqui reiterar que não sou de modo algum apologista da imigração ilegal. Todavia, acho que usar os imigrante ilegais ou legais, como causa fundamental dos problemas sociais e económicos de um país, para alem de ser uma forma de minimizar um problemas com causas profundas, é um gravíssimo contributo para a xenofobia, o racismo, e o preconceito em geral.

Só acho justo que esses imigrantes (homens, mulheres, crianças e idosos) sejam vistos como seres humanos que procuram alcançar seus sonhos de uma vida melhor para si e para seus filhos, não obstante a discriminação de que são vitimas.

Por estes e outros motivos, estes homens e mulheres batalhadores, deveriam e devem ser correctamente considerados de CIDADÃOS DO MUNDO.

NOTA: Precisamos nos lembrar que em muitos países hoje, grande parte da sua população é constituída por imigrantes ou descendentes de imigrantes, como é o caso do Brasil.

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