Memórias

Foto de baraodecampos

Dentro do Medo

Agarro as palavras, arrasto-lhes o sentido,

pronuncio-as prudentemente,

silencio-lhes a aspereza e o mêdo,

pego-lhes de rompante,

como quem apanha uma serpente...

Viscosas, enrolam-se, estrangulam-me,

numa roda que gira entrecurtada

por silêncios que ruminam

sem propósito ou destino...

Rumo em direcção aos lugares

famintos de dôr e amor,

carentes de vida e de sonho...

Debruço-me donde vislumbrava

horizontes e marés...

Estemeço na vertigem,

irmã do abandono...

Olho-te no caminho da memória,

revejo a tua expressão,

sem vida...

Assusto-me nas palavras que não digo,

como quem ama em segredo...

Adormeço na tarde ainda quente

da tua presença colorida...

Adivinho a manhã que se recusa a nascer,

olhando a madrugada morta...

Abraço o vazio, num gesto sem nexo,

amarro memórias,

imagens, lugares, paisagens...

Recolho o último vestígio,

como quem emoldura

a sua própria imagem...

Ondulo o espanto no desencanto

do canto...

Navego na espuma dos dias

em busca de um navio fantasma...

Barão de Campos

Foto de LuizFalcao

"Fica em Paz"

De Luiz Antônio de Lemos Falcão

Ao recolher-me, ainda forte o vazio,
Herança da ausência tua!...
Deitado, as memórias não me permitem um repouso.
E como dói essa presença que tais memórias me trazem!...Esse vazio tão cheio de saudades!...
E nos teus lugares preferidos, e em cada canto da casa, sinto-te ainda tão presente!...
Vejo passares de um cômodo ao outro nos teus afazeres diários e rotineiros,
E o cansaço que nos últimos dias, te afligia o corpo enfermo.
Vejo no rosto estampada a tua tristeza e no olhar as tuas alegrias que são os teus amores, os teus rebentos.
O Olhar teu, desvendando os segredos dos olhares nossos, decifrando-nos os sentimentos.
Das mãos tuas, o calor intenso do amor que nos aquece o coração.
Sobre as nossas cabeças, as mesmas mãos nos ungem de bênçãos,
E com orações protege-nos o teu amor, movendo o céu, o dedo de Deus ao nosso favor.
Longe, em nossa infância, vão buscar-te mais lembranças trazendo-te pelas mãos.
Novamente aos nossos ouvidos a doce voz do passado que embala o sono,
Ao mesmo tempo em que corrige os nossos erros com severas advertências.
Sinto no rosto, os peitos que naqueles dias mataram a minha fome,
Teu cheiro me faz descansar seguro.

Memórias!...
Levam-me de um lado para o outro e em segundos, tantas lembranças!
De tantos sorrisos, de muitas lágrimas, de esperanças e de força, muita força...
Quanta força em tão frágil ser!...Quanto ser em tão frágil corpo!...
O corpo... Cárcere, sofrido, doido!...Cansado de viver!...
Exausta, minha alma não descansa, e novamente vêem as lembranças.
Tão tristes... doídas...recentes! Novamente me põem diante da pedra fria.
Pedra... Aonde o teu cárcere envolto em mortalha, me fez chorar.
No desatar das amarras, descobria o corpo nú, ao qual novamente cobri com teus melhores vestidos.
Debrucei-me sobre o peito, ainda quente, do corpo pálido e inerte.
O coração em silêncio não fazia mais fluir em tuas veias a minha vida rubra.
Enquanto te olhavam os olhos meus, meu coração perguntava por ti:
Onde estavas minha vida? Para onde foras minha querida?
Onde estava o consolo de tua presença vívida?
Confuso, incrédulo da ausência tua, desesperava-me a saudade.
Saudade!... Salgada, molhada, brotada da lamina dos olhos, dói no peito, rasga a alma!
Quanta saudade se pode sentir, sem sufocar, sem morrer?
Quando enfim, com voz embargada e tremulante pronunciei a palavra adeus, ouvi em meu íntimo tua voz de criança dizendo-me:

“Não sofras...Fica feliz! Estou transpondo os portões da cidade dourada! Minha cidade amada...Meu lar! Vejo todos. Os que amo, me aguardam. Entre eles, o mais Amado! Nos braços Dele, do meu Senhor, de toda luta e dor, de toda lágrima, enfim... Descansar! Sei que sofres, pois também já senti essa dor, mas creia em mim...Tudo passa! O tempo é como a água que escorre entre os dedos e logo se vai. Há de chegar o dia em que estarás transpondo os mesmos portões e eu...Eu também estarei lá aguardando para te abraçar e tu estarás feliz assim como estou agora. Então, viva o tempo que tens da melhor maneira. Viva com intensidade cada segundo, cada momento até que chegue o nosso dia de estarmos juntos outra vez. Fica feliz! Fica em paz!”

E nesse consolo que não consola, novamente me vi chorando num misto de dor e de raiva...Tanta raiva!
E tanto amor! O amor que vinha do fundo das entranhas e que socava as vísceras até explodir na garganta um canto.
Melodias vibravam as cordas vocais e jorraram como um rio não represado, posto que os olhos secaram como a terra sem chuva.
Meu lamento era sonoro. E sonora foi toda aquela noite!
Enquanto outros velavam seus mortos, as notas sofridas fluíram alto... Muito alto na madrugada!
Meu corpo tremia levitando o meu lamento! Elevei as alturas minha dor em cânticos de amor e de saudades.
E nesse instante viajei pelo tempo. No passado distante e no recente.
E lembrei de tudo o que foi e não seria mais.
Pensei nos cantos vazios da casa. Nos olhares que estariam ausentes.
Nos sons dos sorrisos. Nas brincadeiras. Nos beijos molhados em minha face.
E na voz que sempre ouvia abençoar minhas partidas: “Deus te abençoe e te traga em paz”
Enquanto contemplava teu rosto em profundo sono, ouvi em meu espírito novamente ecoar as palavras:
“Fica em paz!”... “Fica em paz!” “Paz!...”

Estas últimas, porem marcantes lembranças, gostaria de esquecer e guardar apenas aquelas que sempre me farão sorrir, mais a vida não é toda feita de momentos felizes apenas, nem de presenças perpetuas, mais com certeza, alegres ou tristes, sempre presentes estarão as lembranças, e nelas mamãe querida, comigo sempre estarás, por onde quer que eu vá. “Te amo”

Em memória de minha mãe Maria de Lourdes Lemos Falcão.
De Luiz Antônio de Lemos Falcão. Rio 19/11/1998.

Foto de Edvaldo Rosa

NÃO SE PODE RETER O TEMPO...

NÃO SE PODE RETER O TEMPO...

Minhas mãos não podem reter o tempo,

as águas da vida tem que correr...

Seu curso incerto, decerto levará ao mar...

Inicio de tudo, berço de tudo, que existe, que morre,

que virá um dia a ser...

Não posso reter-te aqui...

Nem tenho o direito de te reter!

Segue, voe, para longe daqui...

Pouco importa, quase não importa,

não interessa o caminho a seguir...

Você sempre estará em mim,

eu sempre estarei em você!

Há dor sim...

Mas passará!

Existem lágrimas sim,

mas até elas secarão!

E o sorriso voltará,

pois você de onde estiver me sorrirá,

como eu sempre sorrirei pra ti!

Serão nas lembranças mais caras,

que encontraremos as memórias mais raras,

de nossos momentos nesta terra transitória!

Voa o pássaro, mas ficam a sua beleza e o seu canto

na memória!

Edvaldo Rosa

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Foto de Graciele Gessner

Somos Apenas Fragmentos. (Graciele_Gessner)

Somos apenas lembranças.
Somos as eternas crianças.
Somos apenas as alegrias,
Estampadas nas fotografias.

Somos as palavras em poesias,
Em que acreditavam na eternidade.
Somos uma entre tantas histórias,
Numa única finalidade... Felicidade!

Somos apenas fragmentos.
Fomos dois apaixonados,
De um passado...
... Em pensamentos.

Somos os sonhadores guerreiros.
Fomos o que um dia desejamos.
Fomos nesta vida dois combatentes,
Neste mundo de plenos viajantes.

Fomos o Eu em Você,
E Você em meu Eu.
Fomos às almas distantes,
As memórias... Os instantes.

Fomos o amor em dor.
Sentimento transformado em doença.
Amor que nos cegou, que maltratou.
Somos o que nos tornou...

Fomos o que acreditamos.
Fomos o que esperávamos.
Somos os silêncios das noites,
Dois indivíduos delirantes...

22.06.2009

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Ayslan

QuEM é VocÊ

Quem é você... Não reconheço seu rosto, sua voz, seu cheiro... Talvez seja porque suas lembranças sumiram assim como você. Talvez seja porque busco te ver em outros rostos, talvez porque faz tempo dês da ultima vez que te vi, já não lembro os seus olhos... É não adianta perguntar as minhas memórias, não adianta recorda o passado onde você já não tem forma nas minhas lembranças... Não consigo te ver. Não... Não pode ser saudade, talvez a solidão que tenta atormentar meu coração. Devo voltar estou perdido na minha própria mente, só não entendo porque ela ainda está presa a você... Vejo agora que você se foi e me deixou muitas interrogações. Você sabe o que é amar... Será que fui o culpado por você mim deixar... Por que era tão fácil escrever “Eu te amo” e hoje não consigo escrever que já não te amo mais. Talvez porque ainda te ame... Ou porque dessa vez você não pode ler e nem ouvir...

Foto de Alexxa

eternamente

esse relâmpago no teu olhar
a ebriedade na pele impetuosa
e nos lábios de veludo desmaiado
são murmúrios incessantes
de outrora
de agora
e do odor melífluo do meu ser
emergem memórias de uma vida
no líquido oceano do meu desejo
tu navegas-me ainda
vives em mim eternamente

Alexxa

Foto de DeusaII

Beija-me...

Teu olhar trespassa o meu
Como ondas flutuantes
De um calor que me queima a alma.

Meu coração brilha de emoção
De um desejo intenso,
Fantasias recalcadas.

Minha vida,
Começa e acaba em ti.
Dominada por um poder
Que emana do teu corpo.
Minha imaginação
Flutua por entre tuas memórias...
Sentimentos aflorados
Por um beijo que me enlouquece.

Sinto teus doces lábios
Em minha pele...
E um arrepio percorre-me
Deixando num estado de pura excitação.

Sinto-te perto… quase dentro de mim,
Como se teu mundo fosse meu,
E o meu pertencesse a nós.

Como uma vibração quase satanica
Que me leva em tua direcção.
Um laço… que não pode ser quebrado….

Por isso, beija-me amor
Como se mundo acabasse amanhã,

Faz-me esquecer quem sou,
Troca-me os sentidos,
Deixa-me atordoada,
Presa em teus doce sabor…

Hipnotiza-me com teu olhar,
E faz-me pedir por mais.

Beija-me, amor
Leva-me ao delirio, à loucura…
Mata-me de amor, de paixão.
Desperta todas as minhas fantasias
Percorre todos os meus anseios,
Queima toda a minha existência.

Beija-me, amor
Sacia esta minha sede de ti,
Esta minha fome, que não tem fim.
Entrega-me aos anjos, ao demonio…

Beija-me amor,
Faz-me de mim o sol da tua vida,
O fogo do teu inferno…

Apaga todos os meus pensamentos,
Elimina todos os meus sentimentos,
Substitui todas as minhas vontades.

Beija-me, amor,
Com uma sofreguidão deliciosa,
Alimenta-te do meu corpo, de mim….

Vamos esquecer quem somos…
E viver esta paixão que nos incendeia,
Que nos queima….

Infinita, ou não… não importa…
Porque o momento é este…

Foto de Graciele Gessner

Estou de Caso com Você. (Graciele_Gessner)

Estou de caso amoroso
Com aquele cidadão,
Dono do meu coração.

Estou de caso sigiloso.
Um amor suspeitoso
E muito fervoroso.

É inexplicável, é admirável!
Um acontecimento do passado,
Em um conto de amor recuperado.

Estou de caso com você.
Um digno amor conservado.
Suportou o distanciamento,
Alimentou-se do sentimento.

Resistiram-se às memórias, as recordações.
Somos eternos namorados apaixonados!
Loucos para desfrutar das emoções.

24.04.2009

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Rosinéri

AMOR MEU

Amor meu, se você visse meu desconsolo
e que perdi a ilusão ao acordar um dia
E perceber abatida a sua ausência
Recapitulando os momentos que vivi contigo
Amor meu, se já não escuta nem minha voz
nem minha canção,
Atrás de você se foi a voz da alegria,
São Memórias entrelaçando abatidas recordações
Deixando minha alma quebrada em pranto
Amor meu... se já não me quer mais
É que eu parti sem poder retornar ao ver-te,
Desejando sedenta passar logo esse tempo sem você
Controlando a dor, com a esperança já morta

Foto de Andre_Bessa

Poesia

Tens um significado permanente
que não me deixa inventar.
Uma voz amarga e intransigente,
que transcende as fantasias que quero alcançar.
Tens o suave gosto de um sentimento
que guardo mesmo sem o ter.
Uma palavra não descreve o meu momento,
porque o meu momento apenas se pode viver.
Tens uma cor macia como a pele
que afasta a água do mar que te lança.
Uma palavra no teu papel basta,
para alcançares o pouco da tua esperança.
Tens a decadência de um planeta
que se esconde entre uma estrela e a lua.
Uma invisível arca de memórias
que respiram cada canto da tua rua.
Tens o verde morto de um jardim esquecido
que me traz as sensações de duas vidas.
Uma parede riscada em vão,
para as nossas emoções esquecidas.
Tens um tempo de um anel na mão
que se prende ao dedo vestido de imortal.
Uma expressão que tu não sabes sentir
traz a tua sabedoria a esse teu olhar tão banal.
Tens o silêncio de uma manhã
que atropela as ruas desta cidade.
Uma nova ilustração de duas vidas
não consegue saciar a minha saudade.
Tens o pálido da pele que morre em mim,
que não sente as sensações da tua mão.
Uma vida eterna não consegue apagar
a vontade que tenho em ser ladrão.

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