Mar

Foto de Osmar Fernandes

O mar está zangado

O mar perdeu a cabeça.
Os terráqueos o sentimento.
O sonho está sem planeta...
A luz sem pensamento.

O mar está zangado.
As matas fogo engole...
O fim já foi anunciado.
Perder a esperança não é mole.

O preço do progesso é caro.
O tsunami no Japão foi um caos...
Nos escombros tudo virou trapo.

Precisamos nos reciclar.
A dor da perda é um fato.
Só nos resta orar.

Osmar Soares Fernandes

Foto de SANDRA FUENTES

ÚLTIMO ANDAR

Maquiava os olhos às cinco da manhã e ficava em seu quarto olhando para o espelho. Não havia traços do tempo em seu rosto, mas o coração, com rugas profundas, se fazia de desentendido. Fumava um cigarro que deixava pela metade. Olhava o mar pela janela do apartamento minúsculo e pensava em seus sonhos-pesadelos. Nem sempre é possível distinguir um do outro quando se dorme. As cores se confundem e os personagens mudam de cena durante um sono profundo. Mas a mulher vestida de segredo, tirava suas meias transparentes e caminhava descalça em direção à porta. Gostava quando ia sentindo nos pés o frio daquele piso do corredor pintado de verde. Sentava na escada e acendia mais um sonho, que deixava pela metade.Ela quer descer. Passa pelos degraus como fumaça. Em silêncio caminha até o portão. Desconhece aquele lugar. Sem olhar para trás, faz o caminho de volta. Pega a chave que estava sob o tapete. Surda-muda. Sonho-pesadelo. É lá seu lugar, é onde ela mora: no último andar, na última porta.

Sandra Fuentes

Foto de Eveline Andrade

Pôr do sol

O pôr do sol em Quixadá é mágico, é como se a cidade submergisse em um mar púrpura e reluzente. Suas grandiosas montanhas de pedra parecem flutuar em meio tanta beleza. O glorioso sol vai sumindo deixando um rastro cor- de-rosa e me cobrindo lentamente com o confortável cobertor da noite, que desce sobre mim dizendo teu nome!

Evelyne Andrade
22/02/2011

Foto de fisko

Queimem-me os olhos, com razão, também sou filho de Deus.

Romperam-se as vidas, os prados repletos de alegria, a alma que tresandava a tudo o que era o que eu queria. E eu? Que é feito de mim que também sou filho do divino? Não era mais sensato queimarem-me vivo ou atirarem-me ao mar grande do que me dar a provar esta loucura que é o adeus de quem se afeiçoou à vida deste pobre homem?
Não há Primavera mais fria que esta, para um homem que sempre deu tudo e agora se vê obrigado a apagar uma vida.

Há quem me mereça, divino iníquo, mas então porque razão puseste tal sentimento à frente do olhar e do coração deste homem se não é este o seu fado mesurado?

Vós Deuses, que não vivem porque alguém já vos tirou a vida, nem que tivesse sido uma constipação pelo caminho de casa ou a solidão que a morte nos dá, vós que não existem por razão qualquer senão essa mesmo, existir, exijo aqui perante a lei da vida saber o motivo de me consumirem com este sufoco! Ah, pudesse eu guardar-vos as estrelas e só as repor no céu na altura em que me explicassem o sentido disto.

Para que foi então tudo isto? Expliquem-me, vá! Fiz eu assim tão mal a alguma alma? Terei eu perdido a vontade de sonhar sozinho?!

Ah, arranquem-me já a alma fraca deste corpo farto de alucinações e paixões sem sentido e já, que quero esvaziar-me de sentimentos ambíguos e despedidas que nunca chegaram a acontecer certamente, pelo menos para mim.

Meu Deus, mas que mal fiz eu?
(...)

Foto de Carmen Lúcia

Poeta

Te revestiste dos sonhos
do acervo de meu sonhar,
alçaste majestosos voos
que sempre desejei alçar,
cruzaste o horizonte
convencendo-me a acreditar
que o inimaginável é possível,
passível de se alcançar.

Te embrenhaste entre as brumas
lançadas de meu oceano,
deixaste-me persuasiva
a refletir nossos planos...
transformar nossos sonhos
num único sonhar,
entrelaçar nossas asas
num único voar.

Subiste mais alto que eu...
No arrojo de teu desempenho,
no auge de tua vaidade,
nosso sonho se perdeu.
Não ouviste meu apelo,
não entendeste meu olhar
que mais que uma súplica,
queria te acenar...

Ao ganhares altura,
condor a conquistar os céus
com galhardia e postura
pisaste o mais alto pódio,
olhaste-me lá de cima
com ironia e bravura.

Hoje sou simples gaivota
solitária a rodear o mar,
olho-te voando alto
no ápice de minha coreografia
tentando clamar por tua atenção
e nem sequer me vês,
e nem sequer me notas.
Julgas ter atingido a perfeição
nesse teu mundo de ostentação.
Não foges à regra,
nem és exceção...

Carmen Lúcia

Foto de Azke

"Imortal."

qual...
do que te espera?
do que te guarda?
qual...
do vento em riste,
que de ti, te insiste,
qual
te clama,
qual
te ama?
em rol...
in/versado.
por ensaio das tuas pernas. e... em chamas?
pra dançar...
pra tocar...
por um tempo. qual,
te acalma?
de ti em lava...
qual?
te faz... de ti, escrava?
a de ti?
ao teu tudo. dos teus encontros...
qual?
de ti.
te completa em turnos... decrescentes.
descrentes..
aos impérios profundos... dos teus ensejos, ao interno teu, e do teu.. ventre?
dentro...
de ti.
qual...
repara?
em vestes claras,
a tua causa?
onde...
primeiro.
te cortam... as asas?
qual te tomba?
e qual... te. vê?
qual...
de ti?
te crê?
qual...
te completa em turnos... dissidentes?
aos mistérios dos teus lados acesos, ao inferno teu, o teu, e o mais: quente?

quer... ir?
vá.

e não te deixe pra depois...

qual de Hera, por tentação ao mar concedido
qual de Artémis, em prisão por acossa... e conflito
qual de Athena, em dança nua/rubra sob o sol
qual de ti. qual de todas. e em ti. e todas. em ti... uma(e). só?

Foto de Carol Carolina

MEUS CACOS...

Meus Cacos...

Olhando as ondas dançarem
Dentro de uma vi a tristeza
Pensei ser só uma miragem
Mas era eu com certeza...

Mirei-me quieta e sem vida
Num rosto morto e apagado
A alma antes florida
O mar havia tragado...

Meu coração esmagado
Não tinha mais a doçura
Duro sem cor e salgado
Dentro de uma armadura...

Atirei-me então ao mar
Para pegar o que era meu
Queria meus cacos colar
Mas ele não devolveu...

Carol Carolina

Foto de William Contraponto

Meu Garoto

De: William Contraponto

Tem certas coisas
Que não consigo explicar
Como meu garoto sorrindo
Sentado a beira-mar
É tão lindo
As palavras fogem
E o corpo fica louco
Quando ele vem
Encostar-se no meu ombro

A voz que trava
Arrasta minha boca
Aos lábios safados
Desse moleque bonito
De quem quero ser namorado

Me deixe ficar assim
A tarde inteira abraçado
Sentindo sua pele em mim
Fortalecendo o amor
Que também espero não ter fim

Garoto moreno, lindo pecado
Um pedaço do paraíso
Perdido aqui comigo
Nesse desejo alucinado
Permaneça pra sempre
Bem ao meu lado

Foto de Carmen Vervloet

SERMÃO PARA UM HOMEM IMPERFEITO

Caminhas em busca de venturas,
Mais vezes caça do que caçador
Se não focas no amor a tua procura
Pilha-te o primeiro sentimento predador.

O espírito, onda em movimento
No mar revolto das promessas da tentação
Desliza solto a mercê do vento...
Em cada queda um degrau de evolução.

Cabe a ti escolher e traçar o teu destino
O livre arbítrio é todo e somente teu
A vida não é um cassino clandestino
Mas o maior tesouro que Deus te deu.

Envolve-te de luz como de um manto
E faça-te arauto de bons intentos
Lave os caminhos com os teus prantos
A alma é sábia e compreenderá o lamento

Se Deus mostra sua face na flor selvagem
E dissipa as nuvens num sopro de vento
E te deu livre arbítrio nesta viagem
Por que não fazer bom uso de cada momento?

A vida é a seara que cultivas com amor
Enxergue o mundo num grão de areia
Construa tua obra com carinho e bom humor
E deixe a felicidade penetrar por tuas veias.

Deus te deu sabedoria, potencial e inteligência...
E ouvindo o coração, acionando a consciência
Crie uma praia com seu pequenino grão de areia
E então em paz, deleite-se com a lua cheia!

Carmen Vervloet

Foto de Marilene Anacleto

Anjos 7 - Anjos da Tarde

No calor intenso à beira mar,
Preparam o frescor, os Anjos da Tarde,
Indo e vindo com suas asas amorosas
Em movimentos de amor e suavidade.

Em contínua devoção ao Deus Criador,
Que protege os filhos Seus de suas criações,
Colocam mais leveza e amor nas noites,
E elevam os corações para percebermos o Amor.

Com o frescor da brisa que a chuva aproxima,
Vem o medo das recentes tempestades.
Mas a presença destes Seres reanima
A esperança em Deus e na Vida ora nos dada.

E os Anjos vêm e vão, num devotado festim.
Com cheiros de chuva na terra, voam as pétalas,
Asas de pássaros em festa e perfumes de alecrim,
Anjos da Tarde trazem o Paraíso da calma das florestas
Em odores e cores amarelo, alaranjado e carmesim.
Marilene Anacleto

Páginas

Subscrever Mar

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma