Há algum tempo
Ouvi uma história de fome
Uma história de guerra, onde
Soldados viviam ao relento.
A mãe, sem notícias do filho,
Boca engrinaldada de preces,
Coração a pedir que o filho viesse,
Alimentava a ela e ao filho.
Perguntaram alguns: - Mas como?
- A cada refeição, fria ou quente
Dedicava ao filho, em minha frente
Vendo-o ali, tranquilo e calmo.
Quando, enfim, o filho volta,
A vida, transformada em gratidão,
Soluços de alegria no coração,
Abraçaram-se sem tristeza e sem revolta.
A mãe, com emoção e espanto
Vê o filho saudável e corado,
Quando os outros estavam muito magros.
Pergunta-lhe, então, em meio ao pranto:
- Filho, mas como estás corado e saudável
Em meio a tanta tristeza e agonia?
- Minha fome diminuía a cada dia,
A comida doei aos que estavam ao meu lado ...
Hoje a fome assola a humanidade
Ainda temos muita tristeza e guerra
Uns se alimentam de bolacha de terra,
Outros se sustentam de solidariedade.
Que tal se, neste ano de entraves,
Fizermos feito a mãe do soldado,
E a comida, à nossa mesa, enviarmos
A essa pobre e infeliz sociedade.
Feito o nosso Amado Jesus Cristo
A abençoar aqueles peixes e pãezinhos,
Em estado de graça, alimentar aqueles,
Que jamais os deixou pelo caminho.