Mar

Foto de Carmen Vervloet

Inveja - Da Série Sete Pecados Capitais

Um mar em frustração revolto...
Ciclone que destrói o bem...
Mediocridade seu maior desgosto!
Não para... Vai sempre além...
Tsunami onde se misturam ódio e desejo
Que arruína, mata, devasta...
E se perde em seu adejo
Suicida-se na sua própria bravata!

Carmen Vervloet

Foto de jessebarbosadeoliveira27

LIRA PARA ALVORECER A ALVORADA

Escuto o silêncio
Dizer á madrugada
Que se prolongue nos invernos:

Ah,
Enquanto esta ordem-conselho
Se processa na mente do tempo,

Cavalga por todo o meu cérebro
O viscoso e insólito pensamento
De que seja o basáltico céu empalidecido
A perfeita comunhão entre a elação da beleza
E os sortilégios dum mar capcioso e sombrio.

Escuto o silêncio
Dizer á madrugada
Que se prolongue nos invernos:

Esta miscível atmosfera eclética
De anestesia, Prosa, Poesia,
Onirismo, miasmas, niilismo, corvo, frescura,
Espreita, peçonha, perfídia e coruja

Casamata um reino de desovas, volúpias,
Espermas, esperas, espirais de psicodelia,
Enseada para fugas ou a Política daninha,
Teatro, Baco, vinhas, sangue a cada esquina;
Heróis, concertos de Rock e Operas que reverenciam
A Jazzística Cinética Ventania!

Escuto o silêncio
Dizer á madrugada
Que se prolongue nos invernos:

Capturo as essências da urina,
Da friagem, do orvalho, da orquídea em remanso,
Da groselha e da azaleia de ébano,
Aspergindo-as na página em branco
Do meu corpulento caderno
De Vermelhos Versos Saltimbancos!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
• http://twitter.com/jessebarbosa27

http://bocamenordapoesia.webnode.com.pt/

Foto de Evandro Machado Luciano

Profundo

Espero estar errado
Quando falo de meu coração
Parece estar afogado
Em um mar de depressão

Mi’a vida tornou-se um castelo de cartas
Esperando pelo misericordioso vento
Que dará fim a meu desgosto tenro
E acabará com todo o tormento

Lastimo por todos os que ficam
Enquanto fujo para um melhor lugar
Esse mundo tornou-me insano
Desde o dia em que aprendi a amar

A vida nada mais é
Do que um cruel patíbulo
Vão-se as mentes, e ficam os corpos
O amor é apenas mais um falso ídolo

Esta visão que tenho da vida
É o que resta para escrever
Se tirarem-me as palavras de mi’a boca
Não haverá razão alguma para viver.

Foto de Elias Akhenaton

VIVER COM VOCÊ É UMA GLÓRIA!

Viver com você, estar com você
É sentir a brisa do mar
Tocando a pele suavemente.
Admirar a vastidão
Do firmamento estelar,
A constelação
Cruzeiro do sul
E contagiar-se pela magia
Do sagrado luar...

É sentir o frescor do ar descendo
Das altas colinas
E o cheiro delicado
Dos lírios brancos vindos
Dos campos silvestres.
É banhar-se pelos raios benéficos do
Sol matutino...

Viver com você, estar com você
É andar nos jardins floridos.
É deixar-se ser enlevado
E impregnado pelo perfume das flores
Viver o momento único
De estarmos apaixonados...

É sentir uma chuva fina passageira
A molhar nossos corpos regando
Nossa Alma, florescendo
Ainda mais a flor do nosso Amor...

Viver com você, estar com você
É subir e descer na ponta de um colorido
Arco-íris reluzente numa brincadeira
De dois corações enamorados,
Eternos apaixonados...

É passear no bosque
Deitar e rolar na relva
E nos beijarmos demoradamente
Alimentando-nos com nossa seiva...

Viver com você, estar com você
É acordar com o canto dos passarinhos
Depois duma noite de intensos carinhos
Prontos para um novo dia
Uma nova poesia...

É o renascer de uma nova flor
Renascer do nosso Amor
Que brota todos os dias
Na chama ardente da paixão
Numa nova inspiração.
Reflexos de uma nova Aurora
Porque viver com você, estar com você
É uma Glória!

Elias Akhenaton

Foto de David--Ávila

Nosso Amor

Como pássaro ao voar
Como borboleta em uma flor
Como um sino ao soar
Admirável é nosso amor.

Como a luz do luar
Como o sol ao se pôr
Como a beleza do mar
Sublime é nosso amor.

Como o som de um istrumento
Como a terra em tremor
Como o soprar de um vento
Incrível é nosso amor.

Como a veracidade de um sentimento
Como a pureza de uma flor
Como uma viagem no tempo
Mágico é nosso amor.

Foto de Arnault L. D.

Luazinha

Olho a Lua, olha a lua
ela enfeitiça meu olhar
sei que há muito a falar
além do apreciar, sonhar
mas o meu pensar recua

Silenciosa plateia
nestas horas internas
horas só minhas, ternas,
em que a razão adernas
e não se prende a ideia

É uma linda Lua minguante
na ultramar vastidão
uma visão quase mar
quase limbo, quase amar
contraste à penumbra, amante

Um sorriso sem rosto
dentes de luz, marfim
mais que um lapso em mim
onde as palavras têm fim
um doce gosto de mosto

Boa noite Luazinha
muito bom que nos revemos
e lembranças qu'inda temos
sob os serenos, foi, cremos:
Foras não apenas minha

Foto de Carmen Vervloet

Peregrino

Voou paisagens fazendo novenas
sangrou muita dor secando feridas
pincelou telas brancas pintando açucenas
Galgou labirintos em paixão desmedida...

Rasgou as entranhas da vida...
Caminhou por fios de luar
buscou vãs acolhidas
um navio de sonhos... soltou ao mar...

Ah! Esse meu eu... eterno peregrino,
atravessou azuis poentes
versejou tal qual menino
um amor latente, sempre insistente...

Cruzou a Via Láctea já nebulosa
enfrentou marés em rebeldias incontidas
tantas vezes se fez açucena formosa
perdeu-se entre sonhos natimortos e angelicidas...

Passou por todos os caminhos
fez-se flor e também espinho...
Conheceu as agruras da vida
labutou e venceu a lida...

Sempre em busca da perfeição
fez sua explícita revolução
atravessou o milênio com galhardia
mas não me fez nítida radiografia...

Não me percorreu totalmente...
Não sei se...
Por incompetência ou covardia!

Carmen Vervloet

Foto de Manuel Conde

Como uma Onda

como uma onda
que aos poucos tenta fugir do mar,
e regressa como um filho perdido e arrependido...

Como uma Onda...
como uma onda,
que pensa em fugir do mar,
que acaba voltando do mar,
porque sente saudades do mar...

Como uma Onda
como uma onda do mar,
que nao consegue estar um só
e somente um só segundo distante do mar,
como uma onda do mar,
sao os meus sentimentos por Ti
que as vezes sofro por Ti
passando noites sem dormir por Ti
que as vezes penso em Ti
passando dias felizes contigo

Como uma Onda...
como uma onda que vai mas acaba voltando pro mar,
Essa é a esperanca de que mesmo distante de Ti
o nosso Amor nao envelhece,
a saudade sera bem mais forte,
e carregar-te-hei
sempre e sempre
bem no fundo meu coracao

Como uma Onda

como uma onda do mar,

...Vai...

...o nosso Amor como Uma Onda.

Manuel Conde

Foto de diny

Tua Beleza

Tua Beleza

Tua beleza incendiará navios no mar
Tua beleza incendiará as florestas
Tua beleza tem esse gosto de vida
Tua beleza tem esse brilho da aurora
Tua beleza é uma beleza que intimida
tudo que não é belo; nem feito de gloria!

Tua beleza me leva ao desespero
porque é espelho de todos os meus desejos
desde os mais secretos;aos mais escancarados
Tua beleza é esse céu enluarado
em que me vejo, como num chão de estrelas
perdida em tamanha beleza, a tua meu amado!

Tua beleza arde em meu coração
e embriaga como canção de amor
desses que não se esquece jamais
porque é capaz do eterno em si;
naõ tem começo, meio, nem fim
é infinito; é belo!

Tua beleza esconde a razão do meu amor
que tudo em ti é belo , lindo, bonito
e que até o teu sorriso me diz: te quero!
te espero!...
e eu coração te diz num grito:
te amo... tanto tanto tanto...

Tua beleza é o meu mais doce canto de amor!

Diny Souto

Foto de Lucíola

Reencontro

Era uma linda manhã de verão. O sol iluminava a paisagem, enquanto Celina caminhava lentamente pelas ruas da cidade em busca do seu destino.
A vida lhe reservara sempre grandes surpresas, pois Celina acostumara-se a esperar o oposto do que queria. Isto facilitava nas decepções e propiciava alegrias inesperadas. Resolveu então pensar que aquele era um dia comum, com pessoas comuns ao seu redor e que seus passos comumente lentos a levariam tão somente na direção do mar.
Chegou, finalmente. Seu destino estava ali traçado naquele calçadão. Em seu peito, a ânsia da incerteza atravessada no coração feito faca afiada que corta a carne ainda viva. Não podia mais recuar. Não tinha forças. Restava apenas esperar até que tudo terminasse. Queria apenas encontrar uma última chance de poder falar o que realmente sentia.
Pensou então em buscar as palavras que usaria para dizer tudo o que desejava tanto. Mas as palavras sumiram instantaneamente de sua cabeça. Como num passe de mágica, tudo ficou branco, por um momento, tudo parou.
Celina, então, simplesmente ouviu:
- Oi, bom dia!
Foi difícil acreditar naquela voz ao seu ouvido. Desejou por um momento o fracasso de uma longa espera sem esperança. Seria então esta uma grande surpresa, ou uma decepção? Não sabia explicar.
Seu coração bateu tão forte que teve medo que todos pudessem ouvir. Não conseguia se mover. Não sabia como. Como conseguiu chegar então até ali? Precisava criar coragem. E após uma longa pausa, enfim, respondeu:
- Bom dia.
Seus olhos de repente alcançaram a plenitude nos olhos dele. Naquele momento, as palavras já não eram mais necessárias. Tudo estava tão profundamente explicado que o mundo parou um instante para ver aquelas almas se tocarem silenciosamente, imaterialmente, irracionalmente, num momento pleno de amor.
- Pensei que você não viesse. - Disse ela com a voz trêmula, rompendo o grande silêncio e trazendo o mundo ao seu devido lugar.
- Eu disse que vinha. – Respondeu ele com certa impaciência.
Era estranho imaginar que aquele ser tão próximo, tão conhecido seu, de certa forma, em algum momento, denunciava-se tão estranho. Mas se o peso dos anos tinha a força de mudar tudo de lugar, como então poderia explicar aquela sensação de estar revivendo um passado tão distante? A circunstância permitia mesmo sensações ambíguas. O momento era tenso. O sentimento, intenso. O tempo seguramente não pudera remover ou mudar o amor contidamente existente nas almas daquelas duas pessoas.
Como nos tempos idos, os olhos dos dois falavam mais do que as palavras. Não se importaram sequer em identificar as marcas do tempo em seus rostos. Parecia que nada havia mudado - nada. Até mesmo as dúvidas e receios eram os mesmos de antes. Apenas a ansiedade dera lugar à serenidade daqueles que verdadeiramente se amam para além dos tempos e da própria existência terrestre.
- Eu não acredito que estamos aqui, agora. – Disse Celina, com um largo sorriso no rosto e um brilho nos olhos inconfundível.
- Por quê? – Perguntou ele, mesmo sentindo no peito a mesma emoção de quem racionalmente não consegue mensurar a plenitude de um momento tão raro, onde o sentimento é quem comanda cada palavra, cada gesto, cada pensamento.
- Porque imaginei que a nossa história havia terminado, mesmo que ainda inacabada, assim como uma criança que morre em tenra idade, de qualquer mal súbito, ou por qualquer fatalidade. Então, dessa criança, restam apenas as doces recordações e a lembrança do seu sofrimento, de sua dor e de seu triste fim.
Em seu coração, Celina temia ouvir duas palavras: sinto muito. Estas palavras quando ditas em certas ocasiões produziam conseqüências quase que letais para quem as ouvia. Ouvira uma só vez em sua vida, o suficiente para lhe trazer noites intermináveis de angústia, pelo peso de um amor fracassado.
O momento de êxtase agora dera lugar a uma inquietação, daquelas que trazem ardor à alma e a insatisfação antecipada de quem imagina agora tudo perdido, sem conserto mesmo.
- Você disse que me esperaria... E eu acreditei. Você não só não me esperou, mas também me esqueceu. Seu amor por mim foi tão sincero e tão verdadeiro como um feriado que cai no domingo. – Respondeu ele, visivelmente perturbado. Naquele momento, por um instante, arrependeu-se de estar ali entregando tudo o que de mais profundo carregara durante todos aqueles anos. Arrependeu-se. Aborrecido, achava-se um tolo. Não suportaria aquela situação por mais tempo.
Celina sentiu o mundo sobre suas costas, temia profundamente aquela reação. Desejava que tudo fosse mais fácil. Mas a inocência dos velhos tempos de juventude havia perecido. Agora não havia mais tempo. Tudo deveria ser esclarecido. Tudo. Não poderia hesitar nem um só minuto. Precisava sinceramente falar para ser compreendida e desejava mais do que tudo que ele soubesse que o seu amor, um feriado num dia de domingo, foi, era e sempre seria um domingo sem fim.
Então, ela retrucou:
- O domingo, o sétimo dia ou o primeiro dia da semana, é o dia do descanso. A semana vai passando e ele lá, inerte, parado. Ou ele espera por você ou você espera por ele. Feriado ou não feriado, de uma forma ou de outra, inevitavelmente ele está lá. Seja você feliz ou triste. Durante um passeio, ou uma viagem, numa festa ou no sofá da sua sala, é domingo. Eu sei, você sabe, todos sabem. É domingo. Às vezes temos sono, às vezes não. Às vezes queremos que a segunda-feira venha nos salvar, ou que o domingo seja o único dia da semana, se estamos cansados. Mas se eu estiver feliz é porque você não só está em mim, mas eu também estou com você verdadeiramente. É por isso que eu quero que você saiba, independentemente de tudo e de todos, eu te amo. E nada nesse mundo poderá mudar essa triste realidade que me corrói a alma e me faz viver sempre esperando a realização desse amor, que eu sei, não tem mais futuro, apenas passado. Não pense em como tudo aconteceu, pois não há racionalidade para as coisas do amor. Eu apenas amo e nem sei como. Eu amo tão simplesmente que até parece complicado. Meu amor por você está além de onde se pode ir. Vive e revive a cada dia que se passa, com maior intensidade. Eu sei disso porque quando encontro você é tudo tão inexplicavelmente mágico! O tempo parece não ter passado. O dia não parece dia, as pessoas parecem não estarem lá, a vida parece ganhar outra dimensão. A partir daqui, eu sei, tudo vai mudar. A magia será enfim explicada e então perderá o encantamento. Mas o amor, esse sentimento que carrego dentro de mim e que só eu sei o quanto é puro e verdadeiro, esse não mudará. Eu sim, não serei mais a mesma. Imagino que deixarei de sonhar com você, meu grande e eterno amor. Mas saiba, eu te amo, te amo, sinceramente...
Depois dessas palavras, não havia mais o que ser dito. Todas as dúvidas não podiam ali ser esclarecidas. O amor e sua verdadeira face envolveram de tal sorte aquele homem e aquela mulher, que eles, do magnetismo do momento, não puderam mais fugir. Arrebatadoramente, abraçaram-se, em corpo e alma. Beijaram-se e, na mais completa plenitude, enfim, compreenderam que não há explicação para o amor. Ama-se e fim.

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