Maior

Foto de Dirceu Marcelino

ERAM DOIS AMIGOS INSEPARÁVEIS

Dois meninos.
Moradores da mesma cidade.
Um de olhos azul outro verdes.
Eram orgulhos da cor de seus olhos?
“_Ah! Meninos vaidosos”.
Falava nossa professora, Dona Marta.
Foram poucos os episódios de que um não participou na vida do outro.
Um deles ainda no “parque infantil”, neste ainda não haviam se encontrado.
Foi quando o de “olhos verdes” fora expulso da escola em face de se envolver em uma briga juntamente com seu irmão de três anos.
Não aceitaram a justificativa do menino de cinco anos e naquela época ele não sabia se defender.
Vamos pular vários episódios, pois, o objetivo deste conto é apenas justificar o porquê da carta-poesia postada aqui e endereçada ao primeiro depois de muitos anos.
Mas, tem fatos marcantes que precisam ser mencionados:
Tal como a apresentação para incorporação ao Exército Brasileiro.
Lembra-se: Todos nós bem arrumados. Você com um terno que parece que fora tirado do baú de seu pai, o mesmo com que ele viera da Espanha.
Eu, com uma roupa esporte.
Na rua um comboio de mais ou menos vinte caminhões do Exército Brasileiro e no ponto de ônibus do Mercado Municipal não parava de descer jovens cabeludos, muitos naquela época queriam imitar os “Beatles”.
Lembro-me que no momento de subir no caminhão meus cabelos longos caíram na testa e meu pai com os olhos lacrimejados dizia:
_ “Pare com isso. Você agora vai ser soldado!”.
Sinceramente, só fui entender isso depois que já estávamos na barbearia do quartel.
Justamente, quando via os que estavam na fila saírem de “coco pelado”.
Cerca de oitocentos jovens com dezoito anos de idade deixavam caídos ali no chão da barbearia madeixas de vários tipos de cabelo, dava-se para perceber que pouca era ruiva, outras loiras, mas a maior parte de cabelos negros e castanhos escuros.
Como os meus. Os seus eram loiros.
Quanta recordação poderia falar do quartel, ei!
Lembra-se daquele que ocorreu dias depois dos cortes de cabelos.
Sabe que como “cabo da guarda” soube por ele próprio que fora uma vingança, pois, não se conformava com o fato de lhe cortarem os cabelos.
Com ele aprendi que cadeia não regenera ninguém, o pior é que ele dando baixa do quartel, entrou em outra corporação importante e a desonrou, pois cometeu um crime maior: “latrocínio”. Justamente contra um industrial alemão que instalava uma indústria em nossa cidade. Esse não é assunto para comentarmos aqui. Muito grave.
Mas eu tenho que mencionar nossa viagem para aquela pequena cidade vizinha, onde participaríamos do desfile comemorativo de aniversário da municipalidade, quando um comboio de seis caminhões nos levou.
Você dirigia um deles e eu estava na carroceria.
Você teria com certeza condições de narrar melhor o acidente ocorrido, pois via a frente uma estradinha de terra batida, o aclive acentuado e a curva à esquerda. Eu na carroceria só pude ver e pressentir o caminhão que derrapava, empurrado pelo obus 105 mm, peça de artilharia muito pesada que ao mesmo tempo servisse para segurar o veículo não o deixando que caísse abruptamente o tombava, devagarinho, dando-me tempo de pressentir a metralhadora ponto 50, tombar e seus ganchos inferiores caírem sobre meu pescoço, mas eu o colocar como um “boxista” entre os ferros e evitar ser atingido.
Salvo desses fomos para o desfile.
Você dirigindo aquele caminhão com a frente amassada e o vidro dianteiro quebrado e eu como sempre na carroceria, com mais dez soldados.
Lembro-me que conforme treinamento feito durante semanas no quartel todos os soldados deveriam descer e depois sob a ordem do comandante todos deveriam subir rapidamente, dando-se às mãos, o que lhes proporcionava subir com facilidade, mas eu, como sempre ficava isolado, sozinho, pois era o “cabo serra fila”.
A que dificuldade foi subir naquele caminhão, primeiro que me desconcentrei ao ver entre os assistentes que se acotovelam uma linda morena de “olhos verdes”.
Ela me olhava de tal modo que me atraía, me seguravam, me dominavam, mas acredito que quando ela percebeu que eu iria passar vergonha pois os caminhões já estavam sendo acionados, ela me liberou e então em movimento mágico pulei e não sei como já me vi segurando os guidões da metralhadora.
Sim. Espécie de guidões, semelhantes ao de uma bicicleta.
E, naquela posição o comboio circulou por toda a praça e ao retornar, novamente, eu vi ali defronte ao cinema, mas sobre a calçada da Praça Rodrigues de Abreu aquela musa.
Alguém poderá perguntar, mas como ele sabe o nome da praça se aquela era a primeira vez que tinham ido aquela cidade. Bem, aí é outra estória, a ser contada no capítulo II do “menino que queria ser maquinista de trem”.
Antes de perseguir o objetivo deste conto, ainda tenho de contar mais uma breve estória, pois ela está registrada nos anais da história do Brasil.
Refere-se ao período ditatorial, mas sobre um episódio no QG do II Exército época de subversão e quando alguém soltou da porta do ginásio de esportes do Ibirapuera um veículo carregado de bombas que adentrou pelo acesso do quartel semi-subterrâneo e explodiu espetacularmente, matando uma das sentinelas. Sua foto consta de arquivos da internet.
Com esse episódio o jovem de “olhos verdes” acabou sendo promovido a sargento.
Posteriormente, terminado o período do serviço militar obrigatório, nos separamos por vários anos, mas outra vez, o destino nos uniu.
Fomos nos encontrar em Campo Grande – MS.
Em uma academia e depois designados para trabalhar na região da tríplice fronteira entre os Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraguai. Esta região ainda fazia fronteira com uma parte do Estado de São Paulo.
Sei que em contos não se devem por nomes. Mas o faço, pois é um conto baseado em fatos verdadeiros.
Verdadeiros mas desconhecidos das autoridades responsáveis, dos chefes, dos governantes.
Talvez, saibam eles de alguns dados estatísticos, do número de carros furtados que são levados para o Paraguai, interessante, ainda hoje da mesma forma que acontecia há vinte anos.
O “menino de olhos verdes” agora se transformara no Delegado Regional e o “menino de olhos azuis” no Delegado de Polícia da cidade mais importante da sub-região. Mas a deste ficava exatamente na confluência da tríplice fronteira.
Este episódio ocorreu em porto Caiuá, local onde estava sendo construída uma usina hidrelétrica no Rio Paraná e a estrada se delineava exatamente sobre a barreira de contenção.
A operação consistia na abordagem dos veículos suspeitos ainda sobre as balsas que faziam travessia dos veículos do Estado do Paraná para Mato Grosso do Sul.
Na primeira incursão foram apreendidos quatro carros, dois Del Rey e dois Monza, furtados na cidade de São Paulo, no dia anterior, cujos veículos eram conduzidos até as pequenas cidades do Paraná, e ali permaneciam aguardando o momento adequado para serem atravessados. Depois faltariam cerca de cem quilômetros para alcançar uma das inúmeras cidades fronteiriças “Del Paraguay”.
Logicamente, desconhecíamos no que consistia esse “momento adequado”.
Outro fato interessante, mas, por favor, não dêem risadas, más é verdade, os presos eram levados para a única cadeia da cidade e ela era de “madeira”. Aliás, a maioria das casas daquela cidade era de madeiras, naquela época. Não sei hoje.
Só viemos, a saber, na segunda operação, quando afoitos em realizar um trabalho maior escalamos doze policiais que deveriam agir em duplas.
O Delegado Regional chefiava, mas também fazia parte de uma dupla operacional, seu companheiro era um Agente de Telecomunicações. Este tinha a incumbência de se comunicar com os demais componentes e transmitir-lhes as ordens operacionais.
Mas que operação, pois, logo após a descida dos carros da balsa, quando tudo deveria estar concluído, o que vê o Delegado Regional, cada grupo de seus agentes, sim, perto dos carros apreendidos, mas aos seus lados, também, outros homens armados, desconhecidos e entre eles ainda teve a chance de reconhecer um famigerado bandido procurado justamente por ser famoso nesse tipo de tráfico de veículos.
O que restou ao delegado regional, ao ver aqueles homens armados caminhando em sua direção, a não ser, lembrar-se do brocardo:
-“Pernas para que te quero”.
Subir então no veículo que acabara de aprender, praticamente, obrigar o preso e o Agente de Telecomunicações a adentrarem no veículo, tomar o assento no banco de motorista, acelerá-lo e arrancar provocando muita poeira e deixar atrás de si uma nuvem.
Acredita que essa ação os deixou momentaneamente desorientados, pois já estava a uma distância de 40 ou 50 metros quando os viu subindo em suas camionetes, alguns na carroceria e começavam a acioná-las e em comboio a persegui-lo.
Poderia dizer que foi uma delícia, se não fosse trágico, mas lembra-se como se fosse agora do ronco acelerado do Monza, vermelho, lindo... “Vrrooouuummmmmmmmmmm” e o chiado dos pneus nos pedregulhos do chão de terra batida “tchuaaaaaaaaaaaaaa”.
A corrida do carro que batia a “Kart” e assoalho em algumas saliências irregulares da estrada que na verdade era a barreira da futura hidrelétrica.
Olhando para trás via que se formava uma nuvem de poeira que com certeza inviabilizava a perseguição dos bandidos e desse modo foi possível ao término da barreira, adentrar em solo pedregoso sem deixar rastros e desse modo adentrar num paiol e enfiar o veículo sob um monte de feno, que parece que ali fora adrede preparado para esconder o veículo como vemos nos filmes americanos.
O feno cobriu o veículo, desceu do mesmo cuspindo capim, o bandido com um monte enroscado em sua algema, o agente reclamando de estar sujando seus equipamentos.
O delegado regional puxou o preso pela algema, praticamente o arrastou e com palavras de ordem obrigava o agente de telecomunicações a segui-lo e assim subiram em um morro, onde em local alto e camuflado, se assentaram. Dali se podia ter uma visão geral da planície formada pelas margens do grande rio e da estrada que se descrevia agora sinuosa para o oeste.
Dentre os veículos perseguidores três camionetes Ford e duas de marcas Chevrolet, além de um Fiat 147.
Sorte que coube aos dois ocupantes do Fiat fazer a verificação neste paiol, onde o Monza estava escondido. Negligentes os bandidos, deram uma espiada e sequer tiveram o cuidado de cutucar com varas o monte de feno. Depois de alguns minutos também seguiram para o Oeste.
E, nós ali.
Passadas cerca de seis horas viu-se ao longe sobre a barreira o ônibus interestadual que se dirigia para a cidade sede da sub-região, dando tempo de escrever, em uma caixa de bala CBC, um bilhete pedindo ajuda.
Entre as dobras da caixa colocou o Delegado Regional outro bilhete, que teve tempo de redigir, afinal ficou ali várias horas.
Depois de mais algumas horas chegou o reforço, o pior, que entre eles retornavam alguns dos mesmos policiais que tinham participado da nefasta operação.
Mas agiam como se nada tivesse acontecido.
Posicionou-se o Delegado Regional adequadamente de modo que pudesse reagir com armas, mas logo percebeu que tudo aparentava certa normalidade, iria fazer o jogo deles, talvez fosse naquele instante a estratégia adequada.
E, assim, retornaram para a sede.
O “bandido” foi autuado por receptação. Presidiu o flagrante o Assistente do Delegado Regional que foi o condutor.
Ah! Que trabalho em vão, o “cidadão” autuado, no dia seguinte foi posto em liberdade por ordem judicial.
Mas, tudo isso se repetiria depois, quando convidado para uma pescaria o ingênuo Delegado Regional foi e lá depois de ter pescado um grande “serubim”, que ajudou a limpar, no momento de saboreá-lo começaram a lhe contar a estória do “Delegado Bigode”.
Bem, esta estória, será narrada em outro conto, talvez, até o término do concurso, logicamente, se esta for bem recebida.
Ah! Sim.
Vocês querem saber por que contei tudo isso.
É simples.
Só quis justificar porque não entreguei a poesia ao amigo ODAIR ANTONIO ORTIZ, diretamente a ele e naquela época.
Justamente, porque, ela a carta-poesia, fora o bilhete que escrevera em um papel de revestimento de maço de cigarros e a introduziu, entre as frestas da “caixinha de balas CBC”. A mesma caixinha e papel que tem guardada em seus arquivos.
Normalmente, esqueço-me do teor das poesias que escrevi horas antes.
Aconteceu recentemente.
Escrevi para “baianinha” e perdi em meus escritos no próprio computador.
Espero encontrá-la. Mas ainda ontem quando não conseguia revisar este texto, em razão de erro de formatação, reescrevi a poesia “Baininha”, mas exatamente, no momento em que falava com ela pelo MSN.
Amigo com tudo isto estou lhe querendo dizer, que da mesma forma que tenho amigas, musas, você foi uma pessoa importante na minha vida, veja, fiz uma poesia, pensando que iria morrer.
Imaginava que você continuasse naquele Estado, como outros de nossos colegas continuaram.
Mas o destino não quis assim, outra vez nos encontramos aqui em nosso Estado, trabalhamos novamente juntos, divertimos em alguns momentos, trocamos nossas confidências e até fomos confundidos com buques de flores que mandamos.
Finalizando, para corroborar nossas brincadeiras, veja como fiz para você tomar conhecimento da poesia que ainda tenho aqui guardada em casa, no papel celofane, revestimento do maço de cigarros e da caixa de balas CBC, que a recuperei, pois afinal. Eu era o Delegado Regional. E, finalmente, desejo lhe dizer que tivemos a oportunidade de acabarmos com Defensores, pois sempre quis sê-lo, como quis quando tinha apenas quatro anos de idade e não conseguia dizer à minha Diretora que agira em “legítima defesa de terceiro” de meu irmão que contava apenas três anos e eu mais velho: cinco.

Foto de Fernanda Queiroz

Lembrar, é poder viver de novo.

Lembranças que trás ainda mais recordação, deixando um soluço em nossos corações.
Lembranças de minhas chupetas, eram tantas, todas coloridas.
Não me bastava uma para sugar, sempre carregava mais duas, três, nas mãos, talvez para que elas não sentissem saudades de mim, ou eu em minha infinita insegurança já persistia que era chegado o momento delas partirem.
Meu pai me aconselhou a plantá-las junto aos pés de rosas no jardim, por onde nasceriam lindos pés de chupetas coloridas, que seria sempre ornamentação.
Mas, nem mesmo a visão de um lindo e colorido pé de chupetas, venceram a imposição de vê-las soterradas, coibidas da liberdade.
Pensei no lago, poderiam ser mais que ornamento, poderia servir aos peixinhos, nas cores em profusão, mesmo sem ser alimentação, prismaria pela diversão.
Já com cinco anos, em um domingo depois da missa, com a coração tão apertadas quanto, estava todas elas embrulhadas no meu pequenino lenço que revestia meus cabelos do sol forte do verão, sentamos no barco, papai e eu e fomos até o centro do lago, onde deveria se concentrar a maior parte da família aquática, que muitas vezes em tuas brincadeiras familiar, ultrapassavam a margem, como se este fosse exatamente o palco da festa.
Ainda posso sentir minhas mãos tateando a matéria plástica, companheira e amiga de todos os dias, que para provar que existia, deixaram minha fileira de dentinhos, arrebitadinhos.
Razão óbvia pela qual gominhas coloridas enfeitaram minha adolescência de uma forma muito diferente, onde fios de metal era a mordaça que impunha restrição e decorava o riso, como uma cerca eletrificada, sem a placa “Perigo”.
O sol forte impôs urgência, e por mais que eu pensasse que elas ficariam bem, não conseguia imaginar como eu ficaria sem elas.
A voz terna e suave de papai, que sempre me inspirava confiança e bondade, como um afago nas mãos, preencheu minha mente, onde a coragem habitou e minhas mãos pequeninas, tremulas, deixaram que elas escorregassem, a caminho de teu novo lar.
Eram tantas... de todas as cores, eu gostava de segura-las as mãos alem de poder sentir teu paladar, era como se sempre poderia ter mais e mais ás mãos, sem medos ou receios de um dia não encontrá-las.
Papai quieto assistia meu marasmo em depositá-las na água de cor amarelada pelas chuvas do verão.
Despejadas na saia rodada de meu vestido, elas pareciam quietas demais, como se estivessem imaginando qual seria a próxima e a próxima e a próxima, e eu indecisa tentava ser justa, depositando primeiro as mais gasta, que já havia passado mais tempo comigo, mesmo que isto não me trouxesse conforto algum, eram as minhas chupetas, minhas fiéis escuderias dos tantos momentos que partilhamos, das tantas noites de tempestade, onde o vento açoitava fortes as árvores, os trovões ecoavam ensurdecedores, quando a casa toda dormia, e eu as tinha como companhia.
Pude sentir papai colocar teu grande chapéu de couro sobre minha cabeça para me protegendo sol forte, ficava olhando o remo, como se cada detalhe fosse de suprema importância, mas nós dois sabíamos que ele esperava pacientemente que se cumprisse à decisão gigante, que tua Pekena, (como ele me chamava carinhosamente) e grande garota.
Mesmo que fosse difícil e demorado, ele sabia que eu cumpriria com minha palavra, em deixar definitivamente as chupetas que me acompanharam por cinco felizes anos.
Por onde eu as deixava elas continuavam flutuantes, na seqüência da trajetória leve do barco, se distanciavam um pouco, mas não o suficiente para eu perdê-las de vista.
Só me restava entre os dedinhos suados, a amarelinha de florzinha lilás, não era a mais recente, mas sem duvida alguma minha preferida, aquela que eu sempre achava primeiro quando todas outras pareciam estar brincando de pique - esconde.
Deixei que minha mão a acompanhasse, senti a água fresca e turva que em contraste ao sol forte parecia um bálsamo em repouso, senti que ela se desprendia de meus dedos e como as outras, ganhava dimensão no espaço que nos separava.
O remo acentuava a uniformes e fortes gestos de encontro às águas, e como pontinhos coloridos elas foram se perdendo na visão, sem que eu pudesse ter certeza que ela faria do fundo do lago, junto a milhões de peixinhos coloridos tua nova residência.
Sabia que papai me observava atentamente, casa gesto, cada movimento, eu não iria chorar, eu sempre queria ser forte como o papai, como aqueles braços que agora me levantava e depositava em teu colo, trazendo minhas mãozinhas para se juntar ás tuas em volta do remo, onde teu rosto bem barbeado e bonito acariciava meus cabelos que impregnados de gotículas de suor grudava na face, debaixo daquele chapéu enorme.
Foi assim que chegamos na trilha que nos daria acesso mais fácil para retornar para casa, sem ter que percorrer mais meio milha até o embarcadouro da fazenda.
Muito tempo se passou, eu voltei muitas e muitas vezes pela beira do rio, ou simplesmente me assustava e voltava completamente ao deparar com algo colorido boiando nas águas daquela nascente tão amada, por onde passei minha infância.
Nunca chorei, foi um momento de uma difícil decisão, e por mais que eu tentasse mudar, era o único caminho a seguir, aprendi isto com meu pai, metas identificadas, metas tomadas, mesmo que pudesse doer, sempre seria melhor ser coerente e persistente, adiar só nos levaria a prolongar decisões que poderia com o passar do tempo, nos machucar ainda mais.
Também nunca tocamos no assunto, daquela manhã de sol forte, onde a amizade e coragem prevaleceram, nasceu uma frase... uma frase que me acompanhou por toda minha adolescência, que era uma forma delicada de papai perguntar se eu estava triste, uma frase que mais forte que os trovões em noites de tempestade, desliza suava pelos meus ouvidos em um som forte de uma voz que carinhosamente dava conotação a uma indagação... sempre que eu chegava de cabeça baixa, sandálias pelas mãos e calça arregaçada á altura do joelho... Procurando pelas chupetas, Pekena?

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

**Texto não concorrendo.**

Foto de Paulo Gondim

Nossa Música

NOSSA MÚSICA
Paulo Gondim
23/02/2006

Não há como ouvir essa música sem pensar em ti.
É impossível disfarçar o pensamento, desviar a atenção
Todos os acordes, todas as notas me levam para ti.
Como se fosse um rio, uma onda, um oceano,
Que me transportam a teu sorriso, tua paz, tua alegria.

E aí, eu mergulho nesse mundo de fantasia
Que são meus dias longe de ti, eternos, sem fim...
Mas que se tornam breves, pois te sinto perto
Ali, bem juntinho, na minha lembrança
Pois também sei que vives a pensar em mim

E me conforma a certeza desse amor maior
Esse amor só nosso, lindo, puro e verdadeiro
Um amor intenso, porém calmo, sincero
Cheio de paixão, com gosto de um amor primeiro

Por isso ouço essa música, a nossa música!
Sem pressa, baixinho... Só, mas na tua companhia
Que fica na minha lembrança, como criança
Que dorme feliz e sonha com um novo dia

E ouço e repito, várias vezes, essa música mágica,
Encantadora, suave, para compensar a tua ausência
Que me toma por inteiro, que me deixa triste
Pois tua saudade persiste nesta insistência

E, assim, passo os dias que me separam de ti
Desde que nos amamos pela penúltima vez,
E ouço nossa música, por vezes repetida
Na espera ansiosa de que virá a próxima vez

E nessa espera longa, conto os dias, os minutos
E meu coração se deixa levar pelo som
E bate no compasso de cada acorde dessa música tão bonita
Escuto-a novamente, repito-a e continuo a pensar em ti
E tenho mais certeza dessa paixão tão infinita.

Foto de NuzzyII

Auto-estima

Sinto-me pequenina
Ao comtemplar a imensidão
do mar,
Sinto-me como uma gotíla
Desta água salgada
que banha minh'alma
E me acalma...
Sinto-me menor ainda
ao imaginar a imensidão
do universo.
Mas ao comtemplar o céu
Vejo que nele habita "pequenas" estrelas
Que transmites belos brilhos
iluminando toda a imensidão...
Agora "maior "me sinto
NuzzyII

Foto de Cecília Santos

N*A*T*A*L

N*A*T*A*L
#
#
#
Dezembro mês do ano que se veste de festa.
Trajado de verde e vermelho, com brilhos para enfeitar.
Casas com suas fachadas toda enfeitada.
Lojas decoradas, oferecendo um mundo de encantamento.
Dezembro época de trocar presentes,
pequenas lembranças, cartão postal.
Mês que exerce sobre nós uma certa magia, que
mesmo sem muito entusiasmo nos contagia.
Mês de sonhos pra muitas crianças, que
crêem no bom velhinho com sua barba branquinha,
Trenós cheios de brinquedos puxados por renas.
voando no céu na noite de N*A*T*A*L
N*A*T*A*L, tempo de reflexão, de renovação.
Pois em breve um novo ano se inicia.
Vamos separar o que não nos deu alegrias de um lado.
Do outro tudo aquilo de bom e de melhor que aconteceu
em nossa vida.
O saldo negativo é motivo pra maior atenção.
Vamos dar uma vasculhada, fazer uma revisão.
Pra termos a certeza que realmente, nada valeu
à pena, que nada foi aproveitável.
N*A*T*A*L, as pessoas sorriem mais, ficam
aparentemente mais felizes.
A cidade entra em festa, suas ruas se modificam,
o concreto cinza ganha vida e brilho.
Nas ruas os pingos de ouro e prata, dançam no asfalto.
Como se as estrelas do céu se multiplicassem e seu
brilho caísse na terra.
Os faróis dos carros que circulam pelas ruas, se tornam
prolongamento das milhares de lâmpadas das árvores
e dos enfeites.
Alegria e magia de uma estória de Papai-Noel, onde os
desejos se realizam, os sonhos se concretizam.
N*A*T*A*L, tem todo ano, mas cada ano esperamos
com ansiedade que ele nos traga felicidades, parentes
e amigos distantes.
N*A*T*A*L, mesmo que seja de sonhos e fantasias,
vale à pena esperar.

Direitos reservados*
Cecília-SP-11/07*

Foto de Sirlei Passolongo

Uma força

Existe uma força
Que nos leva a viver
Uma força que nos faz recomeçar
Que nos faz sorrir
Que nos faz suportar as dores
Que nos faz suportar a saudade
Que nos faz buscar a felicidade.

Existe uma força
Muito além de nossos olhos
Maior que imaginamos
Que nem sempre procuramos
Mas, ela sempre está a nossa espera
Existe uma força que nos faz sonhar
Uma força que nos faz acreditar.

É uma força chamada amor
É uma força chamada persistência
Uma força chamada coragem
Uma força chamada fé!

Uma força que nos faz desejar viver
Olhe! Ela existe dentro de mim.
Ela existe dentro de você!

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de Sonia Delsin

SEM AMEAÇA

SEM AMEAÇA

Nuvens negras não ameaçam mais o meu céu.

No viver temos que transformar nossos dias em favos de mel.

Nem sempre tudo estará bem.

Mas o sofrer faz parte também.

Quando isto compreendemos, melhor nós vivemos.

Não nos abatemos.

A vida é o maior presente que temos.

Foto de Sentimento sublime

A você Dumont... Osvania Souza

A você Dumont!

Deus não deu asas reais aos homens.
Mas deu a um único ser.
Humilde nascido no interior de minas.
Cidade que teu nome veio a ter.
Em homenagem a você.
Alberto Santos Dumont.
Recebestes então as asas da imaginação.
Para inventar o avião.
Fazendo o ser humano voar.
Com sua inteligência e coragem.
Persistência e bravura.
Esse homem cheio de louvor.
A quem de louco o povo o chamou.
Com seu invento “maluco”.
Seus aviões em todo o mundo.
Não param nem por um segundo.
Transportando pelos ares.
Cargas, pessoas e atravessando mares.
Para todas as partes e lugares.
Mas o que você Dumont não sabia!
Que seus aviões um dia.
Para sua maior tristeza e agonia.
Os homens com toda certeza.
Nas guerras os fossem usar.
Com maldade e frieza.
Matando seus irmãos e a natureza.
Perdoe querido inventor.
Esses homens maliciosos.
Utilizando-o de modo errado.
O avião por você inventado.
Correndo atrás de riqueza e poder.
Usando o teu avião que poderia ser.
Um instrumento que levasse ao mundo.
A união dos povos, alegria e lazer.
Penalizo-me em ter que te dizer.
Que a cidade que te viu nascer e crescer.
O mundo não a quis reconhecer.
Somente um pouco ela veio a crescer.
Mas tenha certeza Dumont.
De que tua inteligência e mãos.
Enriqueceu nossa nação.
No intercâmbio entre irmãos.
Ao saber do mal uso de seu invento.
Não agüentou você tanto sofrimento.
Que lamento!
Morrendo em sua casa no Guarujá!
Deixo aqui minha homenagem singela.
Sei que não é perfeita e nem a mais bela.
A você querido Dumont...
Osvania

Foto de Osmar Fernandes

Você se já se viu no espelho?

Você já se viu no espelho?

Tem gente que, ao se olhar no espelho, humilha-se... Ou porque é alto ou baixo, gordo ou magro, branco ou negro, comum ou diferente... Você já se viu no espelho?

Já agradeceu a Deus por ter conquistado a sua maior vitória, a vida? Já O agradeceu por ter nascido fisicamente perfeito? Tem gente que tem vergonha da própria imagem, evita o espelho e a balança a qualquer preço. Esse sentimento negativo pode levar qualquer pessoa ao precipício do estresse, e até a morte. “Se eu me odiar, quem vai me amar? Se eu me achar feio, quem vai me achar bonito? Se eu me depreciar, quem vai me valorizar?”

Um cego de nascença nunca se viu no espelho. Jamais discernirá o belo do feio...Nunca poderá ver a beleza do pôr-do-sol, nem as cores irradiantes do arco-íris... Jamais viu o rosto da mulher amada e a face do filho querido... Mas consegue enxergar a vida com os olhos da alma. Agradece ao Todo Poderoso por ter nascido. É feliz assim.Você já pensou nisso alguma vez?

Um surdo-mudo, vive num planeta construído e preparado para os fisicamente perfeitos. A todo instante tem que enfrentar barreiras e vencê-las ou adaptar-se a elas. A cada conquista agradece a Deus... É um guerreiro vencedor. Estuda ferozmente cada passo do mundo, adquirindo conhecimento e sociabilizando-se para entender a linguagem e a política da sociedade em que vive.

Um ser humano sem pernas e sem braços, para ir ao banheiro fazer suas necessidades fisiológicas, precisa da ajuda eterna de uma pessoa qualquer. Alguém tem que levá-lo nos braços, despi-lo (nunca vai poder manter sua vergonha em secreto). Depois, sentá-lo no vaso, segurá-lo (pois não tem ponto de apoio), e após defecar, necessita que este alguém limpe o seu bumbum e suas genitálias. Ele vive sua vida dependente vinte e quatro horas por dia. Como você viveria numa situação dessas?

Um deficiente vive desafiando o seu limite a todo o momento. Busca forças inimagináveis para a realização do seu objetivo. Trava batalhas de vida e morte na superação de uma tarefa, seja ela qual for. Ter nascido é a sua maior vitória, é o seu pódio, sua medalha de ouro. Aceita seu corpo, como é. Estar vivo é sua felicidade sem preconceitos, seu presente, ele agradece ao céu por isso.

Se você nunca se viu no espelho, veja-se agora. Nunca é tarde demais para nascer de novo. Ninguém está isento de se tornar um deficiente. Em verdade, digo que o verdadeiro pobre coitado é o pobre de espírito; que o pior assassino não é aquele que mata o inimigo: é aquele que mata a si mesmo, o próprio sonho. Enfim, é aquele que só carrega o ódio no coração e morre de inveja dos perfeitamente felizes.

Você realmente já se viu no espelho?!!!

Para alguém muito deprimido, estressado, tenho dito: Antes de fugir de si mesmo, cometer qualquer bobagem ou até pensar em suicídio – visite uma APAE, UM ASILO, UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO, UM LIXÃO, UM PRESÍDIO, UM ORFANATO, UMA IGREJA, UM CEMITÉRIO OU UM HOSPITAL QUALQUER...e seja voluntário por um dia. Tenho certeza que vai sair de lá com vergonha do seu problema, e vai agradecer a Deus pelo seu livre arbítrio, por ver, ouvir, falar, andar, amar e ser amado. Vai redescobrir o valor incalculável de viver. Vai reaprender a ter respeito, humildade e o amor por si mesmo; tornar-se-á um ser humano espiritualizado a tal ponto que voltará a sorrir de novo e a ver nas pequenas coisas o verdadeiro sentido da vida – a dádiva de Deus

Foto de Lais Pereira

AMOR POR VOCÊ

Seria loucura pensar em amor;
sem pensar em você !
Me deu amor doce;
sem pedir mais que o meu amor !

Seria insano tentar sem você;
és a essência do meu viver !
Sem você;
simplesmente eu não seria !

Seria ignorância esconder;
de tanto que sinto !
O maior é,
o meu amor por você !

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